Data:
01/2017
Título:
A BIOPOLÍTICA EM GIORGIO AGAMBEN: ESTADO DE EXCEÇÃO, PODER SOBERADO, VIDA NUA E CAMPO
Resumo:
O conceito de biopolítica tem se tornado um rico instrumento de análise ou uma esclarecedora chave hermenêutica para a reflexão contemporânea sobre a lógica do poder, a genealogia do governo e o significado da política no mundo moderno. As diferentes concepções de biopolítica têm cada qual suas especificidades. O foco da abordagem do presente estudo será exclusivamente o diagnóstico biopolítico do presente elaborado por Agamben, no qual o conceito de biopolítica está centrado na politização da vida biológica. Procuramos mostrar o modo como a “arqueologia da biopolítica” empreendida por Agamben pode ser compreendida a partir da análise de quatro noções fundamentais, quais sejam: poder soberano, vida nua, estado de exceção e campo. Analisamos, primeiro, de que modo Agamben pensou a associação entre o domínio político e a animalização do homem a partir das lacunas deixadas pelas investigações de Arendt e Foucault. Em um segundo momento, examinamos a relação entre a organização soberana dos corpos e o estado de exceção. No terceiro passo de nosso percurso, analisamos a politização da vida nua e a produção do homo sacer, a sacralidade da vida. Em uma quarta e última etapa, esclarecemos de que modo Agamben pensou o “campo” como “nómos” secreto da biopolítica na modernidade. Trata-se de explicitar de que forma a reflexão de Agamben sobre o nexo existente entre poder político e vida nua se articula em torno desses quatro aspectos estruturantes. Buscamos evidenciar a relevante contribuição que o pensamento de Agamben oferece para o diagnóstico crítico da racionalidade política nas sociedades contemporâneas, aprimorando nossa compreensão sobre as novas formas do poder na modernidade tardia.
Palavras-chave:
Biopolítica - Agamben - poder soberano - exceção - vida nua - campo
Banca:
RODRIGO RIBEIRO ALVES NETO (Presidente - UFRN)
SÉRGIO RIZZO DELA-SÁVIA (Membro interno - UFRN)
DANIEL ARRUDA NASCIMENTO (Membro externo - UFF)
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Data:
2022
Título:
APROXIMAÇÕES E DISTINÇÕES ENTRE KANT E HABERMAS A PARTIR DO PENSAMENTO COSMOPOLITA"
Resumo:
A presente tese pretende contribuir com a pesquisa sobre Kant e Habermas, envolvendo as suas distinções e aproximações no campo da filosofia política, em especial no tocante ao pensamento cosmopolita. Na discussão dessa problemática, requer-se uma análise sobre a crítica de Habermas ao déficit e atualização da teoria cosmopolita do filósofo Kant. Isto é, o trabalho volta-se sobre o debate que questiona se Habermas responde ou não a crítica do pensamento cosmopolita em relação à proposta kantiana. Nessa perspectiva, tornou-se importante destacar argumentos que alegam não ser possível alcançar tais elucubrações apenas pela perspectiva liberal clássica e republicana do pensamento político de Kant. O trabalho apresenta, portanto, os esforços por parte de Habermas em direção ao resgate do pensamento cosmopolita kantiano a partir de uma premissa histórica, ressaltando a posição desse autor frente ao quadro histórico e dados reais do mundo contemporâneo. Como por exemplo, nas seguintes questões: o formato das Nações Unidas supera a conjectura cosmopolita de Kant sobre a liga das nações ou houve erro na formulação teórica de Kant? Habermas parte também da problemática que procura explicar se o filósofo Kant tinha uma concepção de soberania de Estado nação muito forte. Será que por causa dessa concepção de Estado nação forte, não existe a autorização para que haja intervenção em nome dos direitos humanos? Para tentar responder essas e outras questões, a tese possui ainda como escopo encontrar o pressuposto da primazia dos conceitos políticos de uma sociedade plural e cosmopolita. Nesse sentido, a premissa histórica de Habermas (2018) carece de profundidade devido ao Projeto Cosmopolita possuir uma séria dificuldade de ser implantado pelo motivo de mais uma vez advir da imposição de um processo civilizatório que contraria a realidade histórica, social e cultural fora do Ocidente. Com mais essa problemática, na tentativa do alcance das hipóteses, destaca-se o argumento sobre a posição minimalista pela premissa histórica em Habermas, sendo possível vê-la na ideia já existente de um fórum para discutir conflitos entre as nações, como acontece com a ONU. Apesar disso, o filósofo evidencia esforços para uma posição maximalista, sobrevinda do construto da razão, que idealiza a possibilidade de um Estado mundial, tendo em vista que o direito implica também coerção em relação ao contrato global realizado entre as nações em seus aspectos supranacional e transnacional. A tese conclui demonstrando que Habermas tenta corrigir o déficit democrático da soberania popular à luz da premissa histórica na sua teoria discursiva e política, principalmente em relação à teoria liberal e republicana de Kant. Indica, assim, uma Democracia Constitucional que abre as portas para uma cidadania multicultural, tendo como escopo o alcance do Projeto Cosmopolita.
Palavras-chave:
cosmopolita; cidadania; multicultural.
Banca:
ANTÔNIO BASÍLIO NOVAES THOMAZ DE MENEZES (Presidente - UFRN)
CRISTINA FORONI CONSANI (Membro externo - UFP)
DELAMAR JOSÉ VOLPATO DUTRA (Membro externo - UFSC)
JOEL THIAGO KLEIN (Membro externo - UFP)
LUÍS PHILIPE CAUX (Membro interno - UFRN)
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Data:
03/05/2021
Título:
"Topics in logical anti-exceptionalism and paraconsistent logics"
Resumo:
A rivalidade entre a lógica clássica e seus concorrentes não-clássicos ocupa um lugar importante na filosofia da lógica contemporânea. A questão central é saber como escolher um sistema lógico (ou teoria lógica) dentre as várias possibilidades disponíveis. Uma proposta recente, nomeada anti-excepcionalismo lógico, afirma que disputas lógicas podem ser decididas através do emprego dos mesmos métodos de escolha de teoria utilizados nas ciências exatas, isto é, através da inferência à melhor explicação e da análise das virtudes teóricas de cada teoria em disputa. Esta tese filosófica tem sido explorada como uma agenda de pesquisa para investigar problemas como a revisabilidade da lógica, o caráter a priori do conhecimento lógico, o debate pluralismo/monismo lógico, os métodos de escolha de teorias lógicas, e outras questões similares. A presente monografia consiste numa investigação de tópicos fundacionais para o anti-excepcionalismo lógico em sua relação com uma classe específica de lógicas não-clássicas, a saber, a das lógicas paraconsistentes. As lógicas paraconsistentes são conhecidas por acomodar contradições de um modo não-explosivo, uma característica ausente na lógica clássica. Entretanto, até que ponto essas lógicas podem ser consideradas como oponentes legítimas da lógica clássica ainda é um ponto de discussão. Enquanto alguns autores defendem as lógicas paraconsistentes como meros aperfeiçoamentos às aplicações errôneas da lógica clássica, outros as defendem enquanto substitutos naturais desta última. Também encontramos autores que defendem o uso da lógica clássica na metalinguagem como adequado para nossos propósitos científicos, em oposição àqueles que afirmam que nossa metalinguagem deve ser reformada por conceitos não-clássicos. A primeira parte da tese explora questões fundacionais ao debate anti-excepcionalista. Tópicos como a relação entre anti-excepcionalismo e aprioricidade, a subdeterminação dos dados lógicos, e o problema da lógica de fundo, são tratados. A segunda parte é dedicada a aspectos técnicos das lógicas paraconsistentes. Os resultados centrais são a introdução de uma nova família de lógicas paraconsistentes não-monotônicas de primeira ordem capazes de validar muitas propriedades centrais das lógicas não-monotônicas.
Palavras-chave:
Anti-excepcionalismo lógico; Lógicas paraconsistentes; Pluralismo lógico; Aprioricidade.
Banca:
JOAO MARCOS DE ALMEIDA (Presidente - UFRN)
DANIEL DURANTE PEREIRA ALVES (Membro interno - UFRN)
CHRISTIAN STRASSER (Membro externo - RUB)
HEINRICH WANSING (Membro externo - RUB)
HITOSHI OMORI (Membro externo - RUB)

Tese não disponível

Data:
19/03/2021
Título:
"TRANSFIGURAÇÕES VISIONÁRIAS: AS METAMORFOSES ESTÉTICAS EM FRIEDRICH NIETZSCHE E ALEX GREY"
Resumo:
A presente tese realiza uma análise do conceito de transfiguração na filosofia de Friedrich Nietzsche e na arte de Alex Grey. A introdução apresenta os movimentos conceituais mais importantes que serão realizados ao longo do texto. O capítulo inicial apresenta uma abordagem dos aspectos estéticos, fenomenológicos, psicológicos, éticos e metafísicos da transfiguração no pensamento imanentista de Nietzsche: as partes e secções subsequentes descrevem a gênese do ato estético, os ritmos extáticos e as formas oníricas, a arte humana e a criação divina; a correspondência entre arte e vida, a existência enquanto fenômeno criativo e como a arte impõe ao devir o caráter do ser; os estados contemplativos e criativos, as portas do sonho e as chaves do êxtase, os artistas oníricos e os artistas extáticos; o tema da superação do niilismo por meio da arte, a degeneração das almas doentes, a travessia do deserto da morte ao oásis da vida; os elementos metafísicos da natureza, as criações do Deus-artista e do artista-Deus, a divinização da realidade existencial; e definem como acontece a transfiguração na visão do filósofo. O capítulo intermediário apresenta uma compreensão das dimensões estéticas, fenomenológicas, psicológicas, éticas e metafísicas da transfiguração na arte transcendentalista de Grey: as partes e secções subsequentes descrevem os movimentos do processo criativo, os fundamentos da jornada do visionário, a missão planetária do artista; os estados expansivos do espírito, as possibilidades da experiência estética, a evolução da consciência criativa; a relevância da arte visionária para a saúde da humanidade, os prognósticos de um colapso da civilização, a reversão de um desastre terminal para o gênero humano; a superação do niilismo existencial através do ato estético, o labirinto dos pesadelos patológicos, o poder supraversivo da metamorfose; a constelação dos pensadores metafísicos da arte, o grupo de pioneiros do misticismo experimental, a correlação entre a filosofia perene e o pensamento contemporâneo; e definem de que modo acontece a transfiguração na perspectiva do artista. O capítulo final apresenta as proximidades e distanciamentos entre o pensamento de Nietzsche e a obra de Grey: as secções subsequentes evidenciam o movimento da transfiguração na natureza e no universo; na perspectiva da atividade estética; na circunscrição fenomenológica do artista; na experiência psicodinâmica da criação; no horizonte da metafísica visionária; e o resultado da intersecção dos mundos. Tudo somado e em suma: a conclusão da tese pretende colocar em evidência a conexão entre o conceito de transfiguração, a filosofia contemporânea e a arte visionária.
Palavras-chave:
Transfiguração; Filosofia Contemporânea; Arte Visionária.
Banca:
OSCAR FEDERICO BAUCHWITZ (Presidente - UFRN)
EDRISI DE ARAUJO FERNANDES (Membro interno - UFRN)
CÍCERO CUNHA BEZERRA (Membro externo - UFS)
GABRIEL KAFURE DA ROCHA (Membro externo - IFSERTAO)
JOSE NICOLAO JULIAO (Membro externo - UFFRJ)
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Data:
19/01/2021
Título:
"ESTÉTICA E METAFÍSICA DA LUZ EM MARSILIO FICINO"
Resumo:
A filosofia de Marsilio Ficino (1433-1499) é marcada por um aspecto predominantemente vinculador, em que todos os temas convergem para um único movimento circular: do Bem ao Bem. O objetivo da presente pesquisa é demonstrar como, em todo esse processo, a temática da luz representa o liame que atravessa e unifica toda a estética e a metafísica do mestre florentino, sob três perspectivas, que se revelam tanto na sua forma de expressar o mundo, quanto na de concebê-lo ou de com ele interagir. Primeiramente, pretende-se evidenciar que o filósofo da luz assume a racionalidade poética como instrumento adequado para a interpretação da sua original cosmologia. A seguir, desenvolve-se, a partir da recuperação ficiniana das figuras mitológicas das três Graças, – a beleza (Pulchritudo), o amor (Amor) e o prazer (Voluptas) – o modo como a luz parece acionar a dança do Universo, marcada pela intensa dialética do amante (Criatura) e do amado (Criador). A presente investigação conclui abordando a terapêutica solar proposta por Ficino como símbolo do poder humano de reconhecer no espelho do mundo, e em si mesmo, o esplendor da face divina.
Palavras-chave:
Marsilio Ficino. Renascimento. Luz. Metafísica. Estética.
Banca:
CÍCERO CUNHA BEZERRA (Membro externo - UFS)
LEONEL RIBEIRO DOS SANTOS (Membro externo - ULISBOA)
MARIA DAS GRAÇAS DE MORAES AUGUSTO (Membro externo - UFRJ)
MARKUS FIGUEIRA DA SILVA (Membro interno - UFRN)
MONALISA CARRILHO DE MACEDO (Presidente - UFRN)
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Data:
17/12/2020
Título:
"O ser do sensível como matriz do pensamento: filosofia e arte em Gilles Deleuze"
Resumo:
Partimos da seguinte proposição: para a filosofia de Gilles Deleuze toda Ideia é imediatamente estética. É possível pensar uma relação “não mediada” entre as Ideias e a sensação: a sensação é a matriz do pensamento. Tal proposição encontra sua sutentação na medida em que Deleuze extrai do encontro entre a filosofia e a arte uma concepção de gênese do pensamento através da experimentação. Tanto a filosofia quanto a arte possuem suas próprias Ideias criativas e modos específicos de atualizar esssas Ideias, mas ambas estão diretamente relacionadas com as sensibilia ou qualidades sensíveis. Nosso intuito é o de mostrar como a filosofia passa a ter como imprescindível a capacidade da arte de nos pôr em contato com as diferenças no sensível, o que Deleuze chama de empirismo transcendental sob duas implicações fundamentais: 1) a violência de encontros involuntários que tornam nossas faculdades discordantes, como uma crítica ao modo dogmático de pensar dominado pela representação; 2) a pesquisa filosófica como um modo de aprendizado que põe o pesquisador em relação com elementos de uma vitalidade pré-individual. Propomos dividir nosso trabalho em duas etapas: uma pedagogia dos sentidos e uma pedagogia do conceito. Na primeira, fazemos uma genealogia da linhagem filosófica imanentista que engendra a concepção deleuziana de ser do sensível e de empirismo transcendental. Na segunda, investigamos as relações entre arte e filosofia em seus atos de criação.
Palavras-chave:
Pedagogia dos sentidos; Empirismo transcendental; Literalidade; Pedagogia do conceito.
Banca:
EDUARDO ANIBAL PELLEJERO (Presidente - UFRN)
CRISTIANO BEDIN DA COSTA (Membro externo - UFRGS)
DANILO BILATE DE CARVALHO (Membro externo - UFRRJ)
ESTER MARIA DREHER HEUSER (Membro externo - UNIOESTE)
JONNEFER BARBOSA (Membro externo - PUC-SP)
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Data:
28/10/2020
Título:
"Entre a proteção e a punição: o paradoxo da ideologia punitivista nas lutas por reconhecimento e direitos"
Resumo:
O objetivo deste trabalho é refletir sobre o paradoxo da presença da ideologia punitivista no contexto das lutas por reconhecimento e direitos humanos. Pergunta-se pelas condições que possibilitam essa articulação entre o discurso dos direitos humanos, que visa a proteção dos “sujeitos de direitos” e critica a lógica punitiva, e a adesão às propostas de uso da punição aos violadores. Partiremos dos estudos de autores como Friedrich Nietzsche, Michel Foucault e Löic Wacquant, para falar acerca da ideologia da punição, penalização e criminalização, e de outros, ligados à criminologia, como Eugenio Zaffaroni, David Garland, Vera Malaguti e Nilo Batista, que abordam e questionam um tal paradoxo. Uma conclusão deste estudo é que, na atualidade, as lutas e os movimentos sociais por reconhecimento e direitos humanos, em decorrência da adesão à ideologia punitivista, estão em crescente judicialização e criminalização de violações, ao mesmo tempo em que buscam garantir e proteger direitos, apostando na eficácia da pena em relação a suas funções. Essa adesão mostra-se problemática porque o sistema penal apresenta características estruturais que impedem sua eficácia em relação à diminuição da criminalidade e à disseminação dos conflitos que ela buscaria combater. Nesse sentido, podemos falar em uma ideologia da punição que atua no campo das lutas por reconhecimento e direitos.
Palavras-chave:
Ideologia; lógica punitiva; sistema prisional; direitos humanos; políticas de proteção e garantia de direitos.
Banca:
ALFREDO ATTIÉ JUNIOR (Membro externo - APD)
ALIPIO DE SOUSA FILHO (Presidente - UFRN)
CINARA MARIA LEITE NAHRA (Membro interno - UFRN)
MARIA CRISTINA LONGO CARDOSO DIAS (Membro interno - UFRN)
NELSON GOMES DE SANT'ANA E SILVA JUNIOR (Membro externo - UFPB)
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Data:
28/09/2020
Título:
"A proposta ético-estética de Nietzsche: da crítica ao último homem à condução artística da vida cotidiana"
Resumo:
O objetivo desta tese é apresentar a proposta nietzscheana de condução estética da vida cotidiana como uma alternativa ética para o enfrentamento do rebaixamento do homem. Essa proposta ético-estética de Nietzsche aponta para uma afirmação das potências de cada singularidade, pautando a existência humana a partir de suas inclinações corpóreas criadoras, em contraposição à uniformização, à massificação e à decadência, traços referenciais presentes no modo de vida do homem moderno-tardio, denominado por Nietzsche de “último homem”. Para atingir uma ampla compreensão e alcance desse projeto ético-estético apresentamos inicialmente aspectos cruciais do novo significado imputado por Nietzsche à psicologia, a qual assume uma abordagem do homem a partir da fisiopsicologia das forças. Em seguida investigamos o diagnóstico que Nietzsche faz do seu tempo, o que exige compreender o niilismo do último homem como sintoma de decadência de um tempo, e, por fim, explicitamos a proposta ético-estética nietzscheana de elevação e refinamento do homem a partir da arte de viver, da condução estética da vida cotidiana, movimento que deságua na afirmação e no embelezamento da vida.
Palavras-chave:
Fisiopsicologia; Último homem; Nietzsche; Niilismo; Vida.
Banca:
FERNANDA MACHADO DE BULHOES (Presidente - UFRN)
IDEUSA CELESTINO LOPES (Membro externo - UVA)
LUIS ALEXANDRE DIAS DO CARMO (Membro externo - UVA)
MARKUS FIGUEIRA DA SILVA (Membro interno - UFRN)
MIGUEL ANGEL BARRENNECHEA (Membro externo - UNIRIO)
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Data:
14/09/2020
Título:
"Genealogia e teoria de gênero em Judith Butler – subversões teórico-políticas"
Resumo:
A teoria de gênero desenvolvida por Judith Butler consolidou-se como um marco nos estudos feministas, de gênero e sexualidades. Em suas construções teóricas, a filósofa dialoga com o pensamento de diversos autores, tais como Hegel, Austin, Derrida, Nietzsche, Kristeva e Foucault, sendo sobre as relações da teoria de gênero em Butler com a teorização acerca do poder e das resistências neste último que se deteve predominantemente a presente tese. Inicialmente, realiza-se um apanhado geral das principais repercussões de diversos autores na obra da filósofa, evidenciando as influências que a teoria da performatividade em Austin e posteriores releituras derridianas exercem no construto teórico de Judith Butler acerca dos gêneros, corpos e sexualidades, assim como as discussões em torno do reconhecimento em Hegel; a desontologização em Nietzsche e a abjeção em Kristeva. Posteriormente, detém-se sobre os diálogos que Butler realiza com as discussões em torno do poder e das resistências em Foucault, num sentido de realização de uma genealogia do gênero enquanto categoria analítica de uma determinada distribuição dos poderes no campo social e político. Nesse sentido, é possível depreender que a concepção foucaultiana de poder permeia as discussões realizadas por Butler no campo dos gêneros, de forma que a filósofa vislumbra o caráter normativo da categoria gênero, bem como encontra nela também as possibilidades de subversão operadas a partir das lutas e resistências exercitadas pelos sujeitos que, a partir da diferença na esfera de sexo-gênero, permitem o questionamento e a modificação dos lugares simbólicos que sustentam as relações de dominação nesse campo. Por fim, explicita-se como, para chegar a essas constatações, o que Butler operou foi uma genealogia do gênero, a partir da concepção foucautiana, acrescida de diálogos com o pensamento psicanalítico, de maneira a constituir uma teoria crítica com elevado potencial de transformação epistemológica e política.
Palavras-chave:
gênero; corpo; resistências; genealogia; crítica.
Banca:
MARCIA ANGELITA TIBURI (Membro externo - PARIS VIII)
ALIPIO DE SOUSA FILHO (Presidente - UFRN)
ANNE CHRISTINE DAMASIO (Membro interno - UFRN)
EDUARDO ANIBAL PELLEJERO (Membro interno - UFRN)
JULIANA ORTEGOSA AGGIO (Membro externo - UFBA)
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Data:
07/08/2020
Título:
"POR UMA POLÍTICA DAS IMAGENS EM GEORGES DIDI-HUBERMAN"
Resumo:
Este estudo consistiu no esforço de pensar uma política das imagens a partir de Georges DidiHuberman, o que demandou, em alguma medida, montar três planos de composição: um no campo do saber, encontrando na heurística o eixo capaz de articular um saber em relação com o páthos. Para tanto, recorremos a um paradigma estético de pensamento retirado da filosofia de Walter Benjamin, nomeado constelação. A constelação da heurística, então, possibilitounos compor esse tipo de saber conjugado com as emoções; um no campo da política, a qual, ao invés de diferenciar público e privado, ato e potência, práxis e poiesis, inscreve-se em outra esfera, a dos gestos, permitindo-nos encontrar com uma política da exposição, na qual se expõe o que está em vias de se perder, o que está desaparecendo. Aí, paradoxalmente, vemo-nos diante do ser em comum, que aparece quando exposto e quando comparecemos, demandando de nós, pois, outras modalidades de relação: a imaginação, a tomada de posição e a empatia, e; por fim, um no campo da imagem, a qual, ao contrário de ser um depósito das ilusões humanas, torna-se lugar de retirada de saberes: sobre os nossos sofrimentos, sobre o que não somos, sobre os passados que não foram, sobre o que ainda não somos capazes de saber, sobre o próprio não-saber, sobre a cólera e sobre nossas potências. Tudo isso significou pensar e assinalar os deslocamentos das imagens no corpo dessa teoria outra, dessa política das imagens, que tem como função restituir as imagens ao livre uso comum dos homens, para dar a conhecer. Talvez, seja essa sua principal atribuição: dar a conhecer para que o resto seja possível.
Palavras-chave:
Constelação; heurística; saber; política das imagens; restituição.
Banca:
EDUARDO ANIBAL PELLEJERO (Presidente - UFRN)
BETTINA RUPP (Membro interno - UFRN)
FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR (Membro interno - UFRN)
JAISON CASTRO SILVA (Membro externo - UFPI)
VINÍCIUS NICASTRO HONESKO (Membro externo - UFPR)
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Data:
02/03/2020
Título:
"Esforços para Uma Teoria do Significado em Psicanálise"
Resumo:
O que conhecemos quando conhecemos o significado de uma sentença ou de uma linguagem? Essa é uma pergunta de suma importância para o pensamento de Michael Dummett em seu livro The logical basis of metaphysics. Diante das possíveis respostas, critérios lógico-formais serão buscados para delinear de que maneira essas chamadas teorias do significado serão distintas. Quando é possível tal caracterização da linguagem ganhamos um modo de discutir diferentes visões metafísicas via suas respectivas teorias do significado. A psicanálise, enquanto saber que lida com o tema do significado inconsciente, pode se beneficiar com isso. Seu status científico, muitas vezes atacado, seria mais bem medido no caso de conseguirmos formalizar seus conceitos? Acreditamos ser possível destacar sua prática linguística e aplicar a ela os critérios formais exigidos por Dummett para uma descrição de uma teoria do significado. Podemos ao menos iniciar esse trabalho analisando um tema muitas vezes esquecido pelos psicanalistas: os chistes. Se ao menos dermos as indicações de como isso pode ser feito, futuros trabalhos poderão indicar formalmente que tipo de ciência podemos esperar da psicanálise, bem como sua ligação com a metafísica.
Palavras-chave:
Psicanálise; Michael Dummett; teoria do significado; lógica.
Banca:
ALBERTO LEOPOLDO BATISTA NETO (Membro externo - UERN)
BRUNO RAFAELO LOPES VAZ (Membro interno - UFRN)
DANIEL DURANTE PEREIRA ALVES (Presidente - UFRN)
ERICO ANDRADE MARQUES DE OLIVEIRA (Membro externo - UFPE)
SAMIR BEZERRA GORSKY (Membro interno - UFRN)
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Data:
28/02/2020
Título:
"Uma Abordagem Semântico-Pragmática para Classificação e Definição de Quantificadores"
Resumo:
Expressões quantificadoras estão na história da filosofia e da lógica pelo menos desde a criação do silogismo por Aristóteles. Outro momento central na história dessas expressões é o desenvolvimento do sistema formal do Begriffsschrift de Frege. Em seu trabalho, o autor inclui axiomas para quantificação sobre objetos individuais e conceitos. Sendo os quantificadores também um tipo de conceito, ele os denomina “conceitos de segundo nível”. Com o advento da teoria dos modelos (na década de 1950) a noção semântica de “interpretação” promove uma revolução copernicana neste campo de estudo e na maneira de definir os “conceitos” fregeanos, com ênfase nas expressões quantificadoras. Tal revolução não consiste simplesmente em uma nova forma de apresentar os quantificadores de Frege, mas possibilitou uma ampliação na variedade de quantificadores que podem ser implementados. Essa abertura a novas possibilidades é devida, basicamente, aos trabalhos de Mostowski (1957) e Lindtröm (1966) que desenvolvem a noção de quantificação generalizada. Existem, no entanto, limites tanto nessa implementação quanto na interpretação de certos quantificadores de línguas naturais. A dependência de uma expressão a um contexto é uma das barreiras que a linguagem natural impõe à lógica formal. Nesse sentido Grice em 1975 abre espaço em seu Logic and Conversation para um outro olhar sobre a “lógica da linguagem ordinária”. O presente trabalho se propõe a uma análise nas diversas tentativas de formalização de quantificadores em linguagens naturais. Partimos de uma abordagem que investigue aspectos lógicos e pragmáticos dos quantificadores. Visamos uma classificação de quantificadores que acreditamos ser capaz de elucidar problemas sobre os limites de definições destas expressões.
Palavras-chave:
Lógica. Quantificação. Semântica. Pragmática. Filosofia da Linguagem.
Banca:
HÉRCULES DE ARAÚJO FEITOSA (Membro externo - UNESP)
ADRIANO MARQUES DA SILVA (Membro externo)
ANDRÉ NASCIMENTO PONTES (Membro externo - UFAM)
DANIEL DURANTE PEREIRA ALVES (Presidente - UFRN)
SAMIR BEZERRA GORSKY (Membro interno - UFRN)
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Data:
27/02/2020
Título:
"META-ONTOLOGIA DOS ESPAÇOS: UMA APROXIMAÇÃO GEOPOÉTICA POR BACHELARD AO ENCONTRO DE HEIDEGGER"
Resumo:
A presente tese de doutorado tem por objetivo tratar a questão do espaço teorizada pelo filósofo francês Gaston Bachelard (1884-1962) e sua relação de circularidade entre os conceitos de meta-ontologia e geopoética. Este trabalho se configura como uma pesquisa inédita na medida em que resgata a genealogia do conceito de meta- ontologia nos escritos de Martin Heidegger (1889-1976) e aplica-o no contexto da filosofia bachelardiana. O presente texto tem por objetivo analisar essas passagens principalmente das obras A experiência do espaço na Física Contemporânea e a Poética do Espaço, contudo, vamos além dessas obras e atravessamos toda a obra de Bachelard, incluindo seus artigos e resenhas, alguns ainda inéditos em português. Nesse caminho de ir além da obra do filósofo, encontramos o conceito de geopoética principalmente na recepção de um dos herdeiros do pensamento de Bachelard, Wunenburger, e percebemos que está perfeitamente alinhado com a perspectiva que adotamos; de que o fato da ciência ser a estética da inteligência, abre espaço para uma interpretação bachelardiana de que é possível se valer da estética como base de uma compreensão da ciência, ou seja, a estética da inteligência é lançar o leitor ao gosto pela ciência. Nesse percurso, encontraremos aproximações e rupturas entre as obras de Heidegger e Bachelard, tomando como exemplo principal a questão da técnica. Outro ponto de encontro é o fato de ambos os filósofos terem tido contato com as esculturas de Eduardo Chillida. Visando ressaltar a materialidade do espaço concreto, o elemento terra é trabalhado durante boa parte dessa tese para demonstrar o caminho de superação da dicotomia matéria-forma, onde a espacialidade das superfícies nos levam à profundidade metafísica das raízes alimentadas pelo ser da terra. A conclusão tem a pretensão de mostrar como o espaço, enquanto construção (e não concebido como a priori) meta-ontológica inaugura uma forma diferente de pensamento, que vai além de uma metafísica onto-teológica, se constituindo numa metatécnica ontológica que relaciona linguagem – imagem – conceito tanto da forma poética como epistemológica. E nisso, há uma crítica implícita às filosofias analíticas, para que não reapropriem conceitos próprio da ontologia, mas que a meta-ontologia construa uma linguagem que crie um novo ser do espaço, ciência e elementos.
Palavras-chave:
Gaston Bachelard; Espacialidade; Geopoética; Metatécnica.
Banca:
FABIO FERREIRA ALMEIDA (Membro externo - UFGG)
LUIZ ROBERTO ALVES DOS SANTOS (Membro externo - IFRN)
NOEMI FAVASSA ALVES (Membro externo)
OSCAR FEDERICO BAUCHWITZ (Presidente - UFRN)
SAMIR BEZERRA GORSKY (Membro interno - UFRN)
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Data:
21/02/2020
Título:
"CETICISMO E FUNDAMENTAÇÃO NO SISTEMA DE HEGEL"
Resumo:
Esta tese pretende examinar a natureza da relação que Hegel estabelece com a tradição do pensamento cético. Em suma, nossa abordagem consiste em mostrar o fato de que os principais argumentos dos antigos pirrônicos desempenham um papel fundamental no conjunto da filosofia hegeliana e que, longe de negligenciar, ou simplesmente tratar marginalmente o problema do ceticismo, Hegel parte do princípio de que a única forma viável de fundamentação filosófica legítima consiste em levar devidamente a sério o problema do ceticismo.
Palavras-chave:
Hegel – Ceticismo - Fundamentação
Banca:
DANIEL DURANTE PEREIRA ALVES (Membro interno - UFRN)
GISELE AMARAL DOS SANTOS (Presidente - UFRN)
JAIMIR CONTE (Membro externo - UFSC)
PLÍNIO JUNQUEIRA SMITH (Membro externo - UNIFESP)
SERGIO LUIS RIZZO DELA SAVIA (Membro interno - UFRN)
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Data:
19/02/2020
Título:
"RISO E LÁGRIMAS QUE NÃO TÊM PLANOS: o sujeito lacerado e a experiência interior, segundo Georges Bataille"
Resumo:
Esta tese tem como objetivo abordar o problema da experiência interior na abordagem crítica feita por Georges Bataille. Este trabalho privilegia os volumes de A suma ateológica e aborda a experiência interior como experiência que nega qualquer autoridade exterior, isto é, como experiência soberana. Para Bataille, a autoridade da experiência interior é a própria experiência, mas tal autoridade se expia. A experiência é um movimento constante de contestação dos dogmas e o sujeito que vive por esta contestação é um sujeito dos limites da angústia e do êxtase. Como assinalou Foucault em Prefácio à transgressão, a experiência interior para Bataille é uma experiência dos limites, o excesso comanda a experiência que é experiência da perda do sujeito. Neste sentido, o pensamento de Bataille critica a negatividade pensada por Hegel, pois a negação da experiência interior expressa uma negatividade sem emprego. Bataille quis pensar uma filosofia oposta à de Hegel, uma filosofia que põe a si mesma na colocação em questão do discurso. A escrita sobre a experiência interior reflete a difícil tarefa de abordar a experiência que escapa das formas discursivas. Como resposta às dificuldades do discurso da experiência, Bataille realiza algumas operações no seio da linguagem, como figurações e evocações de imagens no intento de expor um sujeito lacerado nas vias da alteração das formas discursivas. Além disso, nos propomos discutir nesta tese o erotismo como manifestação da experiência interior e inscrição do corpo no domínio da violência dos desejos, abordando os conceitos de transgressão e interditos, ou transgressão e limites.
Palavras-chave:
Experiência interior; Intensidade; Limites; Angústia; Êxtase; Erotismo.
Banca:
DANIEL VERGINELLI GALANTIN (Membro externo - PUCPR)
EDUARDO ANIBAL PELLEJERO (Presidente - UFRN)
IMACULADA MARIA GUIMARAES KANGUSSU (Membro externo - UFOP)
SERGIO LUIS RIZZO DELA SAVIA (Membro interno - UFRN)
VINÍCIUS NICASTRO HONESKO (Membro externo - UFPR)
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Data:
18/02/2020
Título:
"O SENTIDO DA PRAGMATEÍA EPICURISTA"
Resumo:
Este trabalho postula que, por meio de uma pragmateía (πραγματεία), Epicuro busca espelhar um conhecimento acerca da natureza (physiología) num éthos equivalente, revalidando a concepção epicurista de filosofia como um saber para a vida (téchnev tiná perí ton bíon) e de sabedoria como atividade constante de reflexão sobre a natureza (phýsis) e de realização de um modo de ser de acordo com ela (katà phýsin). É em tal panorama, onde o homem busca uma aproximação com a natureza para reproduzir em sua alma um estado de imperturbabilidade (ataraxía), que se delineia a possibilidade de autorrealização ou do exercício de uma vida sábia. Nesse sentido, a pragmateía epicurista remete para uma prática filosófica desenvolvida na consecução de um conjunto de atividades (enérgeias) que traduzem em atitudes, condutas, escolhas, ações e pensamentos um éthos filosófico voltado para a busca do equilíbrio. Se nos textos de Epicuro são limitadas as ocorrências do termo pragmateía, por outro lado, ao exortar a prática filosófica por meio de exercícios de meditação (melétema) e de práxis (práxis), ele nos permite, a partir do uso dessas noções e de outras a essas vinculadas, evidenciar um sentido para a pragmateía, o que permite compreender como a physiología resulta em um modo de vida sábio. Nessa perspectiva, visamos demonstrar que a pragmateía epicurista estabelece seu sentido mais próprio quando compreendida como exercício ético. Isso porque é como trabalho permanente e inter-relacionado de meditação e práxis que ela conduz o pensamento e a ação para restabelecer no homem o sentido de autarquia (autárkeia), condição necessária para encetar-lhe a disposição para definir um éthos a partir do entendimento que tem da natureza e, com isso, poder fruir de uma vida livre, autêntica, equilibrada e feliz. Tais assertivas se baseiam na análise do pensamento legado por Epicuro (séc. IV a.C), preservado em três epístolas (Carta a Meneceu, Carta a Pítocles e Carta a Heródoto), 40 Máximas Capitais e 81 Sentenças Vaticanas. Também foram objetos de análises a doxografia preservada e reunida por Diógenes Laércio, por Hermann Usener, além dos fragmentos recuperados da Biblioteca de Herculano e daqueles descobertos no site arqueológico de OEnoanda. A esse conjunto de relatos, de onde se destacam as vozes de epicuristas como Filodemo de Gádara, Sexto Empírico, Diógenes de OEnoanda entre outros, também foi agregada a obra Da Natureza, do poeta romano Lucrécio (séc. I a.C). Dividiu-se o trabalho em quatro capítulos. O primeiro apresenta os fundamentos da pragmateía epicurista ou como a physiología, a phýsis, a anthropophýsis, o conhecimento (gnósis) e a técnica (téchne) são pensados por Epicuro. O segundo discorre sobre a meditação (melétema) ou como a pragmateía se constitui como um exercício da alma para pensar a natureza tendo em vista estabelecer uma prática de vida autárquica e feliz. A terceira parte deste trabalho trata da práxis (práxis) ou de como a pragmateía se relaciona com toda atividade orientada para - segundo um paradigma natural inteligido a partir da physiología - fazer o sábio experimentar em sua vida um sentido de equilíbrio e autorrealização. Por fim, no quarto capítulo, a pragmateía epicurista é discutida sob a perspectiva de um exercício ético, aspecto fundamental para compreender a coerência, unidade e sustentação de uma filosofia que se estende ao modo de pensar e de agir do sábio.
Palavras-chave:
pragmateía, meditação, práxis, physiología, exercício, técnica, ética.
Banca:
ANTONIO JÚLIO GARCIA FREIRE (Membro externo - UERN)
CELSO MARTINS AZAR FILHO (Membro externo - UFRJ)
EDRISI DE ARAUJO FERNANDES (Membro interno - UFRN)
MARCUS REIS PINHEIRO (Membro externo - UFF)
MARKUS FIGUEIRA DA SILVA (Presidente - UFRN)
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Data:
17/02/2020
Título:
"O VALOR RELATIVO DAS ILUSÕES NO PENSAMENTO DE SLAVOJ ŽIŽEK"
Resumo:
Na perspectiva do filósofo esloveno Slavoj ŽiŽek, a ideologia não é apenas algo imposto a nós, mas nossa relação espontânea com o mundo, operando de modo homólogo ao conceito lacaniano de fantasia. Segundo Lacan, pilar da filosofia de ŽiŽek, a fantasia é uma forma de obnubilar as falhas da consistência da realidade simbólica, isto é, é uma forma de vínculo social que determina valor e significação em nossa realidade efetiva. A fantasia é, muitas vezes, uma ilusão inconsciente que nos faz desconsiderar nossa relação direta com a realidade socialmente compartilhada. ŽiŽek insiste na existência de uma fantasia ideológica, já que a ideologia operaria como um obnubilamento da realidade, homólogo ao da fantasia. A partir de tal análise, o filósofo percebe que necessitamos permanecer na ficção, no poder da ilusão, para lidar com a ideologia. Obviamente, não em uma ilusão imaginária, mas naquela ilusão simbólica que incorpora o real. Dessa maneira, resta saber: se não há como sair da ideologia, se não existe estratégia de desalienação, já que a ideologia é a nossa maneira de relacionarmos com o mundo, como podemos identificar ou distinguir uma “ilusão verdadeira”, uma “fantasia real”, de uma ilusão imaginária imposta a nós?
Palavras-chave:
Slavoj ŽiŽek, Fantasia, Crítica, Ideologia, Marxismo.
Banca:
BRUNO ALMEIDA GUIMARÃES (Membro externo - UFOP)
EDUARDO ANIBAL PELLEJERO (Presidente - UFRN)
IMACULADA MARIA GUIMARAES KANGUSSU (Membro externo - UFOP)
LUIZ PHILIPE ROLLA DE CAUX (Membro interno - UFRN)
SERGIO LUIS RIZZO DELA SAVIA (Membro interno - UFRN)
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Data:
11/12/2019
Título:
"ENTRE A MATÉRIA E A FORMA: O PROBLEMA DA OBJETIVIDADE DOS FENÔMENOS QUÂNTICOS EM WERNER HEISENBERG"
Resumo:
Esta pesquisa procura investigar a interpretação conceitual de Werner Heisenberg (1901- 1976) em torno do problema da objetividade dos fenômenos quânticos, ou seja, em torno do antigo problema metafísico que remonta à filosofia grega, de investigar os últimos constituintes da natureza, o que, no caso de Heisenberg, significa indagar o estatuto filosófico-ontológico das vinte e cinco partículas elementares conhecidas em seu tempo. Heisenberg defende a ideia segundo a qual as partículas elementares são, em última instância, formas matemáticas que a energia deve assumir a fim de tornar-se matéria, o que aproxima sua interpretação ao modo como Platão concebia as formas puras, ou eidos. Nossa pesquisa procura problematizar a interpretação idealista de Heisenberg, e discutir as variadas facetas que estão envolvidas e implicadas neste seu posicionamento filosófico idealista. Por fim, defendemos a ideia da existência de uma tensão interna entre as posturas do filósofo Heisenberg que defende uma aproximação com as formas de Platão, para o problema da objetividade dos fenômenos quânticos, e do físico Heisenberg que aceita indiretamente um fundo objetivo material inerente aos fenômenos quânticos. Defendemos ainda que a estratégia de superação dessa tensão interna entre matéria e forma em Heisenberg constitui-se no que denominamos de atitude pragmática de Heisenberg, que consiste em preservar, simultaneamente, sua atitude epistemológica-positivista no âmbito da física quântica, e seu impulso ontológico-metafísico, no âmbito da filosofia.
Palavras-chave:
Heisenberg; Objetividade; Matéria; Forma;
Banca:
DANIEL DURANTE PEREIRA ALVES (Presidente - UFRN)
CINARA MARIA LEITE NAHRA (Membro interno - UFRN)
GISELE AMARAL DOS SANTOS (Membro interno - UFRN)
OSVALDO FROTA PESSOA JUNIOR (Membro externo - USP)
STANLEY KREITER BEZERRA MEDEIROS (Membro externo - IFRN)
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Data:
03/12/2019
Título:
"EGO FATUM: NIETZSCHE E O IMPERATIVO DO IMPULSO"
Resumo:
Na Primeira parte de seu Assim falou Zaratustra, no discurso Dos desprezadores do corpo Nietzsche assevera que “O corpo é uma grande razão”, assertiva donde ressoam vários e significativos questionamentos no âmbito de sua filosofia: O que é o corpo? A que conduz o corpo? Por que o corpo é uma grande razão? O que torna o corpo uma grande razão? Como atua aquilo que torna o corpo uma grande razão? No contexto daquilo que Nietzsche designa por “fisiopsicologia” (Além de bem e mal, 23), intenta-se aqui identificar, analisar, compreender e explorar o sentido e o alcance dessas ideias e provocações a partir de sua crítica aos “desprezadores do corpo” – tendo em mira, nomeadamente, sua leitura acerca das concepções platônica e cristã a respeito da relação entre corpo e alma –, percorrendo-se uma linha metodológica através da qual vincula os impulsos à “vontade de poder” e adota “o corpo como fio condutor” para alcançar a ideia de “razão poética” e, por fim, a concepção de “Ego fatum “como aquilo que o homem torna-se cumprimento da incessante tarefa de tornar-se o que é e, desse modo, jubilosa, fisiológica e irrestritamente afirmar a vida e a si mesmo em sua integralidade.
Palavras-chave:
Fisiopsicologia; Grande razão; Ego fatum; Imperativo do impulso; Super-homem
Banca:
Fernanda Machado de Bulhoes (Presidente - UFRN)
Markus Figueira da Silva (Membro interno - UFRN)
Wilson Antonio Frezzatti Junior (Externo ao Programa - UNIOESTE)
Thiago Mota Fontenele e Silva (Membro externo - UECE)
Marcos de Camargo Von Zuben (Membro externo - UERN)
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Data:
11/10/2019
Título:
"A NOÇÃO DE PAR’HEMÂS NA FILOSOFIA DE EPICURO: O QUE PODE O HOMEM?"
Resumo:
Para Epicuro de Samos, par’hemâs (nosso poder) designa o poder humano de conhecer, deliberar e agir livremente. A noção de par’hemâs distingue fundamentalmente o atomismo epicurista do atomismo pré-socrático, sendo fator indispensável para a construção da filosofia de Epicuro. Esta tese é produto da interpretação da filosofia epicurista a partir da análise dos textos gregos de Epicuro, discípulos, doxógrafos e pesquisa bibliográfica. O objetivo deste trabalho é apresentar uma interpretação do epicurismo a partir da noção de par’hemâs enquanto componente das bases do pensamento epicurista, delimitando seu sentido, aspectos e o uso que dela faz Epicuro na estruturação de seu pensamento. Dividida em três capítulos, a tese começa por destacar os sentidos, aspectos e relevância da noção de par’hemâs no epicurismo. O segundo capítulo trata da função primordial que par’hemâs assume na reformulação do atomismo présocrático e de como essa noção articula as partes da filosofia de Epicuro em um conjunto coerente. Por fim, enfatiza-se o papel das noções de limite, ilimitado e variação para a compreensão das distinções enunciadas por Epicuro entre acaso, necessidade e par’hemâs. Conclui-se que as considerações epicuristas sobre o poder cognitivo, deliberativo e causal do homem integram o fundamento da crítica dos epicuristas aos primeiros atomistas e são o ponto de partida e fator articulador das partes da filosofia de Epicuro.
Palavras-chave:
Epicuro; Par’hemâs; liberdade; necessidade; acaso.
Banca:
Markus Figueira da Silva (Presidente - UFRN)
Edrisi de Araujo Fernandes (Membro interno - UFRN)
Antonio Júlio Garcia Freire (Externo ao Programa - UERN)
Cícero Cunha Bezerra (Membro externo - UFS)
Olimar (Membro externo - UFMG)
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