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Dizer plural e olhar singular ou in-verso!
Enquanto a��o de palavras, o poema � canto e transforma��o do pensar humano. �Poesia � um modo de conhecimento�, como observa Ortega y Gasset. A poesia sobrevive, n�o de informa��es, mas nasce, talvez, da a��o que se manifesta da alma. Poesia � mais antiga que a prosa. Como semelhantemente diz Jorge Lu�s Borges: �Parece que o homem canta antes de falar�. O poeta quando canta, mesmo sem saber, sugere o social da alma. Sobre as asas da imagina��o, h� coisas que s�o intoc�veis na a��o do dizer, porque, em verdade, poesia � a primeira a��o do dizer. Na origem do dizer, a poesia renasce. O poema n�o tem exist�ncia no real. Quando a obra nasce, a maneira de v� do poeta 'trans-forma' a norma. A arte do dizer est� intencionada com a poesia por ser a arte de nomear as coisas sagradas. O dizer � a raspa do ser; o nomear vocifera cada palavra a ser dita. O dizer pode esperar um pouco, mas o nomear � a��o urgente. A filosofia � casa de poesia. Parm�nides, a exemplo, foi um dos primeiros pensadores a expor suas id�ias filos�ficas em versos. Sem filosofia o poema � incompleto; sem poesia o fil�sofo � inacabado. Poesia e filosofia revelam a incompletude de tudo e o infinito pleno do nada. A filosofia � a teoria da poesia, pensando de acordo com Schlegel. Atr�s da a��o do poema, mora o poeta amigo da ph�sis. �O que o verso � aqui para o poeta � para o fil�sofo o pensar dial�tico� [Nietzsche].� � na arte que o artista encontra-se com a dubiedade refletida na exist�ncia. A arte � um tipo de cita��o primordial para o criador de met�foras. Nos poemas, est�o os achados verbais de um cotidiano que � espantoso. A fragmenta��o � uma das mais antigas artes do mundo. O fragmento � semente do liter�rio. Se olharmos bem para poeta, encontraremos a sombra da exist�ncia e vice-versa: �A pe�a de teatro n�o foi um meio eficaz que Sartre encontrou para explicar pontos te�ricos de sua filosofia?�, conforme nos lembra Silviano Santiago. Sem poesia n�o h� teoria. Um poeta n�o � apenas sensa��o e racioc�nio, mas luz do imagin�rio.
� luz do tempo, a revista Mangues & Letras nasceu sem data precisa entre as estradas de ferro do Cear�, os mangues de Pernambuco e as dunas verdes do Rio Grande do Norte. De l� pra c�, o sonho-id�ia ganhou corpo e outras vozes vieram se juntar a n�s. Sendo assim, nos lan�amos na inten��o, aqui, de semestralmente aglutinar breves olhares, divulgar poemas curtos em di�logo com as vozes experimentais da arte de rua. A fotografia da capa � de Leda Freitas que traz aquele sabor das rapaduras de Pindoretama (CE). Neste primeiro n�mero, fizemos uma esp�cie de pequena homenagem aos poetas da Gera��o 70. Tendo em mente que o papel desta revista � repertoriar as margens das palavras em seu estado dicion�rio; � viajar pelas escolas de homens e palavras em um itiner�rio semi�tico que atravessa a todo fazedor de versos. Este � um espa�o onde se comunga a arte contempor�nea. Artistas e poetas aqui reunidos exp�em seu papel no mundo.� Ao leitor virtual, resta estranhar e entranhar os labirintos do universo cibern�tico em conson�ncia com as imagens de um portal que se des-dobra em risos e rizomas.
T�nia Lima
Da Editoria Respons�vel