XIII Semana de Humanidades
De 04 a 08 de julho de 2005
OBJETIVO
A XIIII Semana de
Humanidades tem por objetivo congregar e divulgar o trabalho de pesquisadores
(professores, funcionários e alunos) do Centro de Ciências Humanas, Letras e
Artes (CCHLA), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da comunidade
científica em geral.
ATIVIDADES PROGRAMADAS
. Exposição de Painéis (com
coquetel e apresentações artísticas)
. Cerimônia de Abertura
. Coquetel de lançamento de
livros e revistas
. Palestra de abertura
. Grupos de Trabalho
. Minicursos e Oficinas
. Mostra de Vídeos
. IV Colóquio Humanitas
. Outros eventos propostos
pelos professores do CCHLA
Exposição de
Painéis (com coquetel e
apresentações artísticas): segunda-feira, 04 de julho, de 13h30 às
17h, no Setor de Aulas II.
. Os expositores de
Painéis – professores, alunos e funcionários da UFRN – deverão fazer sua
inscrição na sala 119 do CCHLA ou pelo e-mail: humanidades@cchla.ufrn.br , até o
dia 17 de junho, sendo necessário apenas a apresentação do resumo em disquete e
em papel (máximo 300 palavras). Incluir também: nome(s) do(s) expositor(es) –
máximo de dois –; nome(s) do(s) autor(es); vínculo com a instituição (se aluno,
professor ou funcionário); Departamento; título do trabalho e e-mail.
. Os
painéis
deverão ser impressos no seguinte formato: aproximadamente 1,20 m de
altura e 0,90m de largura. Eles serão afixados com linhas de nylon e ganchos,
presos à parede. A instalação será feita pelo próprio expositor, com auxílio da
Coordenação, entre 12h30 e 13h30, na segunda-feira, 04 de julho, no Setor de
Aulas II. Os painéis serão recolhidos pelos próprios expositores ao final da
apresentação (17h). A lista de presença será assinada no local acima
determinado, onde também serão entregues os certificados.
Cerimônia
de Abertura
.COQUETEL DE LANÇAMENTO DE LIVROS E REVISTAS:
O Lançamento de livros e revistas do
CCHLA ocorrerá na segunda-feira, 04 de
julho, 17h30 no hall da BCZM, seguido de coquetel. Constarão nesse
evento publicações de professores, funcionários e alunos do CCHLA, a saber:
1. Geografia : ciência do
complexus: ensaios transdisciplinares. Aldo Aloísio Dantas da Silva e Alex
Galeno (orgs.).
2. Espaço, Políticas de Turismo e
Competitividade. Maria Aparecida Pontes da Fonseca
3. Letras no Éter. Flávio
Rezende
4. “Chiclete eu misturo com
banana: carnaval e cotidiano de guerra em Natal (1920-1945)”. Flávia
de Sá Pedreira
5. Múltipla palavra: ensaios
de literatura. Joselita Bezerra da Silva Lino e Francisco Ivan da Silva (orgs).
6. Dialegoria – a alegoria em Grande
sertão: veredas e em Paradiso. Joselita Bezerra da Silva Lino.
7. Do gramofone ao satélite -
evolução do rádio paraibano. Moacir Barbosa de Sousa.
8. Dicionário da língua portugesa
arcaica. Zenóbia Collares Moreira Cunha.
9. Humor e crítica no teatro de
Gil Vicente. Zenóbia Collares Moreira Cunha.
10.Comédias na vida privada:
teatro de Gil VicenteZenóbia Collares Moreira Cunha.
11. Lógica deôntica
paraconsistente: paradoxos e dilemas. Ângela Maria Paiva Cruz.
12. Quatro Vezes Lula Lá
(CD-ROOM). Marcelo Bolshaw.
13. Geografia: Rio Grande do
Norte. Maria Luiza de Medeiros Galvão.
14. A penúltima versão – do
Seridó – uma história do regionalismo no Seridó”. Muirakitan Kennedy de
Macedo.
15. (Des)alinho: Ensaios de
História Cultural e Social. Cátia Regina de Pontes Confessor (Org.).
16 Os Guerreiros das Dunas: A
História na visão dos Potiguares. Emanoel Amaral e outros.
17. Geração Alternativa ou um alô
pra Helô. João Batista de Morais Neto.
18. Viva a diferença, com
direitos iguais. Elizabeth Mafra Cabral Nasser
19. A renovação do conto:
emergência de uma prática oral. Maria de Lourdes Patrini
20. Brasil Urbano. Márcio
Moraes Valença e Edésio Fernandes (Orgs.).
21. Revista Vivência, n.28.
22. Letras e Imagens do Bem. Flávio Rezende (Org).
. PALESTRA DE ABERTURA (com apresentação do
Grupo Takasax - grupo de Sax com Bateria da EMUFRN).
Data:
04 de julho (segunda-feira), às 19h
Local: Biblioteca Central Zila Mamede
“A arte de ensinar Filosofia com a
Arte”
Palestrante: Charles Feitosa*
Pretendo
apresentar os pressupostos teóricos do meu livro Explicando a Filosofia com
Arte. Trata-se de uma introdução à filosofia para leigos de todas as idades. O
livro não é nem uma história, nem uma enciclopédia da filosofia, mas uma
aproximação ao pensar, através de temas, questões e problemas, com o apoio de
obras de arte. Os pressupostos teóricos de Explicando a Filosofia com Arte
serão desenvolvidos segundo a idéia de Uma "filosofia pop", projeto
no qual venho trabalhando desde 2001 e que Envolve a associação de conceitos
com imagens, em uma linguagem acessível e bem-humorada, sem perder contudo o
rigor e a densidade inerentes à filosofia.
* Doutor em Filosofia pela
Universidade de Freiburg, Alemanha, está empenhado desde 2002 no projeto de uma
"Filosofia Pop", que envolve a associação de conceitos com imagens,
em uma linguagem acessível e bem humorada, sem perder o rigor e a densidade
inerentes à Filosofia. Professor e pesquisador na Pós-graduação em Artes
Cênicas da UNIRIO, atua principalmente nas áreas de estética e de
fenomenologia. É também co-organizador dos simpósios internacionais de
Filosofia “Assim Falou Nietzsche”.
Grupos de Trabalho
(GTs): terça-feira e quarta-feira,
05 e 06 de julho, de 14h às 18h (com exceção de GTs de Psicologia, que acontecerão
pela manhã), nos auditórios do CCHLA e nas salas do Setor de Aulas II.
. Os GTs reunirão
apresentações de trabalhos sobre um mesmo tema. O GT será realizado em dois
dias, num total de 8 horas.
Minicursos e Oficinas
Minicursos e
Oficinas: quinta-feira, 07 de
julho, de 14h às 18h, nos auditórios do CCHLA e nas salas do Setor de Aulas II.
. Os Minicursos (de
natureza teórica) e as Oficinas (de natureza prática) terão a duração de
aproximadamente 4h/a.
. Poderão se inscrever
nos Minicursos/Oficinas
todos os interessados. As inscrições são gratuitas e poderão ser feitas na sala
119, do CCHLA, durante o período de 11 de maio a 24 de junho. É necessário
fornecer as seguintes informações: nome completo, e-mail e/ou telefone
para contato, Departamento e/ou instituição de origem. O aluno poderá se
inscrever em apenas UM minicurso ou oficina.
Mostra de Vídeos
Mostra de Vídeos: quarta-feira e quinta-feira, 06 e 07 de julho, de 18h
às 19h, no Auditório do CONSEC (2º andar do CCHLA). Diariamente, após a
projeção, serão realizados debates junto com o público. A programação será
divulgada oportunamente.
Programação
Quarta feira (1º dia)
Abertura Curta Potiguar Luzes da Idade - Jairo
das Chagas Vieira (Premiado)
O
Senhor do Engenho -
Bertrand Lira(16 min.)
Cruzeiro
do Sul - Bruno
Santos ( 10 min.)
Devaneio
do Olhar - Elizete
Arantes ( 10 min.)
Ioga ou Yoga - Michelle
Peluchera(5 min.)
Ponta
Negra: um bairro em transformação -
Lisabete Coradini, Bruno Lima ( 5min.)
Debate com a presença dos diretores.
Quinta feira (2º dia)
Curta Potiguar Profissão de Morte - Marcelo
Barreto
Diário
de uma nota. Edileuza
Martins (5 min.)
A feira
de São Jose do Mipibu.
SandraNogueira (5 min.)
As
singularidades de Dadi no teatro de bonecos no RN - Maria da Graça Cavalcanti e Wani
Pereira ( 5 min.)
Toque de radio .
Alexandre Ferreira dos Santos (17 min.)
Gaia
Companhia de dança -
Izabelita de Brito e Ana Claudia Viana ( 27 min.)
Debate com a presença
dos diretores.
IV Colóquio Humanitas
IV Colóquio Humanitas: terça-feira,
05 de julho, de 09h às 12h no Auditório do CONSEC (2º andar do CCHLA).
Educação e Autonomia
Prof.
Manfredo
Oliveira* (Filósofo e Professor de Filosofia da UFC).
O processo
educativo é sempre situado no seio de uma configuração determinada da
existência humana. Qual o princípio de articulação de nosso contexto
sócio-histórico? As sociedades modernas são prioritariamente sociedades
sistêmicas, já que os mecanismos centrais de constituição da vida social são
aqui os subsistemas sistêmicos, ou seja, o econômico e o administrativo. Na
realidade aqui só o próprio sistema possui autonomia. Neste contexto, toda a
problemática da autonomia foi pensada a partir do indivíduo entendido como
egoísta racional. O ensaio pretende questionar este fundamento da autonomia e
abrir a perspectiva para uma autonomia pensada a partir da relação do
reconhecimento do outro o que abre espaço para uma educação voltada para a
complementaridade, a sociabilidade e a fraternidade.
* Doutor em Filosofia pela
Universidade Ludwig-Maximilian de Munique na Alemanha. Professor Titular de
Filosofia na Universidade Federal do Ceará. Publicações mais importantes:
Subjektivität und Vermittlung. Studien
zur Entwicklung des transzendentalen Denkens bei I.Kant, E.Husserl und H.Wagner,
W.Fink Verlag, Munique, 1973; Filosofia Transcendental e Religião. Ensaio
sobre a Filosofia da religião em Karl Rahner, Ed.Loyola, São Paulo, 1984; A
Filosofia na crise da Modernidade, São Paulo, 1989; Ética e racionalidade
moderna, Ed.Loyola, São Paulo, 1993; Ética e Práxis histórica, Ed.Ática, São
Paulo, 1995; Ética e Economia, Ed.Ática, São Paulo, 1995; Tópicos sobre a
Dialética, Ed.Edipucrs, Porto Alegre, 1996; F.J.S.Teixeira/M.A de
Oliveira(org.), Neoliberalismo e Reestruturação Produtiva. As novas
determinações do mundo do trabalho, São Paulo, 1996 A reviravolta
linguístico-pragmática na filosofia contemporânea, Ed.Loyola, São Paulo, 1996;
Diálogos entre Razão e Fé, Paulinas, São Paulo, 2000; Correntes Fundamentais da
Ética Contemporânea (Org.), Ed. Vozes, Petrópolis, 2000; Desafios éticos da
globalização, Paulinas, São Paulo, 2001; Para além da fragmentação, Ed. Loyola,
São Paulo, 2002; Oliveira M./Almeida C. (org.) O Deus dos Filósofos Modernos,
Petrópolis: Vozes, 2002; Oliveira M. /Almeida C.(org.), O Deus dosFilósofos
Contemporâneos, Petrópolis: Vozes,2003; Oliveira M./ Aguiar A O/ Andrade e
Silva Sahd L. F. N. de(org.), Filosofia . Política Contemporânea, Petrópolis:
Vozes, 2003; Dialética hoje. Lógica, metafísica e historicidade, São Paulo: Loyola,
2004.
I COLÓQUIO DE ESTUDOS
BARROCOS DA UFRN
COORDENAÇÃO:
Prof. Dr. Francisco
Ivan da Silva
Profª Dra Joselita
Bezerra da Silva Lino
Data: 04, 05 e 06 de
julho de 2005
Horário: 8h às 12h
Local: Auditório da
BCZM
Realização: CCHLA –
Departamento de Letras – PPGEL – NAC – UFRN
O I Colóquio de
Estudos Barrocos da UFRN tem como temática a presença do Barroco na poesia
moderna brasileira e na América, numa visada que vai da Arquitetura à
Literatura, centrando-se fundamentalmente no Barroco Moderno e sua assimilação
na arte de Haroldo de Campos, tradutor e teórico decisivo dos conceitosmodernos
de Barroco na Cultura Brasileira. Daí que este Colóquio está intensionalmente
colado a uma exposição nacional das obras e objetos do acervo particular de
Haroldo de Campos, a ter lugar na Galeria do NAC – Núcleo de Arte e Cultura da
UFRN, no Centro de Convivência no período de 07 de julho a 05 de agosto de
2005.
Expositores:
Profª Dra. Joselita
Bezerra da Silva Lino (UFRN)
Prof. Dr. Francisco
Ivan da Silva (UFRN)
Prof. Ms. Armando
Sérgio dos Prazeres (UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI-SP E USJT-SP – UNIVERSIDADE
SÃO JUDAS TADEU-SP)
MESA REDONDA: Repertórios
culturais e violência cotidiana: um desafio para as ciências sociais no Brasil
hoje.
Coordenador:
Edmilson Lopes
Júnior
Departamento de
Ciências Sociais
Data: quarta-feira,
06 de julho de 2005
Horário: 9h
Local: Consecão
Os repertórios culturais
subjacentes a ausência de reconhecimento do/a outro/a no Brasil contemporâneo
traduzem-se num aumento da intolerância em relação aos diferentes e aos pobres.
A banalização da violência e a reivindicação, por diversos setores da
sociedade, de um recrudescimento da atuação do aparato policial contra os
pobres são expressões muito concretas dessa situação. Como, a partir da
perspectiva analítica das ciências sociais, dar sentido ao caos contemporâneo?
Mobilizando aparatos metodológicos diversos, e filiações teóricas múltiplas, os
componentes da mesa procurarão incidir sobres essas questões, tendo como ponto
de partida a preocupação de esboçar as conexões entre cultura e violência na
sociedade brasileira contemporânea.
PARTICIPANTES DA
MESA:
ProfºAlípio de Sousa
Filho (Departamento de Ciências Sociais)
Profº Edmilson Lopes
Júnior (Departamento de Ciências Sociais)
Profª Norma Missae
Takeuti (Departamento de Ciências Sociais)
MESA REDONDA: Quatro Vezes Lulala
Coordenador:
Marcelo Bolshaw Gomes
Departamento de Comunicação Social
Data: quinta-feira, 07 de julho de 2005
Horário: 9h
Local: Consecão
Elaborado
a partir do projeto de pesquisa 'A Imagem Pública de Lula no horário eleitoral
nas quatro campanhas à Presidência', parte de meu doutoramento pelo Programa de
Pós-graduação em Ciências Sociais da UFRN, orientado pelo professorDoutor José
Antônio Spinelli. A pesquisa deseja narrar a trajetória políticadeLuis Inácio
Lula da Silva e do Partido dos Trabalhadores nas quatro eleições presidenciais
que marcaram o período de democratização do País: 1989, 1994, 1998 e 2002.
Osprogramas do Horário Gratuito de Propaganda Eleitoral servem como simples 'suportesdiscursivos',
como momentos privilegiados das campanhas e estratégias mais gerais (que
incluem outros suportes como a mídia impressa, as entrevistas em telejornais,
os debates ao vivo, etc) e não como fatores determinantes das intenções de voto
e do comportamento eleitoral.
Debatedores
convidados: professores Jose Spinelli e João Emanuel, do Departamento Ciências
Sociais.
MESA REDONDA: a melancolia e o
moderno texto literário
Coordenadora:
Profa. Dra. Joselita
Bezerra da Silva Lino
Base de Pesquisa: Estudo
da Modernidade
Data: sexta-feira,
08 de julho de 2005
Horário: 9h
Local: Consecão
A melancolia, como se sabe,
não era, em sua origem, exatamente um determinado estado de ânimo, mas um dos
quatro humores que se podiam encontrar no corpo humano, segundo a doutrina
estabelecida por Hipócrates no século V a.C., que foi transmitida através de
Galeno à Idade Média e ao Renascimento, tanto na cultura árabe como na cristã.
A melancolia é um estado que também acompanha os pensadores e os homens
letrados. Marcilio Ficino, grande humanista florentino, leva a cabo em De Vita
Triplici uma extraordinária reabilitação da envilecida condição (a partir dos
seus estudos sobre a doutrina do humor hipocrático), ao considerar o
temperamento melancólico com seus inevitáveis aspectos sombrios e atormentados,
genuínos ecaracterísticos dos criadores e homens de estudo. Ficino respalda
seus argumentos nas considerações de Aristóteles e Platão sobre o tema. De
Platão, seu mestre, toma a teoria dos furores, ou seja, da loucura criativa,
que, de acordo com a doutrina platônica, possuem os vates e os profetas. De
Aristóteles resgata um fragmento (Problemata XXX, 1º), em que o estagirita
postulava de maneira transparente uma conexão entre o humor melancólico e o
talento singular para as artes e as letras. Com a finalidade de validar ainda
mais seus argumentos, Ficino pesquisa a tradição astrológica, que colocava o
melancólico sob o signo de Saturno, recuperando a face mais amável da
influência desse planeta. Saturno, com efeito, tinha um duplo caráter: por um
lado, era o deus benigno da abundância, da atividade e da realização; por
outro, era o negro deus dos abismos, devorador das riquezas e de crianças. Na
Idade Média, predominou o aspecto negativo de Saturno (juntamente com o da melancolia),
porém Ficino e o humanismo em geral resgataram seu outro lado: a melancolia,
sob o influxo do signo de Saturno, seria compreendida como uma força mais
positiva, influenciando a criatividade do gênio moderno, cindido dolorosamente
entre a exultação e o desespero.
Componentes da mesa:
-A Quinta História
de Amor: a angústia da linguagem em Clarice Lispector
Francineide Santos
de Oliveira Santos (PPgEL -UFRN)
-Várias “Joanas” em
uma só: a melancolia criativa em Perto do Coração Selvagem
Daniel da Silva
Portugal (PPgEL -UFRN)
-A cegueira
melancólica em Saramago
Kalina Alessandra R.
de Paiva (PPgEL - UFRN)
-A melancolia em A
asa esquerda do anjo de Lia Luft
Adriana Vieira de
Sena
-Nuvem-nada: a
melancolia em Grande sertão: veredas e em Paradiso
Joselita Bezerra da
Silva Lino – UFRN
MESA REDONDA: Narração e imagem em Guimarães Rosa
Coordenadora:
Profa. Dra.Joselita Bezerra da Silva Lino
Projeto de pesquisa – A alegoria em Guimarães Rosa
Base de Pesquisa: Estudo da Modernidade
Data: sexta-feira, 08 de julho de 2005
Horário: 15h
Local: Consecão
Na travessia - literária e existencial – o que
interessa ao narrador rosiano não é a chegada, a finalização do caminhar, mas o
jogar infinito com os rastros, traços, letras, signos e palavras que se
desdobram na dobra neo-barroca. Ouve-se na voz desse narrador, a conversa
infinita, sem a esperança do fim e da salvação.A experiência passada propicia a
memória e a meditação que tece a narração e não alinha os fatos. O contar
transfigura o texto em textura do mundo, criando uma linguagem encantatória
feita de poesia, essa irmã tão incompreensível da magia (Guimarães
Rosa), num jogo entre o elemento imagético-simbólico da linguagem e seu lado
semiótico.
Componentes
da mesa:
-“As
margens da alegria e sua escritura sensorial”
Robeilza
de Oliveira Lima
-“Toda
Substância do mundo...”
Fernanda
Michelle de Araújo
Ana
Roberta de Rocha Moreno
-“O
claro e o escuro em A Benfazeja”
Maria
Tânia Florentino
-“Para
trás não há paz”
Joselita
Bezerra da Silva Lino
EXPOSIÇÃO: A Casa de Pedra em
Pium: um lugar de memórias
Coordenadora:
Julie Antoinette
Cavignac
Promoção: Projeto
Tapera: em busca dos lugares de memória
Departamento de
Antropologia - DAN
Pró-reitoria de
Extensão - Universidade Federal do Rio Grande do Norte -
UFRN
Local: corredor do
Departamento Antropologia - CCHLA
Em Pium, localidade situada
no município de Nísia Floresta, no Estado do Rio Grande do Norte, existe uma
"casa de Pedra", ruínas de um imponente monumento histórico colonial.
Tombada pelo serviço do patrimônio histórico estadual, desde 1990, a "casa
de Pedra" tem resistido à ação do tempo. No entanto, apesar da sua
importância histórica, tal monumento se constitui em um importante sítio
arqueológico ainda inexplorado. Inscrita no projeto de extensão TAPERA: EM
BUSCA DOS LUGARES DE MEMÓRIA, a exposição propõe chamar a atenção tanto para um
monumento histórico esquecido quanto para a necessidade de uma valorização da
cultura e da memória local. Para tanto é necessário a realização de estudos
arqueológicos e etnográficos, com o fito de valorizar o passado e a cultural
locais, pelo conhecimento e rememoração da vida dos grupos que aqui viveram e
que continuam vivendo atéhoje.
Participantes:
Carlinda Augneide
Gomes - UFRN
Julie Antoinette
Cavignac - DAN/ UFRN
Luiz Antonio de
Oliveira - DAN/ UFRN
Roberto Airon - DH /
UFRN
EXPOSIÇÃO: "Infâncias"
Coordenação
e Curadoria:
Vicente Vitoriano
Obras dos membros do Grupo Universitário de Aquarela
e Pastel - GUAP. 5 a 15 de julho.
Local: hall da Chefia do Departamento de Artes, no setor
de aulas do DEART.
Abertura: 5 de julho, às 10 horas.
Depois de explorar a cultura popular em 2004, na
exposição "Populário" (que vai itinerar pelo Rio Grande do Norte em
2005), O GUAP mergulha em 2005 nas memórias da infância, uma pesquisa
individual desenvolvida pelos membro do grupo. Os subtemas preponderantes são a
paisagem (meio ambiente), o brinquedo e a escola.
Artistas participantes:
Ana Rique
Catarina Neverovski
Dagmar Medeiros
Fátima Dantas
Gerlúzia Alves
Ivanilda Costa
Socorro Evangelista
Vandeberg Medeiros
Vicente Vitoriano
Wicliffe Costa
EXPOSIÇÃO: Fotográfica
Coordenadora:
Lisabete Coradini
Departamento de Antropologia
Local: hall de entrada do CCHLA
Projeto 1.
Labirintos
Autor: Lucas Fortunato
10 fotografias em cores, de tamanho 30 x 20 cm
Resultado de derivas
psicotopológicas, a instalação artística intitulada “Labirintos” foi realizada no setor de aulas teóricas II da UFRN, no
mês de abril do ano corrente. Os autores, Lucas Fortunato e Edson Gonçalves
Filho, inspirados por reflexões de teor artístico-filosófico, utilizando-se de
materiais achados no campus universitário, materializaram a obra criando um
ambiente psicogeográfico repleto de
imagens e possibilidades de interação física-geográfica e interpretação
cognitiva. Tratou-se, antes de mais nada, de um chamado à participação crítica criadora efetiva daqueles que
ali se dispusessem a apreciar e refletir. O espaço construído foi desviado por um manequim cercado de
grades e arames, além de portas enterradas no solo, construindo uma espécie de
labirinto, dispondo portas como possibilidades de escolhas – seria isso? –
talvez. Ou então não – podendo ser uma forma de pôr em crise a própria idéia de
“escolha”. Configura-se, enfim, como uma sofisticada e inovadora (aqui?)
manifestação artística – que toma a forma de resistência cultural em que se
prima pelo questionamento, levantamento de perguntas, para além da cultura do
espetáculo que a todo momento nos fornece respostas, a partir das quais, em
nossa atitude de escolhê-las, conduzimos nossos desejos e crenças, nossas
condutas.
Projeto 2.
Natureza e Cultura? O esclarecimento e o progresso!
Autor: Lucas Fortunato
10 fotografias em cores, de tamanho 30 x 20 cm
Goethe certa vez falou que a arquitetura é uma
espécie de musicalidade que se torna concreta em sua materialização. Debord, já
no século XX, tratou do urbanismo, não mais como uma mera arquitetura abstrata
ou artística; pensou tal disciplina no contexto do fenômeno cultural do
espetáculo. Segundo ele, o espetáculo chega a se constituir na socialidade das
cidades modernas de capitalismo desenvolvido, na qual a reificação de uma
atitude de passividade perante a condição sócio-vital do humano torna possível
a colonização de todas as esferas da vida pela da economia separada: a máquina
de fim em si mesmo de acumulação de dinheiro. Aí, neste complexo fenomênico que
abarca praticamente toda a terra, se inscreve também a máquina acadêmica, a
universidade, a UFRN. O mito do progresso, que já aponta no horizonte de nossas
sociedades há cerca de três mil anos, fornece a base a partir da qual a
consciência coletiva de nossa cultura pensará e almejará concreções de práticas
que se constituirão ou se efetivarão como um poder pastoral – no nosso caso específico, por exemplo, o Estado. O
aumento da demanda de candidatos a universitários propicia a reivindicação de
novas vagas nas universidades públicas. Daí porque a idéia de esclarecimento
como o anseio do homem dominar a natureza a partir de seu conhecimento
propiciado pela razão pode ajudar-nos a clarear nossas impressões quanto à
recente prática do desmatamento do bosque de eucaliptos no setor de aulas
teóricas II do campus da UFRN. Para a construção de um novo bloco de salas de
aulas, mais de duas dezenas de seres foram mortos, ou como podem dizer: “retirados”.
O presente trabalho visa retratar in-pressões de uma cosmologia de espaços
lisos, como luzes que fogem ao olhar mais condicionado, diria cronometrado,
regrado, concreto, ordenador, cyber-estriado.
Projeto 3: Vila de Ponta Negra Des(Re)velada
Autora: Eduarda
de Lima Andrade
10 fotografias em cores e preto e branco, de tamanho
30 x 20 cm
Numa perspectiva
antropológica que usa como instrumento de análise para sua reflexão a
fotografia (meio utilizado para regatar
a memória individual e coletiva), essa exposição tem
como objetivo mostrar como a Vila de Ponta Negra- Natal, espaço que antes da
urbanização era conhecido também como Vila dos Pescadores, vem sofrendo
transformações sócio-espaciais. No espaço em que antes apenas atividades
artesanais e pesqueiras eram desenvolvidas, hoje apresenta-se como palco de
relações características de um pólo turístico.
EXPOSIÇÃO: Mini Mostra de Arte de Otávio Rabêlo “Single #1”
Coordenação
e Curadoria:
|
Professor Wicliffe da Costa Andrade Departamento de História Obras do início da carreira do pintor ,escultor e
poeta Otávio Rabêlo. Local: espaço interno da BCZM Abertura: segunda-feira, 04 de julho. |
A exposição pretende mostrar alguns
trabalhos da Neovanguarda, cuja
rebeldia está em contestar, através da arte, os caminhos que a humanidade está
dando a si mesma. O artista ironiza a política, a guerra e o consumo
desenfreado. Luta em favor das questões sócio-ambientais e da não-violência.
Inspirado em consagrados artistas do Século XX, como o alemão Beuys, o suíço Jean
Tinguely, associado às técnicas da Pop Art Americana dos anos 1950 e
inconformado com as questões da atualidade, Otávio Rabêlo traduz o pensamento
do homem que é obrigado a viver num mundo informatizado e anseia por melhores
condições para a existência de sua própria espécie.
Exposição: “VENDENDO A FEIRA”
Coordenação:
Profª Zildalte Macêdo
Departamento de Arte
Local: Departamento de Arte
Data: 04 a 08 de julho de 2005
“VENDENDO A FEIRA” traz o registro fotográfico de uma
atividade bastante antiga, a feira livre. Esta que congrega e concentra a
cultura de um povo, expressando o seu modo de se relacionar com o mundo,
confere identidade a uma sociedade que hoje se entrega às malhas do fenômeno da
globalização, ao capitalismo e ao processo de multiculturalização, findando
pelo apagamento das tradições culturais identidárias de uma sociedade. Fruto de
um projeto desenvolvido pelos alunos da disciplina de Fotografia, do Curso de
Educação Artística, “Vendendo a Feira” nos leva a refletir sobre nossas raízes,
nossas tradições, nossa cultura, nossa identidade que sucumbe diante da
dominação do capitalismo, da troca indecente de nossa cultura pela cultura
imposta pela hegemonia de uma elite de dominação cultural. De certa forma
estamos vendendo, trocando, barganhando nossos valores culturais. “Vendendo a
Feira” representa através de imagens fotográficas, o registro do olhar dos
alunos e nos convida a refletir: estamos vendendo nosso patrimômio cultural?
Lambedor, carne-de-sol, rapadura, galo cantor, cheiro verde, graviola,rapa-côco,
peixe serra, bolo da moça, caju, lamparina, caranguejo, tapioca, boldo, panela
de barro, camarão, buchada, milho verde, arruda, macaxeira, jerimum, arupemba,
fumo de rolo, ... Chegue freguesa. Moça bonita não paga, mas também ...
Autores:
Adriene
do Socorro Chagas
Ângela
Elvira Barbosa da P Mendes
Carlos
Freire de Barros
Clarissa
Fernandes Monte Torres
Claudia
Leite Guedes
Cristiane
do Nascimento Lopes
Diana
de Souza Sisson
Diego
Franco Maciel de Medeiros
Elizama
Ada de Oliveira Andrade
Érica
Fabiana Costa da Silva
Flaviane
Augusta Bezerril
Gibson
Machado Alves
Gilbson
Tavares Cabral
Gustavo
Lourenço dos Santos Neto
Irmã
Conceição P da Câmara M de Castro
Ivone
Maria da Glória Alves Nogueira
José
Salviano Bezerril Nogueira
Karinna
Silva França
Keila
Fonseca e Silva
Lucicleide
Alexandrino da Silva
Luiz
de Siqueira Menezes Filho
Luziane
Kamila Costa Campos
Ricardo
Pinto Paiva
Silvia
Alves Pereira
Tânia
Maria Fernandes Silva
Ubirandilma
Maia de Medeiros
Zildalte
Macedo
CIRANDA POÉTICA
Coordenadora:
Maria do Socorro de Oliveira Evangelista
Data: segunda-feira, 04 de julho
Horário: 17h.
Local: Setor de Aulas, II
A interferência poética, objetiva divulgar a Poesia
no meio estudantil. Contamos com a participação da Academia Feminina de Letras,
a Associação das Escrituras e Poetas do Brasil, AJABE, Associação dos Poetas
Vivos e Afins – RN, Poetas do Departamento de Artes e do Departamento de Letras
da UFRN. Objetivos: divulgar a Arte Poética; integrar a Poesia a clientela; em
especial estudantil e público em geral.
Relação
dos Poetas participantes.
Ágda Maria Mousinho Zerôncio
Alzir Oliveira.
Américo Fernando Rosado Maia
Américo Pita
Ana Heloisa Rodrigues Maux
Ana Maria Cascudo
Cecília O. Câmara.
Cíntia Gushiken
Cleudia Bezerra Pacheco
Elli Eduardo de Lima.
Fênix Serália Galvão Nunes
Francisco Ivan
Gilberto Freire de Melo
Gildegerse Bezerra Avelino
Haydeé Nóbrega Simões
Henrique Eduardo de Oliveira
Hermenegilda Isabel de Moura
Hilda Melania soares costa
Ilza Matias
Ivanilda Pinheiro da Costa
Jania Maria Souza da silva
João Carlos da silva Lopes
Jonas Canindé Ribeiro da
Cunha
Jose Antonio Martins neto
Josenildo Brasil
Judith Pereira Medeiros
Cavalcante
Kalina Alessandra Rodrigues
Paiva
Leda Batista Gurgel de Melo
Leda Marinho Varela da Costa
Lúcia Helena Pereira
Marcio de Lima Dantas
Marcos Antonio Neves Costa
Sobrinho
Maria Aldenita de Sá Leitão
Fonseca de Souza
Maria Antonieta Bittencourt
Dutra de Souza
Maria Conceição Lira de
Paiva
Maria das Dores Lucina
Fernandes
Maria de Fátima Bezerra
Maria de Fátima Oliveira
Maria do Rosário Lima
Maria do Socorro de Oliveira
Evangelista
Maria Eugênia Montenegro
Maria Rosineide Otaviano da
Silva
Maria Teixeira Campus
Marluce Galvão Brandão
Nísia Pimentel Torres Galvão
Nivaldete Ferreira da Costa
Pedro Grilo Neto
Sheyla Maria Batista Ramalho
Vicente Vitoriano Marques
Carvalho
Vitória dos Santos Costa
Weid Sousa da Silva.
Welshe Elda Tonhozi de
Noronha
Xavier lima
Zélia Maria Freire
Zelma Bezerras Furtado de
Medeiros
Zenóbia Colares Moreira
Cunha
CONCURSO DE PAINÉIS TEMÁTICOS DE ARTES
Organizador:
Prof. Dr. Tassos Lycurgo, Departamento der Artes
Da Inscrição: até o dia 17 de junho, no Departamento
de Artes da UFRN.
Das Regras para o Painel: O número de autores pode
variar de um a três. O formato pode variar de 0,50m x 0,50m até 1m x 1,20m.
Pode ser confeccionado em qualquer material e através de qualquer técnica. Os
painéis devem necessariamente abordar um dos temas a seguir: Tema (1): Relações
entre Arte e Educação; Tema (2): Relações entre Arte, Expressão e Comunicação;
ou Tema (3): Estética. Da Afixação dos Painéis: Os painéis temáticos de artes
devem ser afixados pelo(s) autore(s) no prédio do DEART no dia 04.07.2005 das
14h00min às 15h30min. Do Julgamento: O julgamento será feito por uma Comissão
de Professores do DEART, que levará em conta os seguintes critérios: a)
originalidade da abordagem; b) capacidade de síntese da idéia; e c)
sofisticação plástica do painel.
Comissão Julgadora: Luciano Barbosa, Maria Helena Costa e Vicente
Vitoriano (Todos do DEART). Prêmios: R$100,00, R$75,00 e R$50,00 (em bônus para
serem usados na Loja da Impressão) para os três primeiros colocados,
respectivamente.
MOSTRA ARTÍSTICA
Coordenadora:
Maria do Socorro de Oliveira Evangelista
Data: 02 a 08 de Julho
Horário: 08h às 11h e das 14hàs 17h
Local: Departamento de Artes – UFRN
A Mostra de Arte Didática Expressiva visa levar ao
expectador linguagens técnicas expressivas na área das artes visuais, em sala
de aula para o Ensino de Arte. A mostra se realizará no espaço de Exposição
piso térreo e superior do Departamento de Artes incluindo técnicas mistas
expressivas para o emprego das artes plásticas, exercício pratico, além de
outras linguagens como mostra de máscaras e bonecos inseridos no contexto do
ensino de artes. Nossa proposta é integrar estas práticas e leituras teóricas,
ao Ensino Pesquisa Extensão. Objetiva despertar a criatividade do aluno, e
valorizar a arte, a cultura e as tradições folclóricas regional. A mostra
apresenta praticas realizadas em Projetos de Extensão, tais como: Moda e
Estilismo do DEARTE objetivando construir este teor artístico em processo
criativo para maior divulgação da Moda / Estilismo como profissão de integração
social. O Projeto de Extensão Dança de Salão do DEARTE apresentará aulas de
Dança nos dias 4° e 6° às 19:00 tendo como proposta divulgar á arte da Dança de
Salão como uma prática artística de expressão, importante para coordenação
motora e realização pessoal, na linguagem de expressão do corpo. OBS: A Mostra
Artística está composta das atividades relacionadas. 1. Mostra de técnicas
didáticas de iniciação as artes plásticas. 2. Mostra de mascaras que falam
culturas. 3. A moda do Universo Infantil. (Desfile). 4. Mostra: moda no século
XX.
Relação
dos Participantes da Mostra Artística:
Adriana
do Nascimento Barbosa
Alice
Correa Gomes
Alucilde
de Castro V. Neto
Amanda
Maria Carvalho da Cunha
Ana
Gabriela Gurgel Assunção
Ana
Katarina Florêncio Apolinário
Ana
Raquel Fernandes Lopes
Andréa
Gurgel de Freitas
Andréia
Carmen Cunha Oliveira
Camila
de Lima Carvalho
Carlos
Ribeiro Sales
Carmem
Dalyann Texeira Lima
Carolina
Chaves Gomes
Celina
Dias Andrade
Clara
Ovídio de Medeiros Rodrigues
Claudia
Regina Moura Freire
Cláudio
Rodrigo Lopez Figueira
Clelio
de Carvalho Lourenço
Cristiane
Rocha Botarelli
Cristina
Limeira
Danielle
Aline Rocha Dantas
Deborah
Freitas de Medeiros
Diego
Andrade da Silva Filgueira
Douglas
Almeida Bueno
Edifranklin
Marck de Mesquita
Edilva
Gomes Pedrosa Galvão
Edval
de Deus Barbosa
Elíria
Rocha de Morais
Elizabeth
da Silva Ferreira
Emanuella
Nobre V. Rodrigues
Euclides
Texeira Neto
Francielio
Jerônimo Feitosa Gomes
Francisca
Maré Lucena de Araújo
Francisco
Assis Gomes da Silva.
Geísa
Pereira Alves
Gislanne
do Nascimento Silva
Gleycilanne
do Nascimento Silva
Humberto
de Araújo Dantas.
Igor
Bertoldo Leca
Ilma
Gevira de Carvalho Soares
Inaldo
Nunes de Souza Junior
Isaac
Samir Cortez de Melo
Janeide
Dayane Cruz Araújo
Jéssica
Oliveira de Pádua
Jéssica
Valéria Alves Bezerra
Joana
Morais Sobrinho
João
Diniz Serrão
Jordana
Mamede Galvão Cunha
Juliana
da Silva Gonçalves
Kristiane
Lima de Morais
Laise
Helena Nóbrega Barreto
Lídia
Alves Silva
Lívia
de Santana Oliveira
Lucilene
Ferreira de Oliveira
Luzia
Sampaio Atayde
Manuela
Santos Dantas
Marcela
de Melo Germano da Silva
Marcos
Antonio Neves C. Sobrinho
Maria
da Glória de Lima Carvalho
Maria
de Fátima Medeiros de Lira
Maria
do Rosário Lima.
Maria
do Socorro de Oliveira Evangelista
Maria
Ferreira Lucas
Maria
Gorete Lira Damasceno
Maria
Suerda Dantas
Marina
Rocha Meire
Mario
César Gomes
Melina
Gabriella França de Araújo
Milene
Carla Rodrigues Silva
Milene
Cristine Amarsicano Zabala
Nadja
Patrícia Pereira de Paiva
Narjara
Medeiros Cavalvanti
Priscila
Rodrigues Bezerra
Raquel
Quinderé Carneiro
Renata
Sayão Lobato D. Moreira
Rosa
Marieta Paiva Pimenta de Melo
Rosangela
Moura da Silva
Rubens
Lucio da Silva Barbosa
Sanderson
Tinoco da Silva
Sandra
Patrícia Cipriano
Séphora
Medeiros Brilhante
Sérgio
Valério Mendonça da Silva
Sigrid
Hultin.
Tereza
Cristina Bezerra Pereira
Thiago
Souto Galvão
Tiago
Augusto de Castro F. Pereira
Uilo
Azevedo de Andrade
Valéria
Araújo Ferreira da Silva
Valéria
de Aquino Martins
Vivian
da Cunha Batista
Wendell
Licius Fonseca Queiroz
Wernher
Medeiros Soares de Sousa
Wicleffe
Costa
JORNAL
HUMANIDADES
JORNALEXPERIMENTAL DO CURSO DE COMUNICAÇÃO – HABILITAÇÂO JORNALISMO –
PUBLICADO DURANTE A SEMANA DE HUMANIDADES
COORDENADORA :
Profª Kênia Beatriz Ferreira Maia
FORMATO:1 Folha A3 dobrada
IMPRESSÂO : Fotocopiadora
TIRAGEM : 1.000 exemplares
TAMANHO : 4 (oito) páginas
PERIODICIDADE : Excepcional, restrito à Semana de Humanidades. Cinco
edições.
A Semana de Humanidades é
de grande importância para reafirmar o compromisso de extensão e de pesquisa do
CCHLA. O curso de Comunicação – habilitação em Jornalismo enseja participar da
divulgação das atividades do evento.
A produção de um jornal
que será distribuído durante a Semana de Humanidades também cumpre a função de
proporcionar aos estudantes de Comunicação – habilitação em Jornalismo –, em
especial dos matriculados na disciplina Jornalismo Científico, um treinamento
adequado para que possa colocar em execução os conhecimentos teóricos obtidos
nas disciplinas de caráter técnico-profissionalizante e de articular a teoria e
a prática.
OBJETIVOS E METAS
Produzir e editar cinco
números de um jornal experimental divulgando as atividades da Semana de
Humanidades.
Proporcionaraos
estudantes de Comunicação – habilitação em Jornalismo uma forma de simulação
das situações profissionalizantes, da rotina de trabalho de uma redação
jornalística.
Inserir os estudantes de
Comunicação – habilitação em Jornalismo no jornalismo científico
quarta-feira, 11 de maio
Divulgação
da lista de GTs, Minicursos e Oficinas na página eletrônica.
Início
do período de inscrição de painéis (resumo).
Início do
período de inscrição de alunos nos Minicursos e Oficinas.
Último
dia para apresentação de propostas de novos eventos para a XIII Semana de
Humanidades.
sexta-feira, 17 de junho
Último
dia para envio de resumos dos trabalhos a serem apresentados nos GTs.
Último
dia para apresentar solicitação para lançamento de livros e revistas.
Último
dia para os Coordenadores de GTs e ministrantes de Minicursos e Oficinas
apresentarem requisição de cópias xerográfica e transparências.
Encerramento
do período de inscrição de painéis (resumo).
sexta-feira, 24 de junho
Último
dia para os Coordenadores de GTs informarem a lista completa de trabalhos
selecionados para o GT.
Encerramento
do período de inscrição de alunos nos Minicursos e Oficinas.
segunda-feira, 04
de julho
Montagem
dos Painéis: 12h30 às 13h30, no Setor de Aulas II.
Exposição
de Painéis (com coquetel e apresentações artísticas):13h30 às 17h, no Setor de
Aulas II.
Cerimônia
de Abertura:
. Lançamento de livros e revistas: 17h30, no hall do
Auditório da Biblioteca Central Zila Mamede.
. Palestra de abertura 19h, na Biblioteca Central
Zila Mamede.
terça-feira, 05 de julho
Grupos
de trabalho (GTs): 14h às 18h, nos auditórios do CCHLA e salas do Setor de
Aulas II.
quarta-feira, 06 de
julho
Grupos
de trabalho (GTs): 14h às 18h, nos auditórios do CCHLA e salas do Setor de
Aulas II.
Mostra
de vídeos: 18h às 19h, no auditório do CONSEC, 2º andar do CCHLA.
quinta-feira, 07 de
julho
Minicursos
e Oficinas: 14h às 18h, nos auditórios do CCHLA e salas do Setor de Aulas II.
Mostra
de vídeos: 18h às 19h, no auditório do CONSEC, 2º andar do CCHLA.
sexta-feira, 08 de julho
Novos
eventos: 14h às 18h, nos auditórios do CCHLA e salas do Setor de Aulas II.
OS
PRAZOS ESTABELECIDOS NO CALENDÁRIO SERÃO SEGUIDOS RIGOROSAMENTE
Coordenação da XIII Semana de
Humanidades
Diretor do CCHLA: Márcio
Moraes Valença
Coordenadora Geral: Profa.
Dra. Ângela Maria Paiva Cruz
Coordenadora dos GTs:
Profa. Dra. Ângela Maria Paiva Cruz
Coordenadora dos Minicursos
e Oficinas: Dra. Marineide Furtado Campos
Coordenador dos Painéis:
Prof. Dr. Adriano Lopes Gomes
Coordenadora da Mostra de
Vídeos: Profa. Dra. Lisabete Coradini
Coordenador do IV Colóquio
Humanitas: Prof. Dr. Alípio Souza Filho
Coordenadora do Lançamento
de Livros e Revistas: Profa. Dra. Ângela Maria Paiva Cruz
Coordenadora da Programação
Cultural: Valdélia Maria Gurgel de Queiroz
Coordenadora de Revisão:
Profa. Sandra Cristina Bezerra de Barros
Secretaria: Sara Raquel
Fernandes Queiroz de Medeiros e Rosana Silva de França
Assessor de Comunicação: Jornalista
Flávio Rezende
Observações
Finais
. Todos os certificados de apresentadores de trabalho
nos GTs serão entregues pelos presidentes de mesa (Coordenadores de GTs) ao
final de cada dia de trabalho. Não serão concedidos certificados para
co-autores nem para orientadores de trabalhos de graduandos e pós-graduandos,
apresentados nos GTs.
. Todos os certificados de alunos de Minicursos e
Oficinas serão entregues pelos respectivos professores ao final do curso.
. Os certificados dos Coordenadores de GTs e
professores de Minicursos e Oficinas serão entregues junto às pastas.
. Cada participante de GT, MC, Oficina ou Painel
receberá apenas UM certificado em cada modalidade de atividade, correspondente
ao trabalho apresentado.
. Os certificados de participação nos GTs serão
entregues apenas para quem assinar a lista. Estes só serão distribuídos entre 8
e 31 de agosto de 2005, data em que a secretaria da XIII Semana de Humanidades
será encerrada.
. Se os ministrantes de Minicursos/Oficinas e
Coordenadores de GT necessitarem de cópias xerográficas, transparências,
TV/vídeo, deverão procurar a Coordenação da XIII Semana de Humanidades até o
dia 17 de junho.
Exposição de Painéis (com coquetel e apresentações artísticas):
segunda-feira, 04 de julho, de 13h30 às 17h, no Setor de Aulas II.
. Os expositores de
Painéis – professores, alunos e funcionários da UFRN – deverão fazer sua
inscrição na sala 119 do CCHLA ou pelo e-mail: humanidades@cchla.ufrn.br, até o
dia 17 de junho, sendo necessário apenas a apresentação do resumo em disquete e
em papel (máximo 300 palavras). Incluir também: nome(s) do(s) expositor(es) –
máximo de dois –; nome(s) do(s) autor(es); vínculo com a instituição (se aluno,
professor ou funcionário); Departamento; título do trabalho e e-mail.
. Os painéis everão
ser impressos no seguinte formato: aproximadamente 1,20 m de altura e
0,90m de largura. Eles serão afixados com linhas de nylon e ganchos, presos à
parede. A instalação será feita pelo próprio expositor, com auxílio da
Coordenação, entre 12h30 e 13h30, na segunda-feira, 04 de julho, no Setor de
Aulas II. Os painéis serão recolhidos pelos próprios expositores ao final da
apresentação (17h). A lista de presença será assinada no local acima
determinado, onde também serão entregues os certificados.
ATENÇÃO
No caso de co-autoria,
apenas autor(es) apresentador(es) – máximo de dois – receberá(ão)
certificado(s). Será aceita apenas uma inscrição de painel por expositor. Ao
final da exposição, será servido um coquetel.
Lista de Painéis
P-01: A Festa do Rosário:
memória, festa, identidade e religião
Autora/Expositora:
Adriene do Socorro Chagas
Vínculo institucional: discente UFRN
Departamento: Ciências Sociais/Antropologia
e-mail: adoraflink@gmail.com
A memória socialmente construída carrega uma história
vivida e muitas vezes encoberta pela história oficial. Este projeto de pesquisa
intenta conhecer, através de narrativas orais, a memória dos fiéis da Igreja de
Nossa Senhora do Rosário em Martins, Zona Oeste do Estado do RN, para entender
como essa igreja, reconhecidamente a mais antiga da cidade, não alçou a
categoria de padroeira do referido município.
P-02: Grupo de Estudos
Psicologia e Saúde (GEPS): Uma Contribuição para uma especialidade em
construção.
Autoras:
Aline Francisca de Oliveira (expositora)
Eulália Maria Chaves Maia (expositora)
Neuciane Gomes da Silva
Grupo de Estudos: Psicologia e Saúde.
Departamento de Psicologia.
O Grupo de Estudos Psicologia e Saúde (GEPS) é uma
Base de Pesquisa oficialmente reconhecida pela Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, tendo como filosofia o modelo de saúde em que a visão
biopsicossocial do indivíduo é salientada. Tem como meta prioritária o
compromisso com a Humanização da Saúde, a Ética e o Desenvolvimento Humano em
toda a sua dimensão. O GEPS encontra-se localizado no Laboratório de Psicologia
(LabPsi) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) na cidade de
Natal e está voltado para as atividades de ensino, pesquisa e extensão. A
referida Base mantém intercambio com outras instituições na área de saúde, tais
como a Asociación Latinoamericana de Psicologia de La Salud (ALAPSA), e o
Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia da Saúde (Nêmeton, São Paulo), além
de outras instituições de Saúde locais, como o Hospital Universitário Onofre
Lopes, o Hospital de Pediatria e A Maternidade Escola Januário Cicco em
Natal-RN, e o Hospital Universitário Ana Bezerra, na cidade de Santa Cruz-RN;
desenvolvendo projeto de pesquisas em conjunto, haja vista que as universidades
devem ter como parâmetro o cultivo da produção do conhecimento a partir de uma
fundamentação teórico-metodológica. Suas linhas de pesquisa incluem temáticas
como: sono e ansiedade, terceira idade, obesidade, Oncologia, morte, entre
outras que estejam associadas ao campo de atuação do profissional em Psicologia
da Saúde. Com essa proposta, o GEPS objetiva contribuir para o avanço
científico do campo de conhecimento psicológico, sobretudo no que diz respeito
à inclusão desse saber em instituições de saúde, notando o avanço que essa área
de atuação tem alcançando nos últimos anos.
P-03: A criança e sua
concepção acerca da morte: um estudo piloto
Autoras/expositoras:
Daniella Antunes Pousa Faria
Eulália Maria Chaves Maia
Grupo de Estudos: Psicologia e Saúde.
Programa de Pós-Graduação em Saúde
O processo de significação da morte nos seres humanos
sofreu inúmeras mudanças ao longo dos séculos. Embora na atualidade os adultos
ocidentais insistam em manter a crença de que a criança nada sabe sobre o assunto,
e que o contato desta com a morte poderia trazer danos ao desenvolvimento
infantil, autores que estudam este tema são enfáticos ao afirmar que a criança
desde uma idade bem precoce já tem conhecimento da morte, e que o esforço desta
para compreendê-la é extremamente importante para a formação de sua consciência
e afetividade. Tendo-se em vista estas questões a presente pesquisa teve como
objetivo avaliar a concepção de morte de 10 crianças com câncer. Para isto se
utilizou uma entrevista semi-dirigida, realizada de forma lúdica através de
brinquedos. A partir da presente pesquisa concluiu-se que o conceito de morte nas crianças avaliadas não acompanha o
desenvolvimento deste conceito apontado pelos autores, e que a presença da
patologia parece não ter maiores influências quantitativas para a aquisição
deste conceito, e de seus critérios do pensamento formal. Acredita-se ainda que
a aquisição do conceito de morte na infância está mais relacionado à
experiência de vida da criança do que a idade cronológica. Portanto, o que vem
de fato influenciar na construção do conceito de morte nestas crianças é a
vivência de cada sujeito e aquisição dos instrumentos culturais.
P-04: IDENTIDADE DE GÊNERO DAS MULHERES TRABALHADORAS RURAIS DA
AGROVILA PARAÍSO DO MUNICÍPIO DE SÃO MIGUEL DO GOSTOSO
Autora:
Frânslie Quinto Bezerra (expositora)
Aluna Especial do Programa de Pós-graduação em
Antropologia Social / Mestrado Departamento de Ciências Sociais/UFRN
E-mail: franslie@uol.com.br
Orientadora: Eliana Andrade da Silva – Professora
doutoranda do Departamento de Serviço Social do Centro de Ciências Sociais
Aplicadas da UFRN. E-mail: andradelili@yahoo.com.br
Na área rural muito se fala de Reforma Agrária,
desenvolvimento sustentável e agricultura familiar. As mulheres do campo
participam do processo de luta pela terra, trabalham na casa, na roça e
contribuem com boa parte da produção de alimentos no Brasil. Entretanto as
relações entre homens e mulheres se dão de forma desigual. O trabalho da mulher
não é valorizado nem reconhecido pela sociedade. Desta forma uma série de
medidas tem que ser realizada para o enfrentamento da desigualdade de gênero.
Uma delas é a organização das mulheres em grupos nos assentamentos. Foi o que
as mulheres da Agrovila Paraíso do município de São Miguel do Gostoso/RN
fizeram. O trabalho que ora exponho, impulsionado apartir de observações quanto
ao grupo, tem o objetivo de analisar a identidade de gênero e a organização das
mulheres de Paraíso. Para o embasamento teórico, foram utilizados material
bibliográfico, entrevistas, dados documentais e observações sobre o grupo e a
Agrovila. A presente análise aborda a desigualdade de gênero e as formas
particularizadas que a mesma tem sobre as mulheres trabalhadoras rurais. Seja
no acampamento ou no assentamento, na casa, na roça ou no sindicato os espaços
e as relações são desiguais entre homens e mulheres. A formação de um grupo de
mulheres para o enfrentamento dessas questões, vem mostrar o potencial das mulheres
trabalhadoras rurais na luta por seus direitos.
P-05: Luís da Câmara Cascudo
em “As batalhas contra o tempo”: a biografia histórica de um erudito brasileiro
(1898-1986).
Autores/expositores:
Francisco Firmino Sales Neto
João Carlos Vieira da Costa Cavalcanti da Rocha
E-mail: netoabc@bol.com.br
Alunos de graduação do Departamento de História -
UFRN.
Este projeto tem por objetivo compreender como se
formou a subjetividade do erudito potiguar Luís da Câmara Cascudo, de modo a
entender as regras de produção dos seus discursos acerca da cultura popular
nordestina. Como parte integrante deste projeto, o presente trabalho se propõe
a interrogar e problematizar a biografia deste homem que lutou toda a sua vida
contra a corrosão inexorável do tempo sobre as coisas e os seres, pois, ao
longo de toda sua produção intelectual, sempre quis “preservar” toda a riqueza
histórica e cultural do homem nordestino, diante da aceleração da história e,
conseqüentemente, da perda das tradições. Portanto, respaldados pelos novos
referenciais teóricos - metodológicos do gênero biográfico, realizamos um
diálogo com as várias versões que foram produzidas para a biografia de Luís da
Câmara Cascudo, seja por ele próprio, seja por aqueles que o tomaram como
objeto de memória para, assim, compreendermos a multiplicidade de sujeitos que
o compõe.
P-06: Economia Solidária e
Desenvolvimento Sustentável
Expositores:
Diego Mendes da Silva
Leonildo Noberto de Medeiros
Núcleo Local da Unitrabalho/UFRN
Departamento de Ciências Sociais/UFRN
E-mail: unitrabalho@cchla.ufrn.br
Autores:
Profa. Dra. Eleonora Bezerra de Melo Tinôco Beuagrand
Rizoneide Souza Amorim
Iane Rocha Przewodowska Ferreira
O Projeto Economia Solidária e Desenvolvimento
Sustentável desenvolvido pelo Núcleo Local da UNITRABALHO/UFRN atua, em ações
de promoção e apoio a empreendimentos solidários, tendo como público
prioritário trabalhadores adultos, excluídos do mercado formal de trabalho, desempregados,
subempregados, marginalizados e de baixa renda da Região Metropolitana de
Natal/RN, visando com isso criar condições concretas de superação do ciclo
vicioso da pobreza. OBJETIVOS: A Incubadora da UNITRABALHO/UFRN objetiva
valorizar a Economia Solidária como alternativa de inclusão econômica e de
acesso à cidadania. Incubação de Empreendimentos Econômicos Solidários, sob a
forma de pequenas unidades de produção, cooperativas, empresas de autogestão e
outras modalidades; Assegurar a adequada inserção em cadeias produtivas desses
empreendimentos econômicos solidários; Formação de quadros técnicos e agentes
de promoção da Economia Solidária, no interior das unidades de incubação, com
vistas a aprimorar sua atuação em organizações públicas e privadas, ou
diretamente juntos aos empreendimentos. Potenciar a geração de trabalho e renda
para as pessoas diretamente envolvidas; Desenvolver um padrão de qualidade para
viabilização sustentável dos empreendimentos solidários;METODOLOGIA:A
metodologia de trabalho da incubadora consiste em um processo que vai desde a
organização do grupo até a sua inserção no mercado. Orienta os grupos nas áreas
de planejamento, gestão, qualificação profissional e assessorias jurídica e
contábil. Fornece apoio e orientação ao grupo, através de reuniões e visitas ao
local de moradia e trabalho, levantando as capacidades e demandas, segundo uma
série de etapas, a fim de construir em conjunto um Plano de Negócios.
P-07: A IMPORTÂNCIA DA
FOTOGRAFIA COMO REGISTRO HISTÓRICO NA ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
AUTORA:
Sandra Maria Regis de Sousa Lins
Aluna do Curso de Pedagogia. CCSA/UFRN
Prefeitura Municipal da Cidade do Natal
Programa Geração Cidadã – Brasil Alfabetizado
E-mail Sandrarlins@ig.com.br
O trabalho de fotografia foi desenvolvido em salas de
aula de Alfabetização de Jovens e Adultos, do Programa Geração Cidadã da UFRN,
em parceria com a Prefeitura Municipal de Natal, na zona Norte desta cidade, no
período de agosto de 2004 a fevereiro de 2005. Enquanto bolsista, do Núcleo de
Pesquisa em EJA, atuando na função de articuladora pedagógica, coordenando
turmas do Programa, busquei levar para os educandos uma linguagem que
possibilitasse um novo olhar a respeito da fotografia, percebendo as distintas
épocas, semelhanças, diferenças, mudanças, sociedade, cultura, costumes,
valores, política, imbricadas nela, a qual despertou uma visão crítica. O
objetivo desse labor foi proporcionar aos educandos o reconhecimento da imagem
fotográfica como veículo de informação e comunicação, servindo como fonte de
registro histórico social de uma determinada época. A metodologia constou de
uma exposição fotográfica, discussão sobre a temática, pesquisa em revistas,
leitura de imagens, elaboração e apresentação de seminários explicativos sobre
os planos da fotografia e sua relevância para nossa história. O resultado
proporcionou aos alunos um novo olhar sobre a fotografia, reconhecendo-a como
uma linguagem comunicativa e informativa singular dos acontecimentos históricos
e sociais de uma determinada época.
P-08: CONDIÇÕES DE TRABALHO
E BURNOUT EM PROFESSORES DE PSICOLOGIA: um estudo de caso em uma Instituição de
Ensino Superior
Autora/expositora:
Silvânia da Cruz Barbosa
Mestre em Psicologia.
Esta pesquisa foi realizada em uma Instituição de
Ensino Superior e teve como objetivo central investigar a incidência da
síndrome de burnout em professores de
psicologia, relacionando-a com as condições de trabalho. O universo da pesquisa
era constituído por 40 professores; deste total, 26 participaram, compondo uma
amostra representativa de 65%, sendo 50% homens e 50% mulheres; 46,15% eram
casados e 38,46% estavam entre solteiros e separados; 61,54% possuíam o título
de mestre, 23,07% eram especialistas e 15,38% doutores. Para o desenvolvimento
do estudo, aplicaram-se os seguintes instrumentos de coleta dos dados: um
questionário padronizado, denominado MBI para avaliar o burnout; um questionário aberto e uma ficha sócio-demográfica. As
respostas ao questionário aberto foram categorizadas, mediante a aplicação da
técnica de análise de conteúdo (temática), recomendada por Bardin (1995). Os
resultados desse tratamento e as respostas ao MBI foram lançados na forma de
banco de dados do SPSS for Windows (Statistical Package for Social Science for
Windows) versão 1.0 e em seguida se procedeu com a aplicação das análises
estatísticas. Os principais resultados encontrados no estudo indicam que a
categoria pesquisada apresentou baixos escores nos fatores despersonalização
(0,51) e exaustão emocional (1,18) e elevado escore no fator realização
profissional (4,83), indicando a não incidência de burnout. Sobre as condições de trabalho, os dados revelaram que
100% da amostra considerou que trabalhava sob condições precárias (80,8%) e
péssimas (19,2%); com elevada carga de trabalho (57,7%), relacionamento frio e
distante com os colegas de trabalho (53,8%) e em clima de conflito (23,1%). Os
resultados conduzem a concluir que, apesar de claramente insatisfeitos com as
condições de trabalho, os professores de psicologia não apresentaram sintomas
de burnout, podendo esta situação
estar sendo sustentada no alto nível de realização pessoal e no valor que estes
profissionais atribuem ao trabalho que realizam.
P-09: A Fotografia como
estimulo da memória
Autora/Expositora:
Zildalte Macêdo
Professora do DEARTE
Departamento de Arte
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
E-mail: zildalte@bol.com.br
O uso da imagem fotográfica na pesquisa social ganha
cada vez mais espaço pela sua condição de documento visual e possibilidade de
análise. Registro do mundo visível, a fotografia traz em si não só a descrição
do explícito, mas também a história que antecedeu à sua gênese, desencadeando
lembranças contidas na memória daquele que a interpreta. A leitura da imagem
fotográfica deve ser pensada em todos os seus aspectos simbólicos, a partir dos
significados contidos na sua composição. A pesquisa teve como objetivo analisar
retratos de uma família tradicional do município de Jardim do Seridó, RN,
compreendendo o processo de formação dos retratos da memória. O trabalho foi
desenvolvido através do uso de retratos e narrativa oral do informante. Os retratos
foram organizados em mapas de análise e discutidos em três categorias: segunda
realidade, primeira realidade e análise da pesquisadora. Concluiu-se assim que
a fotografia é um recurso estimulador de lembranças que se retratam e se
reconfiguram através da leitura da imagem fotográfica, no caso em estudo, dos
retratos de família.
P-10: A MÍSTICA COMO
ELEMENTOS DIFERENDIADOR NA FORMAÇÃO DE MONITORES PROFESSORES EM ÁREAS DE
REFORMA AGRÁRIA DO MST.
Autora/Expositora:
Maria José Nascimento Soares
UFRN/UFS
A mística é um dos elementos que estamos estudando
como uma estratégia metodológica para fortalece o processo formativo no
Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), especialmente, quando
utilizada para chamar a atenção dos monitores professores acerca da
desigualdade social existente entre os homens, numa possibilidade de
compreender o contexto atual, do qual a injustiça social deve ser um eixo
motivador a fim de garantir uma formação diferenciada para formar o novo homem.
Pretendemos recuperas os estudos teóricos sobre a idéia de mística em BOFF
(1979); BOGO (2003, 2002); STÉDILE; FERNANDES (2000) e outros. A mística se faz
presente no processo educativo como forma de manter viva a luta e recuperar
pensamentos de pessoas que lideram e deram sua vida pela reforma agrária no
Brasil e no mundo. Assim sendo, se estabelece novas relações que se consolidam
no coletivo dos assentados, pois, a mística quando operacionalizada na
cotidianeidade do assentamento permite aos sujeitos envolvidos à conquista de
direitos sociais, mediante um processo educativo contínuo promovido nas áreas
de assentamento de Reforma Agrária. Destarte, a mística é impulsionadora da
conquista de direitos individuais e coletivos que foram usurpados ao longo
desse processo histórico, numa perspectiva de refletir sobre o sentimento
demonstrado por aqueles que lutam e continuam lutando em prol da desigualdade
social.
P-11: A RODA DOS EXPOSTOS NA
HISTÓRIA DO BRASIL
Autor/expositor:
Thiago do Nascimento Torres de Paula
Michele Silva Santos
Graduandos em História / UFRN
Este trabalho é parte de uma pesquisa sobre crianças
abandonadas na Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação, na capitania do Rio
Grande do Norte, na segunda metade do século XVIII. Especificamente temos como
intenção, apresenta uma discussão que serve de referencial teórico para as
nossas investigações no âmbito local, tendo como base Maria Luiza Marcílio,
Renato Pinto Venâncio e Miriam Lifchitz Moreira Leite. Partindo do principio
que a cidade do Natal nunca teve uma Misericórdia e nem muito menos uma Roda de
expostos, é queremos apresentar uma síntese de caráter panorâmico sobre uma das
mais antigas instituições da nossa história. A Roda como organização de amparo
às crianças expostas resistiu ao três regimes, surgida no período colonial, se
difundiu durante o Império e entrando em crise durante a Republica, só
desaparecendo necessariamente em meados do século XX. Sendo assim queremos
demonstrar, um pouco da história do assistencialismo a infância desvalida no
ultimo pais do mundo a abolir o sistema de Rodas.
P-12: A SOCIOLOGIA NA
FORMAÇÃO DO TÉCNICO AGRÍCOLA
Autora/expositor:
Joanice e Silva Miranda
Orientador: Prof. Dr. João Maria Valença de Andrade
Programa de Pós-graduação em Educação
Núcleo de Estudos e Pesquisas em Ensino e Formação
Docente
Este estudo tem como objetivo analisar a importância
e a influência da disciplina Sociologia na formação e no exercício da profissão
de Técnico Agrícola. Busca explicitar conexões entre os conteúdos trabalhados
naquela disciplina, sua prática pedagógica e o exercício das atividades desta
profissão. Para tanto, optaremos por uma linha teórico-metodológica que permita
uma análise da atuação do Técnico Agrícola, dos conhecimentos (conteúdos ou
temas) adquiridos no Ensino Técnico pela disciplina Sociologia, da forma como
as aulas eram dadas e sobre a importância da disciplina em si no Curso Técnico.
O trabalho será desenvolvido com os ex-alunos da Escola Agrícola de Jundiaí
(EAJ) – localizada no município de Macaíba/RN – que estudaram Sociologia nos
períodos intermitentes em que esta disciplina esteve presente no currículo do
Ensino Técnico Agrícola, tomando-se como referência os ex-alunos que ainda
exercem a profissão nesta área. Os procedimentos metodológicos privilegiados
são a pesquisa documental nos arquivos da escola e a entrevista aos ex-alunos
do Ensino Técnico na EAJ.
P-13: AS CONTRADIÇÕES
SOCIOESPACIAIS EM GUAMARÉ-RN
Autor/expositor:
Josué Alencar Bezerra
Mestrando do Programa de Pós-Graduação e Pesquisa em
Geografia da UFRN
Ademir Araújo da Costa
Orientador e professor do Departamento de Geografia
da UFRN
Na tentativa de compreender as desigualdades
socioespaciais presentes na maioria dos centros urbanos brasileiros, tem-se
procurado uma maior ponderação na relação Estado/Sociedade, na qual as
políticas públicas vêm como resposta institucional às demandas sociais e às
pressões políticas. Quando nos deparamos com a realidade brasileira, observamos
na maioria das vezes, o esquecimento do poder público diante de questões de
ordem social. Tal postura tem gerado graves problemas a alguns elementos de
sustentação de uma população, como a saúde e a educação. Nesse sentido, tomamos
como referência o estado do Rio Grande do Norte, mais precisamente, a porção
central do litoral setentrional, por apresentar um quadro socioeconômico
preocupante em seu território. Alguns municípios desta região são
historicamente conhecidos por gerar bastante recursos para o estado,
entretanto, o município de Guamaré não expressa em seu território os recursos
provenientes das receitas municipais auferidas. Em Guamaré percebemos a
ausência de equipamentos e serviços fundamentais para a melhoria da qualidade
de vida de sua população. Embora saibamos que esta situação apresenta-se
comumente em várias cidades deste porte no Brasil, no caso de Guamaré, a
situação deve ser analisada de forma diferente. Assentado no perímetro da Bacia
Petrolífera Potiguar, segunda maior produtora do país, Guamaré está voltado
para a atividade que abriga o Pólo Industrial, sendo assim, um dos maiores
recebedores de royalties da Petrobras
no estado. A idéia de que o município tomaria o rumo do “desenvolvimento” com a
chegada da Petrobras desapareceu, visto a frente à realidade local frente à
arrecadação do município que ultrapassa a quantia de um milhão de reais/mês. A
aplicação dos recursos oriundos destas potencialidades, com o auxílio de
políticas públicas eficientes podem favorecer o despertar para o
desenvolvimento em Guamaré. Para isso, resta saber por que o município não
apresenta um diferencial em termos de qualidade de vida.
P-14: BASE DE PESQUISA:
Cultura, Política e Educação
Autores/Expositores:
Geovânia da Silva Toscano
E-mail: geovania_toscano@ig.com.br
Itamar de Morais Nobre
E-mail: nobre@ufrnet.br
Alunos do Programa de Pós-Graduação em Ciências
Sociais – UFRN
A Base de Pesquisa: “Cultura, Política e Educação”
coordenada pelos Professores Dr. José Willington Germano e Dra. Vânia de
Vasconcelos Gico, é vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais,
do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte originou-se em torno de um grupo de professores que se
constituiu para realizar um Levantamento e Catalogação de Fontes da Historia da
Educação do Rio Grande do Norte. A partir dos trabalhos realizados por esse
grupo, em 1993, se constituiu a Base de Pesquisa: “Educação e Sociedade”,
aprovada pelo Comitê Conjunto CNPq/UFRN e passou a fazer parte dos Diretórios
dos Grupos de Pesquisa do Brasil. Optou-se pela temática Educação e Sociedade
pelo reconhecimento da importância das questões relativas à Educação para o
estudo e a compreensão da realidade social em varias direções. Em 1998,
iniciou-se a reorganização do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, da
UFRN, e a Base de Pesquisa reestruturou-se, nesse momento, para ampliar seu
alcance, passando, no amo 2000, a identificar-se como Base de Pesquisa:
Cultura, Política e Educação. Atualmente, comporta as Linhas de Pesquisa:
Organização Social e relações de Trabalho; Política, Cultura e Comunicação;
Políticas Sociais e Educacionais; Sociedade, Dinâmicas Culturais, e Memória e,
o Grupo de Estudos Boa-Ventura.
P-15: CIÊNCIA JURÍDICA,
COMPLEXIDADE E DIGNIDADE HUMANA
Autora/Expositora:
Lenices Moreira Raymundo
Doutoranda do programa de pós-graduação em Ciências
Sociais e pesquisadora do grupo de estudos da complexidade –GRECOM
Maria Conceição Xavier de Almeida
Docente do programa de pós-graduação em Ciências
Sociais, coordenadora do grupo de estudos da complexidade - GRECOM
Trata-se de pesquisa que está sendo desenvolvida a
partir do método transdisciplinar e dialógico da complexidade com o intuito de
contribuir para a construção de caminhos que viabilizem a realização da
dignidade humana, através da compreensão da ciência jurídica no contexto da
sociologia, da ética, da filosofia e do próprio direito positivo, voltando-se
para a concepção do pluralismo jurídico em relação dialógica e de
complementaridade com o monismo jurídico. Para alcançar tal intento, perfazemos
um diálogo entre a teoria pura do direito, de Hanz Kelsen, a teoria
tridimensional do direito, de Miguel Reale e a proposição do pluralismo
jurídico em face à crise paradigmática sustendada por Boaventura de Souza
Santos, incluindo uma abordagem jurisprudencial mediante análise de acórdãos do
Supremo Tribunal Federal sobre a aplicação do princípio da dignidade humana.
Propõe-se uma reflexão sobre a possível introdução da epistemologia da
complexidade como novo paradigma para a compreensão e aplicação do direito,
enquanto ciência social e cultura humanística, buscando transpor os limites do
monismo jurídico, o qual fundamenta a concepção positivista do direito, ainda
dominante na prática jurídica atual. A epistemologia da complexidade, ora
propugnada, encontra respaldo nos estudos realizados por Morin, o qual considera
que o conhecimento epistemológico complexo deve ao mesmo tempo detectar a ordem
(leis e determinação) e a desordem, e reconhecer as interações entre ordem e
desordem, em relação de complementaridade, na busca da religação entre ciência
e consciência complexa e da construção da sociologia do conhecimento
científico, capaz de auto-interrogar-se e auto-refletir-se, já que
"ciência sem consciência é apenas a ruína do homem". (MORIN, 2003, p.
11) Consideramos que o sistema organizacional do pensamento complexo em muito
pode contribuir para construção de uma ciência jurídica aberta, pluralista,
capaz de transpor a concepção positivista do direito, que o impede de melhor
exercer sua função social.
P-16: “ERA UM SONHO DESDE
CRIANÇA”: O SIGNIFICADO DA DOCÊNCIA ENTRE PROFESSORES DOS MUNICÍPIOS DE
UMBUZEIRO E REMÍGIO.
Autor/Expositor:
Jameson Ramos. Campos
Especialista em Educação. Professor do Dpto. De
Filosofia e Ciências Sociais da UEPB.
Esta pesquisa foi desenvolvida entre os professores
da rede pública dos municípios paraibanos de Umbuzeiro e Remígio, cursistas do
Programa de Pedagogia em Serviço oferecido pela Universidade Estadual da
Paraíba, e teve como objetivo investigar, por um lado, as motivações que
conduziram estes profissionais a ingressar na carreira do magistério e nela
permanecer até hoje e, por outro, a compreensão que estes docentes têm de sua
profissão. Acreditamos que os motivos para a escolha da profissão e a visão
peculiar que eles têm da mesma entram aqui como determinantes fundamentais,
embora não únicos, a orientar a sua prática docente. A pesquisa foi realizada
com 35 professores cursistas do município de Remígio e 38 do município de
Umbuzeiro e, para tanto, foram aplicados questionários abertos e uma ficha
sócio-demográfica como instrumentos de coletas de dados. Os primeiros
resultados encontrados indicam que a escolha da profissão docente está
associada a dois tipos distintos de motivações: ora associada à vocação, ao gosto
de trabalhar com criança e a uma espécie de sonho acalentado desde a infância –
visão que eu chamo aqui de romântica – ora à falta de opção de trabalho ou como
obra do acaso. (Vieira, 2002). Os dados ainda apontam para o fato de que, mesmo
assumindo a profissão docente por um acaso ou por necessidade, parte destes
profissionais acabaram por se “afeiçoar à profissão”, às crianças para as quais
lecionam e terminaram por gostar da profissão, passando a exercê-la com “amor”.
As motivações para ingresso na profissão e a maneira como eles concebem a
docência, indicam que os requisitos fundamentais para o exercício do magistério
são o amor e a dedicação às crianças, o carinho, o zelo e o cuidado quase
materno.
P-17: Estudantes do Ciclo
Básico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte: uma avaliação de seus
hábitos e de sua qualidade de sono.
Expositores:
Ádala Nayana de Sousa
Liliane Pereira Braga.
Departamento de Psicologia / CCHLA / UFRN.
E-mail: camomilapsi@hotmail.com
Autores:
Ádala Nayana de Sousa (Graduanda), Liliane Pereira Braga (Graduanda), Caroline
Araújo Lemos (Graduanda), Camomila Lira Ferreira (Graduanda), Katie Moraes de
Almondes (Pós-Graduanda), Neuciane Gomes da Silva (Professora), Eulália Maria
Chaves Maia (Professora).
A qualidade de sono envolve critérios como início de
sono precoce, menos interrupções e menos despertares durante o sono, cuja
avaliação ruim pode trazer problemas como diminuição de concentração e atenção,
prejuízos no desempenho, fadiga e irritabilidade. Podem contribuir para esses
problemas hábitos de sono considerados ruins, como fumar, ingerir substâncias
psicoestimulantes, barulho e muita iluminação onde se dorme. Objetivou-se
identificar e avaliar os hábitos e a qualidade de sono de 95 estudantes da
UFRN, que cursavam o primeiro período de 15 cursos: Pedagogia, Ciências
Econômicas, Direito, Administração, Turismo, Ciências Biológicas, Farmácia,
Medicina, Odontologia, Enfermagem e Obstetrícia, Engenharia Química, Engenharia
Civil, Engenharia Elétrica, Engenharia da Computação, e Arquitetura e
Urbanismo. Utilizou-se: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, Índice de
Qualidade de Sono de Pittsburg, e Questionário de Hábitos de Sono. Resultados
evidenciam o escore médio de 5,64±2,53, que indica uma qualidade de sono ruim para os
estudantes, já que tal média encontra-se acima de 5,0. A partir da análise dos
hábitos de sono, percebeu-se que 51,7% deles não têm barulho no quarto, 76,8%
afirmam não haver nada no quarto que incomode e 100% mantém no quarto aparelho
de televisão, som, computador e material de leitura. Na amostra, mais de 80%
bebem refrigerante e ingerem chocolate freqüentemente. Quanto ao sono, 64,2%
asseguram que, às vezes, tem dificuldade iniciar o sono, e 80% dizem que, às
vezes, apresentam sonolência diurna. Assim, infere-se que a falta de um horário
regular de dormir e acordar, que se soma aos hábitos de sono ruins, associa-se
à qualidade de sono ruim e conseqüente irregularidade do padrão do ciclo
sono-vigília presente nesses estudantes. Com isso, faz-se necessário promover
melhoras em alguns hábitos de sono, a fim de evitar os malefícios para a saúde
já relatados.
P-18: FEIRA LIVRE DE
CAICÓ/RN: MUDANÇAS E PERSISTÊNCIAS
Expositor
e Autor:
Marcos Antônio Alves de Araújo
Titulação: Graduando em Geografia na
UFRN/CERES/CAMPUS DE CAICÓ. E-mail: marcoserido@yahoo.com.br
Co-autor
(a):
Ione Rodrigues Diniz Morais
Titulação: Professora Doutora do Departamento de
História e Geografia, da UFRN/CERES/CAMPUS DE CAICÓ
E-mail: ionerdm@yahoo.com.br
As feiras livres municipais, incrustadas, mormente,
nos espaços centrais dos aglomerados urbanos, se constituem como uma prática
econômica e cultural, historicamente tecida na maioria das cidades nordestinas,
onde compradores e vendedores, oriundos de áreas distantes e da própria
localidade, se reúnem semanalmente, para estabelecerem as atividades de compra,
venda e permuta dos diversos produtos. Nesse sentido, ancorado nas discussões,
problematizações e inspirações teóricas de Paul Claval, Milton Santos e Eduardo
Pazera, objetivamos perscrutar e analisar as transformações na dinâmica
sócio-espacial da Feira Livre da Cidade de Caicó/RN, entendendo sua
historicidade e sua hodierna organização espacial, bem como, as práticas
sócio-culturais que ora, ressignificam-se, ora resistem aos processos ditos
“modernos”. Para desenvolvermos esse estudo, realizamos entrevistas com vários
agentes sociais, sobretudo, caicoenses que vivenciaram, conviveram,
freqüentaram e freqüentam as feiras livres de Caicó. Devido à pesquisa está em
fase embrionária, os resultados e considerações são apenas parciais, flexíveis
a alterações. Assim, por meio de algumas observações feitas in loco, podemos constatar que a Feira
Livre de Caicó, realizada durante os sábados, está organizada e enxertada,
atualmente, em dois espaços distintos da área central do tecido urbano.
Ademais, evidenciamos que a Feira Livre dessa urbe, mesmo mudando de espaço,
ainda se constitui como o lugar do encontro, dos costumes, das tradições, das
conversas, das sociabilidades e das múltiplas territorialidades contracenadas
pelos atores sociais de Caicó e de outras cidades circunvizinhas.
P-19: FLOGS: CULTURA E
ESPAÇO NA INTERNET
Autor/Expositor:
Bruno de Oliveira Lima
Aluno do Departamento de Antropologia
Os flogs viraram mania no mundo da Internet. Os
brasileiros foram os que mais adentraram nesse novo tipo de site e hoje já
contabilizam cerca de 50% de toda a população "flogueira" do mundo. É
comum as muitas tribos virtuais postarem nos fotologs, são várias imagens que
retratam as suas identidades culturais particulares. O painel que pretendo
apresentar é uma tentativa de mostrar as fotos postadas pelos jovens nos flogs,
para que se possa fazer uma analise apurada deste "fato social", já
que, os flogs são maneiras de fazer, agir e pensar de uma coletividade,
apresentam uma complexa rede de relações sociais e são sobre tudo espaços de
sociabilidade no campo do privado de do público, construídos pelos homens da
chamada pós-modernidade. Nesse contexto, abordarei as questões referentes ao
Ciberespaço e a Cibercultura através do painel.
P-20: GRUPO DE ESTUDOS
BOA-VENTURA
Autores/Expositores:
Alcides Leão Santos Júnior
Lenina Lopes Soares Silva
Alunos do Programa de Pós-Graduação em Ciências
Sociais – UFRN alcidesleao@hotmail.com
O Grupo de Estudos Boa-Ventura, coordenado pelos
Professores: Dr. José Willington Germano e Dra. Vânia de Vasconcelos Gico, é
vinculado à Base de Pesquisa: Cultura, Política e Educação, do Programa de
Pós-Graduação em Ciências Sociais, do Centro de Ciências Humanas, Letras e
Artes, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, surgiu da convergência e
do desejo dos participantes em aprofundar estudos sobre globalização,
multiculturalismo, educação, política memória, imagem e sociedade. Como a obra
de Boaventura de Sousa Santos engloba todos esses conceitos, decidiu-se por
estudá-la de forma sistemática, empreendendo-se esforços para manter um dialogo
aberto e flexível com suas idéias. Objetiva-se discutir essas idéias visando
compreender seu itinerário teórico-metodológico, mediante a interpretação do
seu pensamento, para assim, promover reflexões acerca dos conceitos que venham
a ser apropriados pelo Grupo. A metodologia adotada possibilita a troca de
saberes subjacentes às idéias em estudo. O Grupo reúne-se mensalmente, para
discussão das leituras e planejamento de atividades com a perspectiva de
atingir as metas, entre elas: publicação da produção do Grupo e a promoção de
seminários e mesas redondas sobre as temáticas estudadas.
P-21: Horários Acadêmicos de
Estudantes do Ciclo Básico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte:
Fortes Sincronizadores Ambientais?
Expositores:
Caroline Araújo Lemos
Camomila Lira Ferreira
Departamento de Psicologia / CCHLA / UFRN.
E-mail: camomilapsi@hotmail.com
Autores:
Ádala Nayana de Sousa (Graduanda), Liliane Pereira Braga (Graduanda), Caroline
Araújo Lemos (Graduanda), Camomila Lira Ferreira (Graduanda), Katie Moraes de
Almondes (Pós-Graduanda), Neuciane Gomes da Silva (Professora), Eulália Maria
Chaves Maia (Professora).
O ciclo sono-vigília é sincronizado por fatores
internos e externos. Os sincronizadores ambientais desempenham um papel crucial
nesse ciclo no homem, na medida que os horários e demandas sociais, determinam
os horários de sono, interferindo nesse padrão. Tais interferências podem acarretar
prejuízos à saúde, como a privação de sono, que ocasionando diversos efeitos
maléficos, como irritabilidade, diminuição da vigilância, atenção e
concentração. Assim, objetivou-se avaliar o ciclo sono-vigília de estudantes do
1º ano das áreas Biomédica, Humanística e Tecnológica da UFRN. O trabalho foi
realizado com 106 estudantes voluntários, utilizando-se de Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido, Ficha de Identificação, Diário de Sono,
Questionários de Hábitos de Sono, de Identificação de Cronotipo e de Qualidade
de Sono. Os 28 estudantes de Biomédica possuem médias de início de sono de
23:30±00:50 e duração de 07:24±01:04. Essas médias passam a ser 23:43±01:04 e 07:35±01:14, respectivamente, nos 44 estudantes de
Humanística. Já os 34 estudantes de Tecnológica possuem médias de início de
sono de 23:35±01:01 e duração de 07:19±00:43. Observou-se que esses estudantes apresentaram
índices de qualidade de sono de 5.4, 6.3 e 5,0, respectivamente, ou seja,
índices considerados ruins, já que estão maiores ou igual ao 5,0. Isso pode
estar relacionado ao padrão irregular de sono presente em todas as áreas.
Observou-se que a amostra de todas as áreas apresentou qualidade de sono ruim,
o que pode estar relacionado a um padrão irregular de sono. Dessa forma, infere-se
que os horários e as demandas acadêmicas funcionam como fortes sincronizadores
durante a semana, pois os menores desvios padrões apontam uma maior
homogeneidade nos horários, algo que não acontece durante o fim de semana, no
qual os horários associam-se ao lazer. Cabe, portanto, uma maior atenção sobre
os fatores que influenciam o sono irregular e a qualidade de sono ruim
apresentados pelos estudantes.
P-22: MODA E CORPO
Autora/Expositora:
GeísaPereira Alves (mestranda)
Instituição: Programa de Pós-Graduação em
Antropologia Social/DAN/CCHLA/UFRN
Associadogeralmente ao conceito de vestir, o de moda vem do latim “modus” que significa modo, maneira. Surgiu na europa ocidental
quando as roupas em função do contexto histórico sugeriam a diferença dos
sexos. A moda como conceito começou a
partir do nascimento e do desenvolvimento do mundo ocidental. Só a partir do
final da idade média e do início do renascimento foi possível fazer um
reconhecimento apurado da ordem própria da moda
como sistema, com suas transformações incessantes, suas diferenças e suas
extravagâncias. Neste aspecto sob uma análise ampla, podemos afirmar que a
imposição coletiva da moda permite
uma certa relação de autonomia individual se tratando da aparência, dessa forma
engendra-se uma certa relação inédita entre a célula individual e regra social,
que se interligam e promovem o próprio dinamismo da moda. O movimento hedonista iniciando na américa do norte e na
europa e 1960 e 1970 com a liberação sexual, a liberdade individual é
largamente divulgada e hoje podemos notar uma nova produção corporal e novas
formas de construção corporal presentes nas práticas e representações das
camadas médias urbanas, que vêm tomando status de moda. Procurando refletir sobre este tema, priorizamos neste momento
o estudo do auto controle da aparência física, cabendo ainda investigar os
processos que levam os indivíduos a incorporarem as normas desta nova estética.
Teremos como suporte teórico para este estudo as reflexões de Marcel Mauss
(1950) sobre as técnicas do corpo, neste contexto ele afirma: “ (...) esses
hábitos ou técnicas do corpo não variam apenas de acordo com cada indivíduo e
suas imitações, mas também de acordo com as sociedades, as educações, as
convenções, as modas e os prestígios” (p. 67). Analisando este tema figura
também o trabalho organizado pela antropóloga Mirian Goldenberg (2002) ao
analisar o corpo e moda no Rio de Janeiro.
P-23: Nas cercanias do Mundo
Novo: apontamentos acerca da prática sócio-espacial promovida pelos
agricultores.
Autoras:
Jossylúcio Jardell de Araújo (expositora)
Discente do Curso de Geografia, da UFRN, CERES
Evaneide Maria de Melo
Ione Rodrigues Diniz Morais
Discentes do Curso de Geografia, da UFRN, CERES
Neste projeto pretende-se compreender a dinâmica
sócio-espacial promovidas pelos agricultores assentados na Fazenda Mundo Novo,
que é gerenciado pela Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte –
EMPARN. Para palmilhar tal perspectiva de leitura, foi indispensável à
aplicação de questionários pré-elaborados direcionados aos agricultores e a
empresa responsável – EMPARN. De igual importância foi o nosso suporte
teórico-metodológico, centrado nas leituras de Stuart Hall, Roberto Lobato Corrêa,
Rogério Haensbaert e Olavo de Medeiros Filho. Com a ida ao campo, um mundo se
descortina, seja ele representado nas vivências, no ato de plantar, colher ou
mesmo nas relações estabelecidas com a terra, que passam por (re) elaborações
que ganham contornos particulares, expressos pelo movimento migratório , ou na
relação com a estrutura física montada – sem o uso de cercas. Acreditamos que
nosso trabalho não encerra a discussão, mas que ela abre horizontes para novos
olhares e reflexões.
P-24: O “ideal de amor
romântico” e suas demandas: possibilidade de sofrimento?
Autora/Expositora:
Vergas Vitória Andrade da Silva (expositora)
Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências
Sociais – UFRN
Orientadora: Norma Missae Takeuti
A idéia romântica de amar tem sido parte essencial da
cultura ocidental. A experiência amorosa apresenta valor central na vida dos
indivíduos. Tornou-se o centro de muitas expectativas, isso porque, dentre
outras coisas, o amor é apresentado como umas das poucas coisas que podem nos
fazer feliz. Ele foi colocado numa aura perfeita e eterna. Contudo, o amor
romântico exige uma série de cumprimentos de papéis e demandas que seriam
difíceis de serem efetivados em sua prática pelos amantes. A busca de
realização deste ideal afetivo-sexual pressupõe regras de condutas
contraditórias e difíceis de seguir. Nessa dinâmica, a perspectiva da
não-realização do “sonho romântico” acarretaria a alguns sofrimentos. Neste
sentido, o presente trabalho visa focar as principais representações e expressões
do sofrimento amoroso que decorriam das contradições geradas pelas demandas
exigidas pelo ideal de amor romântico, através da trajetória de vida amorosa de
homens e mulheres que vivenciam relacionamentos íntimos amorosos.
P-25: "O ATENDIMENTO
AOS ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS NAS INSTITUIÇÕES PRIVADAS DE
CAICÓ: ASPECTOS DE UMA REALIDADE".
Autora/expositora:
Hennybeth Soares da Silva
Graduanda em pedagogia.UFRN/ CERES/ DESE - RN
e mail: hennybeth@yahoo.com.br
Nazineide Brito
Co-autora Professora Ms.UFRN/ CERES/ DESE -RN
e-mail: nazi@seol.com.br
O conceito sobre a educação oferecida aos alunos com
necessidades especiais modificou-se ao longo do tempo. A educação que antes
acontecia em instituições segregadas passou com o tempo a ser oferecida em
instituições do sistema regular, estando esta concepção inserida na nova LDB
(9.394/96). Porém, apesar dos avanços, a realidade ainda é distante de um
atendimento de qualidade. Problemas como a falta de estrutura física adequada e
a ausência de formação específica dos professores em relação à educação
especial, são ainda gritantes em nosso país. Este trabalho visa apresentar a
realidade dos aspectos físicos e pedagógicos oferecidos pelas escolas da
educação infantil da rede privada aos alunos especiais. Para a efetivação desse
trabalho, foram realizados estudos bibliográficos, e em seguida, deu-se início
as entrevistas com os professores e gestores das escolas. Para a coleta de
dados foram utilizados questionários, entrevistas e observações, depois, sendo
todos analisados. A partir da análise, afirmamos que estão matriculadas na
educação infantil, cerca de 1.391 crianças, sendo 26 especiais. Na maior parte
das escolas a estrutura física é precária, precisando de reformas, já o
acompanhamento pedagógico específico é oferecido na maior parte fora da
instituição, através da APAE. Percebemos, portanto, que essas escolas, mesmo
com alguns aspectos melhores do que as escolas públicas, não deixam de
apresentar necessidades de modificações tanto na parte física como na
pedagógica; a falta de orientação, capacitação e formação específicas dos
demais profissionais da área, continuam sendo falhas que precisam ser
melhoradas. Já o aspecto físico, carece de modificações na construção de rampas
arquitetônicas, banheiros, carteiras e materiais específicos que garantam a
permanência desses alunos nessas instituições. Neste sentido a inclusão de
crianças de 0 a 6 anos de idade nessas escolas, ainda caminha a passos lentos,
precisando de melhorias para a sua efetivação.
P-26: “O Médico Diante do
Paciente Suicida”
Expositores:
Beatriz Furtado Lima
E-mail: beatrizflima@terra.com.br
Juliana Gouveia Costa
Estudante de Psicologia/UFRN
E-mail: E-mail: juligouveia@gmail.com
Autores:
Beatriz Furtado Lima, David Emmanuel M. Ferreira,
Juliana Gouveia, Luciana Fernandes Matias, Maíra Trajano Costa, Mariliz Viegas
Nôga, Renata Oliveira, Vera Saraiva
Orientador: Elza Dutra
O suicídio é um assunto complexo, multifatorial,
carregado de preconceitos e causador de grande impacto psico-social. Lidar com
o suicídio pode gerar sentimentos de frustração e impotência nos médicos, pois
podem se sentir fracassados na sua atuação profissional. Este trabalho teve
como objetivo investigar como os médicos lidam com pacientes suicidas, tendo em
vista que se tratam de profissionais que lutam para salvar vidas. A pesquisa
foi realizada em janeiro de 2004 com médicos de três hospitais de Natal,
totalizando 54 questionários com 25 questões abertas e fechadas. As perguntas
focalizaram aspectos da profissão, sentimentos em relação à morte e aos
pacientes suicidas e outras questões sobre suicídio (encaminhamento, causas,
sinais, prevenção). Na análise dos dados, criamos categorias para representar e
correlacionar as respostas das questões abertas. Percebemos que a maioria dos
médicos se sente reflexiva diante de pacientes suicidas. Encontramos uma
contradição e certa resistência ao dizerem que lidar com a morte influencia de
alguma forma sua vida, levando-os a valorizá-la mais, e ao relataram que lidar
com pacientes que tentaram se matar não causa nenhuma influência em suas vidas.
Questionados sobre o que acham que leva alguém a cometer suicídio, responderam
que as principais causas são distúrbios psiquiátricos, problemas familiares,
problemas amorosos ou dificuldades interpessoais. Citaram comportamentos
agressivos, depressão e tristeza como os mais freqüentes sinais que poderiam
indicar um possível ato suicida. Os médicos supõem ser possível a prevenção do
suicídio, mostrando-se condizentes com a concepção de suicídio como uma doença,
o que os levam a encaminhar tais pacientes a psiquiatras. Concluímos que a
morte e o suicídio são temas difíceis e delicados, em especial para os médicos,
os quais lutam pela vida constantemente, sendo assim seria interessante para
eles um suporte psicológico para melhor lidarem com essas questões e com seu
trabalho.
P-27: OS LAÇOS QUE
ENTRELAÇAM A MEMÓRIA E A EDUCAÇÃO
Autoras/Expositoras:
Alenuska Karine de Medeiros Ferreira
Discente do Curso de Pedagogia, da UFRN, CERES
Rousejacley Pereira de Araújo Silva
Discente do Curso de História, da UFRN, CERES
O projeto de pesquisa "A História da Educação
pela via da Memória e da Literatura", vem desenvolvendo no decorrer de
seus estudos um trabalho de organização e sistematização das fontes para o
estudo da História da Educação. Objetiva também possibilitar a realização de
palestras e reflexões, de modo à aproximar a pesquisa aos alunos e
pesquisadores de outros cursos/áreas. Para realizá-la utilizamo-nos da
metodologia da história oral como recurso para o recolhimento de narrativas
através de gravação de entrevistas, como registros de informações de populares.
Também nos valemos de obras literárias e versos de cordel como fontes de
estudo. Operacionalmente, demos início à criação de um banco de dados, que foi
precedido de uma campanha de arrecadação de livros e cartilhas antigas que
foram catalogados e arquivados. Podemos concluir que os dados coletados são de
grande relevância para a formação do corpo da pesquisa, o que confirma o
constructo de um conhecimento sustentado em variadas fontes que se entrecruzam
nas fronteiras entre história, memória e literatura. Dispomos de um acervo
considerável de entrevistas com professores e pessoas da comunidade que, na
ocasião, narraram sobre seu tempo de escola realçando detalhes da cultura,
usos, costumes e hábitos que compunham a rotina de práticas desenvolvidas no
cotidiano escolar.
P-28: POLIFONIAS DO EDUCAR:
VOZES QUE RESSOAM DO SILÊNCIO
Marinalva Pereira de Araújo
Graduanda do Curso de Pedagogia da UFRN/CERES/DESE/CAICÓ-RN
Antônio Lisboa L. de Souza
Prof. Dr. da UFRN/CERES/DESE/CAICÓ-RN (Orientador)
Quando os sonhos parecem perdidos, a maré traz
perspectivas de articulação nos fazeres que valorizam a aprendizagem escolar,
sob conversas que dão lugar às vozes caladas num silêncio de uniformidades. Os
diálogos dos educadores vêm constituir o curso de pedagogia realizado através
do Programa de formação em nível superior dos professores da Educação Básica
(PROBÁSICA). No compromisso de desvendarmos os efeitos desta formação,
detemo-nos na turma de 1998, perscrutamos os discursos colhidos em
questionários, sentamos em conversas informais e finalmente analisamos as
opiniões, ancorados nos teóricos: Edgar Morin, Paulo Freire e Perrenoud.
Relações travadas inferem a polifonia dialógica que faz bater e culminar em
conflitos, por excelência condutores da construção mediante interesses
coletivos dos profissionais. O diálogo como instante de reflexão sobre
competências, ocasião onde se traçam marcas que aventam mudança nos modos de
fazer, na relação com todos os membros da comunidade escolar. Emergem dos
escombros ânsias de maior participação e de continuidade da formação. A
formação em pedagogia-PROBÁSICA transcende ao mero diploma e constrói ímpetos
de reflexão do educador sobre suas ações, deixando florescer um mar de
possibilidades na produção do conhecimento pedagógico, onde o ensino passa a
ser cerne de inquietações, onde o professor abre-se à invenção e à construção
nos diálogos, rumores de inovação nas ações educativas.
P-29: POLÍTICAS PÚBLICAS,
ESPAÇO E EMPREGO EM ÁREAS PERIFÉRICAS: O “Programa de Desenvolvimento do
Turismo no Rio Grande do Norte” em questão
Autor/Expositor:
Jean Henrique Costa
E-mail:jeanhenriquecosta@bol.com.br
Aluno do departamento de Ciências Sociais/UFRN
O turismo enquanto atividade sócio-espacial
compreende em sua dinâmica direta e indireta o fato de necessitar de intensa
mão-de-obra para as diferentes ocupações existentes em sua cadeia produtiva.
Isto posto, tem-se que o entusiasmo acrítico com que o turismo é tratado se
tornou nestes últimos anos impressionante. Com a famosa metáfora “indústria sem
chaminés” a atividade tem se propagado como nunca, isto com a ajuda de
mecanismos governamentais, empresariais e os incessantes esforços da mídia na
divulgação turística. Em decorrência disso, cresce também o número de políticas
públicas e empreendimentos voltados à atividade. Encontra-se atualmente um
discurso apologético acerca do turismo enquanto gerador de empregos e
desenvolvimento local. Em razão disso, estas políticas públicas são
justificadas pela importância que a atividade possui pelos seus pontos
positivos. No entanto, não se questiona a qualidade dos empregos gerados pela
atividade turística, que se caracterizam por serem mais precários do que os
demais empregos existentes no setor de serviços, devido fundamentalmente ao seu
caráter sazonal. No RN, em particular o recorte espacial dado pelos municípios
do PRODETUR/RN I, observa-se uma assimetria quanto as interações espaciais
entre as cidades que compõem tal programa. Em Natal, município que caracteriza
tal assimetria, observa-se a maior parte dos empregos formais, investimentos
privados e públicos. Natal neste contexto “discrepante” funciona como o produto
principal e espacialmente como o centro das questões sobre turismo no Estado.
Dado este fato, os cinco demais municípios que compõem o programa se constituem
enquanto sub-produtos da cidade capital, onde a precarização das relações de
trabalho se acentua ainda mais nestes municípios “secundários”. Decorrente
deste fato, tenta-se saber, em que medida políticas públicas de turismo
(PRODETUR/RN I) têm sido eficazes para a geração de empregos nos municípios
constituintes do programa, quais as características destes empregos e como os
mesmos se distribuem espacialmente nestes municípios?
P-30: Recursos estratégicos
da linguagem em propagandas de cerveja
Autora/Expositora:
Elis Betânia Guedes da Costa
Kaline Juliana de Souza Feitosa
UFRN-CERES
O presente trabalho é o resultado de um projeto de
pesquisa interdisciplinar, realizado no campus de Currais Novos, envolvendo
alunos de Letras e Administração. Para realização de tal estudo seguimos uma
abordagem qualitativa, objetivando descrever e analisar a linguagem e os
mecanismos lingüísticos utilizados como forma de persuasão em propagandas de
cerveja entre os anos de 1994 e 2004. Dessa forma, partimos da hipótese que a linguagem
utilizada em tais textos recorreria a determinados mecanismo como: figuras de
linguagem, ambigüidade e repetição, entre outros objetivando a indução sobre o
consumidor. O “corpus” constitur-se-a de vinte propagandas coletadas
aleatoriamente em revistas informativas. Foi constatados que nos textos em
questão a formação discursiva é por excelência persuasiva, já que se fixa num
jogo parafrástico , onde o conjunto de efeitos retóricos envolve o
interlocutor, criando efeitos que sejam capazes de atrair sua atenção.
P-31: RIACHO DOS NEGROS: AS
BATALHAS COTIDIANAS EM TRAMAS HISTÓRICAS E TEIAS DE MEMÓRIA
Autora/Expositora:
Joelma Tito da Silva
Bolsista Propesq
Orientador: Prof. Joel Carlos de Souza Andrade
Este trabalho de pesquisa problematiza o cotidiano da
comunidade dos Negros do Riacho, grupo remanescente da experiência negra
escrava formado há mais de um século na zona rural da cidade de Currais
Novos/RN. No trabalho efetivo com as fontes, colhidas durante a pesquisa de
campo participante, bem como na análise das inspirações teóricas traçamos o
perfil da comunidade a partir das suas artes de fazer diárias que incidem sobre
formas astuciosas e táticas de sobrevivência. Mergulhados em espaços de
marginalidade e de escassez material, os negros do Riacho constituem homens
comuns, ordinários, estigmatizados, transformados em museu da escravidão e da
miséria, são sujeitos que criam formas de prosseguir, de caminhar, de morar, de
casar, de crer, de festejar etc. Teórico/metodologicamente esta pesquisa
inspira-se nas discussões acerca do cotidiano problematizadas por Michel de
Certeau. A partir de Clifford Geertz desenvolvemos uma descrição densa do
grupo, percebendo aquele espaço enquanto lugar investido de historicidade, de
símbolos, de subjetividades. Problematiza-se assim a cultura enquanto texto
marcado por articulações humanas, o Riacho enquanto um espaço inscrito por
gestos, fazeres e dizeres cotidianos, historicamente tramados, mnemonicamente
tecidos.
P-32: Ritmos, tons, gostos e
sons do Patrimônio Imaterial em Carnaúba dos Dantas
Autor/Expositor:
Helder Alexandre Medeiros de Macedo
E-mail: heldermacedo@katatudo.com.br
Programa de Pós-Graduação em História - CCHLA - UFRN
Grupo de Estudos em Patrimônio e Arqueologia do
Seridó - GEPS
Apresenta os resultados parciais do Projeto Carnaúba dos Dantas: Inventário do
Patrimônio Imaterial de uma Cidade do Sertão do Rio Grande do Norte - PRONAC
043906, vinculado ao Ministério da Cultura e financiado pela PETROBRAS. Esse
projeto objetiva desenvolver um levantamento acerca do patrimônio imaterial do
município de Carnaúba dos Dantas, localizado na microrregião do Seridó, Sertão
do Rio Grande do Norte, que resultará na montagem e publicação de um
inventário, além de sua divulgação nos estabelecimentos de ensino estaduais e
municipais de educação. Decorrentes desta finalidade principal realizamos
pesquisa sobre o folclore (rituais e festas, religiosidade e saber popular),
manifestações culturais (literatura, música, artes plásticas, artes cênicas),
práticas culturais coletivas e seus espaços (mercados, feiras, santuários e
praças); o preenchimento de fichas de registro baseadas na metodologia do
Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC) do IPHAN e composição do respectivo
inventário com as principais manifestações da cultura imaterial local; e
brevemente realizaremos a publicação dos resultados da pesquisa e sua difusão
nas instituições de ensino locais através de workshops destinados aos docentes
e mini-cursos e oficinas destinados aos discentes. As ações que propomos
encontram validade na medida em que contribuirão para o conhecimento, a
preservação e a difusão dos saberes e
dos fazeres de Carnaúba dos Dantas,
que se constituem enquanto patrimônio imaterial do Rio Grande do Norte e,
porque não dizer, do país. Trata-se de discussão recente na legislação
brasileira (o Decreto 3551 que institucionaliza o Programa Nacional do
Patrimônio Imaterial data de 2001), porém, que evidencia o quanto é perigoso
esquecermos de, pelo menos, registrar e difundir uma forma de patrimônio
cultural que está viva no imaginário e na própria dinâmica da sociedade
brasileira, a da imaterialidade, composta dos saberes e dos fazeres, das formas
de expressão, dos lugares de sociabilidade e das festas e celebrações.
P-33: UM SITE PARA A PLANETARIZAÇÃO
Autor/Expositor:
Néri Andréia Olabarriaga Carvalho
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
E_mail: nériolabarriaga@yahoo.com.br
Orientadora: Maria das Graças Pinto Colelho
A idéia do trabalho surgiu a partir do Documento
Jacques Dellors, que evidencia a utilização de metodologias inovadoras no
sistema acadêmico em face influência das Novas Tecnologias na Educação. É um
instrumento digital com arquitetura em rede, que visa não só as possibilidades
técnicas de fusão entre capacidade de armazenagem de informação com modos de
acesso e escala de abrangência, mas sim, a necessidade que vem sendo sentida da
utilização do mesmo, não em seu simples contexto de utilização pedagógica ou de
legitimação do consumo, mas pelas possibilidades de reflexão que fornecem
quando bem empregadas, sobre as informações disponibilizadas em um ambiente
cultural e educativo suscetível de diversificar as fontes de conhecimento e do
saber (Delors, 2003) e contribuir no processo educativo numa perspectiva inclusiva
à formação do indivíduo. Esta ferramenta consiste no desenvolvimento e
implantação de uma ferramenta digital (site) sobre conteúdos de caráter
Ambiental, que será elaborado e alimentado a partir das produções
acadêmico-científicas disponíveis, onde projetos, pesquisas, experiências
desenvolvidas e em andamento, bem como outras informações pertinentes ao tema
serão evidenciadas. Como aporte
teórico-metodológico, utilizamos a revisão bibliográfica, análise de conteúdo
documental, pesquisa de campo e entrevistas semi-estruturadas. O objetivo é de
possibilitar a democratização de informações de qualidade, como um serviço
institucional de fonte para a comunidade Universitária,
que tenha por propósito desenvolver pesquisas; assim como apoiar o pesquisador
e fomentar as atividades relacionadas ao compartilhamento da informação
científica através da Internet. Com este instrumento, buscamos também cooperar no exercício
e formação da cidadania e na preservação do Meio Ambiente, não só do Estado,
mas propor troca de idéias e experiências de trabalhos e atitudes no âmbito
Internacional, desempenhando um papel articulador em relação aos demais
programas, Órgãos, Entidades e segmentos que atuam nesta área.
P-34: Visões imaginárias de Caicó/RN: aproximações
entre lembranças e esquecimentos.
Autoras/Expositoras
Evaneide Maria de Mélo (Graduanda em Geografia, no Centro de Ensino Superior do Seridó,
Campus de Caicó/RN, bolsista de Iniciação Científica PPPg/, da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte )- evamelo81@yahoo.com.br
Doutora Eugênia Maria Dantas (Professora do Departamento do História e Geografia da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, do Centro de Ensino Superior do
Seridó, Campus de Caicó/RN)
A Geografia Cultural trata a paisagem como um
“texto”, onde se pode efetuar múltiplas leituras dos processos naturais,
sociais e culturais. Nesta perspectiva, objetivamos ler as paisagens urbanas da
cidade de Caicó/RN, durante o período que se estabelece de 20 a 50, do século
XX, tendo como suporte de leitura as fotografias em preto e branco, de José
Ezelino da Costa e nos jornais que circularam na cidade na mesma temporalidade.
A compreensão da paisagem requer a aproximação das fontes, das imagens, das
visões de mundo, dos discursos, que compõem uma infinidade de cartografias da
ação humana em um dado espaço-temporal. Neste sentido, nos lançamos a busca de
pistas nos primeiros jornais que circularam na cidade de Caicó/RN, às fontes
jornalísticas, ao acervo fotográfico de José Ezelino da Costa e a leitura de
autores como Michel Foucault, Boris Kossoy e Edgar Morin. A partir dos primeiros
contatos com as fontes iconográficas promovidas pelo projeto de pesquisa
“Fotografia e Complexidade: itinerários norte-rio-grandenses”, aparece às
informações iniciais referentes à paisagem citadina, sendo possível
compreendermos que a cidade de Caicó/RN, no período que se estende de 1920 a
1950, possuía uma fisionomia que beirava o silêncio, a calmaria e o recato no
espaço urbano. Consideramos também a Avenida Seridó era o palco de moradia da
“melhores” famílias da cidade, bem como, o lugar da troca comercial. Confiamos
que a leitura da paisagem é possível pela aproximação, pela ligação, pela
trama, pela ampliação, pela redução, pelo diálogo entre as fontes documentais,
numa escala que se projeta de maneira interconectada se estabelecendo dentro e
para além do foco visual.
P-35: A Importância da
Atuação do serviço Social junto aos Grupos de Apoio do CECAN - Centro Avançado
de Oncologia.
Autoras:
Anna Paula Alcântara da Silva
Vivianne Wênia Ferreira Damasceno
FACEX – Faculdade de Ciências, Cultura e Extensão do
RN
Serviço Social
Este Trabalho demonstra uma ampla reflexão e
conhecimento do atendimento oncológico da Liga Norte Riograndense Contra o
Câncer, com ênfase na Unidade II, O Centro Avançado de Oncologia (CECAN). Neste
discurso mostram-se os Grupos de Apoio que existem na referesrida instituição,
como também a importância dos mesmos para os pacientes, sendo estes Grupos um
complemento para o tratamento, uma forma de se obter maiores conhecimentos
sobre a enfermidade, formas de enfrentamento, direitos que lhe são assistidos,
entre outros. A coleta de dados foi realizada na referida instituição, a partir
de três encontros com entrevistas semi-estruturadas aos próprios pacientes que se
encontravam na sala de espera da Radioterapia. A partir dos resultados, obtemos
que 50% dos pacientes que fazem tratamento no CECAN não têm conhecimento algum
sobre os Grupos de Apoio e de Acolhimento que compõe essa unidade, 20% disseram
que já ouviram falar, mas não freqüentavam por falta de interesse, 25% julgavam
importante e tinham comparecido a pelo menos 1 (uma) reunião e 5% não
freqüentavam por dificuldade de deslocamento. Destaca-se ainda a atuação do
profissional de Serviço Social nesta área, sendo este capacitado a trabalhar
nas relações humanas, contribuindo com a inserção social do paciente com
câncer, garantindo sua cidadania através de informações sobre os direitos
cabíveis a essas pessoas.
P-36: A Complexidade humana
nos espaços das bandas de música do Seridó norteriograndense
Ronaldo Ferreira de Lima
Professor da Escola de Música (UFRN)
Mestrando do Programa de pós-graduação em Ciências
Sociais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Pesquisador do Grupo de
estudos da Complexidade-GRECOM/UFRN.
O painel é fruto de pesquisa de mestrado ainda em
desenvolvimento no Programa de Pós-Graduação em
Ciências Sociais, sob a orientação da Profa. Dra. Maria da Conceição de Almeida.
Apresenta em imagens e títulos a inserção de crianças e jovens em duas
bandas de música localizadas no Seridó norteriograndense: a banda Hermann
Gmainer do Projeto Aldeias SOS de Caicó e a Filarmônica 24 de outubro de
Cruzeta. A história da formação do músico instrumentista do sertão
norteriograndense está relacionada com a própria história das bandas de música.
Elas têm se constituído ao longo dos tempos em espaço de preservação cultural e
de integração do indivíduo ao seu espaço social, de modo que, esse espaço, está
construído com base na sensibilidade potencial, emergida e compartilhada no
campo de uma experimentação coletiva. A idéia central e conceitual que une o
trabalho dessas duas comunidades é a aposta na formação do indivíduo não apenas
como músico-instrumentista, mas como homem complexo, polifônico, engajado em
sociedade.
P-37: ARTE DO ARTESANATO NA
CONSTRUÇÃO DOS SABERES E FAZERES DO EDUCADOR E EDUCANDO.
Autores:
Eline Lúcio da Silva
Tadeuza T. B. Saraiva
Programa geração cidadã – reduzindo o analfabetismo
Programa Brasil alfabetizado
O presente trabalho objetivou possibilitar a
construção do conhecimento a partir do processo de produção artesanal a fim de
socializar e contribuir para o desenvolvimento cognitivo e afetivo dos
alfabetizadores e alfabetizandos. Através de ateliês procuramos viabilizar a
interação com materiais e procedimentos específicos em artes plásticas. A
formação da autoconfiança, o reconhecimento, reelaboração e transformação no
sentido de ampliar as competências do alfabetizador e alfabetizando.
Metodologia: Exposição oral, acerca da relevância do artesanato na educação de
jovens e adultos; observação e análise das formas do materiais; utilização dos
elementos da linguagem artística, tais como: linha, forma, volume, cor e tamanho,
entre outros elementos; pesquisa e utilização de materiais a partir de
releituras e aplicabilidade das técnicas orientadas pelos ministrandos;
socialização; interação. Perante as diversa situações de aprendizagem abordando
a arte na educação, ressaltamos que o resultado do trabalho possibilitou a
construção dos saberes em que os partícipes puderam resignificar algumas
concepções limitadas acerca da arte bem como a superação de inibições, o
reconhecimento de sua potencialidade e aplicando suas competências mediante as
interações, tornando-se, assim, sujeitos conscientes e protagonistas de sua
cultura.
P-38: Manifestações
discursivas da estrutura argumental
Autoras/Expositoras:
Luciana Araújo de Medeiros
Bolsista de Iniciação Científica – CNPq/PIBIC
Departamento de Letras/CCHLA/UFRN
Nedja Lima de Lucena
Bolsista de Iniciação Científica – CNPq/PIBIC
Orientadora: Profa Dra Maria
Angélica Furtado da Cunha
Este trabalho, orientado pelo quadro teórico da
Lingüística Funcional, visa estabelecer relações entre a transitividade verbal
descrita pela gramática tradicional e a proposta desenvolvida por
funcionalistas. Para isto, foram analisados dados do Português do Brasil
registrados no Corpus Discurso & Gramática: A língua falada e escrita na
cidade do Natal (Furtado da Cunha, 1998), produzidos por estudantes da 8a série do ensino fundamental II e por
estudantes do 3º grau. Foram coletadas 6595 orações, entre dados de fala
e de escrita, em diversos tipos textuais, tais como: narrativa de experiência
pessoal, narrativa recontada, descrição de local, relato de procedimento e
relato de opinião. Através da codificação de 12 tipos de estrutura argumental,
observamos que a classificação de um verbo muda de acordo com a oração em que
ele se encontra. Para a gramática tradicional, a transitividade é uma
propriedade inerente ao verbo, isto é, aquele que é classificado como
transitivo direto não assumirá o papel de transitivo indireto ou intransitivo,
e vice–versa. Todavia, os dados reais mostram que a distinção entre os tipos
verbais classificados não é categórica. A codificação
preliminar dos dados mostrou que há uma maior ocorrência de verbos transitivos
diretos (principalmente com objeto direto explícito), tanto na expressão oral
como na escrita dos informantes. Os verbos que apresentam menor ocorrência são
os verbos transitivos indiretos (especialmente os que não apresentam objeto
explícito). Outra observação importante é que os verbos de movimento com objeto
direto se apresentam em número maior do que os que apresentam sintagma
preposicionado, contrariamente à expectativa inicial.
P-39: Painel R.E.C (Rádio
Experimental de Comunicação)
Autora/Expositora:
Cleidiane Vila Nova Santos
Aluna do curso de Rádio e TV da UFRN
E-mail: cleidivilanova@yahoo.com.br
A R.E.C é uma das atividades do Projeto “Toque de
Rádio”, vinculado a Base de Pesquisa “Comunicação, Cultura e Mídia” do Curso de
Comunicação Social, orientada pelo professor Adriano Lopes Gomes. Esse Projeto
de Extensão tem por objetivo fomentar e divulgar o veículo de comunicação
Rádio, possibilitando atividades práticas e de pesquisa. A R.E.C, já na sua
terceira edição, tem por objetivo também, dinamizar as atividades acadêmicas em
cujo contexto os alunos tenham a oportunidade de ampliar a criação de produtos
que possam ser veiculados no rádio, tais como jingles, textos, programação
jornalística e musical, reportagens, produção de pauta e etc.
P-40: A ARTE RUPESTRE COMO
EXPRESSÃO COMUNICATIVA DA CULTURA NA COMUNIDADE DE CARNAÚBA DOS DANTAS/RN
Autora/Expositora:
Gerlúzia de Oliveira Azevedo Alves
Pesquisadora do GRECOM/UFRN; Especialista no Ens. de
Arte; Mestranda em Ciências Sociais/UFRN.
As populações humanas que constituíram suas
singularidades culturais antes do período da escrita alfabética fizeram das
imagens seu código de comunicação predominante. Num artifício de duplicar os
utensílios, os animais e o próprio indivíduo, essas populações acabaram por nos
legar uma forma de comunicação cujos contextos e detalhes foram e continuam
sendo um enigma necessitando de apreensão. Sabemos que os sítios arqueológicos,
encontrados no Rio Grande do Norte, trazem sinais cada vez mais remotos,
comprovando a passagem do homem pelo território do nosso Estado, a exemplo da
região do Seridó, onde encontramos vestígios entre 6 a 12 mil anos. Esses
vestígios, narram a evolução de uma cultura. Um campo particularmente promissor
para estudarmos as estruturas semiológicas, porque elas refletem evidentemente,
o presente dos seus autores e os grafismos de uma expressão voluntária e
consciente de comunicação das populações primeiras.
Nessa perspectiva, o homem relaciona-se com objetos e fenômenos que fazem parte
do seu entorno e, para compreender e apreender o mundo real ou imaginário,
utiliza-se de recursos como a linguagem, o gesto e a representação gráfica
dessa linguagem e desse gesto. Partindo destes argumentos, buscamos a
construção, a partir da leitura das imagens, de campos de compreensão do
cotidiano e da história de grupos culturais que nos antecederam. Como num jogo
de quebra-cabeça, a diversidade das imagens rupestres compõe um mosaico que
perfaz uma totalidade aberta, mas possível de ser retotalizada pelos conjuntos
iconográficos. Ao tomar o bricoleur –
que constrói o seu projeto a partir de materiais que encontram a sua disposição
– como parâmetro, a pesquisa parte das imagens deixadas nas rochas, para
articular indícios do que pode ter sido a configuração da cultura e a
cosmovisão dos habitantes, temporários,
da área conhecida hoje como Complexo xique-xique que se localiza próximo a
cidade de Carnaúba dos Dantas/RN. O discernimento de aspectos da arte rupestre,
entendendo-a como forma de comunicação que expressa o cotidiano de nossos
antepassados, costumes, crenças e valores simbólicos da cultura, é uma forma de
elucidar e interpretar, também, nossa própria história.
P-41: A MORTE E O MORRER NO SERIDÓ SÉCULOS XVIII E XIX
Autora/Expositora:
Alcineia Rodrigues dos Santos
Mestranda em Ciências Sociais – UFRN/CCHLA
Orientador: Prof. Dr. Alípio de Souza Filho
Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes/UFRN.
As pesquisas sobre a morte, desde muito tempo, vêm
conquistando grande proporção na historiografia européia, especialmente pela
França, berço dos estudos sobre as representações humanas em torno do finitude
da vida. Com o advento da terceira geração dos Annales, autores como Michel
Vovelle, Pierre Chaunu e Philippe Áries tornaram-se propulsores dessa revolução
historiográfica, permitindo que temáticas pouco problematizadas adquirisse um
espaço significativo, é o caso da morte e das representações em torno do ato de
bem morrer, estudos que ganharam
maior visibilidade a partir de 1975 com a publicação da obra Essais sur L’historie de la mort en Ocident do
historiador Philippe Áries. Em se tratando de Brasil, o contato com o livro A morte é uma festa de João José Reis
foi fundamental para discutirmos a questão da preocupação com a boa morte, rituais analisados pelo autor
partindo do exemplo da Bahia, com o exemplo da destruição do Cemiterada Campo
Santo construído para abrigar os mortos . Seguindo esse exemplo, nossa pesquisa
busca compreender as atitudes perante a morte no Seridó dos Séculos XVIII e XIX
a partir dos registros de óbitos e testamentos da Freguesia de Sant’Ana,
focalizando o lugar da morte neste espaço, bem como, as preocupações e os ajustes de contas deste para com o outro
mundo.
P-42: Painel Toque de Rádio
Autora/Expositora:
Rita de Cássia Machado Amaral
Aluna do curso de Rádio e TV da UFRN
E-mail: ritaradialismo@yahoo.com.br
Toque de Rádio é um projeto vinculado à base de
pesquisa Comunicação, Cultura e Mídia e se apresenta como uma proposta de
atividade acadêmica do curso de Comunicação Social - habilitações em Jornalismo
e Radialismo da UFRN - , cuja intenção é de dinamizar uma das áreas
reconhecidamente pouco explorada no tocante à pesquisa de natureza
experimental: o rádio. Resulta, pois, da necessidade de se promover o Rádio
como um veículo relevante ao exercício dos futuros profissionais da área. Este
projeto tem por objetivo implantar um grupo de estudos e práticas experimentais
em Rádio; criar uma rádio de caráter experimental (R.E.C) em que os
participantes do grupo possam exercitar técnicas pertinentes à locução e
linguagem do Radialismo e dinamizar as atividades acadêmicas em cujo contexto
os alunos tenham a oportunidade de ampliar a criação de produtos que possam ser
veiculados no Rádio, tais como Jingles, textos, programação jornalística e
musical, reportagens, produção de pautas, etc.
P-43:
Ciência-Espiritualidade: conversas com pacientes terminais.
Expositora/Autora:
Maria Tereza Penha de Araújo Silva
Auna do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais
Orientador: Prof. Dr. Orivaldo Pimentel Lopes Júnior
Departamento de Ciências Sociais
E-mail: tecapenha@bol.com.br
Analisa-se de que maneira o diálogo entre a ciência e
a espiritualidade pode contribuir no tratamento de pacientes terminais, tendo
como sujeitos pacientes em estado terminal, internados, do Hospital Professor
Luiz Soares, na cidade de Natal, Rio Grande do Norte, Brasil, utilizando-se o
depoimento como material empírico. Partindo-se de reflexões acerca do discurso
desses sujeitos, busca-se compreender, através de seus depoimentos, como o
espírito humano age diante da proximidade da morte; ou seja, compreender os
seus momentos de conflito. Como fundamentação teórica, para reflexão e
discussão dos casos, pretende-se utilizar a teoria da complexidade, além de
conceitos sobre espiritualidade, relacionando-os às questões de vida e morte
dos pacientes terminais em âmbito hospitalar e a condução da ciência no sentido
explicativo dessa problemática. A metodologia adotará a análise qualitativa e a
coleta de dados será realizada por meio de entrevistas semi-abertas.
P-44: De Ponta Negra a Black
Point
Autoras/Expositoras:
Eduarda Cristina de Lima Andrade (bolsista PIBIC),
Suzana Cardoso Silva (bolsista PPG/UFRN).
Base de pesquisa NAVIS (Núcleo de Antropologia
Visual).
Orientação: Profa Lisabete Coradini
Filiação Institucional: Curso de Ciências Sociais –
habilitação em antropologia.
A partir da fotografia e relatos de jovens e antigos
moradores da Vila de Ponta Negra, objetivamos analisar criticamente as
transformações do espaço público, como também as práticas sociais e culturais
em constante reconfiguração. Focalizamos a rua principal da Vila, também a rua
Erivan França (rua da praia) e a chamada rua do Salsa. Utilizamos a comparação
de fotos de épocas diferentes, imagens do passado e do presente para
identificar as mudanças no espaço e a afetação do caráter turístico e presença
do estrangeiro no bairro. Observamos transformações da paisagem - em urbana - e
depois - da paisagem urbana de Ponta Negra - cujas mudanças ocorrem em ritmo
cada vez mais veloz. Este trabalho é parte de um projeto maior que privilegia o
uso da imagem na pesquisa social, com pretensão de discutir as teorias e
metodologias da relação entre imagem, cidade e memória.
P-45: DOMINGO NA PRAÇA: UM
CONTEXTO PARA A MANIFESTAÇÃO LÚDICA
Autores/expositores:
Gabriela Dalila Bezerra Raulino
Graduanda de Jornalismo, Departamento de Comunicação
Social
e-mail: gabrielaraulino@yahoo.com.br
Vítor Nishimura Guerra
Este trabalho é resultado de uma pesquisa
desenvolvida no Projeto Cultural Domingo na Praça, Natal-RN. É um evento que
acontece em lugar seguro, aconchegante e arborizado oferecendo, mensalmente,
apresentações gratuitas - musicais, teatrais, folclórica, exposições artesanais
– para pessoas de todas as idades, classes sociais, culturas e gostos. Nesse
contexto, objetivou-se identificar a manifestação do fenômeno lúdico nas
diferentes pessoas que vivenciam o projeto. Para isso, se trabalhou elementos
como a identificação do perfil dos freqüentadores; os motivos que os levam ao
evento; e a caracterização desse projeto cultural, evidenciando as diversas
formas de manifestação do lúdico proporcionada por este projeto. A coleta de
dados foi feita por meio de observação direta, acesso a registros documentais
concedidos pelos organizadores do projeto (panfletos, premiações, publicações
na imprensa), aplicação de questionários e entrevistas semi-estruturadas. A partir
da análise dos resultados, constata-se que a manifestação do lúdico se deu de
formas distintas, tanto nos diferentes freqüentadores – de acordo com idade,
sexo e até estado civil –, quanto nos diferentes momentos onde ele pode ser
vivenciado - na sensação de acolhimento do ambiente, nas apresentações
artístico-culturais, na degustação das comidas e na vivência do interesse
social. Mesmo com toda variação, a manifestação da essência lúdica traduziu-se
em duas vertentes principais: como sentimento dionisíaco alcançado pela fuga da
rotina, ou em uma dimensão mais “complexa”, proporcionando um maior
conhecimento do homem a partir da sua interação lúdica com o meio. Sendo assim,
após a constatação de tais evidências, aponta-se para a necessidade de criação
de espaços com tais características, que proporcionam a emancipação e o
autoconhecimento de todos os atores sociais participantes do projeto
supracitado.
P-46: PROJETO VIV’ARTE
Expositora/Autora:
Edízia Lessa
Aluno Especial do Departamento de Artes
Departamento de Artes
E-mail: edizia@terra.com.br
O Projeto Viv’Arte realiza um trabalho voltado para a
Arte junto a pacientes e acompanhantes da Casa Durval Paiva de Apoio à Criança
com Câncer, abrangendo técnicas de expressão corporal e plásticas visando
contribuir não somente para o desenvolvimento de habilidades e aptidões, mas
principalmente propiciando uma prática inegavelmente terapeutizante.
Reconhecendo que a utilização de atividades artísticas beneficia o estado
físico e emocional do paciente oncológico que sob tensão e estresses causados
pela problemática do câncer necessitam renovar aspectos da sua vida,
reorganizando-se internamente para lidar construtivamente com as dificuldades
advindas da doença e seu tratamento, o projeto visa possibilitar ao paciente
onco-hematológico e seu familiar: o minimizar do estresse, auxiliando-os no
processo de integração de si mesmo e no equilíbrio emocional, proporcionando
uma prática terapeutizante; auxiliar no desenvolvimento do potencial criativo e
pessoal; e o contato com ansiedades, medos e conflitos internos. Através de
oficinas, o Viv’Arte caminha por duas vertentes: Jogos Teatrais e Ateliê de
Artes. Na Oficina de Jogos Teatrais focamos o momento da entrega ao jogo e não
a encenação propriamente dita, buscando desenvolver a auto-expressão, a
espontaneidade e a integração. Já o Ateliê de Artes, através de técnicas de
pintura, desenho, modelagem, e afins, buscamos o contato, as descobertas de um
fazer artístico que propicie o nosso objetivo maior que é o amenizar de
tensões. Idealizado pela Arte Educadora Edízia Lessa, aluna especial do
Departamento de Artes da UFRN, o Projeto Viv’Arte realiza suas atividades desde
outubro de 2004 na Casa Durval Paiva de Apoio a Criança com Câncer, neste
conjuntamente com a psicóloga Jacqueline Gomes, ambas funcionárias desta; no
ambulatório da Liga Norte Rio Grandense Contra o Câncer; e na pediatria do
Hospital Luiz Antônio desta capital.
P-47: A PEDAGOGIA COMO
FERRAMENTA EM UM PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL E HUMANO
Autor/Expositor:
Kenilson Cabral de França – Pedagogia/UVA
Maria Isabelle Costa Pereira – Serviço Social/FACEX
Profa. Dra. Marineide Furtado Campos – Orientadora -
AWUniversity
O presente trabalho vem abordar a pedagogia e o multiculturalismo
no mundo, com o objetivo de repensar o mesmo tendo em vista os conflitos na
atualidade por imposições de valores e significados como ameaça às populações
menos favorecidas, pois vemos a todo instante os conflitos entre os povos,
devido à falta de respeito uns com a cultura dos outros, assim como em nossa
sociedade onde as pessoas não respeitam as diferentes étnicas, de religião,
política e cultural, é partindo desse pressuposto que a cultura ganha forma de
comportamento incluindo-se nas manifestações dos hábitos sociais de um povo.
P-48: ATUAÇÃO DO SERVIÇO
SOCIAL NA GARANTIA DOS DIREITOS PARA AS MULHERES MASTECTOMIZADAS
Autora/Expositora:
Patrícia Cristiane Soares Guimarães
Célia Maria Câmara
Liga Norte-Riograndense Contra o Câncer – LNRCC
Centro Avançado de Oncologia – CECAN.
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN
Este trabalho é um projeto de intervenção a ser
desenvolvido no Centro Avançado de Oncologia – CECAN, unidade II da Liga Norte
Rio-Grandense Contra o Câncer – LNRCC, realizado como exigência curricular do
curso de Serviço Social da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN,
na disciplina Seminário de Estágio I e Inserção em Processos de Trabalho I. O
projeto tem como objetivo levar informações sobre a hospitalização e os
direitos sociais das mulheres com câncer de mama que vão passar por mastectomia
como também, promover ações que possibilitem a estas usuárias uma melhor
qualidade de vida. Para tanto, fazeremos um levantamento bibliográfico sobre a
temática, entrevista para delimitar as necessidades sociais das pacientes
mastectomizadas e a elaboração e distribuição de um folder informativo.
P-49: INÊS DE CASTRO, UM
SÍMBOLO DE GRAÇA E DE AMOR
Autora/Expositora:
Dra Marineide Furtado Campos
PhD – American World University
Busca-se neste trabalho fazer uma exposição sobre o
que representa Inês de Castro para a história de Portugal, uma vez que esse ano
de 2005 comemora-se os 650 anos de sua morte. Ela, por ter sido amante de D.
Pedro I de Portugal, foi assassinada em 1355, tornou-se um dos maiores mitos
daquele país e lembrada por Camões no Canto III de “Os Lusíadas”, como a
“...mísera e mesquinha, que depois de morta foi rainha...”.
P-50: SEGREGAÇÃO SOCIAL NA
TERRA DO SAL: UM ESTUDO SOBRE AS CONDIÇÕES HABITACIONAIS DOS EX-SALINEIROS DA
CIDADE DE MACAU/RN.
Autor/Expositor:
João Batista Carmo Júnior.
E-mail: arqcarmo@ig.com.br
Programa de Pós Graduação em Arquitetura e Urbanismo
Historicamente a atividade salineira representou o
principal fator gerador de emprego e renda para a população residente na cidade
de Macau/RN. Inicialmente realizada nos moldes artesanais, esse modo de
produção perdurou até a primeira metade século XX. Até que no final da década
60, deu-se a mecanização das salinas no Rio Grande do Norte, colocando assim,
em xeque as formas tradicionais de produção, extração, empilhamento e tranporte
do sal. Como resultado deste processo, verificou-se a monopolização e
desnacionalização das empresas de sal, assim como um grande impacto
sócio-econômico sem precedente na cidade, observado a partir do desemprego em
massa dos salineiros – maõ-de-obra desqualificada, substituída pela máquina e
pelo técnico especializado. Sem alternativa grande parte dessa mão-de-obra
desempregada migrou para outras cidades, estados e regiões do país. Já aqueles
que permaneceram, procuraram se dedicar a outras atividades como a construção
civil, e principalmente, a pescaria. Pela condição humilde e desfavorecida
resultado dos baixos salários a que eram submetidos, os salineiros ocuparam, em
péssimas condições de habitabilidade, os bairros periféricos da cidade de
Macau. Este trabalho teve como objetivo analisar as condições habitacionais dos
ex-salineiros da cidade de Macau/RN, procurando compreender e relacionar tais
condições com a formação e consolidação da industria salineira local e o seu
rebatimento na configuração do espaço urbano. Para tanto, realizou-se um
mapeamento e levantamento físico e fotográfico, além da aplicação de
questionários sócio-econômico em 50 (Cinqüenta) habitações de ex-salineiros
residentes em Macau.
P-51: EXTREMOZ: UM OLHAR
HISTORIOGRÁFICO
Autoras/Expositoras:
Eliane Moreira Dias
Aluna de especialização em Arquivo Memória e História
Departamento de História
Rosa de Lima Câmara Guaignier
Aluna de graduação em Antropologia/Departamento de
Antropologia
O presente trabalho analisa a historiografia
norte–rio-grandense, produzida no século XX, observando quais as informações
existentes sobre o município de Extremoz, quais os autores que tratam de sua
história, se eles citam as fontes que utilizaram e em que época cada um
produziu sua obra. Utilizamos para isso bibliografias que tratam da história
dos municípios do Rio Grande do Norte, que trabalham temáticas da história do
estado, que são específicas sobre o município de Ceará-Mirim, e ainda as que
tentam fazer uma síntese da história norte-rio-grandense. Tivemos acesso a
essas bibliografias no Instituto Histórico e Geográfico. Percebemos que em cada
uma, são abordados diferentes aspectos da história de Extremoz, mas há
predominância de alguns temas, como por exemplo, da igreja construída pelos
jesuítas, hoje em ruínas; das lendas sobre a lagoa e de como era o município no
período colonial, uma vez que Extremoz foi a primeira vila da Capitania do Rio
Grande. Dessa forma, observamos que a produção historiográfica que inclui
Extremoz é repetitiva, temos a impressão de que poucos autores consultaram as
fontes. Os autores que abordam a história de Extremoz nem sempre são
pesquisadores atuantes. Outros produziram suas obras em um período que ainda
não era prática comum entre os historiadores informarem as fontes de onde
retiraram os dados, por isso acreditamos, ser esse um dos motivos de não haver
referência em algumas bibliografias. Sendo assim, analisar alguns pontos dessa
produção historiográfica, nos fez perceber ainda mais, o quanto à história é
subjetiva, como os pesquisadores são filhos de seu tempo, mas isso não invalida
o valor da história, e sim a torna mais instigante para investigarmos sua
produção.
P-52: NOS LIMITES DA EXISTÊNCIA:
REFLEXÕES SOBRE A EXPERIÊNCIA DE SER PSICÓLOGO EM ONCOLOGIA PEDIÁTRICA.
Autora/Expositora:
Sílvia Raquel Santos de Morais Perez
Professora do Depto.de Psicologia UFRN
Email: silviamorays@yahoo.com.br
Orientadora: Elza Dutra - Programa de Pós-graduação
em Psicologia/UFRN
Email: Dutra.e@digi.com.br
O câncer continua a ser uma doença temida pela
humanidade; não raro, é considerado como sinônimo de morte, sofrimento e
estigma. Ocorrendo na infância, esse significado parece adquirir uma conotação
ainda mais intensa, tendo em vista o sentimento de piedade e perplexidade
diante da precocidade do evento. A co-existência psicólogo-criança com câncer
adquire, portanto, um sentido permeado por incógnitas, medos e fantasias.
Diante disso, nosso objetivo foi compreender esta experiência de co-existência
a partir da Abordagem Fenomenológico-Existencial, do método Fenomenológico e da
narrativa. Foram realizadas nove entrevistas com psicólogos atuantes nos
serviços de oncologia pediátrica de Natal-RN. Observamos que a experiência e o
cuidado são norteadores do saber-fazer clínico, sendo atravessados pelas
implicações de dez temáticas-chaves: história de inserção na OP e suas
implicações; percepções sobre a criança com câncer; problematizações sobre a
morte e a angústia em OP; expressão de sentimentos paradoxais; sentido do trabalho psicológico em OP;
maternidade e suas implicações na OP; recursos necessários ao cuidado de si e
do outro; fé e religiosidade como recursos de enfrentamento do câncer infantil;
necessidade de uma equipe de trabalho integrada e percepções sobre a formação
do psicólogo. Cuidar dessas crianças adquire o sentido de lição de vida, uma
vez que o câncer desfaz a ilusão de imortalidade, lançando o psicólogo à sua
condição de ser-para-a-morte. Não se trata apenas de vivenciar a angústia e a
iminência de morte, mas, sobretudo, de ressignificá-las em prol de um
aprendizado contínuo e de atendimentos de qualidade. Os resultados sugerem
aprofundamento das temáticas a fim de que novas possibilidades de sentido
possam emergir, dando margem a reflexões sobre o saber-fazer clínico e a
formação profissional em Psicologia.
P-53: O RESGATE DA ARARUNA:
UMA EXPERIÊNCIA DE VALORIZAÇÃO E PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL DO RN
Autoras/Expositoras:
Alda Martiniano Lima
Departamento de Educação
E-mail: aldinha7@yahoo.com.br
Ana Paula Martiniano Lima – UFRN
Carla Regina de Oliveira - UFRN
A importância de resgatar nossa arte, história e
cultura está em valorizar e preservar este patrimônio para que através do
conhecimento do passado possamos oferecer às gerações presentes e futuras um
elo de ligação com a herança folclórica deixada por nossos antepassados.
Objetivando propiciar às crianças assistidas pelo PETI – Programa de
Erradicação do Trabalho Infantil, Núcleo de Pirangi de Dentro – Parnamirim-RN,
o conhecimento, a valorização e a preservação do folclore, foi desenvolvido um
projeto que visou pesquisar, resgatar expandir e expressar a riqueza do
patrimônio histórico e cultural do RN. Aplicando uma metodologia participativa,
o estudo começou na roda de conversa, momento de livre expressão onde cada um
pôde relatar sua experiência e conhecimento sobre a arte e cultura do Estado.
Constatamos que eles pouco conheciam sobre o assunto e, a partir de então,
passamos à pesquisa e resgate da nossa história. Este estudo permitiu-nos o
contato com as danças típicas do RN, despertando em nós o desejo de criar um
grupo onde pudessem manter vivas as tradições através da dança, em especial a
araruna. Como resultados observamos uma mudança de comportamento significativa
no sentido de apreciação e valorização às manifestações culturais, bem como
contribui para elevar a auto-estima dessas crianças. Concordamos em dizer que a
valorização e a preservação de um patrimônio acontece pelo conhecer.
P-54: ANÁLISE DO PROCESSO DE
ELABORAÇÃO CONCEITUAL DE TERRITÓRIO COM OS PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL.
Autores/Expositores:
Francisco Vitorino de Andrade Júnior
Francisco Cláudio Soares Júnior.
Apoio: CAPES
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Centro de Ciências Sociais Aplicadas
Programa de Pós-Graduação em Educação
Este trabalho objetivou apreender o grau de
conceitualização dos professores acerca do conceito de território e intervir
com situações de reflexões críticas para acompanhar e analisar o processo de
elaboração do conceito de território dos professores das 3ª e 4ª séries do
ensino fundamental. Para tanto, propusemos uma intervenção com os professores
no intuito de possibilitar a ressignificação dos seus conhecimentos e
construção do referido conceito na área da Geografia. A pesquisa foi realizada
em uma escola pública municipal de Ceará Mirim/RN, com a colaboração de seis
(6) professores, os quais lecionavam nas 3ª e 4ª séries do ensino fundamental.
Os aportes teórico-metodológicos que norteia este trabalho de pesquisa são os
estudos de Vigotski sobre o processo de formação e desenvolvimento de
conceitos, a metodologia qualitativa do tipo colaborativa e a concepção crítica
da Geografia. As análises dos “extrait” dos conhecimentos prévios dos
professores evidenciaram que se encontravam em grau de conceitualização dos
pseudoconceitos atrelados a dimensões do campo perceptível e norteados pelas
concepções tradicional, humanística e cultural da Geografia (positivismo e
fenomenologia) restringindo o significado de território ao Estado-Nação ou ao
lugar de moradia dos homens. Isso explicitou a necessidade de desencadear um
processo de intervenção através de situações sociais e deliberadas de
aprendizagem que se constituiu através das sessões reflexivas realizadas com os
professores-colaborado. Diante da nossa intervenção no processo de elaboração
conceptual, que se efetivou através das sessões reflexivas, ficou evidente a
cada momento que os significados de território dos professores adquiriram graus
mais elevados de generalidades. Assim, eles passaram a elaborar abstrações por
meio de análises e sínteses que permitiram identificar aspectos
(conceitos-atributo – relações sociais, relações de poder e delimitação física)
essenciais a apreensão do conceito em foco.
P-55: MATEMÁTICA APLICADA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL
Autora/Expositora:
Sayonara Medeiros Borges
Aluna do Curso de
Aperfeiçoamento em Ensino de Ciências Naturais e Matemática
Utilizando como notação figuras geométricas em alto
relevo, firmadas com cola sobre folha de papel ofício, trabalhamos as operações
de somar e subtrair em expressões algébricas no intento de oferecer em ambiente
educacional inclusivo uma opção visando tornar
significativa a aprendizagem de matemática. O
objetivo maior do método desenvolvido é permitir a integração mais efetiva
entre alunos videntes e alunos com necessidades especiais, sobretudo aqueles
com deficiência visual. Visamos assim, promover o ensino de matemática
tornando-o mais democrático, atrativo e socialmente interativo.
P-56: POESIA E RELIGIOSIDADE
NA OBRA DE WALFLAN DE QUEIROZ
Autor/Expositor:
João Antônio Bezerra Neto
E-mail: juanbn@bol.com.br
Departamento de Letras
Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Entre os poetas do Rio Grande do Norte que, desde os
anos cinqüenta, vinham participando intensamente da cena literária em Natal,
figura Walflan de Queiroz como um dos mais representativos de uma vertente
modernista. Nascido na cidade serrana de São Miguel, Walflan estreou, em 1960,
com o livro de poemas O tempo da solidão.
A grande surpresa da presença desse poeta, a sua marca indelével deixada para
sempre na poesia norte-rio-grandense é justamente a sua inspiração religiosa a
qual se apresenta sob a forma de um sincretismo, ampliando a imagística à custa
de símbolos bíblicos e de símbolos extraídos das principais religiões do mundo.
O poeta de A colina de Deus (1967),
desenvolve significativamente uma tautologia, ou seja, evoca um Deus por meio
de diversas formas, resultando numa variedade de expressões para indicar a
mesma divindade. Com efeito, o próprio poeta esclarece a sua compreensão do Ser
Supremo e suas relações com a poesia: “Nos poemas que se seguem, procurei amar
a Deus de uma forma pessoal. Escrevi-os, mergulhando meu ser, nas humildes
fontes da salvação”. De outra parte, trata-se de uma poesia em que coexistem
elementos indicadores, ao mesmo tempo, de uma busca metafísica de respostas
para a sua angústia existencial e um lirismo amoroso de caráter idealizado e
visionário. O nosso painel tem como objetivo mostrar através de uma seleção de
poemas a expressão do sagrado e os referenciais estéticos presentes nos livros
do autor. Assim, buscamos fornecer uma visão panorâmica e concisa da sua obra.
P-57: O USO DO PRAD COMO UM
INSTRUMENTO PARA RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS
Autor/expositor:
Ilton Araújo Soares
Aluno e bolsista voluntário da Base de Pesquisa
Espaço e Poder.
Departamento: Geografia
e-mail: iltonet@yahoo.com.br
A atividade de mineração é uma das principais
responsáveis pela extração de recursos naturais para atender as demandas
humanas. Entretanto é também uma das atividades que mais degradam o meio
ambiente, principalmente quando a extração mineral se dá em minas a céu aberto,
onde a cobertura vegetal e a camada de solo são retiradas para que se possa
lavrar o minério. Nesse sentido, torna-se necessário a implantação de
tecnologias que mitiguem os impactos causados por esses empreendimentos. Um dos
instrumentos utilizados para recuperar estas áreas é o PRAD – Programa de
Recuperação de Áreas Degradas, que consiste numa série de técnicas que visa
reabilitar áreas que sofreram alterações de suas características naturais,
através de planos preestabelecidos, restabelecendo sua cobertura vegetal e
proporcionando um novo uso para aquele sítio. Tendo como suporte a perspectiva
do desenvolvimento sustentável pretendemos neste trabalho mostrar o PRAD como
uma técnica para recuperação de áreas degradas, usando como exemplo a atividade
de mineração, em que, amparados na bibliografia especializada, mostraremos
estudos de casos de empresas minerais que utilizam o PRAD em suas atividades
extrativas como um instrumento para a exploração sustentável dos recursos
naturais.
P-58: A IMPORTÂNCIA DO
ENSINO PÚBLICO DE QUALIDADE PARA O INGRESSO NAS UNIVERSIDADES
Autoras/Expositoras:
Rhadamila Valeska Pereira da Silva
Estudante do curso de pedagogia da Universidade
Estadual Vale do Acaraú. Cursando o 4ºperíodo.
Maria Santana Borges
Estudante do curso de pedagogia da Universidade Estadual
Vale do Acaraú. Cursando o 4ºperíodo.
E-mail: rhadamila@yahoo.com.br
Fazendo uma análise sobre a educação percebemos que
há um grande déficit de alunos provenientes da rede pública de ensino que obtém
ingressos nas Universidades Federais Brasileira. Esta realidade perpassa em
todo o território nacional. A deficiência do ensino público é a causa principal
desta problemática. No Rio Grande do Norte a realidade da rede pública de
ensino é bastante caótica, o quadro de professores nas escolas é reduzido,
falta material de todo o tipo, desde o giz até a merenda. Acrescenta-se a esta
questão a desarticulação que assola os adolescentes e jovens estudantes, os
mesmos não se percebem como sujeitos portadores de direitos, assumindo uma
postura passiva diante da realidade educacional. Em virtude desta questão
realizamos em Abril de 2005 uma pesquisa social cujo título “A importância
do ensino público de qualidade para o ingresso nas Universidades” em duas
determinadas escolas da rede pública de ensino. Este trabalho propõe demonstrar
a experiência de campo, os objetivos, a metodologia e os resultados alcançados
como também as possíveis alternativas para melhorar o ensino público na
atualidade.
P-59: A INSERÇÃO DO SERVIÇO
SOCIAL NO ÂMBITO ESCOLAR:uma intervenção possível e necessária
Autoras/Expositoras:
Rosângela Maria P. Basílio da Costa (acadêmica do
curso de graduação em Serviço Social)
rosângelamariapimenta@bol.com.br
Suzanny Bezerra Cavalcante (acadêmica do curso de
graduação em Serviço Social)
Orientadora:
Eliana Andrade da Silva (Profª. Ms. em Serviço
Social)
Universidade Federal Do Rio Grande do Norte –
Departamento de Serviço Social
O Serviço Social no campo da educação não surgiu
recentemente, embora seja um campo de atuação ainda restrito para os
Assistentes Sociais. Inicialmente a atuação dos profissionais estava
direcionada à resolução de problemas que dificultavam o processo educativo,
hoje, além disso, o Serviço Social promove o encontro da educação com a
realidade social, através da abordagem totalizante das dificuldades e
necessidades dos educandos no âmbito escolar, interligando a política
educacional com as demais políticas públicas. Assim, este trabalho tem por
objetivo desvendar o universo da política de assistência educacional não
somente como dever moral do Estado, mas, sobretudo, como dever legal e direito
do cidadão, viabilizados pelo profissional de Serviço Social em consonância com
o Código de Ética Profissional, o Estatuto da Criança e Adolescente e a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação. Nessa direção, erige-se um novo paradigma de
intervenção para o Serviço Social no âmbito escolar, concretizado pela
implementação de trabalhos sócio-educativos, através de oficinas temáticas, a
fim de tratar das expressões da questão social e fornecer elementos às camadas
estudantis acerca da significação e do enfrentamento dessas expressões em seu
cotidiano e, principalmente, explicitar qual seu papel enquanto agente
demandatário de políticas públicas e mobilizador de reivindicações dessas
mesmas políticas. Ressalta-se ainda que a inserção do Assistente Social pode se
dar em organizações de ensino públicas, filantrópicas e privadas, haja vista
que as expressões da questão social afetam todas as camadas sociais. Portanto,
este profissional está apto a inserir-se numa equipe interdisciplinar, o que
significa buscar seu espaço sócio ocupacional na educação para subsidiar o
trabalho pedagógico e auxiliar a escola a concretizar seu objetivo maior: a educação global do cidadão. Como resultado dessa
pesquisa, constata-se que o Serviço Social é uma profissão legítima na garantia
dos direitos sociais, tornando-se possível e necessária no universo escolar.
P-60: A MOTIVAÇÃO DO ALUNO
PARA A APRENDIZAGEM: UM DESAFIO PARA O ENSINO
Autoras/Expositoras:
Luana de Lima Patrício
Bolsista de Iniciação Científica - PIBIC/CNPq,
Base de Pesquisa: Currículo, Saberes e Práticas
Educacionais
CCSA/DEPED/UFRN
Márcia Maria Gurgel Ribeiro
Profa. Do PPGEd/UFRN e Vice-Coordenadora da Base
A motivação é um fator psico-social que dá início, dirige
e integra o comportamento de aproximação ou rejeição entre as pessoas,
envolvendo as experiências culturais, capacidades físicas e o contexto
ambiental impulsionando a participação e co-participação no âmbito educacional
na busca do crescimento emocional, intelectual e social do indivíduo. Para
isso, é necessário refletir sobre estratégias de motivação para aprendizagem
que se materializem no currículo do professor em sala de aula e no despertar da
curiosidade e do interesse dos alunos pela escola, pelo conhecimento e pelo
saber, compreendendo como utilizá-lo em suas relações sociais e históricas. O
estudo compreende uma investigação qualitativa partindo de observações do
cotidiano da sala de aula, marcado pela desestimulação dos alunos com a escola
e com a atividade de estudar. Com base nessas observações, podemos apontar a
necessidade de repensar a ação educativa do professor tendo em vista o
crescimento de cada indivíduo em sua vida motivacional superando os fatores que
levam à desestimulação e desinteresse do educando.
P-61: “A NEOFOBIA
ALIMENTAR EM HUMANOS”
Expositora:
Bianca Tavares Rangel
Aluna da pós-graduação - Mestrado
Autor(es):
Bianca Tavares Rangel
Nívia de Araújo Lopes
Luis Wagner F. Guimarães
Rochele Castelo Branco
Orientador(as):
Dra
Maria Emilia Yamamoto & Dra Fívia de Araújo Lopes
Universidade
Federal do Rio Grande do Norte
Departamento
de Fisiologia
O comportamento de escolha alimentar em humanos é
essencial para que um indivíduo possua uma dieta segura. Como uma espécie
onívora, convivemos, assim, com o dilema de provar alimentos novos, mas com
suficiente cautela quanto à ingestão de itens potencialmente tóxicos. Dessa
forma, alguns indivíduos apresentam o comportamento de neofobia alimentar,
caracterizado pela relutância em ingerir alimentos não familiares. Este
trabalho consistiu de dois experimentos para observar a reação a alimentos
novos dos indivíduos. Participaram do primeiro experimento 42 estudantes, 31
mulheres e 11homens que foram testados em situação padronizada, em duplas.
Foram oferecidos três alimentos, um conhecido (C), um desconhecido (D) e um
desconhecido, mas com condimentos familiares (F). A maioria dos participantes
ingeriu primeiro C. Homens recusaram significativamente menos os alimentos do
que as mulheres, porém recusaram principalmente F, enquanto as mulheres
recusaram principalmente D. o segundo experimento foi realizado com 264
voluntários (155 mulheres e 109 homens), havia 4 pastas – guaca-mole, ervas
finas, tapenade e queijo com ervas - que foram combinadas duas a duas e eram
oferecidas a cada sujeito uma dessas combinações. Depois, o experimentando
respondia a um questionário dizendo se conhecia ou não os alimentos oferecidos.
Os resultados demonstraram que 63% dos indivíduos escolhiam o alimento familiar,
sendo que esta preferência apenas foi significativa para o sexo feminino – 68%
apresentaram comportamento neofóbico. Os dois experimentos revelaram uma
tendência a neofobia alimentar nos humanos. Ambos demonstraram que as mulheres
são mais neofóbicas que os homens. Apesar dos alimentos consumidos terem uma
origem segura e do fato de que os indivíduos do primeiro experimento conheciam
os experimentadores, o comportamento neofóbico persiste. Considera-se, então,
que a neofobia é uma tendência biológica que evoluiu devido às suas vantagens
adaptativas.
P-62: A PERCEPÇÃO AMBIENTAL
NO CAMPUS UNIVERSITÁRIO
Autora
e Expositora:
Cíntia Camila Liberalino – aluna no 5º período do
curso de Arquitetura e Urbanismo da UFRN – cintiacamila@interjato.com.br
Autoras:
Cíntia Camila Liberalino
Marcelli Monteiro Meira Bastos
Tâmara Batista Fontenelle
(Alunas
do 5º período do Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFRN)
Orientadora:
Maria Dulce P. Bentes Sobrinha
Profa. Dra. do Depto. de Arquitetura da UFRN
O presente trabalho tem como objetivo apresentar a
expressão da imagem coletiva do Campus Universitário da UFRN a partir da
percepção dos seus usuários. Baseado na metodologia de Kevin Lynch, o estudo
foi desenvolvido na disciplina de Fundamentos Sociais e Ambientais da Arquitetura
e Urbanismo 03 no período 2004.2. Foram realizadas 20 entrevistas e mapas
mentais, visando a identificação dos elementos classificados como formadores da
imagem das cidades. São as vias, os limites, os bairros, os pontos nodais e os
marcos. Estes elementos foram analisados dentro das categorias identificadas
pelo autor que correspondem à legibilidade, identidade, estrutura, significado
e imaginabilidade. Foi visto que quanto à legibilidade, a imagem formada foi de
uma extensa área verde que possui edifícios espalhados e desarticulados. A
identificação apresentou-se de forma clara como um local mal cuidado que possui
muito mato e edifícios antigos. Quanto à análise da estrutura acrescenta-se a
relação entre a paisagem natural percebida como exuberante (Parque das Dunas) e
a paisagem construída vista como mal cuidada. A predominância dos depoimentos
em relação ao significado foi a idéia de local de estudo, trabalho e relações
sociais que para os entrevistados deixam a desejar em relação à segurança. Por
fim, sobre a questão da imaginabilidade, predominou a imagem de uma grande área
verde com edifícios acinzentados e espalhados pelo terreno. Os elementos
propostos por Lynch são formadores da imagem mental na medida em que possuem
importância prática ou emocional. Apesar dos pontos negativos, o Campus é tido
como valioso e importante na vida das pessoas que o freqüentam. É um templo de
saber, cultura e relações sociais, e estes aspectos estão acima de todas as
imagens físicas descritas.
P-63: A POESIA DE CHICO
ANTONIO – UM OLHAR ETNOGRAFICO
Autor/Expositor:
Flávio Rodrigo Freire
Ferreira
Aluno regularmente matriculado no curso de graduação
de Ciências Sociais – CCHLA – UFRN
Email: flaviorodrigoff@yahoo.com.br
Orientadora: Prof.: Dra. Julie Antoinette Cavignac (Professora Adjunta do Departamento de
Antropologia – CCHLA – UFRN).
Departamento de Antropologia
O presente trabalho tem como objetivo expor uma
síntese da vida e obra do poeta popular Chico Antonio. Nascido na cidade de
Pedro Velho, na região agreste do RN, Chico Antônio foi “descoberto” em 1929,
por Mario de Andrade, em suas viagens etnográficas. Após este encontro, os
cocos de Chico Antônio, coletados pelo autor de Macunaíma, foram publicados na
sua obra O Turista Aprendiz. Tal exposição pretende, portanto, resgatar
a memória deste importante personagem da cultura popular do Estado.
P-64: A VIOLÊNCIA NO ESTADO
DO RIO GRANDE DO NORTE, ENTRE 2001 A 2003
Autor/Expositor:
Aldeny Thania Dutra Garrett Borges
e-mail: thania_borges@interjato.com.br thaniadborges@yahoo.com.br
Departamento Pós-Graduação em Serviço Social
Orientador – Prof. Dr.João Dantas Pereira
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Analisando a violência, destacam-se alguns problemas
que favorecem sua proliferação. Na escola pública, por exemplo, encontram-se as
mais agravantes defasagens. Há uma dialética entre a expectativa dos alunos em
relação à escola e o que ela pode oferecer. Outro problema é a falta de
ocupação e emprego, associada às condições pobreza da maioria da população. Na
capital do Estado, NATAL, cidade turística, a elitização da sociedade local
contribui para o consumismo excessivo, que já é cultura no país. A par disso,
não se pode esquecer a falta de diálogo e a ausência de limites aos jovens e
adolescentes no lar, bem como uma educação capaz de formar um cidadão cumpridor
dos seus direitos e deveres. Apesar da violência no Estado não apresentar dados
alarmantes, em relação aos índices verificados no país, é uma situação
preocupante, na medida em que há um crescimento gradativo dos óbitos por causas
violentas. Este trabalho tem como objetivo verificar e divulgar a evolução da
violência no Estado, entre 2001-2003, através de dados obtidos no Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Os referidos dados assinalam que
o Estado tem contribuído para o crescimento da violência, uma vez que apresenta
os seguintes índices no total de óbitos por violência entre 2001 e 2003:
1072,1107 e 1179, respectivamente. A distribuição desses óbitos por sexo mostra
que o masculino tem maior representatividade nas ocorrências registradas. Esses
dados justificam a importância do tema. A magnitude e a dimensão do fenômeno
violência no país apontam para uma mudança no comportamento familiar, bem como
uma atenção especial, sobretudo por parte das instituições públicas no
enfrentamento da violência. O sucesso da ação dessas instituições, entre
outras, passa necessariamente pela implementação de parcerias que favoreçam,
aos jovens, atividades de ocupação e/ou de inserção no mercado de trabalho,
cada vez mais competitivo e seletivo.
P-65: A INFÂNCIA E A
VIOLÊNCIA FÍSICA INTRAFAMILIAR
Autor/Expositor:
Leonardo Cavalcante– UFRN (aluno da graduação em
psicologia)
Orientadora: Rosângela Francischini – UFRN
(professora do departamento de psicologia)
E-mail: leocaramello@yahoo.com.br
O Estatuto da Criança e do Adolescente especifica que
a criança é um sujeito em momento especial de desenvolvimento e que deverá
estar protegida de toda forma de violência que possa prejudicar esse
desenvolvimento. Reconhecer o caráter de “especial” atribuído à condição de/do
ser criança, tributário, implica em assumir a necessidade de práticas sociais
igualmente especiais. Família, escola e instituições socializadoras
mobilizam-se no sentido de serem agentes na efetivação dos direitos
estabelecidos pelo referido Estatuto. Entretanto, a realidade de uma parcela de
crianças é permeada por variadas formas de violência, dentre estas a
violência-física. Como essas crianças concebem sua própria “condição de
infância?” O que justifica a prática de violência por membros de sua família? A
partir dessas reflexões realizamos esta investigação, procurando compor uma
concepção de infância considerando os sentidos e valores que essa população
atribui à sua condição. Participaram da pesquisa sete crianças, na faixa etária
de 7 a 12 anos, sobre as quais haviam sido encaminhadas denúncias de violência
intrafamiliar ao SOS Criança, do município de Natal/RN. Realizou-se
entrevistas, produção e interpretação de desenhos e a história de Pinóquio,
como desencadeadores do discurso das crianças. A partir da Análise do Conteúdo
identificou-se condições que configuram o ser criança para os sujeitos .Também
investigou-se o papel que a criança ocupa nesse
espaço e à avaliação que faz em relação ao julgamento e às atitudes do adulto
quando elas agem de forma considerada errada por este. Constata-se a concepção
de que o julgamento dos adultos é o correto; justificando, portanto, atitudes
de violência por eles. Esses sentidos refletem, em alguma extensão, os valores
que estão presentes no cotidiano dessas crianças e que são internalizados por
elas como sendo as únicas formas de resolução de questões que permeiam o
cotidiano nas famílias. Merecem, portanto, atenção dos profissionais ocupados
dessa população.
P-66: “A LOJA DA IMPRESSÃO”
TRABALHA EM EQUIPE?
Apresentadoras:
Anna Rivênia A. Ferreira, Isabelle Silva do
Nascimento
Professora: Cândida Melo
(Estudo de Caso)
E-mail: anarivenia@yahoo.com.br
Departamento de Psicologia
O trabalho em equipe é almejado para o bom desempenho
da organização. Uma equipe é constituída por indivíduos trabalhando em conjunto
com um objetivo em comum, devendo apresentar bom nível de integração e
realização. O presente estudo foi realizado na “Loja
da Impressão” – empresa de médio porte que trabalha com material de serigrafia,
sinalização, artístico, artesanal e escolar – com o objetivo de
investigar se a organização trabalhava em equipe. Foi utilizado como referencia
o modelo de equipe de alto desempenho calcado nas quatro competências que a
caracterizam: Cooperação, Visão compartilhada, Liderança, e Resultado. As
quatro competências são igualmente importantes e a ausência de uma delas pode
comprometer a formação da equipe. No processo de análise dos dados, percebeu-se
que informações relevantes na interpretação não se encaixavam em nenhuma das
quatro competências, sendo necessária a criação de duas novas categorias:
Identificação com loja; e Condições de trabalho. Os dados foram coletados
através de entrevista individual semi-aberta e por focus group, aplicados com os empregadores e colaboradores,
respectivamente. Os dados foram interpretados pelo método qualitativo de
análise do conteúdo. Inferimos que apesar de
possuir potencialidades para trabalhar em equipe – como cooperação, liberdade
para comunicação entre o empregado e a gerencia e ambiência agradável – a loja
ainda não contempla todas as competências necessárias para tal. Observou-se que
a missão e a visão de crescimento da empresa não é compartilhada por todos,
existe dificuldade na passagem de informações prejudicando o funcionário e a
empresa, a liderança composta por três pessoas não está definida causando
divisão, e existência de uma alta rotatividade que prejudica a integração do
grupo, impossibilitando a concretização da equipe. Observa-se que não há uma
equipe integrada, existe dois grupos trabalhando, corroborando a não efetivação
da equipe. Assim pode-se concluir que a empresa possui potencial para
desenvolver o trabalho em equipe.
P-67: CAUSALIDADE: UM
CONCEITO SIGNIFICATIVO PARA O ENSINO-APRENDIZAGEM DA HISTÓRIA
Autoras/Expositoras:
Maria Luciana Almeida de Souza
Francisca Lacerda de Góis
Maria Luciana Almeida de Souza – Bolsista de
Iniciação Científica – PIBIC/CNPq – Base de Pesquisa: Currículo, Saberes e
Práticas Educacionais CCSA/DEPED/UFRN lucianaufrn@hotmail.com
; Francisca Lacerda de Góis Profa. do DEPED/UFRN.
O presente trabalho faz parte do Projeto de Pesquisa
O Ensino da História através de Conceitos: uma perspectiva para a formação
continuada dos professores. Tem como objeto de estudo o conceito de causalidade
e sua importância para o ensino/aprendizagem da História. Seu objetivo é
refletir junto aos professores com os quais trabalhamos no referido Projeto de
Pesquisa, o conceito de causalidade por eles já internalizados. Nos últimos
anos, a História vem passando por uma importante evolução em sua configuração
como disciplina científico-acadêmica. Internamente, a produção historiográfica
tem se renovado e se revestido no sentido de encontrar novas abordagens, novos
rumos, novos problemas, enfim, novos campos de investigação. No entanto, apesar
dos significativos avanços, ainda predominam os velhos sistemas
mecânicos/memorísticos. Esta forma de se proceder ao processo
ensino/aprendizagem da História, contribui para reforçar o raciocínio causal.
Os acontecimentos históricos não podem ser explicados de maneira simplista e a
História não deve ser explicada a partir da identificação das causas longínquas
e imediatas dos fatos históricos. É preciso compreender que, muito mais
importante que as relações causais é a compreensão de sentido das mudanças,
permanências, continuidades, descontinuidades dos acontecimentos históricos, ou
seja, a compreensão das complexas inter-relações que interferem nos processos
de mudança social. O estudo prevê uma adequada utilização dos métodos
quantitativo e qualitativo reconhecendo as contribuições de cada um na
compreensão do estudo, facilitando uma negociação entre hipóteses e categorias
que orientam a pesquisa e os dados. Inserida na Base de Pesquisa Currículos,
Saberes e Práticas Educativas do Departamento de Educação, a qual adota
princípios de pesquisa colaborativa visando contribuir para a
construção/desconstrução/reconstrução, com os professores, de significados
históricos e culturais sobre os conhecimentos escolares e as práticas
educativas no Ensino Fundamental.
P-68: A CONSTRUÇÃO DA COERÊNCIA PELA RELAÇÃO
ENTRE
OS NÍVEIS VERBAL E NÃO-VERBAL NO GÊNERO TEXTUAL TIRINHA
Autora/Expositora:
Olga Carla Espínola da Hora e Souza
Professora de Língua Portuguesa da Escola Agrícola de
Jundiaí
e-mail: olgacarla@yahoo.com.br
Neste trabalho abordaremos a coerência textual a
partir da análise da integração dos níveis verbal e não-verbal na construção do
sentido de um texto do gênero tirinha. Em tela, uma tirinha do artista
americano Bill Watterson, com os personagens Calvin e Haroldo. No nosso objeto
de estudo, veremos que é na relação de interação entre os níveis verbal e
não-verbal que o sentido do texto é construído. Mostraremos que com a leitura
apenas do nível verbal o leitor não consegue identificar com precisão algumas
informações necessárias, apesar de a idéia principal do texto ser mantida. Na
verdade, é no nível não-verbal, com a organização das imagens, que o sentido do
texto se completa. É também nesse nível que o texto se encaixa na metarregra da progressão (CHARROLES,
1978), o que garante a coerência textual e propicia uma leitura mais precisa.
P-69: CERÂMICA ARTESANAL DE
SANTO ANTÔNIO DO POTENGI: ELEMENTOS QUE CONSTITUEM A TRADIÇÃO.
Autor/Expositor:
Nilton Xavier Bezerra
Mestrando do curso de Pós-graduação em Antropologia
Social / UFRN
Orientador: Prof. Dr. Luís Carvalho de Assunção
Participante da Base de Pesquisa sobre Cultura
Popular da UFRN
No Rio Grande do Norte, a atividade artesanal é
geradora de economia, envolve um número expressivo de pessoas e é diversificada
em suas matérias-primas e tipologias. Como referência do artesanato local, a
cerâmica supriu as necessidades primárias nos utilitários domésticos, adquiriu
feição devocional nas figuras religiosas, foi brinquedo nos divertimentos
infantis e, por fim, ganhou status de puro ornamento. A opção por Santo Antônio
justifica-se por sua representatividade como um dos centros mais significativos
de produção da cerâmica artesanal no Estado. Nasceu lá a famosa bilha em forma
de galo, símbolo da cidade do Natal e que se transformou em ícone do artesanato
e da arte potiguar. Para o embasamento conceitual, parto da concepção de que a
cultura é simbólica e passível de análise crítica. Evidencio o objeto artesanal
como elemento da cultura material e simbólica, através do qual é possível
desenvolver uma investigação sobre os modos de vida existentes nas sociedades.
Os princípios metodológicos consistirão basicamente no desenvolvimento de
material etnográfico elaborado mediante entrevistas escritas e gravadas com os
ceramistas, na observação direta e interpretação da realidade local e no
registro através de recursos visuais que complementem os dados da pesquisa.
Como objetivos centrais, pretendo examinar de que maneira é mantida a tradição
da manufatura de objetos cerâmicos em Santo Antônio, refletir sobre as
possíveis relações entre artesanato e tradição, discutir o processo
histórico-cultural da produção da cerâmica local e salientar na
contemporaneidade as manifestações responsáveis pela visibilidade da tradição
no artesanato potiguar, justificando também a importância do saber fazer como
exemplo de patrimônio imaterial.
P-70: CONFABULANDO: OUVINDO
E CONTANDO FÁBULAS NA ESCOLA INFANTIL
Autoras/Expositoras:
Analice Cordeiro dos Santos Victor
Professora -NEI/UFRN
Claúdia Limeira de Sena
Bolsista - NEI/UFRN
Em nossa prática de professoras de educação infantil
procuramos dar à história não só o lugar de significações dos sonhos e
imaginação da criança, mas também um espaço favorável ao seu desenvolvimento
cognitivo, pois ouvir histórias possibilita a construção de conceitos como de
cultura, civilização e de tempo histórico. Sistematizamos, então, junto a nossa
turma, constituída por vinte e uma crianças com idades de seis e sete anos, um
trabalho com a leitura de fábulas. Essas histórias milenares retrataram em seus
personagens certas atitudes humanas, como a disputa entre fortes e fracos, a
esperteza, a ganância, a gratidão, a inveja, o ser bondoso, o não ser tolo.
Têm, também, como características aconselhar, transmitir algum ensinamento,
fazer uma crítica, que geralmente aparecem no texto como a “moral da história”.
Para esse estudo definimos como objetivos: refletir os valores/lições
transmitidos/as pelas fábulas; produzir coletivamente um conceito para essas
histórias percebendo suas características – narrativa curta,
personagens/animais, transmitir ensinamento; conhecer dados biográficos de
alguns fabulistas – Esopo, La Fontaine e Lobato. Os procedimentos metodológicos
adotados para o desenvolvimento do estudo foram - ouvir e ler fábulas;
reescrever em grupo a que mais gostou, ilustrando-a através da confecção de uma
maquete; organizar uma linha do tempo com os fabulistas estudados; pesquisar
junto às famílias as fábulas conhecidas e seus assuntos; produzir coletivamente
uma fábula. Acreditamos que o trabalho relatado nos permite reafirmar a idéia
de que contar e ouvir história é uma atividade que deve ser constante na rotina
da escola infantil, pois contribui com os diferentes aspectos do trabalho
pedagógico. Aspectos que vão desde oferecer subsídios para a criança lidar com
questões relacionadas às suas emoções e imaginação como, também, ajudá-la a
desenvolver-se intelectual e socialmente.
P-71: LENDAS INDÍGENAS:
REVELANDO A ARTE DE SER E VIVER DE UM POVO
Autora/Expositora:
Maria Dulcilene de Lima
Professora – NEI/UFRN
Sirleide Silva de Oliveira Souza
Professora – NEI/UFRN
Orientadora: Analice Cordeiro dos Santos Victor –
Nei/Ufrn
Este trabalho relata a experiência vivenciada junto a
uma turma de Educação Infantil constituída por crianças na faixa etária de 4 a
5 anos. O interesse em aproximar a turma da cultura indígena surgiu da
curiosidade suscitada no grupo ao ouvir a leitura de algumas lendas contadas
pela professora na roda da história. Para esse estudo foram definidos como
objetivos: estabelecer relações entre o modo de ser e viver do índio de ontem e
hoje; perceber a influência da cultura indígena no nosso modo de se alimentar,
falar, vestir; favorecer a ampliação e estruturação da linguagem oral. Adotamos
na realização desse trabalho os seguintes procedimentos metodológicos: leituras
das lendas: como nasceu a primeira mandioca, como nasceram as estrelas a lenda
de amor de Naipi e Tarobá e como nasceram o sol e a lua,entre outras; conversas
com profissionais que estudam a temática indígena, construção de painéis,
releituras de obras de arte, reescrita e produção de textos coletivos,
dramatização. Refletindo acerca da realização desse trabalho, percebemos que o
índio distante da nossa realidade tornou-se real e presente, despertando o
interesse das crianças em saber mais sobre o modo de viver desse povo, o que
sem dúvida contribuiu para que todos – professoras e alunos – ampliassem seus
conhecimentos acerca da cultura indígena e, também com a valorização da
diversidade cultural.
P-72: DADI: REVISITANDO O
UNIVERSO DO TEATRO DE BONECOS NO RN
Maria das Graças Cavalcanti Pereira
Graduando do Depto. de História, Universidade Federal
do Rio Grande do Norte-UFRN.
Orientadora: Wani Fernandes Pereira
Professora Doutora, Museu Câmara Cascudo, GRECOM,
UFRN, Natal/RN.-Orientadora
O
tema tem por referência um projeto de pesquisa que registra como fato cultural
a descoberta de uma Calungueira, fazedora de bonecos, também conhecidos como
mamulengueiros, titereteiros ou João Redondo. Trata-se de Maria Ieda de
Medeiros (64 anos) conhecida por Dadi, residente em Carnaúba dos Dantas RN.
Para dar conta do itinerário artístico de Dadi e sua história de vida, fizemos
uso de uma diversidade de estratégias: registro etnográfico, fotográfico e
videográfico, de todo o cotidiano da artesã, coletando histórias e enredos
criados, coleta da matéria-prima , etapas da confecção dos bonecos. Da pesquisa
bibliográfica destacamos obras que tratam de uma genealogia dos bonequeiros no
Rio Grande do Norte, de uma conceituação dessa arte entendida como "da
tradição", de uma estética do arcaico. São os autores: Deífilo Gurgel
(1999), Hermilo Borba Filho (1966), Altimar de Alencar Pimentel (1971),além do
suporte
teórico:Hobsbawm(1997),LeGoff(1998),Halbwachs(1973),EcléaBosi(1994),JanaínaAmado(2000),e
outros. Dos dados obtidos e em fase sistematização final podemos reiterar: a
identificação até o momento da artesã, como única mulher fazedora de bonecos
num universo tradicionalmente masculino; autodidata e fazedora de ex-votos -
também conhecidos como “milagres”, Dadi não se torna santeira, envereda pelo
caminho do lúdico, dedicando-se ao conceber e paramentar seus bonecos ou
calungas, à arte do riso, ao jogo da sátira. Ao longo da pesquisa, adquirimos
uma coleção de bonecos, para o acervo do Museu Câmara Cascudo/UFRN, em
consonância com a política patrimonialista da instituição, procedendo seu
estudo e documentação. A conclusão de um portfólio, que conta uma breve história de vida e obra da artesã, servirá
como apresentação junto às leis de incentivo à cultura, para publicação de um
livro-catálogo, com o registro dessa manifestação da cultura da tradição,
dentre outras estratégias como: CD-Rom, Vídeo, permite ampliar o conhecimento
de novos atores e suas singularidades, atualizando e ampliando o universo de
bonecos e bonequeiros no RN.
P-73: ABUSO SEXUAL
INFANTO-JUVENIL: PODEMOS MUDAR ESSE QUADRO
Kátia Maria Nascimento Patriota
Delma Dias de Morais Batista
Acadêmicas do Serviço Social
E-mail: delma_batista@yahoo.com.br
O presente trabalho teve como base inicial, a análise
institucional do Centro de Referência Programa Sentinela Natal/RN, localizado à
rua Mipibu nº 440, no bairro de Petrópolis, onde por um espaço de quatro meses,
observamos o fazer profissional da Assistente Social e a dinâmica do atendimento
daquela instituição. Nas sucessivas observações, percebemos que a intervenção
poderia se dar na divulgação do Programa Sentinela junto aos professores das
escolas públicas municipais e estaduais de Natal. Obtivemos a informação de que
seriam visitadas as escolas da rede pública dos bairros de maior incidência de
qualquer tipo de violência sexual, cujos atendimentos foram feitos no
Sentinela. Percebendo a necessidade de divulgação do trabalho da instituição em
que estamos inseridas como estagiárias do Serviço Social, direcionamos nosso
trabalho interventivo, dando suporte ao Serviço Social, através de palestras
aos professores sobre Abuso e Exploração Sexual Infanto-Juvenil. Foram
utilizados como subsídios: um folder com informações sobre o tema abordado e
locais onde podem ser feitas as possíveis denúncias; uso de transparências;
aplicação de questionário. Entendendo a escola como instituição socializadora
do indivíduo, cuja função não é apenas transmitir conhecimentos, mas
transformá-los e adequá-los a realidade vivida pelo aluno, percebemos a
importância dessa parceria com os professores. Considerando que é na a escola
onde distúrbios familiares podem ser refletidos e percebidos pelo professor, em
virtude do seu contato diário com crianças e adolescentes, divulgar o Programa
Sentinela é uma forma de proporcionar ao referido público, um desenvolvimento
saudável e a garantia de seus direitos preservados no Estatuto da Criança e do
Adolescente.
P-74: “DE LEGISLADOR A
PRODUTOR” – (NATAL, 1889 – 1964) DOIS MOMENTOS DA INTERVENÇÃO ESTATAL NA
QUESTÃO DA MORADIA
Expositoras;
Aliny Fábia da Silva Miguel
Graduanda, Depto. de Arquitetura - UFRN; Bolsista
PIBIC/CNPq/UFRN; Base de pesquisa: Estudos do Habitat do Depto. de Arquitetura
– UFRN aliny_arq_urb@yahoo.com.br
Ana Paula Campos Gurgel
Graduanda, Depto. de Arquitetura - UFRN; Bolsista
voluntária; Base de pesquisa: Estudos do Habitat do Depto. de Arquitetura –
UFRN
Autor
(es):
Caliane Christie de Oliveira Almeida Silva
Mestranda em Arquitetura e Urbanismo da Escola de
Engenharia de São Carlos/USP; Pesquisadora na Base de Pesquisa: Estudos do
Habitat do Depto. de Arquitetura - UFRN ane_arquitetura@hotmail.com
Orientador:
Angela Lúcia de Araújo Ferreira
Profa. Dra. do Depto. de Arquitetura, Universidade
Federal do Rio Grande do Norte - UFRN angela@ct.ufrn.br
Em decorrência da Revolução Industrial e da
conseqüente necessidade de mão-de-obra para a indústria, as cidades do final do
século XVIII viram-se diante de um significativo aumento populacional que
ocasionou na adequação do espaço físico para atender às novas exigências de
moradia. O ideário de cidade moderna constituído nesse momento e difundido pelo
mundo, chegou ao Brasil no final do século XIX. Em Natal essa nova concepção
veio incorporar e reforçar os anseios de modernidade das elites locais. Neste
contexto, a questão habitacional, antes “responsabilidade” da iniciativa
privada, ao ser vista como empecilho à concretização desse ideal, tornou-se
foco importante das políticas públicas. Compreender as características e os
significados destas intervenções no processo de produção da moradia em Natal é
o objetivo deste trabalho. A partir das falas e discursos oficiais que as
justificaram, e das ações concretizadas no setor, assim como através de revisão
bibliográfica e pesquisa documental (periódicos locais e documentos oficiais),
foi possível sistematizar dois momentos específicos de intervenção pública. O
primeiro, delimitado da Proclamação da República até o final da década de 20,
caracterizou-se pela elaboração e implementação de legislação rigorosa, muitas
vezes punitiva e excludente, e relacionada a concepção e adequação de moradias,
verbalizadas pelo código de posturas, arraigado aos princípios higienistas. O
segundo, que se estende da Revolução de 30 à criação do Banco Nacional da
Habitação – BNH (1964), apresentou o Estado como criador das condições de uso e
produção habitacional, através da criação dos Institutos de Aposentadoria e
Pensões - IAP´s (1933) e da Fundação da Casa Popular – FCP (1946). O
delineamento desse panorama histórico das intervenções neste setor, no período
de 1889 a 1964, fornece elementos para entender não somente a evolução do
parque habitacional de Natal, como também as mudanças na postura do Estado
frente a questão da moradia social.
P-75: DESMISTIFICANDO O
TRATAMENTO DE RADIOTERAPIA E OS DIREITOS SOCIAIS DO PACIENTE COM CÂNCER
Autoras:
Jussara Keilla Batista do Nascimento – DESSO – UFRN
Luciana Freire Gavazza – DESSO – UFRN
Orientadoras: Prof. Ms. Sheila Pedrosa – DESSO – UFRN
Assistente Social Sinara Françoise – Liga Norte
Riograndense Contra o Câncer – LNRCC
Apresenta a Liga Norte Riograndense Contra o Câncer –
LNRCC, em particular o Centro Avançado de Oncologia – CECAN, como também as
atividades desenvolvidas pelo Serviço Social na referida organização. No
tocante ao Serviço Social, identifica algumas dificuldades que perpassam o
fazer profissional no que se refere a garantir a viabilidade do tratamento,
expresso principalmente através do considerável índice de pacientes faltosos.
Os principais indicadores das faltas são as dificuldades com o transporte, o
agravamento do estado clínico, o medo do tratamento pela mistificação que
perpassa a temática do câncer e a falta de acompanhante. Identifica que essas
dificuldades se dão pelo desconhecimento do tratamento e dos direitos sociais
que garantem sua realização. Apresentadas as justificativas, oferece algumas
propostas de intervenção no sentido de auxiliar as ações realizadas pelo
Serviço Social para reafirmar os direitos sociais do paciente e viabilizar a
continuidade do tratamento. Mostra como a realização de momentos alternativos
de informação, como o grupo de acolhimento realizado pela equipe
multidisciplinar – serviço social, enfermagem, psicologia e nutrição - oficinas
sociais, distribuição de folders ou cartilhas informativas, bem como o
atendimento individualizado contribui para a desmistificação do tratamento de
radioterapia, aumentando o conhecimento do paciente a cerca do tratamento, da
sua importância e dos direitos sociais. Neste sentido, esclarece o que é o
tratamento, como é realizado e quanto tempo dura em média. Leva ao conhecimento
dos pacientes direitos como o saque do FGTS, a licença para auxílio doença, a
renda mensal vitalícia, a aposentadoria por invalidez, a isenção do imposto de
renda na aposentadoria, a quitação de financiamento habitacional, a
viabilização de transporte para o tratamento, bem como o acesso a exames e
medicamentos e as vias que se deve seguir para solicitá-los, reafirmando por
fim o direito a saúde, aqui expresso pelo tratamento oncológico radioterápico.
P-76: “ENFIM, HENFIL: HUMOR
EM QUADRINHOS NA RESISTÊNCIA A DITADURA”.
Autores/Expositores:
Armando Pinheiro de Araújo Junior e Fabiano Moura de
Souza.
Alunos do Departamento de História.
O tema da exposição tem por objeto de estudo a vida e
a representação de Henrique de Souza Filho, o Henfil. Através de reproduções de
fotos pessoais e charges de cunho crítico e satírico aos ditames da sociedade
brasileira e internacional no período compreendido entre as décadas de 60 a 80.
Tendo como base a sua atuação como chargista em vários seguimentos da imprensa
e principalmente no “Pasquim”. Tem a exposição o intento de resgatar a
memória de um artista de destaque na oposição ao período ditatorial militar,
assim como a sua atuação na campanha para de eleições Diretas Já. O painel
também mostrará aspectos da vida pessoal do artista, aspectos estes que se
entrelaçam com sua posição de crítico, ressaltando também o período em que
morou na cidade do Natal, Rio Grande do Norte.
P-77: ESCRITA: SUA HISTÓRIA
E SEU PAPEL NA VIDA DO HOMEM
Expositores:
Adriana Rodrigues Gomes Matrícula: 20002230-6
E-mail: adrikkarg@bol.com.br
Departamento de Letras
O homem tem muitas necessidades, entre as quais estão
a de se expressar e a de se comunicar socialmente, ambas relacionadas. Um dos
meios de comunicação e expressão criados por ele foi a escrita, a qual levou
milênios para chegar a sua forma alfabética. Partindo dessa constatação,
focalizam-se as modificações tanto internas quanto externas dos sistemas
(códigos) de escrita ao longo da história, as dúvidas levantadas a partir dos
anos de 1960 quando pesquisadores de diversas áreas do conhecimento se juntam
para discuti-la, revelando-se ser, então, o tema da escrita uma questão muito
mais complexa. Esses questionamentos põem em xeque os pressupostos
profundamente aceitos e compartilhados em relação ao seu domínio como, por
exemplo, aquele que sabe escrever tem acesso a uma elite privilegiada. Diante
disso, procura-se compreender a influência da escrita nas instituições e
atividades de diversas áreas quando os documentos escritos passam a ter um
papel fundamental, assim como as transformações que ocorrem nas sociedades
quando um número relevante de pessoas sabe ler e escrever.
P-78: ESTUDO ETNOBOTÂNICO
NAS COMUNIDADES INSTALADAS ÀS MARGENS DO RIACHO ÁGUAS VERMELHAS
(PARNAMIRIM/RN), COMO SUBSÍDIO PARA CONSERVAÇÃO E RECOMPOSIÇÃO DA MATA CILIAR
Alídia Hernandes Ribeiro
Mestranda em Desenvolvimento e Meio Ambiente
Maria Iracema Bezerra Loiola
Departamento de Botânica, Ecologia e Zoologia – UFRN.
A ocupação dentro do município de Parnamirim
iniciou-se de fato após o final da Segunda Guerra Mundial. Desde então os
cursos d`água em geral vem sofrendo uma série de agressões, como a remoção da
mata ciliar (que causa assoreamento do seu leito), deposição de lixo e esgoto,
entre outras, devido a ocupação de suas margens. Esse processo vem ocorrendo,
pois, alem da ausência de políticas publicas durante a ocupação do local,
verifica-se o desconhecimento da importância do riacho como fonte de recurso
mineral e biológico. Antagonizando todo esse processo de devastação, que ocorre
em toda Bacia do Rio Pirangi, cerca de 5ha encontram-se bastante preservados
desde 1950 como propriedade particular e que, desde 1998, foi transformada na
Área de Proteção Ambiental (APA) Hidrominas Santa Maria, que se localiza as
margens do riacho Águas Vermelhas. No sentido de dar subsídio à conservação e
recomposição da mata ciliar, duas linhas de trabalho foram iniciadas: o
levantamento florístico e a realização de entrevistas em um dos bairros que
compõem a comunidade ribeirinha do caso (Vale do Sol). Para coleta de material
botânico, foram realizadas 12 excursões onde foram registrados 85 taxa,
ressaltando-se que esta etapa ainda encontra-se em andamento. A análise
comparativa preliminar da flora evidenciou a similaridade com outras áreas já
inventariadas no Rio Grande do Norte, presença de espécimes que são tidos como
medicinais em outros Estados, e plantas com grande potencial ornamental e
paisagístico. A realização de entrevistas conta com 100 depoimentos até a
presente data. E estudo dos dados coletados revela entre os entrevistados, o
desconhecimento do que é uma APA e da existência de uma na proximidade de suas
residências. Mostra também que a grande maioria não utiliza nenhum recurso
proveniente da mesma, apesar do uso de medicamentos fitoterápicos.
P-79: CONSTRUINDO VALORES
POSITIVOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL A PARTIR DA INCLUSÃO DE CRIANÇAS PORTADORAS DE
SÍNDROME DE DOWN.
Expositores:
Elaine Munic Torres Ferreira – Aluna do curso de
Pedagogia – UFRN
Marianne da Cruz Moura – Aluna do curso de Pedagogia
– UFRN
Autores:
Dominique Cristina Souza de Sena – Aluna do curso de
Pedagogia – UFRN
Elaine Munic Torres Ferreira – Aluna do curso de
Pedagogia – UFRN
Marianne da Cruz Moura – Aluna do curso de Pedagogia
– UFRN
Departamento de Educação – DEPED
O presente trabalho foi desenvolvido em 2004.1, como
parte das exigências para conclusão da disciplina Introdução a Educação
Especial, no curso de Pedagogia/UFRN. Objetivou analisar como está sendo feita
a inclusão de crianças com Síndrome de Down no Núcleo de Educação Infantil
(NEI), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). A pesquisa,
empreendida com base em princípios qualitativos, envolveu um estudo
bibliográfico, a coleta de dados através de entrevistas com educadores e uma
observação não-participativa em três classes. Constatamos que, embora a
instituição venha desenvolvendo um trabalho de Educação há vinte e cinco anos,
somente a partir de 1989 começou a incluir educandos com necessidades
educativas especiais em suas classes, entre elas as crianças que apresentam
Síndrome de Down. Atualmente, estudam na escola seis crianças com Síndrome de
Down (nos níveis III, IV e V). Para desenvolver um trabalho efetivo com esses
alunos, os professores se reúnem constantemente para estudar e discutir
conteúdos e estratégias relevantes para o aprimoramento da prática pedagógica.
Observamos que, através do relacionamento diário das crianças em geral, os
laços de amizade e companheirismo se fortalecem, fazendo desaparecer os traços
da diferença, ensinando a todos a se relacionarem de forma igualitária,
derrubando assim possíveis barreiras de preconceito. A inclusão, portanto,
beneficia tanto as crianças normais, quanto as que apresentam Síndrome de Down,
fazendo-as crescer na sua aprendizagem e construir valores positivos.
P-80: ESTUDOS DE ELEMENTOS
DE COESÃO E COERÊNCIA
TEXTUAIS A PARTIR DA ANÁLISE
DE CHARGES
Expositores:
Fabíola Barreto Gonçalves (UFRN)
E-mail: baby4jc@yahoo.com.br
GILMARA FREIRE AZEVEDO (UNP)
E-mail: gilmara02@yahoo.com.br
As perspectivas atuais de ensino de leitura e
interpretação de textos primam pela atenção ao ensino dos mecanismos de Coesão
e Coerência Textuais como fundamentais no processo de atribuição de sentidos
dos textos e os livros didáticos há algum tempo registram essa realidade. As
charges têm sido um recurso muito utilizado nessa perspectiva de ensino. O uso
da linguagem verbal e não-verbal também concorrem para a construção de sentidos
na utilização desses recursos em sala de aula. Trabalhar com Linguagem verbal e
não-verbal nos possibilitar mostrar aos alunos que o significado das palavras
não está apenas nelas mesmas e que as pessoas não se comunicam apenas por
palavras. Os movimentos faciais e corporais, os gestos, os olhares, a entoação
são também importantes: são os elementos não verbais da comunicação. A
comunicação verbal é plenamente voluntária já o comportamento não-verbal pode
ser uma reação involuntária ou um ato comunicativo propositado, mostrando que
um evento comunicativo é composto também da interação dessas duas linguagens. É
dentro dessa abordagem que propomos trabalhar com exposição de painéis,
oferecendo uma interpretação de charges em três níveis de leitura. O primeiro
superficial, um segundo intermediário e por fim, o nível profundo, nos quais
elencaremos os elementos de Coesão e Coerência Textuais, bem como a linguagem
verbal e não-verbal e a contribuição deles para a construção e/ou recuperação
de sentidos do texto.
P-81: FOTOGRAFIA E
INTERSUBJETIVIDADE
Diego André da Silva Filgueira
Bolsista de Iniciação Científica – PIBIC/CNPq – Base
de Pesquisa: Currículo, Saberes e Práticas Educacionais CCSA/DEPED/UFRN
Jefferson Fernandes Alves
Prof. Dr. do DEPED/UFRN
O presente trabalho faz parte do projeto de pesquisa
Educação do Olhar e Prática Docente: fotografia e deficiência visual. Tem como
objetivo compreender o papel mediador da fotografia no processo intersubjetivo
da constituição do sujeito, assim como apreender os processos intersubjetivos desencadeados
pelos professores do Instituto de Educação e Reabilitação de Cegos do Rio
Grande do Norte (IERC) nos contextos de interações e vivências em torno do
fotográfico e analisar as atividades pedagógicas propostas pelos professores do
IERC que estimulem a constituição de contextos e situações intersubjetivas, a
partir da mediação fotográfica. A fotografia pode ser entendida como um jogo
interativo que contempla o sujeito que fotografa, aquilo ou aquele que é
fotografado e aquele que aprecia o resultado fotográfico. Essa interatividade
permite que os sujeitos envolvidos no processo fotográfico façam uma re(visão)
contínua da imagem que fazem de si mesmos. E é no campo da intersubjetividade,
no olhar do outro sobre si que construímos nossa própria imagem. Nesse caso,
pensar a fotografia como reveladora de imagens internas, considerando a prática
docente com alunos portadores de cegueira e visão-subnormal, implica em uma
perspectiva que ultrapasse os limites biológicos da visão em favor de um
entendimento mais alargado do olhar como uma faculdade multisensorial de
perceber e ser percebido. Ao trazer a fotografia para a sala de aula como
mediadora dos processos intersubjetivos contamos também com outras linguagens,
sobretudo, a verbal e a corporal, como componentes intersemióticos que
concorram para a revelação de imagens por parte dos não-videntes, a partir da
intervenção pedagógica dos professores.
P-82: FUNDESCOLA: um estudo
sobre a descentralização financeira em Escolas de Natal e Mossoró, no estado do
Rio Grande do Norte.
Daniela Cunha Terto
Graduanda em Pedagogia
Shirmênia Kaline da Silva Nunes
Graduanda em Pedagogia shiufrn@yahoo.com.br
Orientadora: Profª Drª Magna França - Profª do
Departamento de Educação da UFRN
O estudo aborda a política de descentralização
financeira no cenário educacional brasileiro, para o Ensino Fundamental e as suas
diretrizes para a implantação do FUNDESCOLA nas unidades de ensino nos
municípios de Natal e Mossoró. Verificou-se o resultado de sua implementação
por meio das varáveis: índice de matrícula e rendimento escolar, quantidade de
recursos, vantagens e obstáculos à implementação da descentralização
financeira. Seu desenvolvimento ocorreu por meio de uma revisão bibliográfica
(FRANÇA; SOARES; TOMMAZI) bem como análises de diagnósticos realizado nas
escolas pesquisadas. No plano empírico, serviu
como fonte substancial a análise dos dados coletados que mostrou-se fator
determinante para situar a experiência no contexto da descentralização
financeira, recorreu-se, também, aos documentos elaborados pela Secretaria de
Educação do estado. Durante a pesquisa, constatou-se que posterior ao
FUNDESCOLA, efetivado em 1999, houve um decréscimo nos índices de abandono no
município de Natal, entre 2000 a 2003, entretanto, detectamos que os índices de
reprovação crescem em 1999, 2002 e 2003. O município de Mossoró, por sua vez,
possui o índice de matriculados maior na rede estadual, mesmo com a
municipalização do ensino fundamental. Observou-se, também, que embora a rede
estadual detenha esse maior índice de matrículas, o índice de abandono oriundo
da escola municipal sempre superou a estadual. Os índices de reprovação oscilam
após o Fundo, mas, com crescimento considerável em 2003 na rede estadual.
Enfim, a implementação do FUNDESCOLA não tem assegurado uma melhora na educação
pública como um todo, nos aspectos estudados, de acesso e rendimento escolar
percebeu-se que não tem contribuído para alguns de seus fins: uma política
promotora de equidade social em face de uma nova realidade educacional e a de
promover o acesso e a qualidade de ensino.
P-83: MODA, CONSUMO E MÍDIA
DEFININDO COMPORTAMENTOS
Autora:
Evaneide Lúcia Pereira César de Souza
Aluna do Programa de Pós Graduação em Ciências
Sociais
UFRN – Nível: mestrado
E-mail: evacesar@yahoo.com.br
O presente estudo discute a questão do consumo
contemporâneo, a partir da sua associação com mídia televisiva e com a
publicidade a ela vinculada. Discorre sobre conceitos como consumo, moda,
publicidade, televisão e indústria cultural, a partir de relevantes
contribuições, e procura ressaltar que o conteúdo da televisão, bem como o das
campanhas publicitárias, estimulam o desejo, induzem à ação da compra, e com
isso, definem padrões de comportamento. O trabalho apóia-se em dados coletados
de uma amostra representativa de 256 questionários, aplicados junto à população
feminina que freqüenta o Shopping Cidade Jardim.
P-84: MULHERES: as diversas
situações de vulnerabilidade
Adaciara de Fátima Dias Soares (aluna do curso de
Serviço Social)
E-mail: ciarinha2000@yahoo.com.br
Percilene Gonçalves de Sá (aluna do curso de Serviço
Social)
E-mail: percilene.sa@bol.com.br
Departamento
de Serviço Social
Base de
Pesquisa Sociabilidade e Relações Sociais
Este trabalho constitui-se em uma análise da situação
de pobreza na realidade brasileira associada às relações de gênero. Trata-se de
uma reflexão, a partir de uma perspectiva de gênero, acerca do contexto de
precariedade sócio-econômica no país. Representa uma contribuição no âmbito dos
debates sobre a temática de gênero e desigualdade social, apesar de ser apenas
um recorte analítico, considerando a amplitude dos aspectos que envolvem essa
discussão. Tem o propósito de apresentar elementos que possibilitem a apreensão
do contexto de vulnerabilidade em que estão inseridas as mulheres, destacando
fatores como renda, atividades ocupacionais, chefia familiar e raça. Pretende
explicitar como se expressam as diferenças entre os sexos, tendo em vista os
papéis estabelecidos tradicionalmente para homens e mulheres. Foi elaborado
mediante a análise de dados estatísticos, obtidos através de órgãos
responsáveis pela pesquisa e divulgação de informações sócio-econômicas. Está
fundamentado em estudos de autores que abordam o tema da pobreza e sua
correlação com as questões de gênero. Constatou-se, diante dos dados
contemplados, que os níveis de pobreza no Brasil são extremamente elevados e
que esse quadro acentua-se ao ser observada a realidade da mulher, sobretudo
por sua presença na sociedade ainda ser marcada pelo preconceito e
discriminação. Evidenciou-se, como já foi citado, que há alguns aspectos
preponderantes para o agravamento dos índices de pobreza da população feminina.
Dentre esses, podem ser destacados: as discrepâncias entre rendimentos de
mulheres e homens; o fato de as mulheres trabalharem, mais comumente, em ramos
de atividades precarizados; as dificuldades enfrentadas pelas mulheres, que
exercem a chefia familiar, para conciliar a dupla jornada de trabalho; e a influência
do sexo e da raça na delimitação da desigualdade social. A realidade analisada,
portanto, demonstra que a problemática da pobreza no Brasil configura-se também
como uma questão de gênero.
P-85: NECESSIDADES INFANTIS
EM PARQUES DE PRÉ-ESCOLAS: RESULTADOS DO PAINEL INTERATIVO DA XII SEMANA DE
HUMANIDADES (2004)
Autora/Expositor:
Odara de Sá Fernandes
Orientadora: Gleice Azambuja Elali
Departamento de
Psicologia
e-mail: odarasf@yahoo.com.br
Diversos estudos enfatizam a relação do homem com o
ambiente como um dos aspectos de extrema importância para a formação humana. As
pesquisas na área de Psicologia Ambiental revelam as implicações desta relação
para o desenvolvimento da criança e para o planejamento de espaços lúdicos.
Visto que a escola consiste no ambiente por excelência infantil, onde as
crianças passam importantes momentos de suas vidas e desenvolvem as suas
primeiras habilidades sociais e intelectuais, ela costuma ser o principal foco
de estudo dessas investigações. Porém, poucos estudos têm analisado a
influência nos comportamentos infantis dos espaços abertos das escolas, como os
pátios e parques. Este trabalho objetiva discutir a opinião de estudantes e
professores universitários em relação ao que se deve ter nesses ambientes para
que se possa favorecer o desenvolvimento da criança. A pesquisa foi realizada
na UFRN, durante a XII Semana de Humanidades. Foi montado um painel interativo,
no qual os visitantes podiam deixar sua opinião sobre a seguinte questão: o que
é importante ter em um parque de pré-escola? Nossos resultados revelam que os
respondentes consideram o espaço e os equipamentos dos parques infantis das
escolas como sendo de grande importância no processo de desenvolvimento,
aprendizagem e socialização da criança. A maior parte da respostas enfatiza a
necessidade de grande espaço para atividade livre, como também a presença de
árvores, areia e brinquedos (playground). Além disso, a segurança foi citada
algumas vezes como sendo um elemento fundamental. Foi relatada, também, a
necessidade de brinquedos seguros, areia limpa, bancos confortáveis, entre
outros aspectos. Essas opiniões demonstram como os espaços abertos, nas
escolas, são importantes e como vários aspectos do ambiente físico podem
favorecer ou não o desenvolvimento saudável da criança. Dessa forma, estudos da
relação criança-espaço são essenciais para subsidiar o planejamento de espaços
mais favoráveis ao desenvolvimento infantil.
P-86: CUIDADOS EM SAÚDE
MENTAL NO CONTEXTO DA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE
Autora/Expositora:
Yalle Fernandes dos Santos
Orientadora: Magda Dimenstein
Programa de Pós graduação em Psicologia/UFRN
Desde os anos 1990 enfatiza-se a reestruturação da
atenção psiquiátrica vinculada à atenção primária em saúde e constituição de
redes de apoio social que dêem suporte aos indivíduos em sofrimento psíquico.
No Brasil, esta questão é pode efetivar-se com a inserção das equipes de saúde
nas comunidades, através do Programa Saúde da Família (PSF). Este propõe uma
atuação baseada na integralidade das ações, concebendo o indivíduo de forma
sistêmica e elegendo a família como locus
de intervenção. Nesse sentido, o cuidado é pensado como integralidade,
significando a capacidade de ouvir o usuário, acolher sua demanda, articular
conhecimentos na solução dos problemas e na construção de projetos terapêuticos
individualizados. Este trabalho buscou mapear a demanda de saúde mental que
chega à unidade de saúde do PSF nas comunidades de Nordelândia e Boa Esperança,
no Distrito Sanitário Norte de Natal/RN. Utilizamos como ferramenta
metodológica um questionário semi-estruturado que visa mapear o histórico de
uso de psicotrópicos e internação em instituições psiquiátricas dos moradores
dessa comunidade. O instrumento foi aplicado na residência dos participantes,
com o auxílio dos agentes comunitários de saúde. Entrevistamos 34 mulheres e 25
homens, na faixa etária predominante de 31 a 50 anos. O uso de psicotrópicos é
muito elevado - 47 sujeitos os utilizam -, sendo mais usados os neurolépticos e
ansiolíticos. Vimos que 23 entrevistados foram internados em hospitais
psiquiátricos, a maioria das internações são involuntárias. Os serviços
substitutivos em saúde mental são desconhecidos por 56 dos entrevistados. Tais
dados nos mostram a necessidade de uma rede de saúde integrada, que ofereça
resolutividade e ações de referência e contra-referência entre o nível primário
e os serviços substitutivos em saúde mental, de forma que os sujeitos não
precisem recorrer aos hospitais psiquiátricos.
P-87: ENVELHECIMENTO E
QUALIDADE DE VIDA – CENTRO DE SAÚDE DE CANDELÁRIA.
Autora/Expositora:
Ana Jarves de Lucena Fernandes Gonçalves
Micarla Duarte de Lima
UFRN/CCSA/DESSO.
Apresenta uma análise acerca da implementação do
projeto de intervenção, desenvolvido no Centro de Saúde de Candelária, pelas
estagiárias Ana Jarves e Micarla Duarte, no período de setembro a dezembro de
2004. Esboça as atividades realizadas, os resultados alcançados assim como
também expõe a dinâmica que envolveu todo o processo de implementação do
projeto de intervenção elaborado pelas estagiárias em um primeiro momento de
aproximação e observação na instituição. Contextualiza os aspectos pertinentes
ao idoso como expressão da questão social e demanda para o Serviço Social.
Também relata a importância de se trabalhar com esse segmento, em meio aos
esteriótipos que a sociedade dissemina: “inativos”, “incapazes”, “apáticos”,
etc. As ações ora desenvolvidas foram respaldadas na perspectiva de igualdade e
de garantias de direito, onde foram ministradas palestras, oficinas e
atividades lúdicas, contemplando aspectos pertinentes a Qualidade de Vida na
III idade. Os resultados foram satisfatórios para os atores envolvidos: idosos,
estagiárias e instituição, sendo perceptível na receptividade e nas atividades
dos idosos, assim como através de seus depoimentos. Considera-se que o trabalho
desenvolvido no Centro de Saúde de Candelária, com o grupo de idosos,
contemplou as perspectivas e o empenho dedicado pelas estagiárias, como também
realização pessoal das mesmas.
P-88: NOVAS CONFIGURAÇÕES DO
ATIVISMO ANTI-AIDS
Autor/Expositor:
Maio Spellman Quirino de Farias
e-mail: spellman@uol.com.br
Orientadora: Magda Dimenstein
Universidade Federal do Rio Grande do Norte-RN
Nos anos 80 atuar contra a aids, institucionalmente,
na sociedade civil, significava brigar, voluntária e caritativamente, por mais
leitos em hospitais, por políticas públicas em HIV/AIDS e fazer visitas
domiciliares e hospitalares às pessoas que viviam e conviviam com a doença.
Entretanto, esse cenário de luta vem mudando desde o inicio dos anos 90, com a
consolidação da parceria do movimento antiaids com o Estado. Tal parceria
trouxe um dilema para as entidades da sociedade civil: são elas apenas
executoras das políticas governamentais ou assumem o papel de propositores
efetivos de políticas públicas? Desde então, ativismo contra a aids passou a
significar execução de projetos e considera-se que esse modo de funcionamento
institucional antiaids tem problemas porque constrói uma estratégia básica para
despolitizar o Terceiro Setor. As ONGs/AIDS não apenas consolidam a
reestruturação moderna do capital como afastam-se da atividade de rua. Todas
essas questões acima levantadas levaram-nos a mapear esta nova estrutura
ONGuiana que rompeu com o caráter caritativo, assumindo uma gestão
semi-governamental e empresarial que visa sustentabilidade para gerenciar a
aids. A pesquisa foi iniciada com as visitas, previamente agendadas, à
instituição Grupo de Apoio à Vida-GAV na
cidade de Campina Grande-PB. Aplicou-se entrevista semi-estruturada com 06
voluntários/técnicos da referida entidade. Nosso objetivo foi investigar a
prática do ativismo antiaids, identificar as concepções de ativismo antiaids e
conhecer como os atores sociais avaliam as práticas. Resultados preliminares
indicam que a concepção de ativismo presente entre os entrevistados refere-se à
execução de projetos através das parcerias ONGs e órgãos financiadores,
abrangendo a participação nos fóruns de discussões, governamentais ou não.
Observou-se diferença entre ativismo e militância, bem como a criação de
estratégias de ativismo e não de militância na instituição pesquisada.
P-89: NOVAS ESTRUTURAS
ORGANIZACIONAIS: A FÁBRICA SEM FÁBRICA
Autora/Expositora:
Joumara Araújo
Sunamita Nunes de Oliveira
Orientador: Profº Paulo Ney Silva Bulhões
Pesquisa sobre Novas Estruturas Organizacionais.
Enfatiza a FÁBRICA SEM FÁBRICA, que foi tema de trabalho acadêmico da
disciplina Organização & Métodos do curso de Biblioteconomia. Introduz
conceitos de marca, patente, consumidor, produção, mercado, estrutura,
departamento e segmentação, ampliando o entendimento da Estrutura de uma
Empresa que implanta esta forma de atuar no mercado. Fala do surgimento das
Fábricas, e, logo em seguida, da visita efetuada às empresas: Botton,
Supermercados Carrefour e Rede Mais. Define, segundo CRUZ (2002), que a
implantação da FÁBRICA SEM FÁBRICA é uma questão de sobrevivência das empresas
que participam no pool de produção.
Objetiva esclarecer o funcionamento da operação: FÁBRICA SEM FÁBRICA, onde sua
finalidade maior é reduzir custos por meio de segmentação por especialização,
ou seja, a empresa que investe em tal ferramenta, está pronta para a
concorrência; opera um produto mesmo sem produzi-lo, estando com vantagem a
mais no mercado. Utiliza como metodologia entrevista aplicada a gerentes nas
empresas visitadas. Usa perguntas-chave, levando ao entendimento da atuação
dessa operação, como uma Nova Estrutura de Organização, fazendo que elas tenham
diferencial no mercado. Obteve resultados a partir das definições de CRUZ
(2002), sendo, o seu contexto, no geral, uma abordagem na tentativa de
sobrevivência de muitas empresas que participam no pool de produção. Tem em vista que essas empresas estão investindo
numa estratégia nem tampouco recente, de conquistar mercado ante a
concorrência. Justifica o porquê dessas empresas aderirem a essa Nova Estrutura
Organizacional: investir nesse ramo de produção sem ter que produzir o produto
é ganhar uma vantagem a mais no mercado.
P-90: O ENSINO DA GEOGRAFIA:
LEMBRANÇAS DE PROFESSORES E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS.
Autores/Expositores:
Glauciana Timbó Ferreira
Bolsista de Iniciação Científica – PIBIC/CNPq – Base
de Pesquisa: Currículo, Saberes e Práticas Educacionais CCSA/DEPE/UFRN
Francisco Cláudio Soares Júnior
Prof. do PPGEd e DEPED/UFRN
O ensino da Geografia possui uma história social que
se encontra diretamente articulada aos processos de desenvolvimento do modo de
produção capitalista. Este vincula formas de pensar geográfico às suas
necessidades de extorção de valores capitalistas através da apropriação dos
produtos elaborados no campo das ciências, artes e tecnologias, fazendo uso
deles para reproduzir os interesses da sua lógica produtiva no interior da
sociedade e da escola. Nesse sentido os conteúdos dos conceitos geográficos
possuem uma carga política-ideológica que expressam os interesses da fase do
capital que particulariza um determinado tempo histórico. Daí a necessidade de
estudarmos as formas de transmissão-assimilação dos saberes geográficos ao
longo da história, no intuito de apreendermos os processos de cristalização dos
ideários de explicação da realidade concreta, nas instituições escolares num
dado contexto histórico-social. Portanto, faz-se necessário ressaltarmos a
importância do processo de apreensão teórico-metodológico das práticas de
ensino dos conhecimentos geográficos na escola, nos espaços-tempos da sua
evolução histórica, através da produção dos saberes sistematizados pelos
professores no fluxo dos seus processos de formação docente e nos ofícios de
ensinar. A pesquisa se define como um estudo qualitativo do tipo colaborativo
que abrange um levantamento de dados sobre as histórias de vida de professores
inscritos no curso de Pedagogia - PROBÁSICA (2004.2) do município de
Ceará-Mirim. Esta nortea-se em alguns princípios do enfoque dos relatos de vida
fundamentados em teóricos como: Nóvoa (1992 1995); Bueno (1998); Bosi (1994);
Alves (1998); Catani (2003); Goodson (1995); Vygotsky (2001). Objetivamos com
essa investigação, fazermos uma reflexão sobre o ensino da Geografia na escola
pública de Ceará-Mirim/RN através do estudo das lembranças de professores e
práticas pedagógicas (presente/passado) materializados no espaço escolar.
P-91: O Estresse entre
profissionais da área da saúde: a educação em foco
Autores/Expositores:
Emeline das Neves de Araújo Lima
e-mail: emelinelima@aol.com
Aluna da graduação do curso de Odontologia da UFRN;
Celene de Figueiredo Diniz
Médica do Hospital Walfredo Gurgel;
Orientadora:
Profª. Drª. Maria do Socorro Costa Feitosa Alves. 4
Profª. Adjunta do departamento de Odontologia da
UFRN.
Departamento de Odontologia
O presente trabalho tem por objetivo fazer uma
revista crítica da literatura visando discutir o efeito do trabalho relacionado
à saúde para as condições psicofisiológicas do trabalhador, bem como enfatizar
a importância da educação no cotidiano das ações. Com embasamento nos estudos
realizados, procurou-se elucidar as características e principais sintomas dos
transtornos mentais que mais acometem essa classe, como o estresse; bem como
outros efeitos decorrentes da vida pessoal. O estresse é a resposta do
organismo frente a diversos mecanismos que produzem tensão e agressão. Pôde-se
observar, em relação ao sexo, uma relevante diferença, com predominância dessas
patologias entre mulheres, sendo justificado pela situação atual da
participação feminina no mercado de trabalho. A associação do trabalho
doméstico com o assalariado é um fator que agrava de forma imperativa essa
significância. Entre os fatores de risco presentes no ambiente de trabalho,
sobretudo em clínicas e hospitais, pôde-se inferir os seguintes: calor, ruído,
esforço físico, posições forçadas, além de trabalho intenso e repetitivo, o que
promove indiscutivelmente um alto nível de alteração psicológica. Por outro
lado, existem também fatores protetores que podem amenizar essa incidência
sendo, dentre outros, uma grande habilidade profissional, satisfação no
trabalho e criatividade, levando assim a um equilíbrio entre as demandas
ocupacionais e as características pessoais. Uma excessiva carga de trabalho é
responsável pelo estado de fadiga, o que também tem efeito significativo para o
aparecimento de transtornos como depressão e ansiedade, tidos como os mais
freqüentes em meio aos trabalhadores da saúde. Portanto, é notada a imensa
importância de um estudo mais apurado acerca dos fatores que regem a presença
de problemas neurológicos como estresse em meio aos trabalhadores da saúde, no
sentido de favorecer a compreensão das atividades educativas e preventivas
nessa área.
P-92: O PERFIL DOS
ENFERMEIROS DA REDE PÚBLICA E PRIVADA
Expositores:
Emanuela de Oliveira Justino (Graduanda de
Psicologia-UFRN)
Joel Lima Júnior (Pesquisador Voluntário/GEPS-UFRN)
Depto. de Psicologia /
CCHLA.
E-mail: joellijr@ig.com.br
GRUPO DE ESTUDOS: PSICOLOGIA E SAÚDE.
Autores:
Eulália Maria Chaves Maia (Professora/UFRN), José
Hélder Franco Aquino (Graduando/UFRN); Soraya Guilherme Cavalcanti
(Graduanda/UFRN); Ariane Cristiny da Silva Fernandes (Graduanda/UFRN); Larissa
Mascarenhas Souza (Graduanda/UFRN).;Felipe Serquiz Elias Pinheiro
(Graduando/UFRN); Ana Suzana Pereira de Medeiros (Graduanda/UFRN).
Atualmente, percebe-se uma maior atenção para a
questão do bem-estar dos profissionais de saúde e dos pacientes nas
instituições, e dessa forma uma maior ênfase na abordagem da humanização como
elemento fundamental para a aquisição deste. Logo, observa-se uma nova
exigência para os elementos que compõem o cenário da saúde, uma vez que o
diálogo, a escuta e o olhar assumem nova importância dentro desse novo
paradigma. Sendo assim, ao conceber a equipe de saúde como principal elemento
no processo de implementação da assistência, optou-se por desenvolver a
presente pesquisa (em andamento) que visa inicialmente identificar o perfil dos
profissionais de enfermagem da rede pública e privada, bem como analisar como
fatores sócio-econômicos interferem na qualidade dos serviços prestados por
estes profissionais. Os dados foram coletados através de um questionário em
dois hospitais da cidade de Natal–RN e analisados pelo programa estatístico
SPSS. Diante dos questionários aplicados (N 30), (90 %) dos sujeitos são do
sexo feminino, com idade entre quarenta e um e cinqüenta anos, e renda mensal
entre um e cinco salários mínimos. (66%) desses profissionais atuam em apenas
uma instituição e trabalham em média quarenta horas semanais. Percebeu-se ainda
que os (30 %) que possuem pós-graduação são do sexo feminino e ganham entre
seis e dez salários mínimos. Os profissionais do sexo masculino atuam em mais
hospitais que os do sexo feminino, possivelmente devido à dupla jornada de
trabalho enfrentada pela mulher. Notou-se também que o salário não acompanha o
aumento da carga horária de trabalho. Sendo assim, verifica-se a importância de
se encontrar novas e eficazes estratégias que visem melhores condições não só
para usuários como também para a equipe de saúde, uma vez que a qualidade das
relações mantidas no ambiente de trabalho está intrinsecamente ligada a fatores
sócio-econômicos da categoria profissional.
P-93: O PROFISSIONAL DE
SAÚDE E A ANSIEDADE PERANTE O PACIENTE ONCOLÓGICO NAS DIVERSAS FASES DE
DESENVOLVIMENTO HUMANO.
Expositores:
Mônica Morgado Horta Monteiro de Oliveira
Graduação em psicologia da UFRN
Autores:
Daniella Antunes Pousa Faria (pós-graduação CCS),
Ádala Nayana de Sousa (Graduanda/UFRN), Eulália Maria Chaves Maia
(Professora/UFRN).
Departamento de Psicologia
/ Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde / CCS / UFRN.
A presente pesquisa visou identificar em relação a
qual fase do desenvolvimento humano (criança, adolescente, adulto, e idoso) do
paciente terminal com câncer, o profissional de saúde se sente mais ansioso ao
realizar seu trabalho, e qual a percepção destes profissionais acerca deste
resultado. Para identificar estas variáveis se utilizou como instrumentos uma
entrevista dirigida, realizada no próprio hospital, com os profissionais que
lidam diretamente com pacientes terminais de diversas fases do desenvolvimento
humano. Participaram desta pesquisa 22 profissionais
de saúde, de ambos os sexos, do Hospital Luiz Antônio que lidam com pacientes
terminais com câncer. A análise dos resultados foi realizada através da
freqüência de respostas. Como resultado obtivemos que 91,31% dos
profissionais pesquisados afirmam se sentir ansiosos quando lidam com pacientes
terminais, os demais, ou seja, 8,69% não se percebem ansiosos ou com sentimento
diferenciado quando se trata de pacientes em estágio terminal. Destes 91,31%,
65,21% apontam a criança como sendo a fase mais difícil de se lidar, pois as
crianças os remetem a seus filhos. Além disso, afirmam que quando se trata
desta faixa etária eles ainda estão no início da vida e não merecem morrer;
8,72 % afirmam se sentir mais ansiosos com adolescentes, e descrevem como motivo
para este sentimento o fato do adolescente ter consciência de que vai morrer e
pelo fato destes geralmente ficarem bastante agressivos nesta situação, o que
faz com que o profissional se sinta mais ansioso; e 4,34% afirmam que se sentem
mais ansiosos com idosos, por considerarem que a “pessoa quando velha fica mais
fraca”; por fim, 13,04 afirmam não conseguir identificar em qual faixa etária
se sentem mais ansiosos.
P-94: A RELAÇÃO ENTRE IDADE
E O VALOR DE REALIZAÇÃO EM TRABALHADORES DE BAIXA INSTRUÇÃO DA CONSTRUÇÃO CIVIL
Expositor/Autor:
Leonardo Braga Galvão Alexandre
Email: leobrutus@hotmail.com
Estudante da graduação do curso de Psicologia)
Co-autora:
Sandra Souza da Silva Chaves (Doutoranda em Psicologia
UFRN/UFPB)
Email: sandrasschaves@yahoo.com.br
Sabe-se da aceitação do conceito de valores como
princípios que guiam a vida de uma pessoa, sendo metas desejáveis e
transituacionais, variando em grau de importância. Assim, eles direcionam a
ação das pessoas mediante os processos de socialização sejam eles na escola, na
família, entre amigos etc.. É utilizado para este trabalho o valor de
realização proposto por Schwartz, sendo a busca do sucesso pessoal e da
competência. Atende a interesses individuais, originando-se nas necessidades de
interação grupal. Buscou-se nesse projeto de pesquisa estabelecer uma relação
entre a idade dos trabalhadores da construção civil de baixa instrução e o
escore atribuído ao valor de realização pelos mesmos. Sendo a hipótese
levantada quanto maior a idade dos participantes maior o valor de realização. O
perfil da população pesquisada é predominantemente masculino, constata-se um
baixo grau de escolarização e baixos índices salariais. O trabalho
caracteriza-se como perigoso, devido aos riscos que estão submetidos no
ambiente laboral. Participaram da pesquisa 80 sujeitos. O instrumento utilizado
foi a Adaptação do Inventário de Valores Humanos, constando 55 itens e ficha
sócio-demográfica. A coleta realizou-se em unidades de construção de uma
empresa natalense. A aplicação dos questionários foi coletiva. As respostas
foram inseridas no programa Statistical Package for Social Science. A amostra
foi dividida em dois grupos: grupo um (idade entre 19 e 31 anos) grupo dois
(acima de 31 e abaixo de 60 anos) depois, foram correlacionadas as variáveis
desses grupos. Para o grupo um foi possível estabelecer uma correlação
significativa entre as variáveis, porém, inversa, ou seja, quanto maior a
idade, menor a preocupação com a busca do sucesso pessoal. Para o grupo dois,
apesar de direta, a correlação não foi significativa. Para o grupo um, tem-se
que quando jovens estes trabalhadores visualizam este trabalho como algo
temporário até conseguirem um emprego melhor.
P-95: A auto-ajuda e o
processo psicoterápico de acordo com os estudantes de psicologia da Universidade Federal do Rio Grande
do Norte
Autor/Expositor:
Murielle de Araújo Gomes
Tatiana Minchoni
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Este estudo parte da preocupação de se conhecer a
opinião dos alunos de psicologia em relação aos mais diversos veículos de
auto-ajuda, um instrumento que possui uma crescente demanda direcionada
atualmente. O principal objetivo é traçar um panorama da utilização de
auto-ajuda e da prática de psicoterapia pelos estudantes de psicologia da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, bem como mensurar a associação
entre esses dois processos. São investigados itens como a utilização de
auto-ajuda pelos entrevistados, bem como a prática de psicoterapia, os veículos
disponíveis mais comuns, os motivos que levam ao uso da auto-ajuda, as expectativas daqueles que recorrem a algum tipo de
auto-ajuda, a forma que os estudantes de psicologia vêem a auto-ajuda associada
à psicoterapia, entre outros.entre outros. A metodologia utilizada
consistiu de um questionário individual contendo 9 questões abertas e fechadas,
elaborado com base em um questionário piloto aplicado na Universidade Potiguar.
A pesquisa contou com uma amostra de 180 questionários respondidos, constituída
de 137 mulheres e 43 homens. Os resultados indicaram que a utilização de auto-ajuda pelos entrevistados não é comum,
uma informação abaixo das expectativas dos pesquisadores visto que a auto-ajuda
tem sido bastante divulgada atualmente. Dentre os motivos que levam à busca da
auto-ajuda, os mais citados foram autoconhecimento e curiosidade/interesse.
Quanto ao tipo do recurso mais utilizado de auto-ajuda, os livros tiveram
destaque, o que pode ser relacionado com a grande divulgação desse material,
apresentando-se até como os livros mais vendidos. Apesar de ser formada
por estudantes de psicologia, a amostra apresenta um pequeno número de alunos
que estão passando por um processo psicoterápico, resultado um tanto
preocupante, posto que os futuros psicólogos precisam entender o processo no
qual o paciente estará inserido, o que é condição
fundamental para a atuação profissional.
P-96: A IMAGEM ATRIBUÍDA
PELA COLEÇÃO MOSSOROENSE DE DIX-SEPT ROSADO: HISTÓRIA, VALORES E IDEAIS
Autor:
Alessandro Teixeira Nóbrega
aluno do Mestrado de História/UFRN
Orientadora: Prof. Drª Margarida Dias (Departamento
de História da UFRN)
Este trabalho é uma pesquisa desenvolvida no programa
de Mestrado em História da UFRN e que surgiu da reflexão sobre a construção do
espaço de Mossoró, através da Coleção Mossoroense. Objetiva estabelecer os
valores e ideais atribuídos a imagem de Dix-sept Rosado pela Coleção e sua
identificação com a construção do espaço do lugar, no caso aqui de Mossoró. O
trabalho é desenvolvido através de entrevistas e levantamento bibliográfico
para análise do discurso escrito da Coleção sobre Dix-sept, além da observação
das festas cívicas. A pesquisa está em andamento. Mas já é possível observar um
dos traços de construção do espaço de Mossoró através da identificação de sua
história com a imagem ou valores atribuídos a Dix-sept Rosado pela Coleção
Mossoroense.
P-97: “A INSURGÊNCIA DA ARTE
NO COTIDIANO”
Autor/Expositor:
Wernher Medeiros Soares de Sousa
Aluno do Curso de Artes Plásticas
Departamento de Artes/UFRN
E-mail: wernher@interjato.com.br
Propõe-se observar como o ser humano se utiliza da
arte como forma de uma melhoria de seu status individual e de sua
integração social. Análise de depoimentos de artistas e pessoas comuns sobre
artes: “eu como arte, vivo arte”, Rosa Costa, bailarina. Formas
exemplificativas de expressões e comunicação artísticas: .a.Grafismos e
pichações: denunciação das desigualdades sociais. .b. Arte no cotidiano:
tatuagens. .c. As “máquinas” e a arte.
P-98: A Teoria Atômica de
Leucipo de Mileto e Demócrito de Abdera
Autora/Expositora:
Gleba Coelli Luna da Silveira
Curso de Filosofia
Acreditamos que Leucipo tenha nascido em Mileto,
porém há quem afirme que este possa ter nascido em Eléia ou Abdera. Leucipo
teve como seus contemporâneos Anaxágoras, os sofistas e Sócrates. Para alguns
seu mestre foi Zenão, e para outros foi Melisso. Com freqüência encontramos
Leucipo associado a Demócrito. De acordo com Aristóteles, Leucipo era o criador
da teoria dos átomos, sendo que esta, depois foi desenvolvida e elaborada por
Demócrito. A Leucipo é atribuída a autoria de duas obras: “A Grande Ordem do
Mundo” e “Sobre o Espírito”. Acredita-se que esta ultima tenha sido somente uma
parte da primeira. Assim, Demócrito foi discípulo e sucessor de Leucipo na
direção da escola de Abdera.
P-99: Análise da realização
do plural na fala Potiguar
Autora/Expositora:
Luciana de França Lopes
(Aluna e voluntária do Projeto ALiRN)
Universidade Potiguar –UnP
Departamentos de Letras
Este trabalho investiga a realização do plural de
palavras terminadas em –ão, -l, -au, e –éu no falar do Estado do Rio Grande do
Norte. O objetivo desta pesquisa é analisar a realização do plural, nas
terminações citadas, em diferentes pontos do estado. Nesta pesquisa foi
utilizada a questão relativa ao número de substantivos do questionário
morfossintático do Atlas Lingüístico do Brasil (ALiB), com dados colhidos
através dos inquéritos definitivos realizados em alguns municípios do nosso
estado, incluindo a capital, os quais fazem parte da rede de pontos do Projeto
Atlas Lingüístico do Rio Grande do Norte (ALiRN). Os inquéritos foram
realizados com informantes selecionados a partir de critérios estabelecidos
pelo Comitê Nacional do Projeto ALiB: nível escolaridade (superior e
fundamental), ambos os sexos, e duas faixas etárias (18 – 30 anos e acima de 45
anos). Os dados obtidos através desta investigação confirmam a hipótese que nos
guiaram nesta pesquisa, de que a variante de prestígio é utilizada
principalmente por pessoas de nível de escolaridade mais elevado.
P-100: ASSISTÊNCIA SOCIAL
BRASILEIRA NA PERSPECTIVA DO SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL: UM NOVO
CAMINHO GARANTIRÁ UMA NOVA REALIDADE?
Autora/expositora:
Mariane Araújo Mendes Pereira (Discente)
Orientadora: Eliana Andrade da Silva
Departamento de Serviço Social (CCSA)
E-mail: marianeamp@yahoo.com.br
Introdução: O protagonismo dos Conselhos no debate da
Assistência Social, fez com que o governo Lula incorporasse na agenda
governamental, a proposta de redesenhá-la, a partir da discussão e
implementação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS); baseado na
Constituição de 1988 e na Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS). Essa
atitude visa garantir que essa política pública ultrapasse o caráter caritativo
e fragmentado, através da mudança de enfoque do individuo para a família,
considerando a universalidade que essa se propõe. Objetivo: O referido trabalho
visa discutir os limites e possibilidades da nova Política Nacional da
Assistência Social, a fim de analisar se as mudanças preconizadas nessa, se
reduziram ao âmbito institucional ou se efetivamente, garantirão ao usuário a
efetivação e ampliação dessa política, visando o horizonte da garantia de
direitos. Metodologia: Pesquisa bibliográfica, documental e observação
participante. Resultados parciais: Constata-se que a nova Política
Nacional da Assistência Social é uma consolidação da proposta de
universalização da assistência social como direito social garantindo os avanços
da Constituição e da LOAS. Observamos também, a sensibilização, mobilização e
incorporação dessa proposta pela sociedade civil, conselhos municipais e
federal, e profissionais da área de assistência. Entretanto, apesar da
construção desse novo caminho, persistem velhos problemas, como a indefinição
do co-financiamento, a falta de recursos humanos, diversidades regionais, entre
outras, que só serão abolidos com uma postura ousada, e até arriscada
politicamente, pois vai de encontro à cultura pública do país.
P-101: CAUSOS DE BOTIJAS: HISTÓRIAS E MEMÓRIAS SOBRE O SOBRENATURAL EM
CARNAÚBA DOS DANTAS
Autor/Expositor:
Thiago Stevenny Lopes
Departamento de História e Geografia, CERES, UFRN
Esp. Helder Alexandre Medeiros de Macedo
Orientador heldermacedo@katatudo.com.br
Programa de Pós-Graduação em História, CCHLA, UFRN
Este trabalho emergiu do Projeto Carnaúba dos Dantas: Inventário do Patrimônio Imaterial de uma Cidade
do Sertão do Rio Grande do Norte - PRONAC
N° 043906 e tem como objetivo a investigação a respeito das histórias sobre
botijas contadas pelos moradores de Carnaúba dos Dantas (zona urbana e rural) e
como essas histórias vieram a contribuir para a reafirmação do imaginário dos
mesmos narradores. Justificamos a edição da pesquisa tendo em vista as
discussões que o patrimônio imaterial tem levantado, tanto na historiografia,
como nos estudos patrimoniais, com relação à participação ativa de grupos
minoritários ou marginalizados na construção das histórias locais. Enfatizamos,
também, que a rememoração dessas histórias dá visibilidade a esse patrimônio -
oral, material e imaterial - pertencente aos carnaubenses. Ainda levantamos um
interesse pessoal a respeito da forma como essas histórias vieram a inserir
visões fantasiosas de mundo na imaginação dos moradores do município. A
metodologia está baseada na leitura e discussão do referencial teórico -
ancorado no conceito de memória discutido por Jacques Le Goff, Ecléa Bosi e
Maurice Halbwachs - e no de patrimônio cultural, cujos aportes são levantados
por Françoise Choay, Maria Cecília Londres Fonseca, Carlos Lemos e Roque de
Barros Laraia. Seguiu-se o reconhecimento da colônia de narradores - que agrupa
os mais antigos moradores - e coleta das entrevistas, sendo utilizadas para
este trabalho apenas as que já se apresentam digitadas, revisadas e que se
relacionam ao tema em questão. Viajar pelas memórias dos narradores nos
permitiu compreender como as narrativas em torno de tesouros enterrados, no
mundo rural e na paisagem citadina, contribuem para que se pense a relação
entre medo, religiosidade popular e crença na existência do sobrenatural
presentes no tecido mnemônico desses indivíduos.
P-102: CORPORALIDADE:
Representações e sexualidade do corpo feminino
Autor/Expositor:
Honório, Maria das Dores (dorahonorio@ig.com.br)
Mestranda do Programa de Pós-graduação em Ciências
Sociais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Esta comunicação apresenta pesquisa em andamento que
tem como objetivo investigar a construção de representações de corpo e sua
relação com a sexualidade, em adolescentes de 14 a 17 anos, do sexo feminino,
de camadas populares. Partindo da concepção de corpo como uma construção
cultural e social específica de cada cultura, sociedade e/ou classe social,
pretendemos investigar essa construção, localizando significados/representações
do corpo e sua relação com a sexualidade enquanto linguagem na construção de
gênero.
P-103: Cuidado: o que
estudantes universitários fazem com o meio ambiente?
Autor/Expositor:
Thiago F. Pinheiro
Grupo de Estudos Inter-Ações Pessoa-Ambiente/UFRN
Bolsista de Iniciação Científica do Pppg/CNPq
Curso de Psicologia/UFRN
E-mail: thiagopinheiro@hotmail.com
Co-autor: José Q. Pinheiro (orientação)
A crescente preocupação com os níveis atuais de
destruição do meio ambiente tem gerado uma maior atenção aos temas ecológicos
por parte dos pesquisadores e das pessoas em geral. Este trabalho se propõe a
explorar um aspecto importante do posicionamento pró-ecológico que, no entanto,
tem sido pouco estudado: o cuidado ambiental. Nosso grupo de pesquisa aplicou
um questionário em 355 universitários da cidade de Natal, RN com a intenção de
investigar o posicionamento das pessoas em relação a cuidar ou não do ambiente
e o tipo de ação que elas qualificam como atividade de cuidado ecológico. O
grupo de respondentes foi composto por 229 mulheres e 126 homens, de
universidade pública e privada, com média de idade de 22,7 anos (DP = 5,05).
Cerca de metade dos universitários (53,2%) afirmaram realizar alguma atividade
de cuidado ambiental, dentre os quais a maioria foi constituída por mulheres
(69%). Houve associação significativa da prática de cuidado ambiental com
deixar contato para participar de campanhas ecológicas e com a postura
pró-ecológica medida por escalas consagradas na literatura. A análise de
conteúdo das práticas relatadas como atividades de cuidado ambiental mostrou
P-104: DEBULHANDO FEIJÃO NO
MUNDO RURAL EM CARNAÚBA DOS DANTAS: HISTÓRIAS DE UM LUGAR DE SOCIABILIDADE
Autor/Expositor:
Sidney Santos da Silva
sidneysantossilva@yahoo.com.br
Departamento de História e Geografia, CERES, UFRN
Esp. Helder Alexandre Medeiros de Macedo - Orientador
heldermacedo@katatudo.com.br
Programa de Pós-Graduação em História, CCHLA, UFRN
Essa pesquisa faz parte do Projeto Carnaúba dos
Dantas: Inventário do Patrimônio Imaterial de uma Cidade do Sertão do Rio Grande
do Norte, PRONAC Nº 043906, vinculado ao Ministério da Cultura e financiado
pela Petrobras, coordenado pelo mestrando Helder Macedo. Objetivamos
compreender quais eram os espaços de sociabilidade no mundo rural de Carnaúba
dos Dantas e como as pessoas se relacionavam nesses espaços. Justificamos esse
trabalho na perspectiva de valorizar os estudos patrimoniais nos quais se
alargam de tal forma que inserem os estudos da historiografia, como também dar
visibilidade a essas histórias como patrimônio imaterial dos moradores de
Carnaúba dos Dantas. O contato com os narradores nos despertou um interesse
pessoal, já que esses eventos nos remetem a um passado festivo e contagiante. O
referencial teórico está ancorado no conceito de memória discutido por Jacques Le
Goff, Ecléa Bosi e Maurice Halbwachs, e nas discussões sobre Patrimônio
Cultural que emergem das obras de Françoise Choay, Maria Cecília Londres
Fonseca, Carlos Lemos e Roque de Barros Laraia. A sistematização está pautada
na leitura e discussão dos textos teóricos, na etapa de reconhecimento da
colônia de narradores, na coleta das entrevistas gravadas, transcrição e
digitação das mesmas, tomada da carta de sessão e por fim análise das
narrativas tendo em vista a base teórica e o referencial bibliográfico.
Quarenta pessoas foram entrevistadas, destas, um número significativo,
percorrendo os caminhos da memória revisitaram as lembranças das debulhadas
como momentos de encontros, de conversas, de sociabilidades e festividades
entre amigos e familiares. Descortinamos esses momentos tatuados na memória dos
carnaubenses como formas de socialização e modos de conciliar trabalho, laços
familiares e entretenimento, artes de extrair da labuta do cotidiano momentos
de atividades aprazíveis e incandescer das teias de relações humanas.
P-105: DOUTRINA E ESPAÇO:
Arquiteturas das Igrejas Protestantes e Pentecostais
Autores/Expositores:
Daniel Fernandes de Macedo (aluno)
E-mail: danielfmacedo@click21.com.br
Departamento de Arquitetura/UFRN
Pablo Gleydson de Sousa (aluno)
E-mail: blackspluff@click21.com.br
Departamento de Arquitetura/UFRN
As igrejas evangélicas têm intensificado sua aparição
na mídia nacional e o crescimento numérico de certos grupos tem aumentado a
procura por espaços de culto, novos ou adaptados. Nesse contexto, o painel
propõe uma análise comparativa das tipologias edilícias entre as igrejas
protestantes históricas, pentecostais e neopentecostais. São investigados os
elementos formais comuns e destoantes desses três grandes grupos e como as
influências estilísticas refletem suas ideologias, cosmologias e inserções no
mundo religioso e secular, no passado e no presente. O estudo fomenta a
pesquisa sobre o espaço sagrado ao tentar compreender as antigas e recentes
manifestações religiosas e seu rebatimento no espaço construído.
P-106: ESTUDO ETNOBOTÂNICO
NAS COMUNIDADES INSTALADAS ÀS MARGENS DO RIACHO ÁGUAS VERMELHAS
(PARNAMIRIM/RN), COMO SUBSÍDIO PARA CONSERVAÇÃO E RECOMPOSIÇÃO DA MATA CILIAR
Autora/Expositora:
Alídia Hernandes Ribeiro
Mestranda em Desenvolvimento e Meio Ambiente
Maria Iracema Bezerra Loiola
Departamento de Botânica, Ecologia e Zoologia – UFRN.
A ocupação dentro do município de Parnamirim iniciou-se
de fato após o final da Segunda Guerra Mundial. Desde então os cursos d`água em
geral vem sofrendo uma série de agressões, como a remoção da mata ciliar (que
causa assoreamento do seu leito), deposição de lixo e esgoto, entre outras,
devido a ocupação de suas margens. Esse processo vem ocorrendo, pois, alem da
ausência de políticas publicas durante a ocupação do local, verifica-se o
desconhecimento da importância do riacho como fonte de recurso mineral e
biológico. Antagonizando todo esse processo de devastação, que ocorre em toda
Bacia do Rio Pirangi, cerca de 5ha encontram-se bastante preservados desde 1950
como propriedade particular e que, desde 1998, foi transformada na Área de
Proteção Ambiental (APA) Hidrominas Santa Maria, que se localiza as margens do
riacho Águas Vermelhas. No sentido de dar subsídio à conservação e recomposição
da mata ciliar, duas linhas de trabalho foram iniciadas: o levantamento
florístico e a realização de entrevistas em um dos bairros que compõem a
comunidade ribeirinha do caso (Vale do Sol). Para coleta de material botânico,
foram realizadas 12 excursões onde foram registrados 85 taxa, ressaltando-se
que esta etapa ainda encontra-se em andamento. A análise comparativa preliminar
da flora evidenciou a similaridade com outras áreas já inventariadas no Rio
Grande do Norte, presença de espécimes que são tidos como medicinais em outros
Estados, e plantas com grande potencial ornamental e paisagístico. A realização
de entrevistas conta com 100 depoimentos até a presente data. E estudo dos
dados coletados revela entre os entrevistados, o desconhecimento do que é uma
APA e da existência de uma na proximidade de suas residências. Mostra também
que a grande maioria não utiliza nenhum recurso proveniente da mesma, apesar do
uso de medicamentos fitoterápicos.
P-107: JOVEM, ÉTICA E
CIDADANIA NO MUNDO CONTEMPORÂNEO
Autora/Expositora:
Sílvia Maria Jerônimo da Silva – Acadêmica em Artes
Departamento de Artes - UFRN
Co-autoras:
Maria José Cavalcante de Lima – Profª de Letras
Portuguesa
Monique Dias de Oliveira – Acadêmica em Artes
O projeto de caráter interdisciplinar integrou a
língua portuguesa e a arte, pretendendo exercitar no jovem a capacidade de
desenvolver seu pensamento crítico para atuar na sociedade de forma ética e
cidadã nas diversas áreas, assim como ter a responsabilidade de aplicar as
informações recebidas. A partir da sensibilização do tema gerador definido pela
escola: “Jovem, ética e cidadania no mundo contemporâneo” para o ano letivo de
2004, surgiu a problematização do que é ser jovem neste mundo contemporâneo;
quais os desafios que enfrentam e que atitudes geralmente tomam. A partir
destes questionamentos, chegamos aos subtemas: Consumo, educação, sexualidade,
drogas, participação política, gangs juvenis entre outros. Em grupos, os alunos
formularam hipóteses e iniciaram pesquisas, produziram textos e apresentaram
seminários com discussões sobre os temas. Após todas estas etapas, eles tiveram
um novo desafio que foi de expressar através da linguagem das artes visuais, os
temas abordados. A ação oportunizou a todos a aquisição de um novo conhecimento
dentro da arte contemporânea: o conceito de ‘instalação’. Sob a orientação da
disciplina de arte, foi trabalhada, em sala de aula, a idéia de arte conceitual
e desenvolvido a prática que culminou com uma mostra de arte e cultura na
Escola Estadual Berilo Wanderley. Ao final do projeto, obteve-se a assimilação
dos conteúdos, a identificação dos alunos com os temas, gerando, em parte,
mudança de comportamento, construção de uma nova identidade mais crítica e
participativa em relação ao grande grupo. Ficou evidente o crescimento da
auto-estima, das habilidades, da fluência verbal na hora da exposição, das
atitudes de cooperação e respeito em relação às diferenças. Além dos excelentes
resultados das instalações, idéia tão pouco difundida e conhecida pelos mesmos,
apesar da existência desde a década de 70. Todavia, repercutiu de forma
positiva e até mesmo de vanguarda dentro da escola pública.
P-108: MEMÓRIAS DE UMA
MODERNIDADE
Autor/Expositor:
Jânio Gustavo Barbosa
Graduando em História
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
A motivação contemporânea para o estudo das
representações da vida Privada, está na configuração das sociedades ocidentais
atuais, nas quais predominam a profusão imagética acelerada e a exploração,
pelos meios de comunicação da vida intima, ocorrendo concomitantemente a
aceleração de ritmos, da comunicação, tudo baseado na ênfase ao individual e na
exposição deste aos olhares do público. Desta forma, tal problema instiga a
investigação que é o objetivo geral deste trabalho: entender como a Modernidade
foi apresentada na iconografia da vida privada, mais precisamente nos álbuns de
família que acabaram, junto com os ícones da intimidade e os cartões postais,
por se tornar símbolos de uma época, e como esta mesma iconografia retrata as
transformações ocorridas no fim do século XIX até a década de 1940 do século
XX. A metodologia usada para este trabalho foi a análise de representações
fotográficas presentes no final do século XIX e início do século XX,
principalmente as representações voltadas a família, bem como, a leitura de
teses e dissertações que tratam do assunto.
P-109: Mutirão por
autogestão
Expositor:
Cecília Marilaine Rego de Medeiros
Aluna do 5º período do curso de graduação em
Arquitetura e Urbanismo da UFRN
Co-autor(es):
Amadja Henrique Borges –
Profa. Dra. do Departamento de Arquitetura da UFRN
Departamento de Arquitetura
– CT
E-mail: amadja@ufrnet.br
ou cecília.marilaine@bol.com.br
O Departamento de Arquitetura da UFRN, através do
Grupo de Estudos em Reforma Agrária e Habitat, desde 1994 presta assessoria aos
movimentos populares no processo construtivo dos habitats dos Assentamentos de
Reforma Agrária no Rio Grande do Norte. Em 2003, sob solicitação de Direção Estadual
do MST, teve início, com o projeto de extensão universitária Assentamento do MST: O Habitat do Maria da
Paz, a assessoria aos moradores desse assentamento, em João Câmara. O
projeto passou por muitas etapas, dentre elas o zoneamento agro-ecológico da
área, principal subsídio para os projetos de parcelamento do solo, de escolha
dos locais de moradia e de trabalho, e demais projetos específicos, tanto do
habitat, como os de produção. A orientação da autogestão ocorreu durante a
construção do habitat do assentamento (agrovila). A construção em mutirão
possibilitou, dentre outras coisas, a melhoria na qualidade e a otimização do
custo-benefício do Crédito Habitação, cada unidade passando de 43m² (padrão do
INCRA) para 68m². A implementação do planejamento participativo, que envolveu
todos os agentes do processo (a Universidade, o INCRA, a Coordenação do
Movimento e assentados), resultou em uma metodologia de mutirão em linha de
balanço que garantiu, enquanto acompanhada, a participação dos próprios assentados
na gestão e construção de suas casas. Apesar da orientação quanto à gestão da
remuneração (limitada), os construtores (assentados) demoraram a perceber que
teriam que dividi-la por etapas. Só quando ela acaba melhora seu interesse pela qualidade da habitação. A utilização da
ciência em projetos populares como este, objetivando a organização do trabalho
e educação formal e específica de mão-de-obra especializada está em processo de
elaboração e análise pelo GERAH e configura como uma alternativa as necessidades
específicas dos projetos populares.
P-110: Narrativas de
memórias do Sítio Breu
Autoras/Expositoras:
Aldinida de Medeiros Souza
(Base de pesquisa sobre
Cultura Popular/UFRN)
Ivani Machado
(Grupo de Cultura Popular
Calembar)
O presente trabalho busca evidenciar, através das
Narrativas de Memórias dos antigos moradores do Sítio Breu, a relevância
da oralidade que compõe as músicas e teatralizações, dos folguedos de São
Gonçalo do Amarante. O Breu, como é chamado, encontra-se hoje
desabitado. Mas as memórias do lugar estão vivas, nos poucos habitantes que
restam dos muitos que povoaram o sítio.
P-111: NOS PASSOS DA
HISTÓRIA: DAS SALAS DE AULA ÀS RUAS.
Autoras/Expositoras:
Cristiane Monteiro Aragão;
Rosangela Monteiro Aragão;
E-mail: monteironatal@yahoo.com.br
Nosso trabalho é o resultado de uma proposta de
retirar a história do Rio Grande do Norte, mais especificamente da cidade de
Natal, de dentro da sala de aula, levando o aluno a conhecer a realidade do
acontecimento in loco. Através de
visitas dos pontos históricos o aluno terá a possibilidade de compreender e
analisar a história da cidade por meio da observação e conhecimento dos locais
visitados. Nesse contexto o professor permite ao aluno, através da percepção
visual do espaço, compreender e analisar, por meios próprios, fragmentos da
história local. Para isso realizar esse trabalho fizemos uso de aulas de campo,
visitas em grupos a locais previamente determinados, em que os alunos puderam
ver os cenários dos acontecimentos além de receberem explicações teóricas dos
mesmos. O objetivo final do nosso projeto foi fazer com que o aluno produzisse
conhecimento, pois, após visita, os alunos prepararam relatórios referentes às
aulas dadas.
P-112: O CONSUMO DE ÁLCOOL
NAS FAMÍLIAS DE ADOLESCENTES E JOVENS ESTUDANTES EM NATAL E OS PROBLEMAS
CAUSADOS POR ESSA PRÁTICA
Autoras/Expositoras:
Monique Brito
Bolsista de iniciação científica CNPq
Magda Dimenstein (Orientadora)
Emanoel Lima
O consumo de álcool é um fenômeno mundial que
ultrapassa fronteiras nacionais, culturais, sociais, políticas e econômicas.
Dentre todas as drogas lícitas e/ou ilícitas, é a mais consumida em todas as
sociedades. É considerado problema de saúde pública pelo fato de seu uso
abusivo resultar em inúmeras complicações que abrangem as áreas física,
judicial, profissional, escolar, social e familiar, sendo muitas vezes
associado ao crime e à violência, seja como causa direta ou relacionada. A
adolescência é considerada como a etapa do desenvolvimento humano onde o
indivíduo encontra-se mais vulnerável e exposto ao uso de substâncias
psicoativas. Com base nisso, realizou-se uma investigação abrangendo questões
como o uso de álcool e outras drogas, porte de armas, envolvimento em conflitos
corporais, bem como vivência de violência policial por adolescentes e jovens
estudantes de uma escola pública de bairro periférico de Natal, com idades
entre 13 e 24 anos que estão cursando o Ensino Fundamental II, o Ensino Médio e
o Supletivo. Foram aplicadas entrevistas semi-estruturadas com 35 adolescentes
e jovens. Nesse trabalho, objetiva-se apresentar e discutir os dados
específicos a respeito do consumo de álcool por essa população e sua família,
articulando aos aspectos sócio-demográficos, aos dados escolares, bem como aos
aspectos que podem influenciar esse consumo, segundo os participantes. Além
disso, apontar os problemas que podem ser causados pelo consumo de álcool, na
perspectiva dos jovens e a presença ou não na comunidade de bases de apoio
formais ou informais que ajudem os jovens a lidar com essa questão. De acordo
com os resultados obtidos, não foi identificada a presença de bases de apoio
formais ou informais que estivessem voltadas para essa temática ou mesmo que,
indiretamente, contribuíssem para o enfrentamento dessa situação ou na
minimização de seus efeitos na vida desses adolescentes e jovens.
P-113: O OLHAR DO ARQUITETO
NOS ASSENTAMENTOS RURAIS DO RN
Expositoras:
Rosa de Fátima Soares de Souza
Mestranda em Arquitetura e Urbanismo
E-mail: rfsouza@digi.com.br
Cinthia Soares de Oliveira
Arquiteta
E-mail: cinthiasoares@terra.com.br
Programa de Pós-Graduação
em Arquitetura e Urbanismo – PPGAU
Autoras:
Rosa de Fátima Soares de Souza – Mestranda em
Arquitetura e Urbanismo
Cinthia Soares de Oliveira – Arquiteta
Camila Azevedo Fernandes de Figueiredo –Arquiteta
Experiência acadêmica nos assentamentos rurais,
dentro dos municípios de Mossoró (Paulo Freire e Eldorado Carajás) e João
Câmara (Santa Terezinha, Marajó, Boa Sorte, TTL e Maria da Paz). Acampamento é
a fase anterior, que corresponde à etapa inicial de luta pela concessão de
terra do Estado, existe uma forte coesão do grupo pela causa comum - terras para
desenvolvimento de atividades produtivas e moradia. Caracteriza-se sobretudo
pela ocupação nas proximidades de propriedades rurais; barracos construídos com
plástico preto e/ou amarelo, com precária estrutura em madeira tosca e
existência de liderança vinculada ao movimento nacional dos Sem Terra. A
percepção dos assentamentos rurais quanto aos aspectos da tipologia do habitat
rural, condições de vida, economia e organização são bastante enriquecedoras
tendo em vista que a filosofia premente é a reforma agrária,
entretanto a realidade é a concessão de terra e o sonho da moradia
individualizada. Quando há a inserção do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra – MST, através de suas lideranças, nota-se um grau de organização
comunitária, todavia em assentamentos onde a liderança é atrelada a outro
movimento ou mesmo quando já houve a retirada de lideranças vinculadas aos
movimentos rurais nacionais existe um visível declínio na organização interna e
esmaecimento do inicial objetivo comum - Terra para produção. Dentre os
assentamentos visitados a diferenciação de tratamento do espaço produtivo e
edificado era contundente, a apreensão de maior influencia do movimento
organizado foi no assentamento Eldorado Carajás (antiga fazenda Maisa), contudo
há uma lacuna quanto ao aproveitamento da terra produtiva e o escoamento da
produção (acerola) para o mercado local, no Maria da Paz houve uma organização
quanto a tipologia do habitat, no que se refere à racionalização de materiais e
aproveitamento de espaços internos, houve a participação do arquiteto no
projeto da moradia. Porém a atividade produtiva é ainda diminuta.
P-114: O SURGIMENTO DA
ESCRITA: DO ONTEM AO HOJE
Autoras/Expositoras:
Izana Maria Araújo Fernandes
Rutilene Santos de Sousa Melo
Professoras do NEI/UFRN
Orientadora: Ruth Regina Melo
O presente trabalho foi desenvolvido no Núcleo de
Educação Infantil – UFRN - junto a vinte crianças, com cerca de mais ou menos
seis anos de idade. O tema de pesquisa “Como Surgiu a Escrita” foi definido
pelo grupo devido à efervescência das questões relativas ao processo de
apropriação da leitura e da escrita. Consideramos importante que as crianças
pudessem compreender este processo como uma construção social humana, elaborada
por diferentes povos, em diferentes épocas e contextos, objetivo definido para
esse trabalho, e, percebessem a familiaridade do processo percorrido por cada
uma enquanto se apropriam desse sistema. Como procedimento metodológico
realizamos leituras acerca do modo de vida da sociedade primitiva; passando
pela Mesopotâmia para conhecemos a vida dos povos Sumérios e a escrita
cuneiforme; seguindo pelo Egito para conhecer a escrita hieroglífica; com os
Fenícios descobrimos o primeiro alfabeto; estudando a cultura grega descobrimos
as contribuições desse povo para a constituição do alfabeto latino - utilizado
na atualidade. As sínteses dessas leituras aconteceram através de registros com
desenhos e escritas das crianças que nos possibilitou ir montando, ao longo do
estudo, uma linha de tempo dividida em “História e Pré-história”. Para que as
crianças conhecessem os diversos portadores de escrita utilizados por esses
povos realizamos algumas vivencias: com a fibra da bananeira fizemos o
“bananiro”; escrevemos em placas de argila; fizemos papel vegetal; reciclamos
papel, entre outros. Foi realizada uma grande exposição com todo o material
produzido pelo grupo durante o estudo. Refletindo acerca do trabalho
desenvolvido, consideramos que para a sua realização, foi fundamental o
envolvimento do grupo e a participação dos pais enviando materiais,
compartilhando experiências enquanto produtores/construtores de conhecimento na
instituição UFRN, como também o envolvimento dos mesmos na organização da
exposição final, quando todo o conhecimento elaborado foi compartilhado com a
comunidade escolar.
P-115: O uso do PRAD como um
instrumento para recuperação de áreas degradadas
Autor/expositor:
Ilton Araújo Soares
Vínculo: aluno e bolsista voluntário da Base de
Pesquisa Espaço e Poder.
Departamento: Geografia
e-mail: iltonet@yahoo.com.br
A atividade de mineração é uma das principais
responsáveis pela extração de recursos naturais para atender as demandas
humanas. Entretanto é também uma das atividades que mais degradam o meio ambiente,
principalmente quando a extração mineral se dá em minas a céu aberto, onde a
cobertura vegetal e a camada de solo são retiradas para que se possa lavrar o
minério. Nesse sentido, torna-se necessário a implantação de tecnologias que
mitiguem os impactos causados por esses empreendimentos. Um dos instrumentos
utilizados para recuperar estas áreas é o PRAD – Programa de Recuperação de
Áreas Degradas, que consiste numa série de técnicas que visa reabilitar áreas
que sofreram alterações de suas características naturais, através de planos
preestabelecidos, restabelecendo sua cobertura vegetal e proporcionando um novo
uso para aquele sítio. Tendo como suporte a perspectiva do desenvolvimento
sustentável pretendemos neste trabalho mostrar o PRAD como uma técnica para
recuperação de áreas degradas, usando como exemplo a atividade de mineração, em
que, amparados na bibliografia especializada, mostraremos estudos de casos de
empresas minerais que utilizam o PRAD em suas atividades extrativas como um
instrumento para a exploração sustentável dos recursos naturais.
P-116: PAÇOS CULTURAIS DA
CIDADE DO SOL: RELAÇÕES URBANISMO-LAZER
Expositoras:
Ana Julinda de Oliveira Góes
Jeffersiane Letieri Marinho de Souza
Acadêmicas do Curso Superior de Tecnologia em Lazer e
Qualidade de Vida do CEFET-RN.
Autores:
Maísa Carvalho de Souza e Juliana Dantas Rocha
Acadêmicas do Curso Superior de Tecnologia em Lazer e
Qualidade de Vida do CEFET-RN e graduandas do Curso Superior de Comunicação
Social - Jornalismo da UFRN.
Tatiana Gomes de Souza Medeiros, acadêmica do Curso
Superior de Tecnologia em Lazer e Qualidade de Vida do CEFET-RN e graduanda do
curso Superior de Serviço Social da UFRN.
O estudo que segue objetiva apontar espaços culturais
de lazer urbanos da esfera pública e privada da Cidade do Natal, localizada no
Estado do Rio Grande do Norte, conhecida turisticamente por Cidade do Sol. Para
tanto, busca-se entender o papel da urbanização no mundo moderno e a ocorrência
de uma procura por qualidade de vida. Nesse meio, enfocando as relações da
modernidade, de mercado capitalista, bem como a importância de áreas livres,
utiliza-se de uma metodologia de característica exploratória-explicativa,
resultando numa fundamentação teórica composta pelos respectivos tópicos:
Lazer: um direito; Urbanização: um fato; Cidade: turbilhão de complexidades;
Natal: Cidade do Sol; Paços Culturais e Qualidade de Vida. A pesquisa vem a
suscitar, no universo contemporâneo, uma necessidade de se aproveitar de forma
multifacetada e eficaz os espaços destinados ao prazer, produzindo sujeitos
críticos, concebedores do elemento lazer enquanto expoente ímpar à qualidade de
vida. Assim, o lazer desponta reclamando uma prática atrelada à atuação
profissional responsável, livre iniciativa e gratuidade, expoente de espaços
compreendidos como ambientes de relações humanas, nos quais se resguardam
riquezas inestimáveis à história de um povo, pois que remetem formação de
sistemas e modo de viver em sociedade.
P-117: Polícia e Violência:
Um Estudo Sobre o Cotidiano de Jovens da Periferia de Natal/RN.
Autor/Expositor:
Emanoel José Batista de Lima
E-mail: emano_lima@yahoo.com
Co-autora: Monique Brito
Orientadora: Magda Dimenstein
Departamento de Psicologia
Violência é um fenômeno contemporâneo, complexo,
multifacetado; trata-se de um dispositivo de poder que supõe uso da força e
coerção, podendo causar algum dano individual ou social. Diante do contexto de
violência e pobreza em que vivem jovens de Natal/RN, esta pesquisa buscou
identificar dados sobre a violência policial em um dos bairros mais pobres da
cidade. Entrevistamos 35 jovens estudantes, de 14 a 23 anos, acerca da temática
da violência policial. Indagamos aos participantes desta pesquisa se eles
consideravam a polícia local violenta ou não. Muitos entrevistados consideraram
a polícia violenta: dos 35 participantes, 22 responderam afirmativamente.
Investigamos também os motivos pelos quais a polícia age de forma violenta. A
maioria (22) dos entrevistados atribuiu às práticas violentas dos policiais à
inversão de valores presentes na sociedade onde se dá mais proteção aos
marginais do que cuidar da população não envolvida com crimes. Outros 11,44%
(04) consideraram que os atos de violência são ocasionados devido ao status da
profissão de policial. Uma pequena parcela, 8,57% (03) afirmou que os policiais
são violentos por que atuar com violência faz parte de seu trabalho, ou seja,
são práticas de violência legitimadas socialmente. Uma parcela ainda menor
5,71% (02), afirmou que atos de violência ocorrem devido à corrupção presente
entre os policiais. A mesma quantidade de jovens relatou que a violência
perpetrada por policiais se deve ao consumo de bebida ou outras drogas por
parte dos mesmos. Duas pessoas relataram não saber os motivos que levam um
policial a ter condutas violentas. Concluímos que, principalmente nas
comunidades carentes, a polícia não vem cumprindo sua função, sendo considerada
corrupta e violenta. O que podemos questionar é que medidas devem ser tomadas para
mudar tal situação, fazendo com que a polícia exerça seu papel e atue de modo a
proteger a população.
P-118: POR UMA EDUCAÇÃO DO
OLHAR: BUSCANDO AS INTERFACES ESTRE TELEVISÃO E EDUCAÇÃO INFANTIL
Autor/Expositor:
Sandro da Silva Cordeiro
Programa de Pós-Graduação em Educação/UFRN
Orientadora: Maria das Graças Pinto Coelho
O mundo contemporâneo encontra-se imerso numa teia de
transformações engendrando uma nova concepção de homem, de identidade e de
sociedade. As mídias, incorporadas em seus diversos suportes, estão inseridas
neste ambiente trazendo consigo a possibilidade de acesso a uma grande
quantidade de informações. Neste cenário encontramos as instituições
educativas, sendo confiadas a estas a responsabilidade de democratização do
conhecimento, incluindo também o acesso aos bens tecnológicos e midiáticos. O
docente é considerado o agente impulsionador desta mudança, tendo a missão de
preparar os indivíduos para viver esses novos tempos, visando uma formação
voltada para a cidadania cultural. Incorporar o conteúdo midiático no cotidiano
escolar é uma atitude necessária e deve ser cultivada, tendo em vista a sua
presença constante no cotidiano das crianças desde a mais tenra idade. Com base
nesses pontos levantados propomos o desenvolvimento deste projeto de
dissertação. Objetivamos investigar a relação criança/televisão, discutindo o
entrelaçamento estabelecido entre Educação Infantil e a mídia televisual,
destacando o papel do professor neste processo. Acionaremos o seguinte acervo
bibliográfico: BASSEDAS (2003), BELLONI (2001), MARTÍN BARBERO (1999), PFROMM
NETTO (1998). É depositada nos educadores a missão de esclarecer acerca do
poder da televisão, buscando artifícios para avaliar a programação veiculada e
estabelecendo uma discussão crítica a respeito do que está sendo consumido,
contribuindo para o desenvolvimento intelectual, sócio-afetivo infantil e a
transformação das informações em conhecimento significativo.
P-119: PRESENTE DE NEGRO:
RELAÇÕES DE COMPADRIO ENTRE NEGROS E BRANCOS NA CAPITANIA DO RIO GRANDE DO
NORTE.
Autor/Expositor:
Sebastião Genicarlos dos Santos.
Discente do curso de História
CERES/UFRN
E-Mail: genicarlos2000@yahoo.com.br
Não raramente encontramos na historiografia, alusões
às relações de compadrio entre escravos e senhores, onde o principal motivo
para que ocorresse esse tipo de relação era a intenção de adquirir pecúlio para
a compra da alforria dos escravos. Este é o ponto de vista pelo qual a família
escrava seria beneficiada, pois um de seus membros estaria sob a “proteção” de
alguém com grandes possibilidades de ajuda-lo a livrar-se da condição de
escravo. Mas, e o senhor o que ganharia com isto? Não é refutável a idéia de
que ao tornar-se padrinho de um escravo o senhor cumpriria o papel de um
benevolente religioso. Em contrapartida receberia como PRESENTE DE UM NEGRO, a
responsabilidade de doar uma pequena parte dos seus bens a um não parente, a
fim de propiciar a compra de sua alforria. Neste sentido, objetivamos estudar
essas relações na região que compreende o atual Seridó (Capitania do rio
Grande) durante o século XVIII. Para tal usamos como base de dados os
inventários post mortens do fundo da comarca de Caicó/1º Cartório
Judiciário, hodiernamente, sob a guarda do LABORDOC (Laboratório de
Documentação Histórica) UFRN. Estes documentos também subsidiam as pesquisas da
equipe que compõe o projeto “Sangue da Terra: história da Família Seridoense
Colonial”, coordenado pelo professor Muirakytan Kennedy de Macedo. Realizamos
ainda uso das leituras e inspirações historiográficas de Cristiany Rocha
(2004), Mary Karash (2000) e Denise Monteiro (2002). O diálogo com as fontes
nos fez “saber” que no recorte espacial da pesquisa, ocorria também este tipo
de prática cultural, onde em dezessete inventários pesquisados e palmilhados
constatamos a incidência desse costume, em cinco documentos. Isto evidencia o
fato de que pelo menos neste aspecto a escravidão tecida no Seridó não diferia
da forma praticada em outras regiões da América Portuguesa. Embora, esta
apresentasse suas peculiaridades.
P-120: PROCESSOS DE
GLOBALIZAÇÃO E NEOLIBERALISMO: Elementos de uma abordagem relacional do cenário
mundial contemporâneo
Autora/Expositora:
Ivaneide Oliveira da Silva
Mestranda Em Ciências Sociais
ivanneideoliveira@yahoo.com.br
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Departamento de Ciências Sociais
Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais
Apoio: CAPES
As últimas três décadas evidenciaram profundas
mudanças atreladas à globalização. Esta tem sido alvo de várias interpretações
que tendem a atribuir-lhe um efeito ou potencialidade maior do que realmente
lhe é devido. Esse trabalho visa destacar perspectivas teóricas que
desnaturalizam os processos de globalização e evidenciam seus aspectos
positivos e negativos, ressaltando os conflitos existentes na sociedade.
Partindo de pesquisas bibliográficas, destacamos o papel das decisões políticas
locais, embora muito pressionadas pelo ideal neoliberal, como o “motor” da
reprodução de processos políticos contra-hegemônicos, construídos às margens da
globalização neoliberal.
P-121: PROGRAMA GERAÇÃO
CIDADÃ: REDESCOBRINDO UM NOVO CONCEITO DE ALFABETIZAÇÃO PARA JOVENS E ADULTOS
Autoras/Expositoras:
Claudiana Telles de Oliveira
Silvia Sales Medonça
Departamento de Educação – UFRN
- CCSA
O interesse desse Pôster nasceu
de nossas experiências como alfabetizadora e posteriormente como coordenadora
pedagógica na alfabetização de jovens e adultos, no Programa Geração Cidadã. A
temática aqui a ser desenvolvida abordará as propostas educacionais promovidas
pelo programa Geração Cidadã em sua atuação ao longo dos seus cinco anos de
existência.O nosso objetivo principal é a divulgação do trabalho que está sendo
realizado frente à alfabetização desses jovens e adultos com pouca ou nenhuma
escolaridade no contexto do programa já mencionado acima.Esse programa
iniciou-se suas atividade em 2001 como projeto piloto, com a formação apenas de
50 turmas em Natal. No decorrer do tempo ele foi sendo reformulado chegando a
formação de 200 turmas nas mais diversas esferas da sociedade, utilizando
espaços como: escolas, igrejas, associações de moradores, etc. O programa
aborda questões pedagógica como a formação do ser integralmente, trabalhando
sua sociabilidade respeitando sua individualidade e formando para sua inserção
na sociedade de maneira satisfatória. Para isso, defendemos o trabalho com
atividades educacionais diferenciadas, acreditando que essas atividades são
auxiliares no projeto de alfabetização dos indivíduos; Tais como: ateliês,
aulas passeios, trabalhos com incentivo a Oralidade (palestras, debates),
cursos artesanais, além de contar com o projeto “corpo e memória” que utiliza
atividades corporais aliada a cultura e praticas de danças e folguedos populares.Um
dos diferencias do programa é manter um ambiente alfabetizador acolhedor, bem
como trabalhar a afetividade como fator determinante em todos os projetos
desenvolvidos, implicando na construção de um novo conceito de alfabetização
mais voltado para o atendimento das atividades educacionais e que estão
implicitamente interligadas as carências afetivas dos alunos. Essa abertura
afetiva é uma maneira que o educador encontra para mostrar suas verdadeiras
intenções na prática educativa.
P-122: Projeto Mídia e memória: estudo dos documentos sonoros das emissoras
de Rádio
da cidade do Natal-RN (1941-1955)
Autora/Expositora:
Edivânia Duarte Rodrigues e Érica Conceição Silva
Lima (alunas)
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Departamento de Comunicação Social
Orientador: Prof. Dr. Adriano Lopes Gomes
Este projeto se apresenta como uma proposta de
pesquisa interdisciplinar entre Comunicação Social e História, cuja relevância
recai sobre a necessidade de conhecer e analisar os registros sonoros das
emissoras de rádio da cidade do Natal – RN (1941-1955). Para reconstituir a
memória radiofônica da primeira emissora de rádio do Rio Grande do Norte, a
Rádio Poti, foram realizadas entrevistas abertas com oito informantes,
categorizados como profissionais e ouvintes da emissora. A pesquisa delimitou a
grade de programação desenvolvida pela Poti, contextualizada nos programas de
auditório, de humor, radionovelas e radiojornalismo.
P-123: Quem Casa Quer Dote:
de como a mulher era inserida na ordem familiar hierárquica colonial (Vila Nova
do Príncipe, Capitania do Rio Grande. 1754 - 1795).
Autor/Expositor:
Rosenilson da Silva Santos
Discente do curso de Licenciatura Plena e Bacharelado
em História
E-mail: rosenilsonsantos@yahoo.com.br
Muirakytan Kennedy de Macêdo
Prof. Ms do Departamento de História e Geografia -
UFRN/CERES/CAICÒ
E-mail: muirakytan@uol.com.br
A América portuguesa do século XVIII viveu um momento
de ricos intercâmbios culturais, época de transmissão, criação e transformação
de costumes. No entanto, pouca coisa mudou no sentido de transformar a
“marginalização” e a exclusão social das mulheres. Na Vila Nova do Príncipe,
Capitania do Rio Grande, também se evidenciou esta realidade. O dote para
aquelas famílias de posses foi um dos mecanismos de integração da mulher na
ordem familiar hierárquica colonial. Porém, se as colocavam na possibilidade de
sair da condição de solteira, novamente as aferravam ao casamento cuja
cabeça-de-casal era na maioria das vezes o homem, administrador de todos seus
bens. Nossa pesquisa trata destas mulheres dotadas no século XVIII em uma
região pecuarística. Nossas leituras ancoram-se em obras de Muriel Nazzari
(2001), Sheila de Castro Faria (2002) e Maria Beatriz Nizza (1998). A atividade
de pesquisa iniciou-se pelo mapeamento das fontes, inventários post-mortem
e testamentos do século XVIII, do Fundo da Comarca de Caicó, atualmente sob a
guarda do LABORDOC (Laboratório de Documentação Histórica – CERES/UFRN).
Quarenta e cinco documentos – de um total de oitenta e dois que o fundo dispõe
para o século mencionado - foram catalogados, transcritos e feita a coleta de
dados que povoam um banco de dados da pesquisa de doutoramento, coordenada pelo
Prof. Muirakytan Kennedy de Macêdo, da qual fazemos parte como bolsista
voluntário.
P-124: Rádios comunitárias
na construção da cidadania.
Autor/Expositor:
Alexandre Ferreira dos Santos
estudante de Comunicação Social - UFRN
e.mail: alexandrehomestudio@bol.com.br
As rádios comunitárias podem desempenhar um papel
muito importante no desenvolvimento da cidadania. Quando geridas
democraticamente representam o espaço do cidadão. O espaço em que a pessoa e
suas organizações coletivas, de uma dada localidade, podem se apropriar de um
canal de comunicação e colocá-lo a serviço dos interesses e necessidades da
comunidade.Esta proposta visa discutir a importância das rádios comunitárias na
construção da cidadania, estimulando a cultura local e atuando como instrumento
a serviço da democratização da comunicação por isso, levanta alguns
questionamentos e mostra-se de extrema relevância uma vez que as rádios
comunitárias estão cada vez mais presentes nas pequenas cidades e grandes
centros, um estudo como esse procura fornecer subsídios para uma avaliação mais
consistente desse novo panorama da comunicação social no Brasil.
P-125: Resgate popular pelo
erudito
Autora/Expositora:
Maria Tânia Florentino de Sena
E-mail: mariataniaflorentino@yahoo.com.br
Aluna especial do PPgEL
UFRN
Este estudo tenta expor os traços semelhantes e
díspares entre o poema A morte do touro mão de pau de Ariano Suassuna e o
romance Boi da mão de pau de autoria do romanceiro potiguar do ciclo do gado
Fabião das Queimadas. Ariano Suassuna fundador do Movimento Armorial busca na
arte popular bases para sua produção intelectual. Neste poema, é notório que o
poeta tem conhecimento da cantoria sertaneja e a reconta à sua maneira. Dentro
do contexto da recriação, é permitido fazer a comparação do artista armorial
com o narrador benjaminiano. Walter Benjamin diz que o grande narrador tem
sempre suas raízes no povo, principalmente nas camadas artesanais. Isso é o que
o “Arauto do Movimento Armorial” faz: colhe na cultura popular para criar.
P-126: Somos Todos Iguais!
Autora/Expositora:
Fabiana Ferreira Batista
Departamento de Educação / UFRN
Este estudo busca analisar o processo de inclusão dos
alunos especiais na escola regular, ancorado neste o portador de Síndrome de
Down. Falar da inclusão de portadores de Síndrome de Down significa entender
que seu grau de desenvolvimento e socialização pode ser bastante satisfatório
quando os mesmos passam a ser vistos como indivíduos capazes de fazer parte de
um mundo designado para habilidades e competentes. Deste modo a formação de
jovens portadores de síndrome de Down deve começar a partir do nascimento,
continuar na infância e na adolescência, sujeitos a adaptações curriculares e
metodologia próprias. Os alunos com essa deficiência é capaz de compreender
suas limitações e conviver com suas dificuldades, 73% deles tem autonomia para
tomar iniciativas, não precisando que os pais digam a todo momento o que deve
ser feito. Isso demonstra a necessidade/possibilidade desses indivíduos de
participar e interferir com certeza autonomia em um mundo onde “normais” e
deficientes são semelhantes em suas inúmeras indiferenças. Esta analise partiu
de uma observação direta, na Escola estadual Professor Luiz Gonzaga, na cidade
de Natal, com o objetivo de conhecer de perto o desenvolvimento da aluna Débora
Seabra, dentro da observação proposta nos detemos nos fatores como: posição dos
pais, histórico da criança, estrutura da escola e a sala de aula. Ao estudar os
detalhes de todo esse processo de inclusão é perceber de perto que um dos
objetivos para esta inclusão é o desenvolvimento e programas criativos e ações
que resultem em melhor qualidade de vida destas crianças, fazendo com que elas
se tornem mais autônomos na sala de aula, interiorizando regras de vida social,
reunindo também um conjunto de experiências integradas e vivenciadas
globalmente, lhe permitindo funcionar relacionar-se, comunicar-se, jogar e
divertir-se no contexto familiar e escolar.
P-127: STRESS OCUPACIONAL:
UM ESTUDO COM OS PROFISSIONAIS MÉDICOS
Expositora:
Eliane Medeiros Costa
Psicóloga, Psicopedagoga, Mestranda do Programa de
Pós-graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte.
Autoras:
Ana Lúcia de Souza Carvalho
Vânia de Vasconcelos Gico
Íris do Céu Clara Costa
Em conseqüência da globalização econômica e
tecnológica informatizada, dentre outros motivos, o homem vive hoje um intenso
processo de mudança, tendo cada vez menos tempo para refletir o seu dia a dia,
afetando sua qualidade de vida. O stress, um dos maiores vilões do nosso tempo
vem interferindo significativamente no cotidiano das pessoas, tornando-as, mais
vulneráveis. É um mecanismo de adaptação do organismo frente a alguma ameaça,
pressão ou fortes emoções demandadas do meio ambiente externo que interferem e
trazem conseqüências ao organismo humano. A ênfase deste trabalho que se baseou
no referencial humanista e existencial, concentra-se no stress ocupacional dos
médicos, profissionais que sofrem constantes pressões. O diferencial dos demais
profissionais é que o médico lida com a vida humana, tornando-se responsável
pelo seu cuidado. O objetivo desse trabalho foi verificar o stress de sete
especialidades médicas, anestesiologia, cirurgia geral, ginecologia, ortopedia,
oftalmologia, pediatria e psiquiatria. A pesquisa foi de natureza exploratória,
tendo uma amostra estratificada de 67 sujeitos, escolhidos aleatoriamente de um
universo de 841 médicos das especialidades supra citadas, dado concedido pela
Associação Médica do Rio Grande do Norte. A metodologia teve por base a análise
quantitativa e o instrumento de coleta utilizado foi o Inventário de Sintomas
de Stress para Adultos de Lipp (ISSL). Os dados foram analisados pelo
Statistical Parcket for Social Science/99 (SPSS). Os resultados apontam para um
maior percentual de stress em anestesiologistas e psiquiatras, observando-se
uma predominância da fase de resistência em profissionais com faixa de renda
até 15 salários mínimos, assim como os que trabalham em três turnos.
Considerando-se as evidencia de stress nesses especialistas, o estudo revela a
emergência do cuidado para com o profissional cuidador responsável pela vida do
outro. Evidenciam-se implicações sociais, relacionais e humanas, bem como
institucionais, uma vez que faltam condições laborais para o bom
desenvolvimento das atividades profissionais, o que tem levado os médicos a
buscarem complementação salarial, comprometendo seu profissionalismo e sua
qualidade de vida.
P-128: Templo e Poder: o
caso de algumas igrejas evangélicas em Natal/RN
Autores/Expositores:
Anaxsuell
Fenando
pranaxs@yahoo.com.br
Priscila Vieira Ferreira
Vínculo: Graduandos do curso de ciências sociais (UFRN)
O presente trabalho mostra a relação existente entre
os templos de igrejas evangélicas na cidade do Natal e sua prática religiosa,
doutrinária e política. Segundo teóricos, o espaço determinado aos rituais
litúrgicos é um lugar de comunicabilidade com o céu – representação do céu na
terra – onde o cosmo sustenta-se e as impurezas são exorcizadas, exercendo uma
função soteriológica importante. Com o crescimento do número de evangélicos, e,
por conseguinte, do número de denominações, este espaço consagrado à prática
dos ritos ganhou uma nova função – configurando-se como um elemento distintivo
entre tais denominações. Atestando a qualidade das suas práticas litúrgicas e
simbólicas, com vias de arregimentar novos adeptos a estes grupos. Desta forma,
a grandeza e o sucesso destas instituições está proporcionalmente relacionada
com a magnitude arquitetônica do templo utilizado para tais práticas. Quanto
maior e mais belo for este, mais eficiente será a instituição e, portanto, apta
e eficaz na resolução dos dilemas e mazelas vividas pelos indivíduos,
conseqüentemente possibilitando o aumentando da sua demanda. Um número maior de
fieis por sua vez viabilizará a construção de novos templos – ainda maiores e
mais impactantes – com os mesmos fins. Percebe-se que a idéia vigente em
algumas denominações de crescimento como
fim último da religião, fez gerar um ciclo vicioso e assim, passível de
análise. O crescimento, porém, não é só no tamanho do templo ou do número de
fiéis, mais cresce também a influência dessas igrejas na sociedade através da
relação do poder político e cultural que elas estabelecem.
P-129: Trabalho Infantil
Doméstico : Lugar de criança não é na
cozinha
Autora/Expositora:
Márcia Alves de Mello e Silva
Aluna do Departamento de Serviço Social
e-mail : marciamello_silva@yahoo.com.br
A proposta de painel é provocar o debate sobre a
questão do Trabalho Infantil Doméstico, uma realidade que afeta milhares de
meninas, essas trabalham como empregadas domésticas, durante uma fase da vida ,
que deveriam se dedicar a escola. O painel será composto por dados
estatísticos, síntese da legislação brasileira que protege e assegura os
direitos das crianças e dos adolescentes, visto a grande necessidade de
conscientizar para a total erradicação do Trabalho Infantil Doméstico, esse
trabalho deslumbra a transmissão de informação , para conscientizar para um
problema que acontece dentro de casa, um ambiente “velado” pela Constituição
Federal Brasileira.
P-130: Venha ver a semana
santa: Os ritos pascais numa comunidade potiguar
Autora/Expositora:
Andreia Regina Moura Mendes
Mestranda do programa de pós graduação em
Antropologia social- UFRN
Os rituais fazem parte da sociedade e expressam os
seus valores e representações, comunicando através dos seus símbolos os
significados das suas crenças. O fenômeno religioso em análise é o rito da
semana santa, repetido por diversas gerações na comunidade potiguar do Venha
Ver, no oeste do estado do Rio Grande do Norte. Neste município, as formas
rituais são os vínculos que conferem a identidade religiosa e estreitam os
laços de parentesco e de colaboração entre todos da localidade. O objetivo
deste trabalho é buscar estudar o significado positivo deste fenômeno religioso
e entender a sua importância para a compreensão das relações sociais
encontradas no Venha Ver. Os ritos pascais começam com a celebração do Domingo
de Ramos, quando o pároco faz a tradicional benção dos ramos e folhagens
levados pelos fiéis para a missa. Desta tradição surgiu o hábito de
confeccionar uma cruz de palha e colocar na porta de entrada com a garantia que
a mesma vai proteger de todos os malefícios e infortúnios. Por toda a semana
santa se repete um conjunto de práticas, há muito desaparecidas em outras
localidades, como o costume da esmola entre vizinhos e compadres e a obrigação
de retribuição do que é recebido. O hábito de malhar um boneco como sendo o
próprio discípulo Judas é muito forte e mobiliza crianças e adultos na farra.
As senhoras idosas, correm para cobrir com panos brancos as imagens religiosas
e ainda afirmam que "é pra Deus não ver Judas passar". Doravante,
buscaremos expor o trabalho já realizado e fazer uma análise do rito para
descobrir o que Durkheim havia anunciado, como a sociedade pode através de seus
ritos e crenças recriar a si mesma e tomar consciência da sua vida social.
P-131: Verificação da
Efetivação do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), nos Núcleos
de Ação Social de Cidade Nova e Praia do Meio
Expositores:
Keila Karoline Souza do Nascimento
Andreza Barbosa da Silva.
Autores:
Andreza Barbosa da Silva, Estelita Maria de Lima
Cabral, Keila Karoline Souza do Nascimento e Tatiana Camila Dantas.
Alunas da UFRN do Departamento de Serviço Social.
e-mail: keilaksn@yahoo.com.br
Tendo em vista o crescimento do trabalho infantil,
como uma das expressões da questão social, que ocorre na cidade do Natal,
apresentamos a verificação da efetivação do PETI (Programa de Erradicação do
Trabalho Infantil), nos núcleos de Ação Social de Cidade Nova e Praia do Meio,
um dos programas sociais de transferência de renda, criado pelo Governo
Federal, que na tentativa de erradicar as piores formas de trabalho infantil
repassa para a família das crianças nessas condições, um valor que varia entre
R$ 25,00 (zona rural) e R$ 40,00 (zona urbana). Para tal verificação, coletamos
em ambos os núcleos informações a respeito das condições (estruturais ou
físicas) em que o programa se realiza, do seu alcance e os impactos que o mesmo
causa na sociedade. A partir daí constatamos que apesar das varias limitações
existentes, o programa consegue alcançar seus objetivos, pois proporciona para
essas crianças, mesmo que de maneira restrita, um pouco de educação, lazer,
cultura e o conhecimento sobre seus direitos e deveres, para que as mesmas
comecem a construção do exercício da sua cidadania.
P-132: “VIAJANDO O SERTÃO”:
A IMAGEM CONSTRUÍDA A PARTIR DA VISÃO DA CIDADE (primeiras décadas do século
XX)
Autores/Expositores:
Hélio Takashi Maciel de Farias
Graduando, Depto. de Arquitetura, Universidade
Federal do Rio Grande do Norte - UFRN - bolsista IC/CNPq
E-mail: solar@digizap.com.br (fone: 3206-8096)
Gabriel Leopoldino Paulo de Medeiros
Graduando, Depto. de Arquitetura, Universidade
Federal do Rio Grande do Norte - UFRN - bolsista IC/PROPESQ
E-mail: gabrielleopoldino@yahoo.com.br
Orientadora:
Angela Lúcia de Araújo Ferreira
Profa. Dra. do Depto. de Arquitetura, Universidade
Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
E-mail: angela@ct.ufrn.br
A questão da relação entre as cidades capitais e o
sertão é de grande complexidade, pois responde a diferentes óticas e situações,
contemplando os âmbitos político, econômico, social e cultural. A aproximação
entre esses dois “universos” – urbano e sertão – pode ser tida como recente,
surgindo na passagem do século XIX para o XX. O intercâmbio desse conhecimento
intensificou-se com a divulgação de relatos de viagens do homem da cidade aos
sertões, que contribuíram na criação de uma imagem do sertão e do sertanejo. O
presente estudo visa a identificação e compreensão das forças políticas e
culturais responsáveis pela criação da imagem estereotípica do sertão,
abordando o tema das representações e imaginário, elementos fundamentais na
definição das políticas públicas e intervenções sobre o espaço. Como principais
fontes, o estudo recorreu a obras literárias e artigos resultantes de excursões
ao sertão do início do século passado. Entre estas encontram-se a excursão
pioneira de Euclides da Cunha aos sertões da Bahia, culminando em sua obra “Os
Sertões” (1902), as excursões de
Mário de Andrade ao sertão Nordestino (1928), produzindo um diário de viagens,
“O Turista Aprendiz”, além dos relatos de viajantes potiguares, como o de
Câmara Cascudo “Viajando o Sertão” (1934) e o de Garibaldi Dantas, “Pelo
Sertão” (1922). Esses relatos levavam o conhecimento de um outro Brasil, o do
interior, ao Brasil do litoral, criando uma “ponte” entre esses dois
“universos” fundamentalmente distintos. É notável a diferença entre a descrição
de Euclides da Cunha, vindo do Rio de Janeiro e exprimindo desconforto e
estranhamento, e os relatos que posteriormente são publicados por autores
locais, que – já contando com melhorias nas comunicações e transportes, além da
proximidade com o terreno – têm a clara intenção de desmistificar para os
habitantes da cidade a imagem do sertão.
Grupos de Trabalho
(GTs): terça-feira e quarta-feira,
05 e 06 de julho, de 14h às 18h (com exceção de GTs de Psicologia, que
acontecerão pela manhã), nos auditórios do CCHLA e nas salas do Setor de Aulas
II.
. Os GTs reunirão
apresentações de trabalhos sobre um mesmo tema. O GT será realizado em dois dias,
num total de 8 horas.
GT-01:
IMAGENS CONTEMPORÂNEAS E PÓS-MODERNIDADE
Coordenadora:
Maria Helena Braga e
Vaz da Costa
E-mail: mhcosta@ufrnet.br
Departamento de Artes
Local: Consecão
O debate sobre o
pós-modernismo e a pós-modernidade tem confirmado sua posição de destaque
no cenário intelectual e acadêmico contemporâneo. Da mesma forma, autores como
Fredric Jameson, centrais a esse debate, pressupõem a existência de uma
correspondência entre a produção cultural, as experiências e os modos de
subjetividade nas sociedades contemporâneas, e de um momento no qual "a
sociedade se submerge em imagens, ocorrendo uma estetização e visualização mais
completa da realidade" (Jameson, 2004, p.23). Sendo assim, esse GT abre
espaço para a apresentação de trabalhos que tratem do conceito de
pós-modernismo e/ou pós-modernidade e sua relação com a produção de imagens
através de meios de representação visual como a pintura, a fotografia, o
cinema, o vídeo, a televisão e a arte digital.
Somente
terça-feira 05/06
01: A metaficção
pós-moderna na literatura
Eduardo Augusto
de Andrade Galvão
Aluno do Curso de
Licenciatura Plena em Educação Artística com Habilitação em Artes Cênicas.
Departamento de Artes da UFRN
email: duds07@hotmail.com
Este trabalho
insere-se no contexto da contemporaneidade cultural e sua teoria literária, em
relação ao conjunto dominante de idéias e práticas críticas do mundo
pós-moderno. Trata da questão da metaficção (Connor, 1989) que por hora
prevalece nas produções literárias da pós-modernidade, sendo caracterizada como
a “exploração pelos textos literários de sua própria natureza e condição de
ficção” (Connor, 1989; p. 104).
Este trabalho
pretende discutir alguns pontos de vista sobre a ficção pós-moderna que
acentuam a capacidade da mesma de criar e sustentar mundos puros e autônomos, e
a forma como a literatura emprega suas técnicas inovadoras para essa criação.
Nesse contexto, os postulados são relacionados com a literatura infanto-juvenil
(que constroem “realidades fantásticas”), a partir de exemplos de produções
contemporâneas, na intenção de construir uma análise crítica que permeará
questões sobre a narrativa e sua “nova” construção de tempo e espaço. Autores
como Brian McHale, Jean-François Lyotard, Linda Hutcheon, Steve Connor, entre
outros especialistas da poética pós-moderna, compõem o embasamento teórico do
trabalho, que pretende levantar questões como: que tipos de “mundo” existem,
como são constituídos e como diferem entre si nestas ficções? O que acontece
quando tipos distintos de mundo são postos em confronto ou quando fronteiras
entre mundos são violadas? (McHale, 1987). Este estudo, portanto, aborda o
texto literário pós-moderno como um “objeto ideal de análise para uma teoria da
leitura que suspeita de toda forma de identidade ou de fixidez, mas ainda exige
algum objeto sobre o qual praticar” (Connor, 1989; p. 107).
02: O sujeito
pós-moderno
Ângela Elvira
Barbosa da Paz Mendes
Aluna do Curso de
Educação Artística – Habilitação Artes Plásticas(UFRN)
Bolsista PROPESQ
- Base de Pesquisa em Artes Visuais, Cultura e Representação.
E-mail: angys@ig.com.br
Este trabalho trata
da discussão do sujeito enquanto ser "deslocado" e
"descentralizado" diante dos diversos conflitos de identidade
cultural. Stuart Hall (2001) em seu livro "A identidade cultural na
pós-modernidade" apresenta o conceito de identidade cultural com indagação
sobre novas concepções a respeito das identidades culturais. Propondo responder
algumas indagações, o autor mostra a mudança do sujeito e da identidade no
século XX, refletindo sobre a fragmentação nas sociedades moderna, três
concepções de sujeito presentes na modernidade (dentre eles o sujeito
pós-moderno); as mudanças na sociedade tardia; e as identidades nesse contexto.
De acordo com Hall, essa "fragmentação" do sujeito e de sua
identidade cultural afetou diretamente a identidade nacional construída na
modernidade. Este trabalho propõe, portanto, entender e discutir o entendimento
de Hall sobre o sujeito pós-moderno e as identidades culturais colocando a
necessidade de redimensionar o sujeito e a sociedade sobre outros paradigmas.
03: Uma Configuração
Pós-moderna no Teatro
Rummenigge
Medeiros de Araújo
Aluno do Curso de
educação Artística – Habilitação em Artes Cênicas
Bolsista PIBIC –
Base de Pesquisa em Artes Visuais, Cultura e Representação
Fone: 9106 2071
Esse trabalho trata
da apresentação e discussão teórica da representação teatral e sua produção de
imagens na sociedade do espetáculo e da imagem, conhecida por nós como a
sociedade contemporânea. Nesta sociedade, a performance dita ‘pós-moderna”
constitui-se em uma forma curiosamente híbrida, surgindo do teatro, que por sua
vez, localiza-se entre o pós-modernismo sem história e o pós-modernismo
emergente.
A falta de uma
versão coerente e de consenso do modernismo no teatro levou as teorias do
teatro pós-moderno a recorrer à teoria pós-moderna de outros campos culturais
(em maior freqüência e um foco ligado ao cinema) causando assim uma certa
hibridização e inversão na cena contemporânea que cada vez mais se torna
multimídia. Configurando assim uma nova estética realista e uma própria
avaliação do realismo e do fazer teatral.
É sobre estes
“empréstimos” cinematográficos e fílmicos tomados pelo teatro, juntamente com o
seu resultado, ou influência, que este trabalho pretende discutir e avaliar a
idéia de “pós-modernismo”,seja ele performático ou não.
04: Tribos virtuais:
Imagens e sociabilidade dos "flogueiros" a partir da internet.
Bruno de Oliveira
Lima
Departamento de
Antropologia
Núcleo de Antropologia
Visual
Os flogs viraram
mania no mundo da Internet. Os brasileiros foram os que mais adentraram nesse
novo tipo de site e hoje contabilizam cerca de 50% de toda a população
"flogueira" do mundo. É comum as muitas tribos virtuais postarem nos
fotologs, são várias imagens que retratam as suas identidades culturais
particulares. O trabalho que pretendo apresentar é uma tentativa de mostrar a
importância de uma analise apurada deste "fato social", já que, os
flogs são maneiras de fazer, agir e pensar de uma coletividade, apresentam uma
complexa rede de relações sociais e são sobre tudo espaços de sociabilidade no
campo do privado e do público, construídos pelos homens da chamada
pós-modernidade. Nesse contexto, abordarei as questões referentes ao Ciberespaço
e Cibercultura, usando autores como: Pierre Lévi, Tomaz da Silva, André lemos,
Támara Benakouche, Ariosvaldo Diniz entre outros.
05: Aspectos da Moda
contemporânea na discussão do Pós-modernismo
Thiago Liam.
Aluno do
Departamento de Artes com Habilitação em Artes Cênicas (UFRN)
Este trabalho
analisa a Moda como fenômeno sígnico, responsável pela definição de
padrões éticos, estéticos e sociais. A abordagem procura identificar suas
novas formas de expressão que representariam de maneira simbólica e cognitiva a
essência da sociedade pós-moderna. Apresento uma fundamentação, que parte da
relação intrínseca entre a moda e o sistema capitalista, resultando no
surgimento, atual, de uma mídia que interfere diretamente na vida cotidiana das
pessoas e é especialista em produzir imagens que se tornam mercadorias. Como é
a interação entre os indivíduos através da aparência, num momento em que as
inovações tecnológicas sugerem uma substituição do real pelo virtual?
Demonstro, assim, a necessidade da preocupação com o estudo de elementos
visuais da moda contemporânea, em conjunto com os demais meios de comunicação,
na tentativa de discutir os temas que inspiram o universo pós-moderno.
06: O ONÍRICO E O
EFÊMERO NO PÓS-GUERRA: CULTURA DE CONSUMO NO RECIFE ENTRE OS ANOS 1950 E 1960.
Marcos A. de M.
S. Arraes - UFPE
Licenciado em
História – UFPE
Bacharelando em
História – UFPE
Com o fim da 2ª
Guerra Mundial, em 1945, e a conseqüente “bipolarização” do mundo entre os
lados vitoriosos, boa parte do mundo ocidental caiu sobre a influência
econômica e política dos Estados Unidos capitalista, que, em luta contra o
“medo vermelho”, representado pela URSS, iniciam uma política de pesados
investimentos em novas formas de propaganda para a divulgação de um ideal de
liberdade que, segundo queriam fazer acreditar, se atingia com a sociedade
capitalista. Nesta, as pessoas, “diferentes por natureza”, poderiam ter a livre
escolha de adquirir aquilo que melhor atingia a suas necessidades. Dentro desse
panorama, nasce, nas pessoas comuns, não sem um certo conflito, novas formas de
entender o mundo, novas formas de se relacionar, de necessidade, de ser, de
prazer. É a emergência de um mundo pós-moderno, segundo alguns filósofos, no
qual se verifica a exacerbação e institucionalização social do hedonismo
moderno ou do prazer obtido a partir de imagens construídas mentalmente. A
mercadoria tornou-se um fetiche, para usar a idéia de Marx e o ter e o ser se
fundem, sendo um necessário e mesmo imprescindível para a obtenção do outro.
Buscaremos, então, apresentar nosso plano de pesquisa de fazer um breve
apanhado das negociações das elites recifenses na aceitação dos valores
culturais divulgados pelo bloco capitalista, a partir da(s) lógica(s) do
consumismo nos limites do espaço e tempo dados. Para tornar tal objetivo mais
claro, tentaremos, na pesquisa, diferenciar o consumo pré-industrial que busca
apenas a satisfação das necessidades, e o consumismo pós-moderno, ligado à
dimensão do desejo, explicitando a relação entre o consumo de produtos e a
aquisição de princípios e valores culturais imanentes a estes produtos como
legitimadora da dominação imperialista.
07: Zaíra Caldas: trânsito para além da figura.
Vicente Vitoriano Marques Carvalho
Professor Doutor do Departamento de Artes - UFRN
Tendo em vista a intenção da artista
norte-rio-grandense Zaíra Caldas de criar uma “escola” de pintura, o
transfigurativismo, a comunicação discute a pertinência desta atitude no
cenário pós-modernista das artes visuais, face a, segundo uma abordagem
histórico-crítica, conceitos como novismo, vanguarda, apropriação e revisão do
modernismo. A discussão leva ainda a considerações sobre as relações entre
indivíduo (rebelde/herói solitário) e coletividade, teoria e produção artística
nas situações do modernismo e do pós-modernismo. Autores como Compagnon,
Jameson, Habermas, Huyssen, entre outros, orientam a discussão.
08: A sobremodernidade:
pensando os não-lugares a partir de Marc Augé
Conceição Maciel
Doutoranda em
Ciências Sociais – UFRN
Edivania Duarte
Celestino
Doutoranda em
Ciências Sociais – UFRN
Ricardo Canella
Doutorando em
Ciências Sociais – UFRN
Este trabalho
propõe, a partir da análise de um “Vídeo” produzido através de colagem de cenas
de filmes e entrevistas, confeccionados para a disciplina Teorias Contemporâneas
da Cultura - PPGCS, contribuir para a reflexão de aspectos da subjetividade
na vida contemporânea. Nesta perspectiva, Marc Augé nos apresenta uma
significativa contribuição para a compreensão da sobremodernidade,
particularmente quanto à necessidade de se discutir os novos espaços e os
aspectos da percepção. Ou seja, cumpre compreender em que a pós-modernidade, na
figura do excesso, ultrapassa e relativiza, pois nunca a história coletiva
interferiu tão explicitamente nas histórias individuais e nas referências das
identificações coletivas. O grande desafio que se apresenta hoje, é pensar um
presente onde os sistemas de representação passam a formar novas categorias de
identidade e de alteridade. Torna-se necessário, portanto, reaprender a pensar o
espaço da sobremodernidade, pois ele já não se mostra feito à exata medida
daquele em que até um presente recente era tomado como referência. Este novo
espaço, segundo Auge, impõe novas experiências às consciências individuais,
diretamente ligadas ao aparecimento e a proliferação de “não lugares”. Pensar
as cidades no presente, paisagens saturadas, espaços diferentes, diferentes
tempos, parece mais complexo do que se poderia pensar. Requer novas
significações, que passam necessariamente por um questionamento da
contemporaneidade e um novo balanço de suas relações com o eu. Esse cenário,
como aponta o próprio autor, vem acompanhado de profundas transformações e
implicações para a vida do indivíduo, levado a um processo de esvaziamento do
tempo e do espaço, que vem alterando de forma significativa o tempo vivido.
Para tanto, o conceito de não-lugares, lança luzes sobre esse novo cenário, a
um desvendamento do que esses desvios de olhares, esses jogos de imagens, podem
provocar nas consciências individuais.
09: Cartografias do desejo: homoafetividade na narrativa de Caio
Fernando Abreu
André Luiz Machado Santos
Orientador: Antônio Eduardo de Oliveira (UFRN,
Departamento de Letras)
A obra do escritor brasileiro Caio Fernando Abreu
(1948-1996) mostra-se impregnada de citações da cultura pop. São frequentes o
emprego de referências fílmicas e musicais em seus contos e romances. Estes
elementos fragmentários revelam um toque de pós-modernidade na obra de Caio. A
partir daí cria-se uma cartografia homoafetiva e a formação de
um "cinema interior" nas narrativas do autor. Nosso objetivo é
discutir a cartografia sentimental homoerótica construída por Caio, enfatizando
uma leitura da novela Pela Noite (1983).
10: HIBRIDAÇÃO DE
LINGUAGENS: O CASO GRUDE
Prof. Es.
Leonardo Rocha da Gama
DEART/UFRN.
A História vem
registrando que ao longo dos tempos a arte vem buscando sempre novos caminhos.
Basta vasculhar a recente história da arte na Modernidade para contatar uma
sucessão de movimentos artísticos nas diferentes linguagens. A cada novo
movimento, a negação do anterior, cujo pretexto é avançar ou superar a forma
que antecede, entretanto, o fato se dá por necessidade de afirmação e aceitação
do novo. Atualmente, a arte se manifesta de múltiplas formas, porém, sinaliza
pontos comuns, entre eles a hibridação de linguagens (traço forte presente nos
discursos sobre o pós-moderno). Seguindo a tendência da arte contemporânea o
Grupo de Dança Experimental (GRUDE) vem buscando uma linguagem que perpasse o
conhecimento da Dança Moderna, a partir das contribuições de Laban, e do Teatro
Moderno, a partir das produções de Brecht, Stanislavsk, Meyerhold, Artaud e
Grotowski. É objetivo desse estudo de caso apontar as estratégias utilizadas no
processo de produção artística do GRUDE para alcançar a hibridação da dança com
as diferentes correntes do teatro. Essa pesquisa sinaliza questões que podem
contribuir para o entendimento da arte contemporânea, a partir das reflexões
que cercam a dança no contexto do pós-modernismo e da pós-modernidade.
GT-02: ESTUDOS
EM PSICOLOGIA E SAÚDE
Coordenadores:
Eulália Maria Chaves
Maia
E-mail: emcmaia@ufrnet.br
Neuciane Gomes da
Silva
E-mail: neuciane@ufrnet.br
Departamento de Psicologia.
Local: Consequinho
(Manhã)
Ao longo dos anos, o
conceito de saúde sofreu diversas alterações, até que, em 1977, a Organização
Mundial de Saúde redefiniu o conceito de Saúde como “o total bem-estar
físico, psíquico e social do indivíduo, e não a ausência de uma doença ou de
uma enfermidade”. Isso provocou uma mudança da visão cartesiana que dividia
o homem em corpo e mente, promovendo uma visão integral do mesmo e valorizando
a interação entre o biológico, o psíquico e o social, ou seja, o indivíduo
passou a ser visto como uma confluência desses fatores. Com isso, houve um
resgate da compreensão biopsicossocial do homem e do processo de saúde-doença,
levando a uma maior inserção do psicólogo em novos locais de atuação (as
instituições de saúde) e ao desenvolvimento de trabalhos em equipes
transdisciplinares. Esses avanços da Psicologia se expandem também para a área
de pesquisa, havendo um crescimento das investigações na área de Psicologia da
Saúde/Hospitalar. Dessa forma, objetiva-se criar um espaço para a discussão e
reflexão de estudos desenvolvidos no âmbito da saúde em que a visão
biopsicossocial do indivíduo é salientada, tendo como compromisso a Humanização
na Saúde, a Ética e o Desenvolvimento Humano em toda a sua dimensão.
Primeiro dia
01. Equipe de saúde e Paciente Terminal com Câncer:
Ansiedade em sua Atuação
Proponente: Daniella
Antunes Pousa Faria
Pós-Graduanda/UFRN
Autores: Ádala Nayana de Sousa Mata (Graduanda/UFRN), Camomila
Lira Ferreira (Pós-Graduanda/UFRN), Katie Almondes de Moraes
(Pós-Graduanda/UFRN), Eulália Maria Chaves Maia (Professora/UFRN).
Departamento de Psicologia / Programa de Pós-Graduação em Ciências da
Saúde / CCS / UFRN.
Trata-se de um
estudo que teve como objetivo geral avaliar o nível de ansiedade dos
profissionais de saúde que lidam com pacientes terminais com câncer. A partir
disso, verificou-se em relação a qual fase do desenvolvimento humano (criança,
adolescente, adulto, e idoso) do paciente terminal com câncer, o profissional
de saúde se sente mais ansioso ao realizar seu trabalho, e qual o possível
motivo para tal resultado. Para se identificar estas variáveis se utilizou como
instrumentos uma entrevista dirigida e o inventário de ansiedade Traço-Estado
(IDATE). Verificou-se que todos os profissionais pesquisados estão com a
ansiedade Estado acima da média proposta pelo manual. Verificou-se que a maior
média foi alcançada pelo profissional de nutrição (60). Após este profissional
tem-se os técnicos de enfermagem com média 54, os assistentes sociais e os
enfermeiros com média 50,5, os auxiliares de enfermagem com média 50,28, os
médicos com 48,5 e os psicólogos com 44. No que se refere a ansiedade Traço
verificou-se que 57,14% das categorias de profissionais pesquisados (Técnicos
de enfermagem, Nutricionista e técnicos de enfermagem) encontram-se com esta
ansiedade superior à média proposta pelo manual (41,33). Além disso, se
identificou que dos 91,31% dos profissionais que afirmam se sentirem ansiosos
quando se trata de pacientes terminais, 65,21% destes profissionais apontam a
criança como a faixa etária que lhes causa maior ansiedade.
02. Velhice: uma
relação com o ambiente de convivência.
Proponente:
Felipe Serquiz Elias Pinheiro
(Graduando/UFRN)
Autores: Felipe Serquiz Elias Pinheiro (Graduando/UFRN),
Lisane Filgueira Maciel (Graduanda/UFRN) Soraya Guilherme Cavalcante
(Pós-Graduanda/UFRN), Katie Moraes de Almondes (Pós-Graduanda/UFRN), Neuciane
Gomes da Silva (Professora/UFRN), Eulália Maria Chaves Maia (Professora/UFRN).
Psicologia / CCHLA / UFRN.
E-mail: felipeserquiz@hotmail.com
Introdução: O crescimento da população classificada
como idosa cresceu bastante nas ultimas décadas Tal fato implica numa demanda
social que favoreça essas potenciais necessidades.. Assim, instituições de
variadas naturezas absorvem tais carências e, consequentemente, requerem
pesquisas que as fundamentem nesse processo. Objetivo: Este trabalho objetiva analisar a adaptação
dos idosos às instituições aos quais estão relacionados; a qualidade do apoio
psicossocial oferecido aos idosos por parte do grupo no qual estão inseridos, e
como esses fatores podem influir na relação dos idosos com si mesmo e com o
mundo. Metodologia: A amostra
foi constituída por idosos acima de 65 anos contextualizados em instituições de
naturezas distintas num total de 42 sujeitos, sendo 14 mulheres e 7 homens
residentes no abrigo Juvino Barreto, e a mesma quantidade e proporção da
amostra constituída em grupo de terceira idade praticante de atividades no
SESC, ambas da cidade de Natal-RN. Tratando-se dessa forma de um estudo
comparativo. Para isso, utilizou-se um questionário semi-estruturado, o Teste
de Apercepção para Idosos (S.A.T.) e o teste Mini-Mental. Os questionários
foram analisados com o auxilio do software Alceste. Resultados: Apesar dos idosos de ambas as
instituições declararem encarar a velhice como uma “fase natural da vida”, não
a imaginando anteriormente, os idosos da Instituição Social referem ao aspecto
biológico a maioria das dificuldades que experienciam nessa fase. Também
destaca-se o insuficiente apoio psicossocial da Instituição Social. Conclusões: Com relação à
adaptação dos idosos ao Grupo de Terceira Idade, verificou-se que esta foi boa,
estando associada às relações inter-pessoais implicadas. Já na Instituição
Social Juvino Barreto, há um conjunto de perdas significativas que dificultam a
adaptação na instituição, pois também está atrelado a carência de apoio
psicossocial, o que não ocorre com os idosos do Grupo de Terceira Idade (SESC),
no qual, estão perfeitamente adaptados com o processo de envelhecer.
03. Estudantes de Psicologia da
UFRN: estabelecendo correlações entre o padrão do ciclo sono-vigília e a
ansiedade.
Proponente: Caroline
Araújo Lemos (Graduanda/UFRN)
Autores: Ádala Nayana de Sousa Mata (Graduanda/UFRN), Liliane Pereira Braga (Graduanda/UFRN), Caroline
Araújo Lemos (Graduanda/UFRN), Camomila Lira Ferreira (Pós-Graduanda/UFRN),
Katie Moraes de Almondes (Pós-Graduanda/UFRN), Neuciane Gomes da Silva
(Professora/UFRN), Eulália Maria Chaves Maia (Professora/UFRN).
Departamento: Departamento de Psicologia / CCHLA / UFRN.
e-mail: k_rollemos@hotmail.com
A partir de evidências sobre as relações entre ciclo
sono-vigília e ansiedade, objetivou-se verificar se essas relações existem em
39 alunos do curso de Psicologia da UFRN, sendo 26 alunos do 1º ano, e 13 do 5º
ano. Utilizou-se uma Ficha de Identificação, Índice de Qualidade de Sono de
Pittisburgh, Inventário de Traço-Estado de Ansiedade, Questionário de
Identificação de Cronotipo, e Diário de Sono. Resultados mostraram escores
médios de traço e estado de ansiedade para o 1º ano de, respectivamente,
52,7±9,1 e 54,3±10,2, e para o 5º ano o escore médio de traço foi 42,0±10,7 e de estado de ansiedade foi 45,9±10,4. Tais escores médios estão acima do valor
esperado para a população de estudantes universitários tanto para os alunos do
1º quanto do 5º ano. Observou-se ainda que a duração de sono média para os
estudantes do 1º ano foi de 08:00±01:00, durante a semana, e 08:04±01:14 no fim de semana. Para o 5º ano, esses valores
são, respectivamente, 07:09±01:18
e 07:31±01:03. Verificou-se,
portanto, uma relação entre sono e ansiedade através da análise de regressão
linear entre estado e traço de ansiedade e duração de sono na semana e no final
de semana de ambas as turmas. Desta forma, os resultados encontrados mostraram
que correlações positivas ocorreram
entre o traço e o estado de ansiedade e a duração de sono durante o
fim-de-semana (p=0,01 e p=0,03, respectivamente). Isso indica que quanto maior
a ansiedade situacional e disposicional dos estudantes mais estes dormiam
durante o fim-de-semana. Assim, uma das considerações a ser feita refere-se a
interferência dos altos níveis de ansiedade e de um padrão de sono irregular na
saúde dos estudantes, podendo acarretar a diminuição do nível de
vigilância, da atenção e da concentração, além de irritabilidade, tensão, e
distúrbios de sono como insônia e sonolência diurna excessiva.
04.
Qualidade e Hábitos de Sono em Estudantes dos 1os. Anos da Área Humanística da
UFRN.
Proponente:
Liliane Pereira Braga (Graduanda/UFRN), Ádala Nayana de Sousa Mata
(Graduanda/UFRN).
Autores:
Ádala Nayana de Sousa Mata (Graduanda/UFRN),
Liliane Pereira Braga (Graduanda/UFRN),
Caroline Araújo Lemos (Graduanda/UFRN),
Camomila Lira Ferreira (Pós-Graduanda/UFRN),
Katie Moraes de Almondes (Pós-Graduanda/UFRN), Neuciane Gomes da Silva
(Professora/UFRN), Eulália Maria Chaves Maia (Professora/UFRN).
Departamento: Psicologia / CCHLA / UFRN.
E-mail: liliane@digizap.com.br
A
qualidade de sono envolve critérios como início de sono precoce, menos interrupções e despertares durante
o sono. Uma qualidade de sono ruim pode trazer problemas como diminuição da
concentração e da atenção, prejuízos no desempenho, fadiga e irritabilidade.
Estes efeitos, possivelmente, diminuem o rendimento dos estudantes. Podem ainda
contribuir para isso os hábitos de sono considerados ruins, como fumar, já que
a nicotina favorece a insônia, ingerir bebidas com cafeína, barulho e muita
iluminação onde se dorme. Objetivou-se identificar e avaliar os hábitos e a
qualidade de sono de 38 estudantes da UFRN, que cursavam o primeiro período de
05 cursos da área Humanística. Responderam ao Índice de Qualidade de Sono de
Pittsburg e ao Questionário de Hábitos de Sono. Deve-se considerar o dado de
que os estudantes apresentaram horários irregulares de início e fim de sono,
como indica o Diário de Sono por eles respondido. Os principais resultados
foram: a amostra apresentou uma qualidade de sono ruim, com média de 6,3±1,0,
já que tal escore está acima de 5,0. Além disso, 100% dos estudantes mantém no
quarto aparelho de televisão, som, computador e material de leitura. Na amostra, 94,7% não é fumante, 34,2%
bebe café cotidianamente e 89,4% bebe refrigerante freqüentemente. De todos os estudantes, 50%
afirmam não ter problema de sono, 65,7% assegura que, às vezes, tem
dificuldade em pegar no sono à noite, e 79% dizem que, às vezes, tem muito sono
durante o dia. Assim, infere-se
que a falta de um horário regular de dormir e acordar, que se soma aos hábitos
de sono ruins, associa-se à qualidade de sono ruim e conseqüente irregularidade
do padrão do ciclo sono-vigília presente nesses estudantes. Com isso, faz-se
necessário promover melhoras em alguns hábitos de sono, a fim de evitar os
malefícios para a saúde já relatados.
05. Projeto vida, amor e
alegria: a inserção da psicologia em uma brinquedoteca hospitalar
Proponente: Camomila
Lira Ferreira (Pós-Graduanda/UFRN)
Autores:
Ariane Cristiny da S. Fernandes (Pós-Graduanda/UFRN); Soraya G. Cavalcanti
(Pós-Graduanda/UFRN), Maria Galdino da Silva (Técnico de Enfermagem/HOSPED),
Luciana Carla Barbosa de Oliveira Trindade (Pós-Graduanda/UFRN), Eulália Maria
Chaves Maia (Professora/UFRN).
Departamento: Setor de Psicologia do Hospital de Pediatria, Grupo de Estudos:
Psicologia e Saúde - UFRN
e-mail: lcarlapsi@bol.com.br
A criança
hospitalizada demonstra um alto nível de angústia/ansiedade, afetando e
comprometendo o seu desenvolvimento biopsicossocial. Considerando que o brincar
para a criança é aprender a desvendar o mundo, passou a ser dada a importância
ao espaço do brincar para estimular, interagir, desenvolver e socializar dentro
do hospital. A Brinquedoteca do Hospital de Pediatria da Universidade Federal
do Rio Grande do Norte traz a proposta de oferecer o lúdico como recurso
minimizador do sofrimento causado pela hospitalização. As atividades efetuadas
diariamente contam com as participações de brinquedistas e equipe de
Psicologia. No Espaço Brinquedoteca utiliza-se jogos, desenhos, pinturas,
fantoches, livros e teatro através de técnicas lúdicas, educativas e ludoterápicas
(diretivas e não-diretivas), reportando o brincar como técnica lúdica,
terapêutica, estimulativa e educativa. Permitir à criança o brincar com o
material que ali se apresenta significa ajudá-la a se apropriar daquela
situação e, assim, poder elaborar seus conflitos e medos. Utilizar técnicas
ludoterápicas em atividades lúdicas é uma das maneiras mais adequadas de se
trabalhar com a criança, os seus aspectos emocionais e cognitivos. Isto foi
possível de perceber nas crianças, através dos seguintes pontos: a) a
facilitação para a elaboração dos conflitos ocasionados pela situação do
adoecer e da hospitalização, incentivando às crianças a expressão de
sentimentos; b) da estimulação, interação, socialização e educação dentro do
hospital; c) da mobilização para o resgate da motivação e adesão ao tratamento;
e, d) fortalecimento do vínculo paciente-equipe-família. Percebe-se que estas
ações propiciam o desenvolvimento de áreas da linguagem, social e emocional,
contribuindo para a otimização do processo evolutivo infantil. A atividade
lúdica no hospital é um recurso facilitador para a comunicação e o contato
efetivo com a criança hospitalizada, acolhendo-a, permitindo uma maior adesão
ao tratamento e assim, amenizando seu sofrimento.
06. A implantação do
apoio psicopedagógico a criança interna no Hospital de Pediatria: uma atuação
interdisciplinar
Proponente: Simone
Maria da Rocha (Graduanda/UFRN)
Autores:
Fátima Castro do Nascimento (Pedagoga/HOSPED); Clébia do Santos Silva
(Pedagoga/HOSPED), Maria Galdino da Silva (Técnico de Enfermagem/HOSPED),
Luciana Carla Barbosa de Oliveira Trindade (Pós-Graduanda/UFRN), Eulália Maria
Chaves Maia (Professora/UFRN).
Departamento: Setor de Psicologia do Hospital de Pediatria, Grupo de Estudos:
Psicologia e Saúde - UFRN
e-mail: lcarlapsi@bol.com.br
O Projeto Escola Hospitalar é caracterizado por prestar um atendimento
psico-pedagógico, objetivando atender às necessidades do desenvolvimento
psíquico e cognitivo de crianças hospitalizadas. Leva-se em consideração a viabilização de um atendimento integral e de
qualidade à criança, seguindo os parâmetros da Política Nacional de Humanização
do Ministério da Saúde. Tal projeto visa atender crianças e adolescentes em
fase escolar (inseridas ou não na escola), internados no HOSPED, proporcionando
estímulos psico-pedagógicos voltados aos seus interesses e necessidades
escolares, estes rompidos pela hospitalização. Na sua realização conta-se com
uma equipe interdisciplinar composta por Psicóloga,
Pedagogas, Psicopedagoga, Auxiliares e técnicos de enfermagem e Assistentes
Sociais. As atividades são desenvolvidas através de recursos lúdicos e
educativos baseados na linha construtivista, considerando: a seriação, idade,
potencialidades individuais e coletivas da criança, assim como conteúdo
oferecido em sua escola de origem. A Escola Hospitalar do HOSPED em sua
amplitude espera, proporcionar o fortalecimento do vínculo entre criança hospitalizada e
o mundo externo, através do aprendizado, colaborando na sua reintegração
escolar após a alta minimizando o prejuízo na sua aprendizagem. Torna-se
notório a importância de parcerias com instituições e instâncias nas áreas de
Educação e Saúde, para que se torne viável não só a continuidade de atividades
como esta, mas também a divulgação e a possibilidade de implantação em outros
hospitais do RN, colaborando para a solidificação da humanização hospitalar.
07. Padrão alimentar em pessoas
obesas e com peso normal
Proponente:
Aline Aguiar Pereira de Lima (Graduanda/UFRN), Ana Heloiza Cassimiro Costa
(Graduanda/UFRN).
Autores: Neuciane
Gomes da Silva (Professora/UFRN), Ana Nunes Ribeiro (Nutricionista/UFRN), Aline
Aguiar Pereira de Lima (Graduanda/UFRN), Ana Heloiza Cassimiro Costa
(Graduanda/UFRN).
Departamento: Psicologia / CCHLA / UFRN.
E-mail: alineufrn@yahoo.com.br
A obesidade é uma
doença que vem aumentando sua prevalência nas últimas décadas no mundo. Esta
tem sido considerada uma doença crônica, multifatorial, caracterizada pelo
acúmulo excessivo de tecido adiposo no organismo e é inter-relacionada com
diversas situações patológicas. O presente estudo visa traçar o perfil da
pessoa obesa, comparando este ao de pessoas com peso normal. Os dados foram
obtidos a partir de questionários aplicados no ambulatório do Hospital
Universitário Onofre Lopes. De acordo com os dados iniciais, existem diferenças
entre indivíduos obesos e magros com relação ao ato de se alimentar. Os dados
obtidos mostram haver diferenças entre os dois grupos, pois a relação de
alimentação com saúde/nutrição está menos presente nos obesos que nos magros e
aqueles também não obedecem a horários para se alimentar, como faz a maioria
dos magros. Isto, aliado a outros hábitos contribui para o excesso de peso.
Esses resultados, apesar de iniciais, e a experiência de aplicação do
questionário, evidenciaram a necessidade de reformulação desse instrumento e do
procedimento de coleta de dados. Como conseqüência desses aspectos e outras
questões que estão sendo levantadas para melhor abarcar os objetivos da
pesquisa.
08. Obesidade: Questão
comportamental e familiar
Proponente:
Mariana Mendonça de Castro (Graduanda/UFRN), Jakeline Maurício Bezerra de Souza
(Bolsista-PIBIC/CNPq).
Autoras: Ana
Nunes Ribeiro (Nutricionista/UFRN), Katie Morais de Almondes
(Pós-Graduanda/UFRN), Eulália Maria Chaves Maia (Professora/UFRN), Neuciane
Gomes da Silva (Professora/UFRN), Mariana Mendonça de Castro (Graduanda/UFRN),
Jakeline Maurício Bezerra de Souza (Bolsista PIBIC/CNPq).
Departamento: Psicologia / CCHLA / UFRN.
E-mail: neuciane@ufrnet.br
Segundo a
Organização Mundial de Saúde, a obesidade é uma doença crônica, epidêmica,
multifatorial e um dos mais graves problemas de saúde
pública do mundo. O
objetivo desta pesquisa consistiu em identificar variáveis e comportamentos
envolvidos na dificuldade em perder peso e mantê-lo a longo prazo. Dentre os fatores que influem na obesidade está um aspecto
pouco mencionado pela literatura e que foi alvo deste estudo: a dinâmica
familiar. A amostra foi composta por 5 pacientes obesos em tratamento no
Hospital Universitário Onofre Lopes e seus familiares. No início do
tratamento identificou-se que as pacientes possuíam um padrão de comportamento
alimentar incorreto e desorganizado. Um dos aspectos mais importantes refere-se
ao fator emocional, a maioria considera sua vida estressada todos os dias e
refere-se a sentimentos e/ou situações desagradáveis. Após 6 meses de
tratamento, as pacientes fizeram modificações em seu comportamento alimentar,
no entanto estas modificações não foram suficientes para garantir bons
resultados, já que apenas 2 conseguiram perder peso. O apoio social é uma
variável que se revelou significativa. Mediante dificuldades quanto ao pequeno
número de sujeitos e acesso a estes posteriormente, mostrou-se necessário
algumas modificações na metodologia e uma reformulação dos questionários.
09. Atuação do psicólogo em situações de morte de pacientes: repensando
a prática
Proponente:
Maria Christina Santos Barker
(Pós-Graduanda/UFRN)
Autor: Maria Christina Santos Barker (Pós-Graduanda/UFRN)
Departamento: III Curso de Especialização em Psicologia da Saúde:
desenvolvimento e Hospitalização / Departamento de Psicologia / CCHLA / UFRN.
e-mail: chrismary10@yahoo.com.br
A representação que cada um possui da morte é algo
particular construído a partir da sua vivência e do seu processo de
desenvolvimento, assim não podemos perceber que duas pessoas irão apresentar a
mesma reação diante da situação de morte, apesar de existirem aspectos que
possam ser semelhantes nas duas. O objetivo do trabalho é de fazer uma reflexão
com o objetivo de repensarmos a prática psicológica em situações de morte no
hospital, a partir do âmbito da intersubjetividade, da relação existente entre
subjetividade do cuidador e do sujeito que vivencia a experiência da morte e do
que consistiria da prática do Cuidado. Entendendo-se por cuidado algo que vai
além das técnicas utilizadas em situações como a de morte, mas percebendo este
encontro como o desenvolvimento de atitudes e espaços de genuíno encontro
subjetivo, em que há o exercício de uma prática ancorada em técnicas de
promoção à saúde, mas sem se resumir a elas, como afirma Ayres, 2004. Esta
forma de percebermos o atendimento nestas situações nos remete a questionar
formas de atuação que se eximem do contato com o paciente principalmente em
situações de morte que muitas vezes são tabus para os próprios psicólogos e
repensarmos formas de atuação mais abrangentes e que atendam ás necessidades
dos pacientes e não o que julgamos ser necessário para os mesmos.
10. O estágio em
Psicologia Clínica no ambulatório público de saúde: alguns pontos para
reflexão.
Proponente:
Sílvia Raquel Santos de Morais Perez
Psicóloga e
Bacharel em Psicologia pela UFPE. Mestre em Psicologia pela UFRN e Professora
do Depto.de Psicologia UFRN.
E-mail: silviamorays@yahoo.com.br
O espaço público de
saúde demanda do psicólogo uma prática pautada pelo incessante questionamento
do saber-fazer clínico, tendo em vista as especificidades inerentes deste
contexto. Este trabalho originou-se de uma experiência de estágio curricular
realizado em ambulatório público de saúde. O objetivo foi compreender o sentido
atribuído, por nós, à prática de estágio em Psicologia Clínica a partir do
referencial teórico da abordagem fenomenológico-existencial. A metodologia
utilizada foi qualitativa de caráter fenomenológico e os procedimentos foram
observações do campo de atuação e registros dos atendimentos aos usuários.
Estes, por sua vez, serviram de instrumento de acesso ao sentido da prática
vivenciada, subsidiando um diálogo crítico entre o sentido do estágio e o
referencial teórico. A pesquisa sugeriu que o fato de sermos estagiários e com
"pouca" idade, mobilizava insegurança nos usuários quanto ao nosso
desempenho profissional e eficácia clínica. Aos poucos, isto foi sendo
contornado, levando os mesmos a narrarem e re-significarem suas experiências de
mal-estar, e até mesmo, a sentirem-se mais à vontade para optar por um dado
estagiário. O sentido desta experiência sugere que as dificuldades do espaço
público de saúde podem trazer um certo mal-estar e desencantamento para psicólogos
iniciantes, podendo levar ao desenvolvimento de práticas instituídas e
descomprometidas com um projeto mais amplo de atenção em saúde. A condição de
ser estagiário implica em grandes investimentos, gerando angústia diante do
possível não saber-fazer e das lacunas da formação. Soma-se a isso
contingências sócio-políticas e as condições precárias de trabalho, que
ultrapassam o âmbito psi propriamente dito. A experiência de estágio em
Psicologia Clínica no ambulatório público de saúde aponta para um necessário
des-centramento de uma lógica linear
pré-determinada, uma vez que a atenção psicológica em saúde requer um
saber-fazer que contemple práticas mais solidárias e eticamente humanas, assim
como, o resgate da vida em cidadania.
11. Idosos diabéticos e/ou
hipertensos: perspectivas de Qualidade de Vida – Centro de Saúde de Candelária
Ana Jarves de
Lucena Fernandes Gonçalves
Micarla Duarte de
Lima
UFRN/CCSA/DESSO
e-mail: micarlarn@hotmail.com
Apresenta uma análise
acerca da implementação do projeto de intervenção, desenvolvido no Centro de
Saúde de Candelária, pelas estagiárias Ana Jarves e Micarla Duarte, no período
de setembro a dezembro de 2004, com o grupo de idosos hipertensos e/ou
diabéticos da referida unidade de saúde. Esboça as atividades realizadas, os
resultados alcançados assim como também expõe a dinâmica que envolveu todo o
processo de implementação do projeto de intervenção elaborado pelas estagiárias
em um primeiro momento de aproximação e observação na instituição.
Contextualiza aspectos pertinentes a saúde do idoso, como expressão da questão
social e demanda para o Serviço Social. Também relata a importância de se
trabalhar com esse segmento, em meio aos esteriótipos que a sociedade
dissemina: “inativos”, “incapazes”, “apáticos”, “doentes”, etc. As ações ora
desenvolvidas foram respaldadas na perspectiva de igualdade e de garantias de
direito, onde foram ministradas palestras, oficinas e atividades lúdicas,
contemplando aspectos pertinentes à saúde como não sendo apenas ausência de
doenças e a Qualidade de Vida na III idade. Os resultados foram satisfatórios
para os atores envolvidos: idosos, estagiárias e instituição, sendo perceptível
na receptividade e nas atividades dos idosos, assim como através de seus
depoimentos. Considera-se que o trabalho desenvolvido no Centro de Saúde de
Candelária, com o grupo de idosos, contemplou as perspectivas e o empenho
dedicado pelas estagiárias, como também realização pessoal das mesmas.
Segundo dia
12. Perfil da humanização e qualidade de vida nos Hospitais
Universitários da UFRN sob a ótica dos profissionais de saúde: uma análise
preliminar.
Proponente:
Luciana Carla Barbosa de Oliveira
Trindade (Pós-Graduanda/UFRN)
Autores: José Hélder Aquino Franco (Graduando/UFRN), Priscila Karla Reis (Graduanda/UFRN), Eulália
Maria Chaves Maia (Professora/UFRN).
Departamento: Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde,
Hospital de Pediatria, Grupo de Estudos: Psicologia e Saúde - UFRN
e-mail: lcarlapsi@bol.com.br
A Humanização
Hospitalar tem trazido várias contribuições
na assistência, no entanto, percebe-se que a Qualidade de Vida (QV) do
profissional de saúde não tem alcançado a mesma dimensão. Diante deste quadro,
o presente estudo objetivou, avaliar a percepção da Humanização do profissional
de saúde dos Hospitais Universitários da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte (UFRN) e da a QV do mesmo. A pesquisa quantitativa e qualitativa foi
realizada em 04 Hospitais da UFRN, compondo uma amostra de 39 profissionais de
saúde (médicos, enfermeiros, assistentes sociais e psicólogos). Como
instrumentos foram utilizados: um questionário semi-aberto seguido da aplicação
do Questionário de Avaliação da Qualidade de Vida Breve/WHOQOL – Bref. Dados
demonstram que a concepção acerca da Humanização abrange diretamente o
atendimento e tratamento ao paciente, com 38% cada. Discursos mostram uma
definição de Humanização vinculada entre a qualidade no atendimento e ao
acolhimento ao paciente. São apresentadas dificuldades de envolvimento e
divulgação dos programas institucionais, sendo desconhecidas atividades que
englobem o usuário (33, 3%) e os profissionais (41%). O termo QV nos discursos
está comumente associado ao bem-estar e satisfação de necessidades individuais,
apresentando diferenças em nível de prioridades, como as necessidades pessoais
e/ou considerações voltadas a necessidades do trabalho. Percebe-se a
necessidade da inserção de investimentos direcionados à divulgação,
interdisciplinaridade, e necessidades do profissional de saúde, visando à
qualidade no trabalho, interdisciplinaridade e qualidade de vida dos mesmos,
afinal se não oferecer melhores condições de saúde a quem “faz” saúde,
este não terá condições “reproduzir” saúde ao próximo.
13. Questões sobre a
morte: uma visão dos estudantes da área da saúde da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte.
Proponente: José
Hélder Aquino Franco (Graduando/UFRN)
Autores:
José Hélder Aquino Franco (Graduando/UFRN), Luciana Carla Barbosa de Oliveira Trindade (Pós-Graduanda/UFRN),
Eulália Maria Chaves Maia (Professora/UFRN).
Departamento: Hospital de Pediatria,
Departamento de Psicologia, Grupo de Estudos: Psicologia e
e-mail: lcarlapsi@bol.com.br
O presente trabalho
tem como objetiva investigar como os estudantes de cursos ligados à área da
saúde estão enfrentando possíveis situações de perda e luto durante o seu
estágio curricular, bem como a percepção de morte que eles possuem e o preparo
que avaliam estar recebendo dessa instituição de ensino durante a sua formação
acadêmica. A amostra foi composta por um total de 40 estudantes da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) que estão cursando o último ano dos
seguintes cursos: Medicina e Enfermagem, da área Biomédica; e Serviço Social e
Psicologia, da área Humanística. Como instrumentos foram utilizados um desenho
temático seguido de um questionário semi-estruturado. Observou-se que uma
grande quantidade de estudantes já presenciou alguma situação real de morte
durante o estágio curricular – 82,5%. Apesar disso, a morte de pacientes causa
um impacto para esses estudantes, visto que 41,4% daqueles que se defrontaram
com esse tipo de situação relataram que, pelo menos inicialmente, sentiram-se
afetados emocionalmente. Isso pode ser reflexo da concepção de morte que eles
compartilham, pois ela possui uma forte associação com a emergência de
sentimentos negativos – 65,8% dos sentimentos apontados como relacionados à
morte podem ser assim classificados. Percebe-se que A morte é uma temática que
causa desconforto em grande parte os futuros profissionais da área de saúde,
além da evidência da falta de um preparo
mais específico fornecido pela UFRN para lidar com essas questões também
contribui para o agravamento desse quadro.
14. Síndrome de Down e
Inclusão: Concepções de Funcionários de uma Instituição Especializada
Proponente:
Lúcia Maria Gomes Torres (Pós-Graduanda-UFRN)
Autores: Camomila
Lira Ferreira (Pós-Graduanda-UFRN)), Aline Francisca de Oliveira
(Graduanda/UFRN), Angélica de Medeiros S. Boucinhas (Graduanda/UFRN), Clarisse
Alves da Mota Souza (Graduanda/UFRN), Lúcia Maria Gomes Torres
(Pós-Graduanda-UFRN), Eulália Maria Chaves Maia (Professora/UFRN).
Departamento: Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde / CCS / UFRN
E-mail: loti_su@hotmail.com
OBJETIVO: Identificar e analisar as concepções dos
funcionários de uma Instituição Especializada sobre a Síndrome de Down e o
processo de inclusão dessas pessoas. MÉTODOS: A amostra constou de 12
funcionários na faixa etária de 22 a 60 anos, destes, 75% foram preparados para
trabalhar numa instituição de apoio especializado, ficando 25% privado deste
conhecimento. O instrumento utilizado consistiu em entrevistas
semi-estruturadas, realizadas individualmente na própria Instituição. Os dados
coletados foram submetidos à técnica de Análise de Conteúdo Temática,
obedecendo às etapas de pré-análise, exploração do material e tratamento dos
resultados e interpretação. A análise permitiu a organização do material
textual em categorias, utilizando-se também da inferência e a interpretação. RESULTADOS:
As informações sobre a SD apontaram resultados organizados a partir das
percepções, posicionamentos e explicações, concernentes às vivências com as
desarmonias do processo inclusivo, ou seja, ainda há necessidade de uma
conscientização em todos os segmentos da sociedade, a fim de acabar com a
discriminação e a segregação sofrida por essas pessoas. CONCLUSAO: Os
conceitos dessas pessoas expressam as contradições de nossa sociedade dita
inclusiva, mas com visões tão excludentes sobre as pessoas com Síndrome de
Down. Quanto às previsões positivas do processo inclusivo dessas pessoas, ficou
claro que um trabalho de base tem que ser feito, uma vez que a sociedade ainda
não está preparada para recebê-las satisfatoriamente. Falta esclarecimento
sobre as múltiplas diversidades existentes nas pessoas em geral, pois todos
temos nossas particularidades ditas únicas e especiais.
15. Sentimento das Mães
Vinculados ao Impacto do Diagnóstico de Síndrome de Down em seus Filhos.
Proponente: Angélica
de Medeiros S. Boucinhas (Graduanda/UFRN).
Autores: Aline
Francisca de Oliveira (Graduanda/UFRN), Angélica de Medeiros S. Boucinhas
(Graduanda/UFRN), Camilla Danielle Silva de Lima (Graduanda/UFRN), Camomila
Lira Ferreira (Pós-Graduanda/UFRN), Clarisse Alves da Mota Souza
(Graduanda/UFRN), Lúcia Maria Gomes Torres (Pós-Graduanda/UFRN), Eulália Maria
Chaves Maia (Professora/UFRN).
Departamento: Departamento de Psicologia / CCHLA / UFRN.
e-mail:
angel_as@uol.com.br
A Síndrome de Down
(SD) é uma condição decorrente de alterações no cromossomo autossômico de
número 21. Apesar de bastante comum, ainda está envolvida por idéias errôneas e
preconceituosas que prejudicam o desenvolvimento do indivíduo, principalmente
quando estão presentes nos cuidadores, especialmente na mãe, afetando o
estabelecimento do vínculo. A diferença entre o funcionamento psíquico da mãe e
o da criança são fatores relevantes na formação da estrutura psíquica da
criança, e, o comprometimento desse vínculo mãe-filho prejudicará seu
desenvolvimento. A maneira como o diagnóstico é
transmitido influencia o estabelecimento do vínculo mãe-bebê, podendo retardar
esse desenvolvimento quando dado de maneira inadequada. Este trabalho objetiva
analisar os sentimentos das mães, frente ao diagnóstico de SD do seu filho,
verificando as diferentes formas de transmissão do diagnóstico, e investigando
a existência de uma relação entre essa transmissão e a formação do vínculo. A
pesquisa foi realizada com 20 mães cujos filhos, na faixa de 0 a 3 anos de
idade, apresentam SD e recebem atendimento no Hospital de Pediatria da UFRN
(Natal/RN), com as quais foi aplicado um questionário semi-aberto. Os
resultados encontrados indicaram que receber o diagnóstico de um filho com SD é
um choque para as mães, sendo comumente atribuído a sentimentos de tristeza,
havendo poucos relatos de uma boa aceitação inicial. Esses sentimentos
apresentam-se como característicos desse primeiro momento, havendo uma
posterior aceitação da Síndrome. As mães, em geral, acharam insuficientes as
informações recebidas sobre a SD, e relataram ter sentido necessidade de falar
com outras mães que passaram pela mesma situação e com sua própria família,
indicando a importância do apoio da família e do conhecimento sobre o assunto
na aceitação da síndrome. Os resultados obtidos apontam para a necessidade de
uma melhor preparação (e sensibilidade) dos profissionais da área de saúde ao
transmitirem o diagnóstico.
16. FONTES DE STRESS E
DOENÇAS OCUPACIONAIS DOS MÉDICOS
Proponente:
Eliane Medeiros Costa
Autores: Ana
Lúcia de Souza Carvalho, Vânia de Vasconcelos Gico, Íris do Céu Clara Costa
e-mail: kanaua@ig.com.br
Este artigo discute as fontes de stress e as doenças
ocupacionais que acometem os médicos, em Natal - Rio Grande do Norte - Brasil.
Trata-se de um estudo exploratório, de natureza quanti-qualitativa, tem como
aporte teórico o referencial humanista existencial. Os dados foram coletados
através de um questionário contendo 18 questões abertas sobre a inserção deste
profissional no curso de medicina, sobre relacionamentos familiares e sociais,
ambiente laboral, e questões referentes ao estresse e a qualidade de vida. Do
universo de 841 médicos associados na Associação Médica do Rio Grande do Norte
nas especialidades: Anestesiologia, Cirurgia Geral, Ginecologia, Oftalmologia,
Ortopedia, Pediatria e Psiquiatria, foi retirada uma amostra de 67 sujeitos. Os
resultados apontam para diversas fontes desencadeantes do estresse na atividade
médica, dentre elas: as condições inadequadas de trabalho (28,76%), as condições clínicas dos pacientes (21,92%), a sobrecarga de trabalho (9,59%), os
riscos em cirurgias (9,59%) e os colaboradores
ineficientes por falta de atualização (6,85%). Evidenciou-se os especialistas
que são acometidos por mais de uma doença apontando um maior percentual nos
pediatras (32,5%), ginecologistas (22%) e anestesiologistas (15%); verificando-
se também as doenças ocupacionais que mais acometem os profissionais médicos,
quais sejam: Doenças Coronarianas (26%), Distúrbios Osteomusculares
Relacionados ao Trabalho (DORT) (15%), Cálculo Renal (9%) e Gastrite (6%).
Conclui-se que as doenças ocupacionais que acometem os sujeitos pesquisados
podem estar relacionadas com as fontes de stress presente no exercício
profissional da medicina.
17. Significado da
Instituição Hospitalar para Médicos de Hospital Público e Privado
Proponente:
Joel Lima Júnior (Pós-Graduando/UFRN), Ana Suzana P. Medeiros (Graduanda/UFRN).
Autores:
José Helder Franco Aquino (Graduando/UFRN), Soraya Guilherme Cavalcanti
(Pós-Graduanda/UFRN), Ariane Cristina da Silva Fernandes (Pós-Graduanda/UFRN),
Larissa Mascarenhas Souza (Graduanda/UFRN), Felipe Serquiz Elias Pinheiro (Graduando/UFRN), Emanuela de Oliveira Justino (Graduanda/UFRN),
Eulália Maria Chaves Maia (Professora/UFRN).
Departamento: Psicologia / Grupo de Estudos: Psicologia e Saúde / CCHLA / UFRN.
E-mail: joellijr@ig.com.br
Com o advento de
propostas de humanização da assistência a saúde, assunto bastante em vigor
atualmente, fez-se necessário que os profissionais de instituições hospitalares
procurassem observar melhor sua forma de atuação, o ambiente de trabalho e seu
relacionamento com os usuários. Observa-se ainda que, os vários contextos
hospitalares podem ter perspectivas diferenciadas segundo a visão desses
profissionais, o que pode ocasionar em formas distintas de postura
profissional. A presente pesquisa (em andamento) busca verificar qual o
significado de instituição hospitalar para os profissionais da área médica que
atuam em hospitais públicos e privados, bem como o perfil profissional
influencia nesse significado. Os dados foram coletados através de um
questionário, aplicado individualmente nas respectivas instituições. Até o
momento, dos dez questionários plicados (88%) dos sujeitos são do sexo
masculino, ganham em média vinte e um salários mínimos nas instituições
privadas e entre seis e dez nas instituições públicas. De um modo geral, o
hospital público é visto como uma instituição de condições de trabalho
precárias, uma vez que os profissionais são sobrecarregados, recebem baixos
salários e não possuem materiais suficientes para o exercício de tal profissão.
Já o hospital particular é visto como aquela instituição que valoriza o profissional
e usuário, e coloca à a disposição o necessário para o desenvolvimento das
tarefas assistenciais, no entanto possui muita burocracia. Percebe-se então
que, o significado atribuído à instituição pelos profissionais de saúde é um
caminho eficaz na tentativa de compreender as relações que se travam no âmbito
hospitalar uma vez que ele é construído baseado nas experiências desses
sujeitos.
18. A Sobrecarga de
Trabalho na Equipe de Técnicos de Enfermagem
Proponente:
Ariane Cristiny da Silva Fernandes (Pós-Graduanda/UFRN), Larissa Mascarenhas
Souza (Graduanda/UFRN)
Autores:
José Helder Franco Aquino (Graduando/UFRN), Soraya Guilherme Cavalcanti
(Pós-Graduanda/UFRN), Felipe Serquiz
Elias Pinheiro (Graduando/UFRN), Emanuela de Oliveira Justino (Graduanda/UFRN), Ana Suzana P.
Medeiros (Graduanda/UFRN), Joel Lima Júnior (Pós-Graduando/UFRN), Eulália Maria
Chaves Maia (Professora/UFRN).
Departamento: Psicologia / Grupo de Estudos: Psicologia e Saúde / CCHLA / UFRN.
E-mail: ariane.fernan@ig.com.br
As principais características
do exercício profissional em saúde se constituem na longa jornada de trabalho e
na atuação laboral em várias instituições simultaneamente, características
estas que atuam como ferramentas de compensação para a baixa remuneração dos
profissionais. O excesso de trabalho, tanto no que se refere ao volume quanto
no que diz respeito à diversidade de tarefas, atrelado a forte carga emocional
envolvida no contexto assistencial em saúde e as precárias condições de
trabalho, são alguns dos elementos que compõem um quadro de “insalubridade
ocupacional”, o qual interfere diretamente no bem-estar biopsicossocial do
profissional de saúde. Sendo assim, a presente pesquisa (em andamento) visa
inicialmente identificar o perfil da equipe de auxiliares e técnicos de
enfermagem (N-30) em um hospital estadual da cidade de Natal – RN, bem como
analisar aspectos relativos à sobrecarga de trabalho destes profissionais e as
possíveis conseqüências de tal fator em seu desempenho cotidiano no contexto
hospitalar e em sua saúde psíquica. Os dados foram coletados através de um
questionário, aplicado individualmente e foram analisados pelo programa
estatístico SPSS. Verificou-se até o momento que (73, 3%) da amostra é do sexo
feminino, com idade entre trinta e quarenta anos. Observou-se também que, os
profissionais do sexo masculino geralmente trabalham em mais hospitais que os
do sexo feminino (75%) e em média a remuneração desses profissionais está entre
um e cinco salários mínimos. Percebe-se ainda que, a maior carga horária de
trabalho foi encontrada no hospital público, o que já aponta para uma
sobrecarga de trabalho. Diante do exposto, verifica-se a urgência de se
encontrar novas estratégias que visem melhores condições não só para usuários
como também para a equipe de saúde, pois a sobrecarga de trabalho desta
categoria é uma variável determinante da qualidade das relações mantidas no
ambiente laborativo, bem como da sua saúde mental.
19. PATOLOGIAS CRÔNICAS
E FAMÍLIA NA CLÍNICA-ESCOLA DA UNIVERSIDADE POTIGUAR
Alexsandra Romualdo
de Souza
Aracelle Batista
Gonzaga
(Departamento de
Serviço Social/UFRN)
aracellebg@yahoo.com.br
O presente trabalho
relata uma discussão à cerca da importância da participação da família no
tratamento de patologias crônicas especificamente hipertensão e diabetes.
Trata-se de uma experiência interventiva com o Projeto Família Doce Vida
vinculado ao Projeto Doce Vida realizado na Clínica-Escola da Universidade
Potiguar, tendo em vista a educação em saúde. Teve como objetivo favorecer o
controle no tratamento da hipertensão e diabetes através do intermédio da
família e equipe técnica; da família e paciente, visando o fortalecimento do
grupo do Projeto Doce Vida e a diminuição do abandono do tratamento após o
desligamento dos usuários do Projeto. Teve como metodologia a realização de
visitas domiciliares com a aplicação de questionário avaliativo e a realização
de reuniões semanais com os usuários do Projeto Doce Vida, buscando intervir na
realidade e nas dificuldades em que os portadores de doenças crônicas enfrentam
para controlar a doença através de tratamento adequado, e por outro lado à
exclusão social que percebem no seu enfrentamento diário ocasionado por sua
doença. Posteriormente foram realizadas reuniões mensais com os familiares do
Projeto Doce Vida através da implementação do Projeto Família Doce Vida,
visando desta forma sensibilizar para a promoção da qualidade de vida de ambos
os usuários, no âmbito de suas relações sociais. Constatou-se que as famílias
foram sensibilizadas a respeito de sua importância no apoio ao portador de
doença crônica como também a importância do trabalho realizado em grupo, que se
confirmou segundo os relatos dos usuários e dos próprios familiares.
20. A saúde como um
fenômeno além doença
Proponentes/Autoras: Dayanne Priscilla Ferreira de Sousa
Francisca
Sandrinny Maia Rocha
Professor(a): Izete Dantas
Endereço
eletrônico: day-ufrn@ig.com.br
Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Departamento: Serviço Social
Apresentou uma
proposta de intervenção junto aos pacientes do Hospital Universitário Onofre
Lopes, no período de agosto a dezembro de 2004. A escolha do objeto foi feita
através de uma pesquisa realizada dentro do Programa de Avaliação da Satisfação
do Usuário Interno, onde se constatou que um número considerável dos pacientes
permanecia um longo período de tempo na instituição à espera de cirurgia, este
fato ocasionava nestes pacientes um profundo estado de ociosidade. Para que se
pudesse amenizar esta situação, foram sistematizadas ações, através do Método
Altadir de Planejamento Popular (MAPP), que objetivavam reduzir a ociosidade
dos mesmos durante este período de hospitalização, procurando fazer com que
este tempo não se apresentasse de maneira tão dolorosa, bem como na tentativa
de proporcionar-lhes um aumento do companheirismo e da ajuda mútua, já que
estes eram, em sua maioria, provenientes do interior do estado do Rio Grande do
Norte e não se encontravam no grupo de pacientes com direito a acompanhantes.
Para isto foram desenvolvidas atividades grupais interativas, manuais,
dinâmicas de grupo, palestras, filmes e troca de experiência. Conseguiu-se
através deste trabalho, despertar neles uma preocupação mais solidária com o
outro, proporcionando uma maior aceitação das diferenças, mas acima de tudo foi
utilizado convenientemente o seu tempo livre e ocioso.
21. SAUDE POLÍTICA: UM
DESAFIO PARA UMA DOCE VIDA
Ednara Gonçalves
de Oliveira
Graduanda do
Curso de Serviço Social da UFRN
E-mail: narassoufrn@hotmail.com
Gilkelly Sibelly Filguera
Graduanda do
Curso de Serviço Social da UFRN
E-mail: kellyufrn@yahoo.com.br
Orientador: Prof.
Dr. João Dantas Pereira – DSS/UFRN
Considerando o novo
conceito de saúde, que a define como um bem estar biopsicossocial, pode-se
concluir que as condições sociais interferem na saúde dos indivíduos. Tendo em
vista esse pressuposto, o presente estuda visa elucidar a implementação do
Projeto Curricular “Saúde política: um desafio para uma doce vida”, o qual se
propõe a desenvolver atividades comunitárias, cujo propósito principal é o
desenvolvimento de ações capazes de possibilitar uma maior sensibilização
política de portadores de hipertensão, diabetes e obesidade. Tais atividades
são realizadas junto ao Grupo Doce Vida, vinculado a Universidade Potiguar. Os
resultados preliminares mostram-se satisfatório, confirmando as influências dos
fatores sociais na saúde e a importância da formação cidadão no tratamento das
questões relacionadas à saúde, fazendo-se, então, necessária uma maior
discussão sobre o tema em evidência.
22. MULHER E SAÚDE: UMA
QUESTÃO DE DIGNIDADE
Giordana de
Oliveira Alves
Depto. de Serviço
Social
A relação mulher e
saúde é um dos temas alvo de estudos nas diversas especialidades, e em todas,
temos que levar em consideração o aspecto social. Por tal motivo, a presente
pesquisa visa uma análise inicial sobre mortalidade materna no mundo, no Brasil
e no Rio Grande do Norte, enfocando as causas principais que são falta de
assistência com boa qualidade, pré-natal mal-feito, hipertensão, hemorragias,
infecções; logo após trataremos um pouco da AIDS no Brasil e no mundo,
mostrando dados de uma realidade em que o número de casos tem diminuído, mas
não igualmente para homens e mulheres, já que o meio de prevenção mais comum é
a camisinha, e é um método que dá privilégio aos parceiros do sexo masculino. E
por fim o aborto inseguro, onde no Caribe e América Latina associa-se 21% das
mortes femininas à gravidez, parto e pós-parto, conseqüência disto sendo o
aborto realizado sob condições sanitárias precárias, pois a legislação dos
mesmos proíbe o aborto; No Brasil, no ano de 2000, dados do SUS calculam que de
700 mil a 1,4 milhão de abortos clandestinos ocorreram, sendo muitos destes
espontâneos (não provocados), Concluindo nesta análise que, o aumento decorre
de problemas sociais como a pobreza, desigualdade, exclusão, gravidez
indesejada, práticas sexuais inseguras, etc. No Rio Grande do Norte, um dos
quatro Estados do Nordeste que tem hospitais que realizam aborto legal em
vítimas de violência sexual, em 1998, 6,3% das mortes maternas foram por causa
do aborto, e em 2000, houveram 3.136 internações com este diagnóstico.
23. A LOUCURA: DOS
ALIENADOS AO HOSPITAL JOÃO MACHADO
Josivan Silveira
de Oliveira
Francisco Miranda
de Franca Jr
e-mail: djoupipa@yahoo.com.br
O processo de loucura
institucionalizada como objeto de pesquisa está muito em volga para os
trabalhos acadêmicos, principalmente aqueles ligados à área das ciências da
saúde; como psiquiatria e psicologia. O estudo proposto apresenta-se em um
levantamento e catalogação de um dos fundos do arquivo do Hospital Estadual
João Machado. Com uma grande relevância para o campo do conhecimento amplo e
disponível a estudos psicológicos, psiquiátricos e históricos e sociais
futuros. Neste trabalho tentamos fazer o auxílio a estudos a partir da
investigação dos prontuários médicos utilizados em instituição direcionada ao
ramo da psiquiatria, onde se encontram informações de ordem pessoal, os
diagnósticos com seus referentes CIDS e os seus processos de tratamento
utilizados em pacientes internados nas devidas instituições.
GT-03:
FORMAÇÃO DA LITERATURA BRASILEIRA
Coordenador:
Marcos Falchero
Falleiros (Departamento de Letras)
E-mail: marcfal@ufrnet.br
Base de Pesquisa
Formação da Literatura Brasileira
Departamento de
Letras
Local: Auditório da
BCZM
Estudos da literatura
brasileira com o objetivo de valorizar a leitura historicizada do elemento
estético e suas relações entre forma literária e processo social, dentro da
lição que nos dá a obra fundadora de Antonio Candido, Formação da Literatura
Brasileira, e as conseqüências teóricas desenvolvidas por autores como Roberto
Schwarz. Tal enfoque atinge manifestações significativas da literatura
brasileira e os mais variados desdobramentos de suas relações com outras
literaturas, no memorialismo, no regionalismo e nas configurações próprias ao
contexto das migrações de sentido e influências.
01: Vivência histórica e
memória poética
Antônio Fernandes
de Medeiros Júnior - UFRN
A moderna literatura
brasileira do século XX produziu vasto material que privilegia o registro da
memória poética por meio de versos lapidares que ecoam e são facilmente
reconhecidos: de Manuel Bandeira (“A vida inteira que poderia ter sido mas não
foi”) a Carlos Drummond de Andrade (“Itabira é apenas um retrato na parede. /
Mas como dói”); de Mário Quintana (“A saudade é o que faz as coisas pararem /
no Tempo”) a Dante Milano (“A poesia me leva a perdidos caminhos / De onde
volto mais só, mais desesperançado”) todos eles, uns mais outros menos, para
continuarem a escrever pagaram seu quinhão ao enlevo e à vertente lírica,
através de versos impregnados de saudade e da lembrança melancólica da
infância. Em
relação ao tópico, a poesia de cunho rememorativo de José Paulo Paes constitui
caso à parte. Nela, o leitor pode divisar a dicção de um eu-lírico que
exala o sabor acre resultante da sua vivência histórica e o espírito pensante
que, fincado no chão do tempo presente, repele o direito a expressar-se por
meio do enlevo e da ordem sentimental; por isso, não reclama da matéria
vivenciada nem aguarda recompensa do devir. A vitalidade desse eu-lírico
decorre dos seus compromissos para com as coisas da materialidade, da
concretude histórica e da sobriedade de caráter; assim, figura no mundo
pedestre – sem esperança nem medo – empenhado em transfigurar a sua compreensão
do aqui e agora e do fato vivido em linguagem de cunho poético, expressando-a
sem afetação e de maneira concisa. Comentar acerca da natureza
lírico-epigramática da poesia de José Paulo Paes é o objetivo dessa
comunicação.
02: Gregório Bezerra – o
velho revolucionário
Afonso Henrique
Fávero –UFRN
O pernambucano
Gregório Bezerra publicou duas obras autobiográficas em 1979. A pesquisa
procura examiná-las tanto em seu caráter intrínseco como nas relações que
venham a apresentar dentro da nossa literatura de memórias. Gregório Bezerra
narra sua trajetória desde o nascimento num sítio de Panelas de Miranda,
pequeno município de Pernambuco, até chegar a sua condição de exilado político
em Moscou, com a idade de 78 anos. Suas memórias constituem um forte testemunho
de vida, marcado pelo desejo de retratar o percurso que se inicia numa situação
de miséria quase absoluta. Sobre o ano em que nasceu, 1900, diz: “Foi um ano
seco, de muita fome e muita sede, que matou o nosso reduzido rebanho de
carneiros e cabras”. Estamos, na verdade, diante de um narrador que na infância
conheceu de perto as imensas dificuldades da existência num meio natural e
socialmente inóspito; e que pautou sua atitude de adulto na busca da superação
do convívio humano injusto.
03: “Pupilas do sol da
seca”: a imagem do “flagelado” na literatura nortista
André Gustavo
Barbosa da Paz Mendes - História - UFRN
O presente trabalho
tem por objetivo analisar a construção discursiva do homem e da mulher do norte
a partir da literatura regionalista, entre 1876 e 1938. Para tanto, foram
utilizadas obras específicas desse período que tratam do tema do regionalismo
e, consequentemente, do que mais marca essas obras: a seca. Contudo, o presente
trabalho é parte de um estudo em andamento e se restringe a duas obras
específicas: O Cabeleira, do cearense
Franklim Távora e O Sertanejo, do cearense José de Alencar.
Esse estudo se justifica na medida em que a obra literária é importante para o
historiador pela sua capacidade de construção e representação dos eventos, ou
seja, dos acontecimentos e seus detalhes. Em relação às obras mencionadas
acima, isso é bastante nítido, pois fazem parte de uma tendência literária que
procurava descrever com realismo os aspectos naturais, sociais e até
psicológicos dos habitantes da então região Norte. Além disso, essa literatura
regionalista se configura como fonte importante desse estudo por ter sido capaz
de produzir um discurso sobre o homem e a mulher do Norte e difundi-lo – devido
ser naquele período um dos principais meios de comunicação, assim como os
jornais – por toda a região Norte e Sul do Brasil. Segundo Sandra Jatahy
Pesavento a literatura é um texto e remete-nos a noção de que todo texto é uma
construção historicizada e que se expressa por um conjunto de signos que
comportam significados e coerências dentro do universo mental de uma época.
Assim, propomos perceber as regularidades discursivas dessas obras literárias
que construíram os enunciados da formação discursiva da imagem do “flagelado”.
04: A expressão do
sofrimento – no sertão de João Cabral de Melo Neto
Carlos André
Pinheiro- Letras - UFCG
Grande parte da
obra de João Cabral de Melo Neto está intimamente ligada aos temas do nordeste
brasileiro, lugar onde nasceu e viveu por alguns anos – daí porque se encontra
com certa facilidade uma série de textos que aborda a temática da seca, da
fome, da morte, da aspereza e da falta de recursos financeiros que caracteriza
boa parte dessa região. O poeta recupera algumas experiências sofridas de seu
povo e constrói um acervo de imagens árduas, que confere expressividade ao
poema e parece traduzir o sofrimento no instante em que a dor se mostra mais
aguda. O objetivo deste trabalho, portanto, é exatamente estudar o processo de
composição dessas imagens, sempre atentando para a idéia de sofrimento que está
ligada ao nordestino. Para tanto, leremos os poemas “O luto no sertão”,
“Cemitério pernambucano (Nossa Senhora da Luz)” e “O sertanejo falando”,
procurando também deixar bem evidente a relação do homem com a sua terra.
05: Reificação e
violência em “Morte do leiteiro”
Caroline Mabel M.
S. Martins
Virgínia de S
Falcão - Bolsistas PET-Letras - UFCG
Em meio a um
cenário de guerra e desolação, Drummond publica, em 1945, A Rosa do Povo, ponto alto da poesia moderna de participação social
(ACHCAR, 1993). Dentre os 55 poemas encontrados no livro, selecionamos “Morte
do Leiteiro”, pela sua maneira particular de revelar “o desconcerto do mundo”,
através da narração de um “fato cotidiano (a entrega diária do leite) suspenso
por uma ação violenta (assassinato de um inocente)” (TITO, 2002). Nosso
objetivo é, portanto, enfocando os temas da reificação humana e da violência,
verificar como o poeta está atento às formas de desumanização do mundo moderno
e suas conseqüências. Para tanto, procederemos a uma análise interpretativa do
poema, com base nos pressupostos teóricos de Candido (2002), que propõe uma
interligação entre texto e processo social, em que o social deixa de ser
elemento externo, e passa a ser essencial na constituição da obra, tornando-se
interno. A perspectiva analítica adotada favorece uma leitura “historicizada”
deste importante poema de Carlos Drummond de Andrade.
06: O lugar da utopia
nos contos rosianos
Cássia de Fátima
Matos dos Santos
Letras – Campus
de Açu - UERN
O lugar de
Guimarães Rosa no processo de formação da literatura brasileira já é evidente e
não nos cabe nenhum esforço nesse sentido. O nosso objetivo é, somente,
discutir o fio condutor de alguns de seus contos, demonstrando, com isso, o
caminho trilhado pelo autor para constituir sua obra e revelar o seu projeto
literário e, junto a isso, a sua visão de nação. No olhar ficcional de Rosa é
possível perceber o que ele recorta como imagens de um Brasil rural e peculiar.
Linguagem e temas se imbricam numa metonímia que resulta em uma leitura livre
de impregnações ideológicas, mas partidária de uma busca de entendimento do
lugar pátrio. Na busca desse entendimento, há um lugar utópico que se mostra
recorrente nos textos observados. Nesse sentido, o regionalismo pode ser
evocado como um componente integrante da visão de país do autor. É, todavia, no
dizer de Antonio Candido, um super regionalismo, já que teríamos ultrapassado a
idéia de país novo (românticos) e também de país subdesenvolvido (modernistas).
É, portanto, um outro momento do processo de formação de nossa literatura. É,
possivelmente, um salto evolutivo e que supera os caminhos postos até então.
Entretanto, personagens, lugares e linguagens, sertões enfim, estão postos nos
textos como resistência (daí a idéia de utopia), levando-nos a questionar o que
pretendeu o autor dos gerais ao optar por caminhos tão permeados de aspectos
interioranos do país, para compor seu projeto literário.
07: Riobaldo e seus três
tipos de amor
Claudinale
Martins Pinto
Bolsista Letras -
UFRN
A obra de Guimarães
Rosa Grande Sertão:Veredas vai relatar a vida de Riobaldo,
fazendeiro do estado de Minas Gerais, que contará sobre sua vida de jagunço a
um ouvinte não identificado.Dentre suas várias histórias narradas, podemos
observar a forte presença do “amor”.Segundo o estudioso Benedito Nunes em seu
texto teórico O amor na obra de Guimarães
Rosa, Riobaldo conhece três espécies de amor,cada um em uma esfera
diferente.São três amores, três paixões qualitativamente diversas por três
mulheres que irão mexer com um certo ponto do seu pensamento.Esse tema perpassa
todo o enredo na obra de Guimarães Rosa,e esse sentimento assume uma posição
muito privilegiada no texto, pois vai se entrelaçar com o problema da
existência do Demônio e da Natureza do Mal. Portanto, com base no texto teórico
de Benedito Nunes correlacionado com a própria obra Grande Sertão: Veredas, este trabalho pretende mostrar as diversas
espécies de amor (em seu estado humano ou divino) vividas por Riobaldo.
08: Registros literários
da prosa no Rio Grande do Norte na década de 30
Daíse Fernandes
Dantas - Letras - UFRN
Durante as
primeiras décadas do século XX, aconteceram processos no Rio Grande do Norte,
determinados por conjunturas em que a tradição e a realidade urbana em processo
de modernização interferiram no movimento de renovação literária e cultural.
Este fenômeno está relacionado à introdução do modernismo no estado. Ao final
da década de 1920, foram produzidos inúmeros textos modernistas, criando-se uma
expectativa de continuidade para as décadas posteriores e abrindo a
possibilidade de inserção dessa produção poética local no sistema literário
nacional. Neste sentido o objetivo deste trabalho é divulgar a leitura de um
levantamento de dados e observações feitas sobre registros literários da prosa
no Rio Grande do Norte durante a década de1930. Foram coletados textos do
jornal natalense A República, datados dos anos de 1931, 1933, 1934 e1935.
Feito o estudo dos textos, verificaram-se alguns temas recorrentes como:
Modernismo, Vanguardas européias, regionalismo, folclore, música e filosofia.
09: Palmyra Wanderley:
perfil feminino dos anos 20
Daniella Lago
Alves Batista de Oliveira -Letras - UFRN
Este trabalho
pretende apresentar uma discussão sobre a perspectiva de escritoras potiguares
que publicaram no espaço de jornais (especificamente, A República e O Feitiço) no início do
século XX . Entre as escritoras da época, o destaque apresentado nesta pesquisa
é para a escritora Palmyra Wanderley, a qual exerceu com brilhantismo sua
função de jornalista, levantou questões relativas à emancipação feminina, sendo
pioneira com esse questionamento. Palmyra Wanderley serviu à causa da mulher
através do jornal, que, por sua vez, serviu-lhe como veículo do ideário
moderno, como um novo espaço para a expressão feminina quanto à vida social,
com o objetivo de mudar o modo de pensar, propagando novas idéias. Incluía,
entre os principais temas: o amor, o casamento, o reconhecimento do papel da
mulher no seio familiar e a educação feminina. Essas temáticas aparecem sob uma
forma de expressão moderna, combinando-se com a presença do movimento
modernista no Rio Grande do Norte.
10: Literatura
Brasileira: uma ilha de palavras cercada de labirintos
Elaynne
Camilla Alves Costa
Maria
de Fatima de Araújo
Letras
- UFRN
Compreender a
literatura é praticar teoria dialógica, como a proposta por Bakhtin, cujo
entendimento advém da interação social, da interlocução entre leitores, ou
seja, é com as palavras e idéias dos outros em diálogo com as nossas que o
conhecimento é tecido. Assim, o leitor "literário" é aquele para quem
o texto escrito pulsa como um horizonte infinito de possibilidades
imaginativas, ricas e poéticas. A formação da literatura brasileira deu-se
através da ponte entre a colonização portuguesa e a busca de identidade
cultural; o conhecimento e a apreensão da cultura estrangeira: constante
movimento de auto-descoberta, auto-reconhecimento e construção das raízes
nacionais. As tendências, os estilos ou manifestações artísticas se
diversificam assim como os modos de vida na sociedade, os sistemas econômicos,
políticos e ideológicos. Olhando mais profundamente, observamos que esses não
só nos caracterizam como seres históricos, mas, como seres humanos: espírito
clássico e espírito medieval; razão e emoção; vontade urgente de crescer e medo
do novo; individualidade e coletividade etc. O homem e o mundo em sua relação
dialética, nos faz lembrar que as raízes nas quais falamos são mais antigas do
que parecem: os deuses Apolo e Dionísio, um representando a luz solar, a
racionalidade humana, e o outro a necessidade de embriaguez, de irracionalidade
- ambos pertencentes à mitologia clássica - já anunciavam esse velho dilema de
que a arte expressa , não apenas as nossas dualidades, nossas contradições,
mas, na medida em que tendemos a fundi-los, de fazer com que se interpenetrem
em um mesmo texto, a nossa eterna sede de completude. Em suma, a literatura
brasileira é um retrato da cultura, dos costumes, de uma civilização de
múltiplas faces, realidades e cores, portanto, não devemos estudá-la de forma
linear, mas, compreendendo a multiplicidade de suas manifestações.
11: A história na literatura: a revolta da vacina e O alienista
Inês Florence
Mestranda - PPgEL
- UFRN
Entre 1881 e 1882,
Machado de Assis publica O Alienista.
Em 1904, ocorre a revolta da vacina, movimento popular ocorrido no Rio de
Janeiro, em reação ao plano de saneamento da cidade, do então diretor-geral da
Saúde Pública, Osvaldo Cruz, em que uma das metas era tornar obrigatória a
vacina contra a varíola. O objetivo do trabalho é comparar os dois episódios -
a revolta da vacina e a revolta dos Canjicas (manifestação fictícia ocorrida no
conto machadiano). Ambas as revoltas possuem a participação popular, bem como
são reação ao discurso e atitudes cientificistas e à invasão da vida
privada, o que será discutido no trabalho.
12: O itinerário
existencialista de G.H.
Joanna Angélica
Borges da Silva
Mestranda - PPgEL
-Letras - UFRN
Através
da tensão conflitiva, Clarice Lispector consegue estabelecer uma correlação
entre estranheza e o olhar perceptivo, que qualificam alguns de seus
personagens, no momento que questionam a respeito da sua própria existência. Questões filosóficas profundas, como a verdade e a
condição humana, estão colocadas no romance
A paixão segundo G.H.. Uma reflexão que é despertada a partir de um fato
aparentemente banal, e jorra como produto incontrolável de um fluxo de
consciência. A tomada de consciência pela personagem G.H., obedece muitas vezes
a um ritual reflexivo, tortuoso e, até mesmo, doloroso. G.H. busca, em
si mesma, pela introspecção radical, sua identidade e as razões de viver,
sentir e amar. Sendo assim, podemos aproximar a obra de Clarice da corrente
filosófica existencialista, especialmente do existencialismo
literário-filosófico de Jean Paul Sartre, pois no romance de Clarice Lispector, destaca-se a introspecção,
que ao pé da letra, quer dizer visão para dentro, e é mais ou menos isso que
vamos observamos em G.H., a autora parte da vida interior de sua personagem, e
se preocupa em mostrar o mecanismo psicológico dos atos, que é a própria razão
metafísica do seu estar no mundo. A teoria sartreana do ser-para-si conduz a uma
teoria da liberdade. O ser-para-si define-se como ação e a primeira condição da
ação é a liberdade. O que está na base da existência humana é a livre escolha
que cada homem faz de si mesmo e de sua maneira de ser. O em-si, sendo
simplesmente aquilo que é, não podendo ser livre. A liberdade provém do nada
que obriga o homem a fazer-se, em lugar de apenas ser. Portanto, esse trabalho
pretende traçar um paralelo entre a teoria sartreana e a reflexão
existencial da personagem G.H.
13: O narrador em Dão-Lalalão (O
devente)
Joel Maurício Fialho
Mestrando - Letras - PPgEL - UFRN
Noites
do sertão, de Guimarães Rosa,
leva-nos ao contato com a profundidade do psicológico e nos faz penetrar na
essência do pensamento humano através da saga, da vida, dos amores dos seus
personagens. A primeira novela,
da obra Dão Lalalão (O
devente), revela a genialidade do seu criador que, fazendo
o uso de técnicas que privilegiam o fluxo de consciência do personagem
principal (Soropita), percorre com ele o que cronologicamente sucede em, mais
ou menos, um dia (24h). Esse tempo físico, porém, é extrapolado por uma
narrativa que não obedece a uma construção presa à lógica. O que, na verdade, o
narrador acompanha são os pensamentos dessa personagem que, ao gosto de suas
oscilações naturais, divagam sem tempo nem espaço definidos, como
comumente se dá com nossos processos reflexivos. Percebe-se na narrativa que o
autor (narrador) faz a captação de um momento em que um conjunto de conflitos
se instalam na mente da personagem principal e caminham para o seu clímax e
desfecho. A causa profunda desses impasses liga-se à necessidade que
Soropita sentia, tanto de esconder-se de seu passado, como de não querer que se
revelasse no Ão a vida que anteriormente tivera a sua esposa. Como último
recurso, esse anti-herói transforma-se em herói, fazendo vir à tona o seu ser
do passado (O homem de armas), preferindo expor a sua anterior condição, a
deixar que se maculasse a beleza da imagem de mulher que a todo o tempo se
revela em Doralda.
14: O racialismo
romântico em O tronco do ipê: a fragilização do forte
Joyce Kelly
Barros da Silva
Bolsista
PET-Letras - UFCG
O racionalismo
romântico configurou-se no século XIX como uma visão paternalista e
aparentemente humanitária do homem negro, adotada pela camada burguesa, intelectual
e “científica” da época, que buscou através dessa ideologia justificar a
presença da instituição servil no Brasil escravocrata. Nesse sentido, o escravo
foi visto e tratado como um ser incapacitado de manter-se livre na sociedade,
já que se afirmou por meio das teorias vigentes que o negro era um ente
extremamente dócil, humilde, infantil, impossibilitado de conviver entre os malvados
homens brancos. Esta concepção perpassa também parte da literatura desse
momento histórico, mais precisamente no Romantismo, no qual a idealização, como
caractere forte, contribuiu para a omissão de relações conflituosas entre
escravos e senhores, criando uma noção de servilismo voluntário por parte do
escravo negro. O objetivo do nosso trabalho é observar como esta visão de mundo
apresenta-se no romance O tronco do Ipê,
do escritor José Martiniano de Alencar. Nosso estudo tem caráter analítico e o
auxílio das leituras de BOSI (1974); CANDIDO (1985; 2000); GOMES (1988);
GUIMARÃES (2001). Além disso, buscamos traçar paralelos com outras obras desse
e de outros escritores do estilo literário romântico, nas quais vemos matizes
desse perfil ideológico.
15: A personagem
feminina e a formação do romance brasileiro
Maria Edileuza da
Costa
CAMEAM - NELLP-
UERN
O trajeto da
narrativa e a criação da personagem feminina na literatura brasileira foram
delineados, definidos e construídos ao longo da história. Até o Romantismo, os
textos literários apresentavam-se majoritariamente em poesia; o triunfo do
romance se amparou na estratificação simples de grupos familiais, na atenção ao
meio e no espaço geográfico e social, onde a narrativa se desenvolve e
floresce. A primeira narrativa brasileira, que ficou conhecida pelo público,
tem como personagem feminina Carolina (A moreninha), dá origem ao mito
sentimental; logo depois, a imaginação do escritor brasileiro vai se espraiando
na busca de narrativas que representassem o tempo, o espaço e a personagem
feminina perfeita. Quanto ao desenvolvimento da personagem feminina na literatura
brasileira, não podemos estudá-la sem antes nos ater a outras personagens que
nasceram antes e cresceram na História e na Literatura. O princípio de que o
texto literário se insere num espaço intertextual, e dele deflui, leva-nos a
relatar fatos sobre: Lilith, Eva, Maria, Dalila, Helena, Penélope, pois essas
personagens fizeram parte de um universo feminino.
16: Gregório Bezerra - o
velho revolucionário
Maria de Fátima
Dantas de Souza
Bolsista - Letras
- UFRN
Gregório Bezerra
foi um comunista que lutou com garra e sem medo pelos seus objetivos e pelo seu
povo. Foi líder camponês, deputado federal e inimigo do latifúndio. Gregório
foi fiel aos seus ideais até os últimos dias de sua vida. Foi devido a seu
interesse e participação nas lutas pelos direitos iguais que Gregório, ao 17
anos de idade, foi encarcerado pela primeira vez. Em 78 anos de vida, foi por
várias vezes preso, sofreu muitas torturas e injustiças. São esses momentos
cruéis de Gregório que serão expostos neste trabalho.
17: A estética da rememoração
em Jorge Andrade
Maria Tânia
Florentino de Sena
Este trabalho
pretende mostrar a interligação que existe entre o primeiro e o segundo planos
da peça teatral A moratória de autoria de Jorge Andrade. O dramaturgo tece um
fio de seda para unir passado (segundo plano) e presente (primeiro plano) de
uma família, distanciados pelo tempo (três anos) e pelo espaço (fazenda x
cidade). Esta ligação é realizada pela reminiscência, pela intercalação de
diálogos ou pela disposição espacial das personagens. A elucidação ou evocação
que as falas de um plano estabelece com a do outro, solda e modela o texto
implicando numa auto-afirmação da peça; ela mesma se escreve e interpreta por
meio dessa simbiose entre os dois palcos.
18: Análise da produção
poética de 30 no Rio Grande do Norte
Maria Aparecida
de Almeida Rego
Letras - UFRN
A proposta deste
trabalho é apresentar um levantamento de dados sobre registros poéticos nos
jornais A República e Feitiço nos arquivos do Instituto Histórico e Geográfico
do Rio Grande do Norte referentes à década de 30. Por meio da análise do
material coletado, verifica-se a produção poética nos anos em estudo.
Observa-se a presença marcante de alguns poetas como produtores literários na
década de 30, bem como a presença de alguns temas recorrentes (natureza
sertaneja, acontecimentos do cotidiano, religiosidade, dentre outros), além da
diversidade estrutural na publicação de poesia. Pretende-se discutir elementos
característicos do movimento literário e cultural do Rio Grande do Norte, da década
de 30, incorporando-os ao movimento literário e à produção nacional,
relacionado com essa discussão o método de pesquisa histórica.
19: Memórias de infância
Marcel Lúcio M.
Ribeiro
Mestrando- Letras
- UFRN
Jasseana A. de
Souza
UnP
No ano de 1938,
Graciliano Ramos foi um dos jurados do Concurso de Contos Humberto de Campos,
promovido pela Livraria José Olympio. Coube ao escritor de Vidas secas decidir qual autor receberia o prêmio, pois os demais
avaliadores estavam em dúvida entre Maria
Perigosa, do pernambucano Luís Jardim (1901-1987), e um livro denominado Contos assinado pelo pseudônimo Viator,
que mais tarde soube-se tratar do escritor mineiro Guimarães Rosa. Graciliano
Ramos optou por votar em Maria Perigosa
e fez com que Luís Jardim recebesse o primeiro lugar do concurso. No entanto,
no cenário literário atual, os escritos de Jardim estão relegados ao segundo
plano, enquanto que a obra de Guimarães Rosa é alçada ao posto de uma das mais
importantes da literatura brasileira e até da universal. A estudiosa Sônia
Maria van Dijck Lima afirma que essa mudança de perspectiva ocorreu, dentre
outros motivos, por causa da saudação da crítica literária ao livro Sagarana, de Guimarães Rosa em 1946.
Segundo Sônia, a crítica, ao elogiar Sagarana
(que era o livro Contos reformulado),
repreendia o livro de Jardim, que foi publicado em 1939, por causa do resultado
do concurso de 1938. Assim, Rosa ganhou espaço e contribuiu para o eclipse da
carreira literária de Jardim. Porém, lendo-se Maria Perigosa, constatou-se que os contos de Jardim possuem
qualidade literária e podem haver influenciado a autobiografia Infância, de Graciliano Ramos, porque
esta obra, publicada em 1945, traz muitas semelhanças com o livro de Luís
Jardim, como o memorialismo, o narrador adulto que, ao relembrar sua infância,
assume na narrativa um ponto de vista de criança e a descrição de paisagens do
Nordeste. Portanto, este trabalho pretende reavaliar um autor de qualidade que
está fora do cânone literário brasileiro e traçar um paralelo entre as obras Maria Perigosa e Infância.
20: Os títulos de Oswald
e o colunismo social
Marcos Falchero Falleiros -
UFRN
Haroldo de Campos
deixa de perceber a sutil perspicácia crítica de Mário de Andrade quando
considera equivocada sua percepção a respeito do “espírito parnasiano” das
tiradas conclusivas de Oswald de Andrade, que, assim, manifestariam o uso do
pior de todos os processos parnasianos: o verso de ouro: “Pau-Brasil está cheio
de poemas escritos unicamente por causa do verso de oiro, que no caso, em vez
de ser lindo à parnasiana, é cômico, é ridículo etc `a Osvaldo”. Parece,
entretanto, que as tiradas de Oswald de Andrade se confirmam nesse diagnóstico
se as considerarmos transferidas da finalização para os títulos de seus poemas
o que sugere uma análise a respeito de sua estética modernista bem mais
problemática e exigente de minuciosas mediações, na medida em que nisso
observamos que o processo é imitado e muito bem assimilado pela linguagem do
colunismo social posterior que ainda vigora em nossos dias.
21: Uma pausa … Outra
vida … Uma pausa…
Maria da
Conceição Oliveira Guimarães
Doutoranda -
PPgEL - UFRN
O conto “Pausa” de
Moacyr Scliar oferece uma leitura vincada na ação de um anti-herói que José
Paulo Paes analisa sob a categoria do pobre diabo. O pobre diabo, explica Paes,
é um personagem patético pequeno-burguês quase sempre alistado nas hostes do
funcionalismo público mais mal pago, vive à beira do naufrágio econômico que
ameaça atirá-lo a todo instante à porta da fábrica ou ao desamparo da sarjeta,
onde terá de abandonar os restos de seu orgulho de classe. No conto de Scliar,
Samuel é um personagem de vida baça e incolor. Na tentativa de transformar seu
pequeno mundo insignificante e repetitivo, constrói uma vida à parte. Para
isto, reproduz um mundo tão medíocre e desprezível quanto àquele que ele se
nega a viver. Instala uma rotina dominical, realizada com exatidão. Levanta-se
cedo, faz a barba, prepara os sanduíches enquanto a mulher, que ignora o seu
destino, coça a axila esquerda. Despede-se dela dizendo que volta à noite.
Dirige-se a um hotel miserável, acorda o gerente que lhe entrega a chave do
mesmo quarto de todos os domingos. Fecha as cortinas esfarrapadas, dá corda ao
despertador de viagem, afrouxa a roupa, come vorazmente os sanduíches e dorme.
Acorda sobressaltado às sete horas depois de um sonho sem relação aparente com
sua vida. Lava-se na bacia, veste-se rapidamente e sai. Despede-se do porteiro
que o saúda com “Até domingo que vem seu Izidoro.” Depois, segue, para casa.
Não são claras as atitudes de Samuel como também não é claro o seu estar no
mundo. Nada se sabe de sua vida, de seus projetos e o que o angustia.
Percebe-se apenas que é um pobre diabo que luta para sufocar a somatória das
insignificâncias de sua existência real.
22: Xexéu: um poeta
popular dialogando com a voz romântica
M. Alda M. da
Costa -UnP
M. Virgínia
Xavier
Aluna especial
-PPgEL- Letras UFRN
Trataremos de mostrar
neste trabalho a relação da composição
poética de Xexéu (João Gomes Sobrinho), com o a composição poética
românica. A escrita de Xexéu dialoga com
a voz romântica, porém numa perspectiva de “ressonância de voz”, pelo fato do
tempo da escrita ser outro e não o romântico.
Xexéu leu livros de escritores da literatura brasileira, principalmente
do romantismo, tais como: Castro Alves e Casimiro de Abreu. A poesia de Xexéu
enquadra-se na visão de Mouralis, quando
afirma que é uma literatura colocada fora dos domínios literários e que, só com a sua presença, constituem
já uma ameaça para o equilíbrio do campo literário, (...) visto que assim
revelam tudo o que nele há de arbitrário. Levando em conta o caráter
arbitrário da literatura, revelado por Moularis, notamos que o romantismo
estrutura-se de forma despótica, pois os escritores dessa geração buscaram
refúgio no passado para suas construções. Bosi mostra que com os românticos há
uma retomada das “formas medievais”, talvez por terem se desenvolvido em
oposição ao intelectualismo e a tradição racionalista e neoclássica do século
XVIII, tenham escolhido o “subjetivismo” e o senso de mistério, além do
culto a natureza, sendo capazes de criarem mundos imaginários. Essas
características também estão presentes nos cordelistas. Para Antonio Candido
(1975) os românticos foram buscar nos países estranhos, nas regiões
esquecidas e na Idade Média pretexto para desferir o vôo da imaginação. Vemos
que grandes nomes da literatura erudita buscaram suas fontes no passado
histórico e lendário da Idade Média, assim também Xexéu buscou
inspiração tanto no romantismo como também na Idade Média.
23: Gregório de Matos Guerra
Natalia de Lima
Nobre
Letras - UFRN
Os escritos
brasileiros do período colonial são considerados, por muitos críticos e
estudiosos literários, apenas como manifestações literárias. Classificando como
literatura a produção Árcade e Romântica, devido a sua consciência e
continuidade dum sistema literário organizado (ou em organização). Entretanto,
mesmo passando tanto tempo oculto a gerações imediatamente posteriores Gregório
de Matos Guerra pode, hoje, ser considerado o maior poeta do período colonial e
não menos literário que tantos outros que nossa historiografia nos apresenta
como clássicos. Gregório de Matos legou rica e extensa produção literária,
relevante não só pela documentação da sociedade de seu tempo, mas também pelo
teor artístico que alcançou. Sobretudo, considerando-se as condições de
produção: “num meio sem imprensa, sem tradição, sem ambiente cultural – mas com
censura rígida”. Deter-me-ei, na tentativa de tecer modestamente uma leitura
analítica e interpretativa, a um de seus sonetos, uma sátira social. A qual,
como bem diz Antonio Dimas, esquadrinha “o lado escuso da colonização”.
Neste mundo é mais
rico o que mais rapa:
Quem mais limpo se
faz, tem mais carepa;
Com sua língua, ao
nobre o vil decepa:
O velhaco maior
sempre tem capa.
Mostra o patife da
nobreza o mapa:
Quem tem mão de
agarrar, ligeiro trepa;
Quem menos falar,
mais increpa:
Quem dinheiro tiver
pode ser Papa.
A flor baixa se
inculca por tulipa;
Bengala hoje na
mão, ontem garlopa:
Mais isento se
mostra o que mais chupa.
24: Em busca de uma
História para o NE: Verdade e Mito em Ariano Suassuna
Paulo de Macedo
Caldas Neto
Aluno especial –
Mestrado-Letras- UFRN
A religiosidade
está sempre presente na obra suassuniana, seja no Teatro, seja no romance, ou
até mesmo na poesia. O componente litúrgico vai funcionar aqui na recriação dos
fatos sociais, históricos, políticos e culturais de um Sertão de muitas lutas,
ainda desconhecidas. A oposição entre Tempo Sagrado e Profano ajuda a compor um
Tempo Mítico, caracterizado pelo ilusionismo das festas populares. É retomando
certos acontecimentos da cultura nordestina que Ariano os transfigura de
maneira a provar a existência do belo artístico, tanto na tragédia do povo como
no seu lado cômico de viver.
25: A escritura
oralizada na obra rosiana
Roberta Duarte de
Araújo
Mestranda - PPgEL
- UFRN
Na obra de
Guimarães Rosa percebemos a construção de uma nova linguagem, em que a língua
portuguesa surge recriada através da associação de uma linguagem culta ao falar
sertanejo, reformulada através da imaginação, apresentando inúmeras
significações, não só no campo semântico, como também no plano sonoro, através
da representação de recursos poéticos que irão ocasionar a fluidez poética da
narrativa. Faz-se necessário, portanto, um diálogo com a produção rosiana
visando ressaltar imagens que se aproximam e se contrapõem, ancorando-se nos
conceitos existentes na Crítica Literária e na Semiótica, procurando
identificar, através do processo de escrita rosiana, as marcas da literatura
oral, enquanto representações da tradição da cultura popular, propondo o
estabelecimento de limites, ou mesmo, de continuidade entre a tradição cultural
oral e escrita.
26: Intertextualidade em
Graciliano Ramos: Alexandre e outros
heróis
Wagner da Matta
Pereira
Aluno especial –
Mestrado - Letras - UFRN
O objeto de
pesquisa deste trabalho privilegiará o livro Alexandre e outros heróis de
Graciliano Ramos, tendo como foco as quatorze histórias narradas por Alexandre,
personagem central. Todas as histórias possuem temáticas originais e são,
aparentemente, independentes entre si. A proposta é fazer uma leitura
psicanalítica e biográfica dos textos narrativos, recorrendo a outras
publicações do autor. Contudo, não há qualquer pretensão de resumir a obra às
teorias interpretativas supra citadas. Em Alexandre e outros heróis, o leitor
encontra um Graciliano mais leve e brincalhão, mas sem perder o traço crítico,
irônico e pessimista. A obra, embora pouco visitada pela crítica, não deixa de
ter seu valor dentre os grandes trabalhos de Graciliano Ramos.
27: Um baile de
máscaras: Machado de Assis em “Pai contra mãe”
Willams Carlos
Oliveira Cabral
Letras - UFCG
Profundas e inquietantes são
as implicações veiculadas por Machado de Assis em sua prosa. Porém, para além
do escritor consagrado pelos leitores em geral e pela crítica especializada, um
outro Machado nos chama a atenção em sua contística. Em que medida podemos
enxergar na obra do bruxo do Cosme Velho, mais especificamente no conto por nós
contemplado, as reflexões de um escritor que, ao contrário das críticas feitas
em sua contemporaneidade, demonstrou uma visão singular e desveladora dos
mecanismos internos da sociedade de sua época? Tomando como princípio a
abordagem do realismo machadiano, nos propomos então a tecer uma leitura de
cunho histórico-social do conto “Pai contra mãe”, ancorados nas reflexões de
críticos de renome da nossa literatura, como Antonio Candido, Roberto Schwarz,
Alfredo Bosi e outros. Assim, pretendemos abordar alguns aspectos da obra deste
que, como nenhum outro, soube desvelar os sentidos subliminares e as máscaras
de uma sociedade regida pela ótica do interesse e da impostura e que avidamente
buscava as práticas sociais e uma retórica como forma de legitimação para suas
condutas particulares.
28: Os brutos: memória e identidade cultural na prosa de um escritor de
província
Vilma Nunes da
Silva
Mestranda -PPgEL-UFRN
Estudar a obra de
um minor-writer é um desafio para
qualquer pesquisador: estabelecer uma referência crítica, desmistificar os
comentários elogiosos ou agressivos, ou até reforçá-los, realizar o mapeamento
do acervo, na verdade, contribuir para a existência de uma fortuna crítica. O
autor a que esse texto faz alusão é um escritor norte-rio-grandense, nascido em
Currais Novos. José Bezerra Gomes (1911-1982) publicou o seu primeiro romance, Os Brutos (1938), pela Editora Irmãos
Pongetti, no Rio de Janeiro. O presente trabalho promove uma leitura crítica
deste romance, procurando situá-lo no contexto histórico-literário em que foi
escrito, destacando o projeto estético do autor de acordo com as propostas
literárias da época (romance de 30). Através da análise de um dos elementos da
narrativa (o narrador), pôde-se verificar a presença de registros
neo-realistas, as estratégias lingüísticas utilizadas na composição da obra, a
intrínseca relação entre autor-narrador/leitor-obra e a evidência de aspectos
biográficos e memorialísticos. A prosa bezerriana é construída ao molde da
narrativa de reminiscências. A história da nossa literatura nos conta que a
década de 30 foi marcada pela forte presença do romance social. O grupo dos
escritores nordestinos alimentou suas obras com elementos caracterizadores de
suas regiões, abraçando a causa da obra engajada, do intelectual comprometido
com o meio em que vive e com disposição para lutar em prol de mudanças. José
Bezerra Gomes filia-se a essa tradição. Sua obra endossa um anel temático de
articulação inter-regional que não possui começo e fim em si própria. Seus
temas variam em torno do contraste entre a monocultura artesanal e a
modernização dos processos operatórios das culturas produzidas nos latifúndios
nordestinos; campo versus cidade;
autoritarismo patriarcal; coronelismo e a decadência das oligarquias rurais
remanescentes etc.
GT-04:
CULTURA E SOCIEDADE NA AMÉRICA PORTUGUESA
coordenadores:
Paulo César Possamai
E-mail: paulopossamai@cchla.ufrn.br
Departamento de
História
Prof. Ms. Muirakitan
Kennedy de Macedo
E-mail: muirakytan@uol.com.br
Departamento de
História CERES
Local: Consequinho
Este GT tem por
objetivo apresentar as pesquisas sobre temáticas que remetem ao período
colonial brasileiro, como: sociedade, economia, cultura, religiosidade,
imaginário, representações, etc. Dele poderão participar professores e alunos
da graduação e da pós-graduação da UFRN e outras universidades.
Primeiro dia
01: FREGUESIA DA
GLORIOSA SENHORA SANTA ANA DO SERIDÓ: A PRODU-ÇÃO DE UMA CARTOGRAFIA DA FÉ
Helder Alexandre
Medeiros de Macedo
Dr. Paulo César
Possamai - Orientador
Programa de
Pós-Graduação em História - CCHLA – UFRN
A Freguesia da
Gloriosa Senhora Santa Ana do Seridó foi criada em 1748, desvinculada da de
Nossa Senhora do Bom Sucesso, do Piancó. A sua instalação, na sede da Povoação
do Caicó, representa um dos frutos do movimento de expansão da fronteira
pecuarística no sertão da Capitania do Rio Grande, vez que corresponde à
institucionalização de mais uma cartografia para a região: a da fé.
Interessa-nos, com este trabalho, indagar a respeito de como se deu a produção
do espaço dessa freguesia: qual a paisagem natural que serviu de base para que
a Igreja Católica pensasse e cartografasse os seus limites e quais as
implica-ções desse ato; qual a estrutura da freguesia e sua relação com as
manchas urbanas surgidas no sertão a partir do século XVIII; quais os grupos
sociais que conviviam no espaço apa-drinhado por Santa Ana e quais as fontes
coloniais que nos permitem conhecer o cotidiano e as cifras populacionais da
freguesia. A inspiração para que formulássemos essas pergun-tas surgiu a partir
da problemática levantada por Simon Schama a respeito da intrínseca relação
entre homem, natureza e cultura. Acreditamos que a escolha da Povoação do Caicó
para sediar a Freguesia de Santa Ana tenha relações muito próximas não apenas
com os grupos sociais que conviviam desde o início do Setecentos nesse
território, mas, também, com as condições propiciadas (por vezes, hostis) pelo
meio natural. Essa hipótese poderá ser melhor verificada quando nos debruçarmos
sobre as fontes que elencamos, na tentativa de responder aos objetivos da
pesquisa: livro de tombo da freguesia; correspondência ofici-al das Capitanias
de Pernambuco e anexas e do Rio Grande; crônicas coloniais e narrativas orais
colhidas no início do século XX e publicadas pela historiografia regional.
02: OCUPAÇÃO DA AMAZÔNIA
Úrsula Andréa de
Araújo Silva
Universidade
Federal do Rio Grande do Norte
Atualmente ouvimos
uma série de discussões acerca da Amazônia, inclusive por to-do o potencial
econômico e terapêutico que ela oferece. Contudo, nem sempre a Amazônia foi
vista assim. Durante o início do período colonial brasileiro, ela teve um papel
secundá-rio e figurou como uma prisão para degredados do reino. Porém, com o
passar do tempo, os missionários começaram a ocupar as margens dos rios da
região e promoveram o trabalho religioso ali, o que possibilitava a penetração
e a ocupação do sertão amazônico. Mesmo assim as atenções do governo português
continuavam voltadas para as capitanias açucarei-ras. Somente com a
intensificação desse movimento – bandeiras – e com a conseqüente descoberta de
potencialidades econômicas é que a Amazônia torna-se preocupação política.
Assim, pretendemos buscar na bibliografia a emergência amazônica no cenário
colonial e a atuação dos religiosos conjuntamente com a dos colonos nesse
contexto.
03: “AS CERIMÔNIAS
PÚBLICAS NAS IRMANDADES DE HOMENS PARDOS NOS SÉCULOS XVII E XVIII”
Ivson Augusto
Menezes de Souza Leão
Orientadora:
Profª Drª Kalina Vanderlei Silva
Instituição:
Universidade de Pernambuco
Grupo de estudos
História Sócio-Cultural da América Latina
Surgido na Europa
no século XVII, o Barroco transformou-se em uma estrutura de pensa-mento que
foi trazida para América portuguesa. Ao chegar na colônia foi reinterpretado e
adaptado às condições sócio-culturais a partir do contato com os grupos sociais
existentes, índios, africanos e reinóis. Utilizando-se deste cenário colonial
barroco dos séculos XVII e XVIII nas vilas açucareiras de Pernambuco,
observamos as cerimônias barrocas das irman-dades de homens pardos, isto é,
cortejos, procissões e festas como instrumento de resistên-cia, distração,
dominação e diversão. Para tal pesquisa utilizamos os compromissos das
irmandades leigas.
04: PRESENTE DE NEGRO:
RELAÇÕES DE COMPADRIO ENTRE NEGROS E BRANCOS NA CAPITANIA DO RIO GRANDE DO
NORTE.
Sebastião
Genicarlos dos Santos.
Discente do curso
de História
CERES/UFRN
E-mail: genicarlos2000@yahoo.com.br
Não raramente
encontramos na historiografia, alusões às relações de compadrio entre es-cravos
e senhores, onde o principal motivo para que ocorresse esse tipo de relação era
a intenção de adquirir pecúlio para a compra da alforria dos escravos. Este é o
ponto de vista pelo qual a família escrava seria beneficiada, pois um de seus
membros estaria sob a “pro-teção” de alguém com grandes possibilidades de
ajuda-lo a livrar-se da condição de escra-vo. Mas, e o senhor o que ganharia
com isto? Não é refutável a idéia de que ao tornar-se padrinho de um escravo o
senhor cumpriria o papel de um benevolente religioso. Em con-trapartida
receberia como PRESENTE DE UM NEGRO, a responsabilidade de doar uma pequena
parte dos seus bens a um não parente, a fim de propiciar a compra de sua
alforria. Neste sentido, objetivamos estudar essas relações na região que
compreende o atual Seridó (Capitania do rio Grande) durante o século XVIII.
Para tal usamos como base de dados os inventários post mortens do fundo da
comarca de Caicó/1º Cartório Judiciário, hodierna-mente, sob a guarda do
LABORDOC (Laboratório de Documentação Histórica) UFRN. Estes documentos também
subsidiam as pesquisas da equipe que compõe o projeto “San-gue da Terra:
história da Família Seridoense Colonial”, coordenado pelo professor Mui-rakytan
Kennedy de Macedo. Realizamos ainda uso das leituras e inspirações
historiográfi-cas de Cristiany Rocha (2004), Mary Karash (2000) e Denise
Monteiro (2002). O diálogo com as fontes nos fez “saber” que no recorte
espacial da pesquisa, ocorria também este tipo de prática cultural, onde em
dezessete inventários pesquisados e palmilhados constatamos a incidência desse
costume, em cinco documentos. Isto evidencia o fato de que pelo menos neste
aspecto a escravidão tecida no Seridó não diferia da forma praticada em outras
regi-ões da América Portuguesa. Embora, esta apresentasse suas peculiaridades.
05: DOS MALES, O MAIOR:
SAÚDE E DOENÇA NOS ESCRAVOS DA CAPATANIA DO RIO GRANDE DO NORTE. (SÉCULOXVIII).
Sebastião
Genicarlos dos Santos.
E-Mail: genicarlos2000@yahoo.com.br
Hugo Romero
Cândido da Silva.
E-Mail:
hugoromeros@yahoo.com.br
Semelhante ao que
ocorreu nas demais regiões do semi-árido da América portuguesa, a colonização
sertaneja da capitania do Rio Grande realizou-se sob a égide da pecuária, pois
mesma não poderia dividir espaço com a economia canavieira que ocupava terras
próximas ao litoral, região propícia para a esse produto central da exportação
colonial. Deste modo povoaram-se os sertões de fazendas de gado, sendo a mão de
obra escrava um dos sustentá-culos desta economia no espaço que viria a
denominar-se Seridó. Todavia, nesta região, a escravidão caracterizou-se por um
pequeno número de cativos em relação às regiões cana-vieiras, visto que o
criatório poderia ser executado por pouca quantidade de pessoas, Par-tindo
desta perspectiva, esta pesquisa objetivou uma melhor compreensão da escravidão
seridoense, através de estudos sobre a saúde e mazelas que afetavam os seus
escravos. A base de nossa pesquisa encontrou-se nos inventários post- mortens
do fundo da comarca de Caicó/ 1º cartório judiciário, que estão atualmente sob
a guarda do LABORDOC ( Labora-tório de Documentação Histórica) UFRN, e que
compõem a pauta de pesquisas do projeto “ Sangue da Terra: história da Família
Seridoense Colonial” coordenado pelo professor Mui-rakytan Kennedy de Macedo.
Analisamos dezessete inventários do século XVIII, que deli-nearam um recorte de
37 anos (1737-1774). A análise deu-se através das leituras de Mary C. Karasch
(2000), Denise Matos Monteiro (2002) e Olavo de Medeiros Filho (1983) e
preenchimento de fichas de coleta. Nos documentos pesquisados encontramos 52
escravos dos quais 11,53% apresentavam alguma mazela, enquanto que 88,46% eram
tidos como saudáveis, fator que influencia no valor dos escravos. Percebemos
que a sanidade da escra-varia era motivo de preocupação dos proprietários
sertanejos, pois a maioria não apresenta-va deformidades físicas ou doenças,
naqueles que sofriam algum mal constatamos que a hérnia era o mais comum, junto
as mutilações, ambas provavelmente frutos do trabalho cotidiano, logo, o
trabalho era um dos maiores causadores das mazelas dos escravos.
06: O SERTÃO E O
ABASTECIMENTO DE ALIMENTOS NAS VILAS AÇUCAREI-RAS.
Alberon de Lemos
Gomes (Orientador) – UPE - Universidade de Pernambuco
Tiago Silva
Medeiros (Proponente) - UPE – Universidade de Pernambuco
Grupo de Estudos
em História Sócio-Cultural da América Latina - GEHSCAL
Propomos nesse
trabalho uma contribuição à revisão não só da historiografia econômica, como
dos estudos da história colonial brasileira. Com esse intuito, estudaremos o
sertão e o abastecimento de alimentos nas vilas açucareiras do Nordeste
colonial entre 1654 e 1750 e assim, estudar o fluxo comercial entre o sertão e
as vilas açucareiras do nordeste colonial pela necessidade de abastecimento
alimentar do litoral especificando as analises do proces-so de produção de
alimentos, em especial farinha de mandioca, carnes verdes e secas, no Sertão
Nordestino. Visamos aqui avaliar documentos oficias burocráticos, para melhor
visualizar os aspectos sócio-políticos desse comércio e, assim, reconstituir o
processo de abastecimentos na economia interna do nordeste brasileiro e
averiguar o impacto desse comércio na economia interna do Nordeste colonial.
07: A RELIGIÃO TUPI NO
PRIMEIRO SECULO DE CONQUISTA PORTUGUESA NA AMÉRICA.
Beatriz Costa
Paiva
Orientadora:
Kalina Vanderlei Silva
UNIVERSIDADE DE
PERNAMBUCO
FACULDADE DE
FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE NAZARÈ DA MATA
Esta pesquisa
investiga a construção da religião Tupi no primeiro século de colonização
portuguesa no atual território do litoral brasileiro. Faz-se relevante
mencionar o conceito de religião. Segundo Helen Clastres para o conceito
ocidental de religião são necessários al-guns elementos básicos, como: os
cultos, os rituais, as cerimônias, os templos, as divinda-des etc. Isto não foi
encontrado pelos missionários na crença Tupi levando-os considera-rem os Tupi
como um povo desprovido de fé e religiosidade. Na realidade, este não era o conceito
pelo qual os tupi encaravam a religião. A sua crença era baseada em um mundo
aonde o homem (e não Deuses) era a essência da criação. Os missionários não
conseguiram interpretar a crença Tupi sendo esta mal vista pelos colonos e
jesuítas. Como a documenta-ção parte principalmente destes autores criou-se uma
visão estereotipada acerca da inexis-tência da religião na cultura Tupi.
Pretendemos resgatar a religião Tupi levando em consi-deração o imaginário
dominante da época em relação a mesma. Partimos, desta forma, de um estudo
sócio cultural para observar a relação entre os Tupi e os colonos bem como as
condições de existência desses personagens na sociedade colonial.
08: A CONQUISTA
TERRITORIAL DA AMÉRICA: O CASO DOS PAULISTAS NA COLONIZAÇÃO DO SERTÃO NORDESTINO
NOS SÉCULOS XVII E XVIII
Mirian Silva de
Jesus (autora)
Mestranda em
História/UFRN;
Paulo César
Possamai (orientador).
Os motivos
econômicos que levaram a conquista do sertão, baseado na pecuária, são
bas-tante conhecidos da historiografia clássica. Porém as conseqüências
desastrosas da guerra envolvendo a Coroa portuguesa, os colonos pecuaristas, a
população da zona canavieira e as tribos continentais, tiveram pouca ênfase por
essa historiografia. A chamada “Guerra dos Bárbaros”, iniciada na segunda
metade do XVII, se desenrola em duas frentes principais: o recôncavo baiano e
os vales de rios do Rio Grande, principalmente do Açu. O Rio Grande, assim como
todo território que compreende do norte do São Francisco ao Ceará, estava sob
jurisdição do governo pernambucano, o qual servirá como centro de irradiação
das tropas mobilizadas para o sertão. Conhecido pelo imaginário da zona
açucareira desde o século XVI, a idéia de sertão foi construída a partir de uma
oposição entre as regiões colonizadas do litoral da América portuguesa e
aquelas não inseridas na órbita administrativa metropoli-tana. A conquista
desse território significava para a Coroa uma etapa da expansão ibérica, daí os
esforços para empreender tal processo. E perante as dificuldades das tropas
regulares enviadas para conter o conflito, contrata-se a mão-de-obra bélica dos
paulistas – hoje de-nominados bandeirantes - famosos em aprisionar índios e se
embrenhar pelos sertões. Sabe-se que os mesmos se valiam da manipulação de
tribos aldeados, porém são apontados clas-sicamente como responsáveis pelo fim
da guerra. Procuramos observar a participação dos paulistas na Guerra do Açu,
analisando os discursos que os envolvem.
09: ARQUEOLOGIA
COLONIAL: AS CASAS FORTES (DE PEDRA) NA OCUPA-ÇÃO, DEFESA E RELAÇÕES
INTERÉTNICAS NA CAPITANIA DO RIO GRAN-DE - SÉCULO XVII.
Roberto Airon
Silva
Prof. Ms. Depto
de História
CCHLA/UFRN
O contexto da
expansão portuguesa diante das invasões holandesas exigiu adapta-ções e
modificações, tanto nas estratégias de ocupação quanto no controle do espaço e
nas relações entre colonos, índios e sesmeiros. Esse espaço agora, então,
tornava-se instrumen-to importante de reavaliação por parte da Coroa portuguesa
na utilização e viabilidade eco-nômica desses espaços, desta maneira, ocupados
através de doações de novas datas de terra e sesmarias. As referências que se
têm da construção das Casas fortes (aqui no Rio Grande cha-madas de “Casas de
Pedra”), remontam exatamente ao período dos primeiros embates con-tra o gentio
Tapuia nas proximidades do litoral, e nos chamados sertões da Capitania, sendo
citadas pela documentação escrita. Parte dessas construções ainda encontram-se
em forma de ruínas no espaço norte-rio-grandense, oferecendo a possibilidade de
informações materiais, e de uma pesquisa do-cumental para estabelecer as
origens, as relações sociais, e as diversas formas de utilização e adequações
que sofreram esses lugares no século XVII e início do séc. XVIII. Utilizamos
uma metodologia arqueológica para recuperar os vestígios materiais na
configuração das relações interétnicas nesses espaços, e de uma metodologia de
análise histórico-documental para recuperar as informações escritas para
adequar a dimensão mate-rial à dimensão social.
10: E NO MEIO DOS
CAMINHOS, UMA CASA DE PEDRA...
CAMINHOS ANTIGOS E
OCUPAÇÃO NO RIO GRANDE DO NORTE.
Florizel de
Medeiros Júnior
Ana Larissa
Araújo de Menezes Cardoso Bueno Freire Teixeira
Alunos do
Departamento de História
A política inicial
de colonização da América Portuguesa, calcada na ocupação e ex-ploração
econômica do litoral, se reveste de um novo impulso colonizador durante o
século XVII e primeira metade do século XVIII. Isso se manifestou concretamente
através da construção de inúmeras casas-fortes, conhecidas como “casas de
pedra”. Como parte de um projeto mais amplo que visa a analisar como essas
construções assumiram as funções de fortaleza e moradia, aglomerando em torno
de si contingentes populacionais, se pensou a respeito de estudar as estradas e
caminhos que durante esse re-corte cronológico serviram não somente à
interligação desses núcleos ocupacionais, mas também como vias de penetração.
Tendo em vista tais considerações, objetiva-se por meio deste trabalho responder
à duas questões principais: quais os caminhos fluviais e terrestres e como os
mesmos influen-ciaram nas relações interétnicas? No sentido de elucidar tais
questionamentos, utilizaremos subsídios históricos (fon-tes bibliográficas e
documentação cartográfica) e de métodos arqueológicos (observação in situ,
sondagem, elaboração de planilhas, uso de GPS e detector de metais etc.). Com
isso, visa-se a fazer um mapeamento dessas estradas e caminhos coloniais no RN,
a fim de dimensioná-los no espaço atual, bem como promover o entendimento
espa-ço/ocupação no referido recorte temporal.
11: DIRETÓRIO DOS
ÍNDIOS: IMPLANTAÇÃO E RESISTÊNCIA NO NORDESTE
Fátima Martins
Lopes
Professora
Assitente do DEH-UFRN
Doutoranda em
História na UFPE
No presente
trabalho, o que se estuda são as formas com que as autoridades da área sob a
jurisdição da Capitania de Pernambuco receberam e implantaram a legislação
indigenista pombalina em meados do século XVIII: o Diretório dos Índios.
Estudam-se, ao mesmo tempo, as ações dos índios aldeados frente à imposição da
nova forma de relacionamento entre índios e não-índios. Nesse sentido,
identifica-se, no primeiro momento de implanta-ção, um movimento político
pautado nas conversações e nos acordos entre o Governador de Pernambuco e os Principais
indígenas da sua jurisdição, onde são observadas as variadas estratégias de
dominação dos colonizadores, assim como a resistência indígena que impu-nha
limites à implantação das determinações legais.
12: A RESISTÊNCIA
INDÍGENA E O IMPÉRIO ATLÂNTICO PORTUGUÊS NO NORDESTE COLONIAL BRASILEIRO
(SÉCULO XVIII).
Soraya Geronazzo
Araújo
Profa. Depto de
História/UERN
Grupo de Estudos
do Século XVIII – UFC
Após a expulsão dos
holandeses do Nordeste colonial brasileiro e com todas as dí-vidas arcadas por
Portugal na guerra de reconquista, esta região apresentou-se como uma possível
geradora de dividendos. O projeto implantado nesta região visava a exploração
de novas áreas para intensificar a criação de gado, para com isso melhor
explorá-la economi-camente. Desta forma, passaram a ocupar antigas áreas de
domínio de vários grupos indí-genas comumente conhecidos à época como Tapuias.
O resultado foi um confronto entre colonos e índios que perdurou durante mais
de vinte anos, trazendo graves conseqüências econômicas e produzindo adequações
e modifi-cações que geraram novas práticas e formas culturais, inclusive no
próprio mecanismo de ação de guerra. Além disso, novos conceitos foram formados
sobre os grupos indígenas transformando-os em indivíduos alijados do processo
econômico e social vindouro. Utilizamos fontes documentais escritas, impressas
e digitalizadas do Instituto Histó-rico do Rio Grande do Norte; da Divisão de
Documental e Pesquisa da Universidade de Pernambuco e Documentos do Projeto
Resgate de Documentação Histórica Barão do Rio Branco do Ministério da
Cultura/BR.
13: GASTRONOMIA
SERTANEJA: HISTÓRIA E MEMÓRIA
Maria das
Vitórias de Araújo Macedo
Especialista em
Patrimônio Histórico Cultural e Turismo (UFRN-CERES)
A gastronomia
sertaneja está arraigada as origens e histórias de povos que vieram colonizar o
Brasil no século XVI, ou seja, a base histórica e etnográfica se fundamenta na
cozinha derivada do cardápio do cardápio indígena, da dieta africana –
especialmente a da África Ocidental, e da cozinha portuguesa que através da
re-elaboração das receitas e da substituição de ingredientes, teria se
consolidado por volta do final do século XVIII, e assim assumindo a dominação
social e cultural sobre indígenas e africanos.Quanto a isso podemos dizer que a
cozinha indígena se traduz na constante permanência alimentar de frutos, raiz,
caça e pesca, suas técnicas, recursos e condimentos, a fabricação de alimentos
sólidos e líquidos, e a participação na comida contemporânea nacional. Já os
africanos, da África Ocidental, sudaneses e bantos no final do século XVII e no
século XVIII deixaram marcas culturais nos viveres dos grandes engenhos de
açúcar brasileiro. Sua presença influenciou o Brasil com sua atuação na cozinha
da casa grande e nas ruas. Os portugueses, como cultura dominante, importaram
produtos, substituíram ingredientes que incorporados aos saberes disponíveis
fizeram a cozinha brasileira, onde cores, formas e sabores dão gosto ao paladar
com grande variedade de produtos que se caracterizaram no vasto território do
Brasil. Nesse sentido, a presente monografia investiga como historicamente se
processaram esses costumes culinários e que de maneira eles se incutiram no
cotidiano da família seridoense e ganha respaldo no campo turístico.
Segundo dia
14: SERIDÓ COLONIAL:
família patriarcal, terra sagrada e sociedade patrimonialista
Douglas Araújo
Doutor pela UFPE e
professor do DHG/CERES/UFRN.
O trabalho discute
aspectos do caráter patriarcal e patrimonialista da formação colonial do
Seridó. Destaca o papel pivotante do patriarca e de sua família como núcleo
ordenador da vida social, cultural e econômica da região. Neste contexto, o
espaço territorial foi representado como terra prometida ao colonizador e
miscigenador católico que teve a proeza, de incorporando elementos das etnias
submetidas, aculturar o negro e o ameríndio. Enquanto espaço sagrado, o sertão
do Seridó foi construído como lugar da promissão, da permissão, da queda pelo
pecado, e também, como lugar da remissão desses pecados. Como recheio desse
mundo religioso e oficial se catalisaram as lendas, os mitos, os contos e
estórias pagãs centrifugadas pelo de miscigenação cultural e étnica. Dessa
forma, se constitui nessas plagas do Rio Grande do Norte uma sociedade
tradicional possuidora de uma dinâmica social, econômica e cultural com
peculiaridades próprias que não podem ser confundidas com outros espaços e
outras territorialidades da sociedade colonial brasileira.
15. CAPITANIA DO RN,
FRAGMENTOS DE REVOLUÇÃO: Análise do governo dos capitães mores do Rio Grande do
Norte (1802 a 1811)
Adriana Carla de
Azevedo Borba
Mestranda do
Programa de Pós-graduação de Arquitetura e Urbanismo (PPGAU)/ Dep. de
arquitetura/ UFRN/ Bolsista da CAPES.
Este trabalho trata
da análise do governo de dois capitães-mores da então capitania do Rio Grande
do Norte, a saber: Lopo Joaquim de Almeida Henriques (1802 a 1806) e José
Francisco de Paula Cavalcante de Albuquerque (1806 a 1811), num total de onze
anos (1802 a 1811). Em pesquisa exploratória, o que chamou atenção foi o
aparecimento constante de denúncias e conflitos acerca de um governo
(ex-capitão-mor Lopo Joaquim Henriques) e sobre o outro governo, elogios e
agradecimentos (ex-capitão-mor José Francisco de Albuquerque), demonstrando
atuações políticas completamente divergentes num curto espaço de tempo.
Identificada esta situação, surgiram algumas questões de pesquisa: esta
dicotomia entre os dois governos realmente existiu? Caso comprovada, qual destes
dois governos se ligavam às ideologias vigentes e qual seria o contexto
internacional e nacional à época que forneciam subsídio a estas ideologias? Que
condições permitiram duas formas de governo tão distintas num período tão
curto? Visando elucidar tais perguntas, procurou-se construir um quadro
referencial da (s) ideologia (s) vigente (s) – movimentos intelectuais e
contexto sócio, político ou econômico – que poderiam ter servido como pano de
fundo justificando as condutas e ações governamentais. Foi levantado o contexto
internacional e nacional do período, através de pesquisa bibliográfica. Em
seguida levantou-se realidade da capitania do Rio Grande do Norte; na seqüência
foi feita uma biografia dos dois capitães-mores e através de análise
estatística simples foram comparados os governos de cada um, tomando como fonte
documentos contidos no Arquivo Histórico Ultramarino. Pode-se afirmar que este
momento da história do RN é ilustrativa de uma situação macro que vinha se
processando no restante do mundo. É um exemplo bastante didático de dois
governos: um absolutista, em declínio e outro adepto a ideais democráticos,
dentro dos padrões da época, enfim, um fragmento de uma realidade que vinha
acontecendo em todo mundo.
16: Perquirindo
Testamentos e Inventários: da história do dote no Sertão do Seridó (1754 -
1795).
Muirakytan Kennedy de Macêdo
Professor do Dhg
da UFRN –CERES – Campus de Caicó
Rosenilson da
Silva Santos
(rosenilsonsantos@yahoo.com.br)
Discente do Curso
de História da UFRN –CERES – Campus de Caicó
Percorrendo as
sendas caligráficas e históricas dos testamentos e inventários das famílias
seridoenses coloniais, visualizamos a partir das leituras que lançamos sobre os
mesmos, fragmentos dos costumes e cotidiano dos habitantes do Sertão do século
XVIII. Neste lugar, a exemplo de outros da colônia, famílias abastadas
concediam quantias em bens, muitas vezes vultuosas, as suas filhas casadouras,
o dote. Neste sentido nos propomos a estudar a composição dos dotes que foram
outorgados nesta plaga, cuja capitalização era
inferior a região açucareira. O trabalho
partiu do rastreamento da fonte que pudessem servir de suporte para as análises,
encontradas no Fundo da Comarca de Caicó, e hoje custodiadas pelo LABORDOC
(Laboratório de Documentação Histórica. UFRN/CERES/CAICÓ). Obras de Muriel
Nazzari (2001), Sheila de Castro Faria (2002) e Maria Beatriz Nizza da Silva
(1998), serviram de arcabouço para a observação do objeto na conjuntura
histórica da colônia e elementos que permitiram estabelecer analogias entre os
bens que compunham os dotes concedidos pelas famílias do Seridó e de outras
capitanias. Num universo de 82 inventários, que o Fundo dispões do século em
questão, 45 foram lidos e colhidas as informações concernentes ao nosso objeto de estudo, delimitando o interstício nos anos
de 1754 a 1795, períodos que remetem ao primeiro inventário em que se encontra
dote e ao último, respectivamente. Integravam os dotes os bens que consideramos
essenciais para a manutenção do modo de vida da época: os bens de raiz: casas,
sitos, fazendas e os bens semoventes: escravos, bois, cavalos, dentre mais,
artefatos de cozinha feitos de prata e outros metais, assim como também, jóias
que adornavam os corpos e preservavam o status da família, segundo
Muriel Nazzari.
17: O SENADO DA CÂMARA
SETECENTISTA E OS EXPOSTOS DA FREGUESIA DE Nª Srª DA APRESETAÇÃO, CAPITANIA DO
RIO GRANDE DO NORTE
Thiago do
Nascimento Torres de Paula
(Graduando em História / UFRN)
Orientador: Prof.
Dr. Paulo César Possamai
Este trabalho é
parte do último momento de uma pesquisa sobre crianças expostas na Freguesia de
Nossa senhora da Apresentação, na segunda metade do século XVIII. Temos por
fim, caracterizar os documentos de Termos de vereação pertencentes ao Senado da
Câmara da cidade do Natal, localizado na freguesia. Dentro dessa discussão,
vamos apresentar os resultados parciais de nossa investigação documental,
externando quais foram as posições dos camaristas diante do processo de
abandono de crianças recém-nascidas na jurisdição eclesiástica. Considerando
que a pesquisa está em processo de conclusão.
18: “RITOS FÚNEBRES NAS
IRMANDADES LEIGAS NO PERNAMBUCO COLONIAL DOS SÉCULOS XVII E XVIII”
Myziara Miranda
da Silva Vasconcelos
Orientadora: Prof
Dr Kalina Vanderlei Silva
Instituição:
Universidade de Pernambuco
Grupo de Estudos
História Sócio- Cultural da América Latina
Partindo da análise
dos compromissos das irmandades leigas das vilas açucareiras pernambucanas, nos
séculos XVII e XVIII, procuramos reconstruir as atitudes e o imaginário do
homem colonial diante da morte. Sabemos que a crença na vida além-túmulo. Está
presente nas culturas barroca ibérica, africana e indígena e que portanto, as
ações dos homens durante a vida refletiam sua preocupação com o destino após a
morte. A busca pela salvação da alma levava brancos, pretos e pardos na
sociedade açucareira a se tornarem membros das irmandades leigas, isto porque
estas associações tinha por objetivo maior, além da função assistencialista, a
promoção de funerais honrosos. Os estatutos compromissais, documentos onde
estão listados uma série de procedimentos sobre o modo como os irmãos deveriam
se comportar com relação a atos específicos, reservam diversas capítulos
referentes à forma de como proceder na assistência aos irmãos defuntos. Dentro
desse contexto, buscamos traçar o perfil das cerimônias de enterramento
realizadas pelas confrarias no Pernambuco colonial.
19: O Monte e a Fé:
Olinda quinhentista e seus cristãos-novos.
Daniel Oliveira
Breda
Licenciado em
História/UFPE
Mestrando em
História/UFRN
E-mail: mrbreda@gmail.com
Olinda
quinhentista. Uma cidade na colina à beira-mar: o urbanismo de defesa mais
viável diante das dificuldades dos princípios da capitania Duartina. A ocupação
do espaço das colinas foi cravejado, não obstante a falta de um planejamento
complexo, de alguns fortes símbolos da sociedade portuguesa na América. No
alto, o colégio dos Jesuítas, a Sé, a casa do Donatário e a Santa Casa de
Misericórdia formavam um polinômio alegórico do quadro institucional português
na América. Ao lado dos monumentos da Fé, na rua dos Palhais, na ladeira da
Misericórdia amontoavam-se as casas dos primeiros colonizadores. Talvez a área
mais ‘nobre’ do espaço urbano. Quando nos debruçamos sobre os documentos para
buscar seus moradores surgem nomes de diversos moradores cristãos-novos, um
elemento tão relevante e controverso do universo colonial barroco europeu. Que
indícios pode nos dar esta organização espacial de Olinda? Que particularidades
para a socialização este avizinhamento com cristãos-novos pode ter
proporcionado, especialmente quando superposto à situação portuguesa? Esta
comunicação busca explorar algumas nuances da espacialidade olindense, com
enfoque em sua dinâmica cristã-nova.
20: Os judeus e
cristãos-novos e sua marginalização no período filipino.
José Carvalho
Silva Júnior
Universidade
Federal do rio Grande do Norte
A partir da Idade
Média os judeus entraram na Europa junto com vários povos que chegaram ao
Ocidente. Apesar de já nesse período terem sido importantes para o seu
desenvolvimento social, econômico e cultural, foram alvo de constantes
perseguições, repetindo o que já vinham sofrendo no transcorrer de suas
migrações por vários lugares do mundo, especialmente os de cultura cristã. A
ganância e radicalismo da política ibérica tiveram um significativo aumento com
a ascensão da dinastia dos Habsburgos a Coroa de Castela. Este foi um período
importante e de grandes transformações ditadas por uma dinâmica que a maioria
dos historiadores concordam em caracterizar como de expansão imperialista. O
período habsburgo foi marcado pelo ímpeto religioso representado, sobretudo,
pelas figuras de Carlos V e Felipe II. A questão a ser estudada é então o
aumento da perseguição aos judeus e cristãos-novos na Península Ibérica e na
sociedade colonial brasileira durante o período de União Ibérica, definindo
desse modo o tema deste trabalho: os judeus e cristãos-novos e sua
marginalização no período filipino. Nosso objetivo é apresentar os resultados
de um estudo sobre a marginalidade dos judeus e cristãos-novos na Idade Moderna,
expondo a trajetória dessa marginalidade da Europa até a América, assim como,
entender essa problemática aplicada a União Ibérica, com a atenção centrada na
política dos Habsburgos.
21: A Inquisição e o
Barroco: O tratamento ambíguo nos casos de blasfêmia e sacrilégio nas
Visitações do Santo Ofício ao Brasil colônia.
Raul Goiana
Novaes Menezes
Ms. Alberon de
Lemos Gomes (Orientador)
Faculdade de
Formação de Professores de Nazaré da Mata
Grupo de Estudos
de História Sócio-cultural da América Latina
A insuficiente
malha eclesiástica e a inexistência de um tribunal da fé no Brasil colonial
forneceram um cenário propício à transgressões dos ensinamentos e doutrinas da
fé católica. Tendo em vista as ações do Santo Ofício, através de três
visitações, em território brasileiro, o trabalho se propõe a delimitar os
conceitos dos crimes de blasfêmia e sacrilégio com base nos decretos do Sagrado
Concílio Tridentino, reproduzidos nas Ordenações Filipinas, Cosntituições de
Lisboa e nas Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia, e também traçar o
perfil das pessoas enquadradas nos referidos crimes, utilizando os livros de
denunciações e confissões da Bahia(1591-93/1618-19), de Pernambuco(1593-95) e
do Grão-Pará(1763-69), tentando apontar a incidência destes delitos nos
registros inquisitoriais. Enxergando o espaço colonial como tentativa de
recriação adaptada dos moldes sociais da Metrópole, a pesquisa tem por objetivo
entender o discurso da Igreja Católica e como ela tratava e punia de diferentes
maneiras indivíduos acusados de crimes semelhantes tendo como parâmetro a
posição social do criminoso, revelando mais uma nuance da estrutura de
pensamento gerada na sociedade colonial
22: “OS PAPÉIS SOCIAIS
DESEMPENHADOS PELAS MULHERES NA SOCIEDADE BARROCA COLONIAL DOS SÉCULOS XVII e
XVIII”
Juliana da Cunha
Sampaio
Orientadora:
Profª Drª Kalina Vanderlei Silva
Instituição: Universidade de Pernambuco
Grupo de estudos
História Sócio-Cultural da América Latina
Quando ocorreu a
implementação do projeto colonial nas Américas, inúmeras instituições
metropolitanas foram transplantadas para as colônias, entre elas as irmandades
leigas. Percebendo essas irmandades como espaço de inserção de homens e
mulheres de cor na sociedade barroca colonial, buscamos, através da análise dos
estatutos compromissais -conjunto de normas que regem as confrarias -,
verificar como se desenvolviam os papéis sociais femininos no “espaço público”.
Para essa compreensão, levamos em conta as reelaborações culturais feitos por
esses homens e mulheres de cor, os discursos misóginos da igreja católica e o
imaginário barroco, que permeava as relações sociais no período colonial. Observamos por meio da
análise dos Estatutos compromissais, a possibilidade das mulheres exerceram
funções consideradas proibidas no “espaço privado”, como ocupar cargos
administrativos e ter iguais direitos aos homens em algumas ocasiões, tais
como, o enterramento, o título de rainha do congo, no caso das irmandades de
pretos, e a participação em cerimônias públicas.
23: Inter universitas et
collegium: o mundo intelectual portugues no século XVI
Lenin Campos
Soares
Mestrando em
História e Espaços DEH/UFRN
Portugal descobre o
Brasil em 1500, e a partir de então se torna foco irradiador de uma tradição
cultural para sua colônia americana. Contudo, que cultura portuguesa é essa que
vem para o Brasil? Como ela se define? Como ela se organiza? É visando
responder a essas perguntas que este trabalho se apresenta. Aqui, através da
observação do mundo intelectual português no século XVI, o qual temos acesso,
entre outras obras, através de J.S. Dias e Luis Felipe Barreto, tentaremos
entender como a cultura portuguesa se organiza para depois ser transposta para
o Brasil. Este
trabalho é
fundamentalmente de pesquisa bibliográfica e se dá como parte da construção de
uma dissertação de mestrado sobre a formação do espaço americano no mundo
intelectual europeu por esta tradição cultural oriunda do Renascimento.
24: AS REPRESENTAÇÕES
SOBRE A MULHER NA LITERATURA DA AMÉRICA IBÉRICA: AS OBRAS DE SÓROR JUANA INÉS
DE LA CRUZ E PADRE ANTONIO VIEIRA NO SÉCULO XVII.
Isabela Maria Lucena
Batista de Araújo Pereira
Orientadora: Kalina
Vanderlei Silva
Faculdade de Formação
de Professores de Nazaré Da Mata
Pretendemos
analisar as representações femininas nas obras de Sóror Juana Inés de La Cruz e
Padre Antonio Vieira no contexto barroco do século XVII. Através do estudo do
contexto histórico e do imaginário social, buscamos entender as visões e
imagens que estes autores possuíam da figura feminina. A Igreja tridentina via
a mulher como disseminadora de pecados e por isso fazia-se necessária a
constante conversão, fiscalizando-a para que agisse segundo os preceitos
morais. Daí a existência dos sermões moralizantes e edificantes como os de
Vieira. Segundo esses discursos a mulher teria que ser fiel, cuidar da educação
dos filhos guiando-os sempre sob os valores morais de conduta. Umas das pessoas
que se manifestou contra essa postura misógina foi Sóror Juana Inés de La Cruz.
Em alguns de seus poemas questionou porque as mulheres eram pecadoras se os
homens as faziam pecar, além de defender o sexo feminino, e o acesso às letras,
ciências e ao estudo com um todo. Devido a isso, sofreu reprimendas e pressões
para mudar posturas, o que posteriormente parece ter influenciado no seu
“abandono” às letras. Diante disso, através dos poemas (como os vilancicos à
Santa Catarina) e cartas de Sóror Juana (principalmente a Carta Atenagórica e a
Respuesta a Sor Filotea de La Cruz), e sermões de Vieira buscamos compreender
como as obras literárias e os discursos de religiosos tão diferentes como Sóror
Juana Inés de La Cruz e Padre Antonio Vieira abordam a misoginia no contexto barroco.
Percebemos uma tentativa de controle, principalmente por parte da Igreja,
inclusive sobre as questões mais intimas, o que demonstra seu poder de coerção
da cultura “de homens sobre as mulheres”.
25: PURGANDO PECADOS E
LIMPANDO A EUROPA: o degredo no cotidiano dos primeiros séculos de colonização
no BRASIl
Francisco das
Chagas Silva Souza
CEFET-RN, Unidade
de Mossoró.
e-mail: chagasouza@uol.com.br
É
comum ouvir das pessoas e encontrar nos
livros antigos de História do Brasil, referências aos primeiros povoadores do
país como tendo sido a escória, a gente pobre e desonesta, que era expulsa de
Portugal pelos crimes que havia cometido. Alguns intelectuais chegaram a
compreender os problemas brasileiros como decorrentes desse passado nada nobre.
Assim, com base em uma preocupação revisionista, que tem marcado as pesquisas
históricas da atualidade, busca-se compreender quem eram essas pessoas e quais
crimes haveriam cometido para receberem tão grave punição. Quais as leis
portuguesas vigentes na época? O que estas consideravam crimes? Por que vir
para o Brasil era como uma morte em vida? A partir de uma revisão
bibliográfica, chegou-se aos seguintes resultados: as Ordenações, sistema
jurídico vigente em Portugal na época da colonização, apesar de serem propostas
pelo Estado absolutista, tinham fortes influências da Igreja, daí a condenação
por crimes cometidos contra a fé; os exilados para o Brasil eram homens e
mulheres, nobres e plebeus, que haviam sido condenados pelas severas leis do
Reino por cometerem heresias e se chocarem com os rígidos princípios da moral
vigentes naquela época; o Brasil, mal visto pelos europeus, assumiu a função de
purgatório para os pecados desses criminosos – seria uma transição entre o céu
e o inferno. Considerando-se que a concepção de crime varia de acordo com o
tempo e os valores de uma sociedade, pode-se concluir que a percepção dos
“primeiros brasileiros” como marginais é simplista, preconceituosa e racista.
Tais idéias são exageradas e apressadas, criadas sem um rigor acadêmico, e
feitas pela historiografia positivista para legitimar os interesses das elites.
26: UM ESTUDO SOBRE A
ORGANIZAÇÃO DAS CORPORAÇÕES DE OFÍCIO NAS VILAS ACUCAREIRAS DE RECIFE E OLINDA,
SÉCULOS XVII E XVIII.
Marco Tomé Costa
Monte – costamonte@hotmail.com
Orientadora:
Kalina Vanderlei Silva – kalinavan@uol.com.br
UPE – F.F.P.N.M.
(campus de Nazaré da Mata)
Durante a segunda
metade do século XVII e todo século XVIII, a busca por status, respeito e privilégio era uma constante da sociedade
colonial escravista açucareira da capitania de Pernambuco. Dentro desse
contexto, havia a tentativa de inserção social de negros e sua participação nas
corporações de ofício, e a urbe colonial americana portuguesa, como palco deste
processo. Destarte, objetivamos, de uma forma geral, compreender mais sobre o
cotidiano dos pretos que viviam nas vilas açucareiras portuguesas de Recife e
Olinda, durante o período colonial. Para tanto, através da perspectiva de Peter
Burke - que procura entender as relações sociais por meio de uma abordagem
cultural - e da análise do livro de Cartas Patentes, observamos a relevância da
manutenção das corporações pelos negros, enfocando os aspectos de diferenciação
social, que a inclusão nestes grupos de trabalho trazia para o escravo ou forro
que deles participasse, a relação das corporações com a festa de coroação de
rei do Congo e a importância que elas tinham dentro dessa sociedade.
27: A repressão sexual
vista na através da documentação Inquisitorial
Michele Silva
Santos
Graduanda em
História
O estudo em questão
faz parte da monografia que está sendo redigida a fim de ser defendida ao fim
do curso de história da UFRN. Observamos que, nas monografias apresentadas, a
relação entre Inquisição e sexualidade na América portuguesa foi muito pouco
discutida. As decisões da Igreja Católica chegam à América Portuguesa com os
primeiros missionários, mas só em 1707 foram redigidas as Constituições
Primeiras do Acerbispado da Bahia, que passaram a reger a vida religiosa na
colônia. Porém, a preocupação da Igreja Católica em controlar a vida social e
espiritual dos habitantes da colônia era antiga, como comprovam as visitações
do Santo Ofício da Inquisição. A sociedade colonial estava calcada em relações
de miscigenação, entre os portugueses e suas escravas índias ou negras, por
falta de mulheres brancas na colônia. Muitas dessas uniões estão relatadas nos
papéis da Visitação. A Visitação do Santo Ofício à capitania de Pernambuco, em
1593-1595, gerou os depoimentos feitos ao inquisidor Heitor Furtado de
Mendonça, que são de grande importância para o conhecimento dos hábitos, usos e
costumes do século XVI. A presença de um inquiridor em Pernambuco veio a
revelar a vida dos residentes de forma crua, bastante diferente da visão dos
primeiros cronistas. Existem textos sobre as ditas “mulheres do mundo”, mulheres
que faziam “mau uso do corpo”, fossem elas prostitutas ou infiéis ao marido.
Entre os homens as fornicações eram práticas constantes, a dúvida pairava no
teor do pecado. De acordo com Ronaldo Vainfas no livro Trópicos do Pecado, estes foram delatados ou pelas “devassas
eclesiásticas, ou diretamente acusados aos comissários e aos familiares do
Santo Ofício espalhados pelo Brasil”. A partir das Denunciações e confissões da Capitania de Pernambuco 1593-1595 e da
bibliografia que citamos, pretende-se analisar a sociedade da capitania de
Pernambuco durante o período da visitação do Santo Ofício, mais especificamente
de que maneira ela se comportava diante do poder inquisitorial com relação ao
sexo.
GT-05: LITERATURA E FILOSOFIA
Coordenadores:
Sandra Sasseti F. Erickson
E-mail: sferickson@ufrnet.br
Departamento de Letras
Antonio Basílio N. T. Menezes
E-mail: basilio@ufrnet.br
Departamento de Filosofia
Local: Setor II C6
O Grupo de Trabalho
Literatura e Filosofia reúne diferentes trabalhos destas áreas de conhecimento
que tenham por perspectiva uma visão interdisciplinar de temas, autores e
problemas. Ele tem por finalidade o estabelecimento de um diálogo acadêmico
entre os vários campos da Filosofia e da Literatura, bem como constitui seu
objeto a investigação das possíveis relações entre eles. A Filosofia como forma
de Literatura; a Literatura como fazer filosófico; as problematizações em torno
da Filosofia e da Literatura; Escritores, Poetas e Filósofos identificam o
espectro temático deste GT para a subscrição dos trabalhos.
Primeiro dia
01. VINICIUS DE MORAES & SHELLEY: UM
EXERCÍCIO DE DESLEITURA
Adriana Assis de Aquino
Mestranda PPGEL, UFRN
Dra. Sandra S. F. Erickson
Letras, UFRN
Este trabalho tem por objetivo identificar nos
recursos da voz lírica do poema de Vinícius de Moraes (1930-1980), “O operário em Construção” (1955), um “agon” nos moldes articulados por
Harold Bloom, que configurem o fenômeno da melancolia da criatividade, ou seja,
a influência poética de Percy Bysshe Shelley (1792-1822), mais especificamente
de seu poema,“ A Song: Men of England” (1818), neste poema de Vinícius
de Moraes. Dentre essas semelhanças, apontamos a temática, qual seja, a questão
da exploração das classes trabalhadoras, a formação da consciência da classe
operária e o apontamento da voz lírica do descumprimento de certos direitos
humanos por parte dos empregadores. Como o poema de Shelley, o de Vinicius de
Moraes representa da tomada de consciência da classe operária nos moldes
postulados pelo marxismo dialético.
02. VISÕES PROFÉTICAS EM FAHRENHEIT 451
E SUAS INFLUÊNCIAS
André Luiz Machado Santos
Letras, UFRN
Este trabalho estuda as relações entre Fahrenheit
451 (1952), do autor norte-americano Ray Bradbury (1920 - ) e o filme Matrix
(Larry e Andy Wachowski, 1999). Propõe-se uma leitura de Matrix como uma
projeção das temáticas e do imaginário de Fahrenheit
451. Do ponto de vista da temática ambos tratam de sociedades totalitárias
nas quais as pessoas “autorgam” ao sistema a autoridade através de mecanismos
artificiais (instrumentos tecnológicos avançados), nas quais tudo:
entretenimento, instrução, trabalho é desenvolvido “artificialmente”, ou seja,
não representam o resultado de decisões de vontades individuais, mas da
“necessidade” da população de fechar os olhos e de possuir uma falsa ignorância
e, portanto, a necessidade do controle do sistema. Utilizando uma metodologia
comparativista e a partir do conceito de distopia, articulado Ernest Bloch
discute-se o impacto da literatura na nossa sociedade contemporânea em que as
visões “sombrias” de um futuro negativo se tornam, em nosso presente histórico
problemáticas. Discute-se também a importância da ficção científica como área
de debate e reflexão da nossa sociedade, pois as conseqüências vividas no
futuro (que os autores tanto se preocupam em apontar) se refletem nas escolhas
e nos erros cometidos por nós, seres humanos, em épocas anteriores. Até que
ponto esses universos ficcionais se constroem a partir dos conceitos de
alienação e cultura de massa expostos por alguns dos Frankfurtianos mais
notáveis como Adorno pode ser a questão.
03. FAUSTUS VS HAMLET
Carla Iriane
Letras-Inglês, UFRN
Este trabalho tem como intenção traçar um paralelo entre
duas tragédias expressivamente marcantes no mundo da dramaturgia: A trágica
história de Doutor Faustus de Christopher Marlowe (1604) e Hamlet, O príncipe da Dinamarca
de William Shakespeare (1600). Mais precisamente pretendemos mostrara uma das
semelhanças existentes entre as duas peças que misteriosamente parecem ter
grande parentesco e mediante a análise de seus protagonistas observar estas
similaridades. Doutor Faustus e o Príncipe Hamlet, com objetivos diferentes, o
primeiro em busca do conhecimento e o segundo querendo vingar a morte de seu
pai, caminham em direção um ao outro através dos longos solilóquios feitos por
ambos e do constante tormento da consciência maravilhosamente trabalhados por
seus autores nestas longas falas. Esse trabalho utiliza o método do
revisionismo dialético de Harold Bloom.
04. A CONSISTÊNCIA INCONSISTENTE DE ROMEU
Christielen Dias da Silva
Letras, UFRN
Este trabalho pretende discutir o papel do personagem
Romeu na obra de William Shakespeare Romeu
e Julieta. A partir do título, um leitor atento pode pensar que Romeu é o
protagonista da história, o que não se pode provar no texto. Romeu não possui
todas as características que um herói trágico deveria ter, de acordo com as
“instruções” dadas por Aristóteles em sua aclamada obra Arte Poética. No seu caminho pela peça, este personagem vai de
pensamentos inconsistentes a um total controle de si (consistência). O Romeu
adolescente, imaturo, confuso e impulsivo que começa a peça não é o mesmo que
tira a vida diante da tumba de sua amada. A prova textual disso pode ser o modo
como são trabalhadas as falas de Romeu pelo autor: no início, ele usava muitos
paradoxos e rimas nas últimas palavras de cada verso; porém à medida que peça
se desenvolve, principalmente após a morte de Mercúcio e até o seu final, as
falas de Romeu tornam-se mais claras, menos ambíguas e sem rimas.
05. "OUTRORA" VICTOR HUGO
Cláudio Everton Martins da Silva
Letras,
UFRN
Outrora é um poema da primeira parte de Contemplations, um dos mais profícuos
livros de poemas de Victor Hugo, produzido em seu auto-exílio na Inglaterra
entorno de 1855. Esse poema nos apresenta uma atmosfera de harmonia e grandeza
da natureza, nos apresenta uma bonança que só ocorre porque "Satan"
sonha. Esta imagem de beleza que só se componhe durante o sonha do
"inimigo" é algo falso, ou seja, uma ilusão, elemento com o qual
podemos trabalhar a idéia de pessimismo quanto à "natureza" do Homem.
06. O QUE DIZ A BOCA DA SOMBRA
Nouraide Fernandes Rocha de Queiroz
Letras, UFRN
Este trabalho propõe-se a uma análise sucinta de um
poema de Victor Hugo extraído da antologia poética Contemplações (1856: O que
diz a boca da sombra, que se encontra no Volume Hoje. Através de um
mergulho menos superficial no texto literário tentaremos fazer emergir alguns dos
múltiplos sentidos que se entrelaçam organizando uma rede de significados na
qual evidenciaremos aspectos que refletem a compreensão de mundo do poeta,
sobretudo com um olhar contemplativo enfatizando a dualidade da inspiração
introspectiva e elegíaca como também cósmica e visionária. Nesta obra o autor
expõe suas teorias filosóficas sobre a existência, a morte, o destino e a
criação.
07. FREI LAWRENCE
M. Marcela Bezerra da Cunha
Letras, UFRN
O presente trabalho tem como objetivo investigar uma
personagem do drama Romeu e Julieta
de Shakespeare, o "frei Lawrence", o qual se mostra no desenrolar do
enredo suspeito e antagônico, à medida que, tentando ajudar os “heróis”, suas
ações provocam o desenlace trágico do enredo. O comportamento da personagem dá
margem a várias interpretações sobre sua conduta e intenções, configurando,
assim, o perfil d eum personagem em desacordo com o principio de coerência
aristotélica. Pretendemos aqui, com base no texto e no conceito de trama da Poética de Aristóteles, investigar esse
personagem.
08. SER OU NÃO SER: EIS A QUESTÃO NO SONETO
“AGREGADO INFELIZ DE SANGUE E CAL”, DE AUGUSTO DOS ANJOS
Danielle Paiva Vilela
PIBIC, Letras, UFRN
Sandra S. F. Erickson
Departamento de Letras, UFRN
Este trabalho tem como objetivo a análise, do soneto Agregado Infeliz de Sangue e Cal,
considerado, segundo a crítica tradicional, um dos sonetos mais mórbidos do
poeta Augusto dos Anjos. Como pano de fundo para interpretar esse soneto, temos
o Solilóquio de Hamlet de William
Shakespeare, o qual, propomos, como um provável “pai poético” do soneto em
questão. Para evidenciar o agon
existente entre os dois textos, discutiremos o fato de ambos abordarem o mesmo
tema--o questionamento quanto à identidade do ser; além de explorarem o
imaginário de morte e de uma possível existência pós-morte. As conclusões
provam que as imagens grotescas tão utilizadas pelo poeta paraibano não são,
segundo ERICKSON, uma “anormalidade estética” e sim “eixos de força de poemas
fortes”, ou ainda armas com as quais o poeta luta no campo das palavras com
outros textos para se inserir e permanecer no cânone. Nossa metodologia é o
revisionismo dialético de Harold Bloom.
09. A QUESTÃO DO HERÓI TRÁGICO EM ROMEO & JULIETA: EIS A NOSSA QUESTÃO
Luciana Bernardo
Letras, UFRN
A peça Romeu e
Julieta (William Shakespeare, 1594) desperta variadas discussões acerca de
seus temas e também de sua estrutura. Estudamos aqui qual dos personagens
principais dessa peça se encaixa melhor no perfil do herói trágico segundo a
concepção clássica de Aristóteles. Nossa metodologia é comparativista no
sentido em que utiliza a teoria trágica apresentada na Arte Poética (Aristóteles, DATA) como base para a análise do
protagonista da tragédia de Shakespeare. Percebemos que apesar de nenhum dos
dois protagonistas se enquadrarem exatamente no padrão definido por
Aristóteles, Julieta se destaca para cumprir a função do herói, principalmente
por ser um personagem mais consistente que Romeu.
Segundo dia
10. MICHEL FOUCAULT E A LITERATURA: “ALÉM DAS
FRONTEIRAS DA FILOSOFIA”
Dr. Antônio Basílio Novaes Thomaz de Menezes
Filosofia, UFRN
A relação de Foucault com a Literatura perpassa a
maioria das suas principais obras, em específico naquelas que concernem ao
pensar arqueológico nos trabalhos da década de 1960. Em 1975, numa entrevista
ao jornal Le Monde, Foucault declara que não conferiu nenhum lugar aos textos
literários na História da Loucura e em As Palavras e as Coisas,
apenas mencionando en passant, sem nenhum outro papel intrínseco. Para
ele “a literatura era algo a ser observado e não analisado ou reduzido ou
integrado ao campo de análise. Era um descanso, um pensamento a caminho...”
Assim, esta breve exposição aponta para uma investigação da pergunta posta em
termos foucaultianos sobre “O que é a Literatura?”. Mais precisamente, procura
tratar da afirmação do autor na mesma entrevista acerca das obras de Blanchot,
Klossowski e Bataille que “muito mais que trabalhos literários dentro da
literatura eram discursos fora da filosofia”. Investigar a dimensão do pensar
“fora” nos aspectos que implicam a pergunta pelo estatuto da Literatura
constitui-se então no objeto da análise que objetiva esboçar a percepção de
Foucault da Literatura como “linguagem iluminada”.
11. MITO: O FANTÁSTICO NA CONSTRUÇÃO DO TEXTO
FILOSÓFICO
Enoleide Farias
Aluna especial PPGFil, UFRN
Ao estabelecer as partes da alma e, a partir dessa
classificação, a ordenação política n'A
República, Platão propõe excluir do seu estado ideal o poeta criador de
mitos, capaz de enganar quantos lhe ouvem, portanto, alguém cuja existência
parece dominada pela parte concupiscente da alma. Assim, renega a poesia
mimética e seus autores, referidos como meros imitadores, incapazes de
colaborar na construção da cidade justa, por ele pensada como possível, apenas,
a partir de um rigoroso método educacional. O trabalho busca entender como o
filósofo, mesmo criticando o mito, o utiliza como recurso dialógico na
construção do seu texto. É, pois, n'A
República onde se encontra o mais
comentado mito filosófico, a Metáfora da Caverna. Os argumentos são construídos
a partir de uma leitura d'A República, apoiados nas considerações
apresentadas por Vernan, Rodrigues e Nunes acerca dos mitos presentes na
filosofia pré-filosófica, na filosofia e na linguagem contemporânea.
12. ANÁLISE ESTÉTICA DE ALBERT CAMUS ACERCA DA
OBRA LITERÁRIA DE FRANZ KAFKA
Igor Bezerra Barreto
UFPB
O trabalho pretende fazer uma relação entre o
escritor Franz Kafka e o filósofo e, também escritor, Albert Camus, assim
fazendo uma relação entre literatura e filosofia. Será estudado o apêndice do
ensaio filosófico “O Mito de Sísifo”, de Camus, onde este analisa a obra de
Kafka, notadamente os romances “O Processo” e “O Castelo”. Este Apêndice recebe
o título de “A esperança e o absurdo na obra de Franz Kafka”.Para trabalhar
esta análise de Kafka por Camus, iremos antes fundamentar algumas idéias do
filósofo franco-argelino no referido ensaio, quais sejam, as idéias de
“sentimento de absurdo” e as considerações sobre a “criação absurda”. Vistas
assim essas questões de “O Mito de Sísifo”, partiremos, juntamente com Camus,
para considerações sobre os romances de Kafka, sempre fundamentados nas
reflexões acerca do absurdo e suas relações, nas obras do escritor tcheco que
serão analisadas. Nesse discorrer através de Kafka e Camus, iremos ver como se
apresenta o absurdo na obra kafkiana e de que forma o escritor tcheco parece
querer superar essa noção de absurdo, ao buscar uma esperança; fato este, que
nos fica apenas sugerido na conclusão do já referido apêndice.
13. O CONCEITO DE ESQUECIMENTO NIETZSCHIANO EM
JORGE LUIS BORGES
Fábio Henrique R.Sousa
UFPB
Este trabalho visa explicitar o diálogo existente
entre um dos conceitos basilares do pensamento filosófico de Nietzsche e a
literatura de Jorge Luis Borges. Tarefa essa que se pretende executar através
de uma análise filosófica do conto Funes,
o memorioso. Texto em que o literato argentino constrói uma personagem de
cunho fantástico baseada no Conceito de Esquecimento do filósofo alemão. E,
embora Borges conceda a sua personagem todas as características opostas ao que
propõe o filósofo, o faz, tão somente, para atingir a mesma conclusão que o
pensador alemão.
14. LITERATURA, FILOSOFIA E ENGAJAMENTO:
CONSIDERAÇÕES SOBRE AS PALAVRAS DE
JEAN-PAUL SARTRE
Francisco Júnior Damasceno Paiva
Filosofia,UFPB
Na tentativa de compreender a condição humana podemos
lançar mão de vários instrumentos. Entre eles, dois são especiais: a filosofia
e a literatura. Jean-Paul Sartre(1905-1980) é, sem dúvida, o intelectual que
mais soube interligar essas duas formas de expressão. Em As Palavras (1964) Sartre discute o estatuto da literatura. Mais do
que um relato de sua infância, esta obra-prima é um verdadeiro tratado sobre a
condição dos intelectuais na sociedade contemporânea. Ler e escrever é a sina
do intelectual. Mas o que pode e o que não pode a escrita? Qual a força dessa
arma? Introduzido nas letras desde cedo pelo avô, Sartre ia da ficção para a
realidade. Achava mais verdade nos livros do que nos objetos. Este vício o
transformou num idealista. Durante muito tempo tomou a pena por uma espada. A
sua escrita talvez tenha sofrido a influência dos romances de aventura que lia
na infância. Sartre retoma aqui questões que havia desenvolvido em Que é a
literatura? Agora à luz do marxismo ele redimensiona o papel da cultura nos
nossos dias. Utilizando-se do método progressivo-regressivo, ele tenta
explicar, ao mesmo tempo, o autor pela obra e a obra pelo autor. Curado do
idealismo, Sartre descobre a impotência dos escritores. Isso não significa, no
entanto, que devamos abjurar de tudo: "a cultura não salva nada, nem
ninguém, ela não justifica. Mas é um produto do homem: ele se projeta, se
reconhece nela; só esse espelho crítico lhe oferece a própria imagem". A
contribuição de Jean-Paul Sartre, enquanto intelectual militante, homem de
pensamento e de ação, permanece de valor inestimável. As questões suscitadas
por Sartre continuam ainda hoje, no centenário de seu nascimento, pertinentes e
atuais, a desafiar a humanidade e certamente será assim pelos próximos cem
anos.
15. AS CONCEPÇÕES FILOSÓFICAS DE LIBERDADE
SUBJACENTES EM JOSÉ PAULO PAES
Gesimiel Rodrigues Santos
PET Letras, UFCG
Prof. Dr. José Hélder Pinheiro Alves (orientador)
UFCG
A poesia de José Paulo Paes apresenta-se como uma das
melhores da literatura brasileira contemporânea. As temáticas contidas no
conjunto da sua obra apontam para um autor com uma aguçada percepção da
realidade e uma extrema sensibilidade no trato com as palavras. A sua poesia está permeada por um teor filosófico que o coloca
entre os mais versáteis poetas do nosso tempo. Nela, o homem encontra espaço
para reflexões sobre o estar-no-mundo e as implicações da aventura existencial
humana. Exemplo disso é o poema A liberdade como problema, no qual o
poeta, possuidor das “antenas da raça”, tece considerações sobre um dos mais
controversos temas da existência humana: a Liberdade. Baseados nas afirmativas
acima expostas, analisamos o texto utilizando como suporte as concepções
aristotélico-sartreana, bem como as propostas por Hegel e Marx. Além de
verificar a evolução histórica de tal assunto. Nosso objetivo principal é
trazer à tona as concepções de Liberdade que jazem ocultas nos meandros do
texto, aliada à apreciação estética do corpus literário, servindo-se,
para tanto, de um método essencialmente estilístico de análise textual.
16. PESSOA E O FUROR POÉTICO DE PLATÃO
Rosângela Trajano da Silva
mestranda PPGEL, UFRN
Drª. Lourdes Patrini
O presente trabalho desenvolveu-se a
partir da observação de que a poesia de Fernando Pessoa transmite um estado de
melancolia arrebatado pelo furor poético considerado por Platão nos seus
diversos diálogos que tratam daquilo que dá à alma o conceito de criadora, ou
seja, poeta. Dos diálogos de Platão que abordam este assunto destacamos o Íon por se deter tão-somente na
preocupação de investigar a inspiração divina. O poeta português Fernando
Pessoa nos seus mais diferentes heterônimos apresenta sempre uma melancolia
criativa, que o envolve e o desassossega como ele mesmo diz no título da sua excepcional
obra Livro do Desassossego onde
apresenta um estado de espírito insaciável com aquilo que o cerca, que cria,
que sonha e enxerga. O poeta no seu estado melancólico escreve poesias tomado
pelo furor poético das Musas de Platão, o ser-eu deixa de existir e naquele
instante, como nos diz Platão no Íon,
Fernando Pessoa é possuído por uma inspiração divina. Isto é claramente
percebido nas palavras de espanto do poeta num fragmento escrito pelo
heterônimo Bernardo Soares.
17. A EXPRESSÃO ALEGÓRICA EM DESENREDO E
REMINISÇÃO
Robeilza de Oliveira Lima
Letras, UFRN
Drª. Joselita Bezerra da Silva Lino
Letras, UFRN
Este trabalho é parte integrante do projeto de
pesquisa A alegoria em Guimarães Rosa, orientado pela Profª. Drª. Joselita
Bezerra da Silva Lino e está vinculado à base de pesquisa Estudos da
Modernidade. O trabalho visa a apresentar uma análise feita a partir de dois
contos de Tutaméia, quais sejam, Desenredo e Reminisção, à luz da concepção de
Walter Benjamin (1984, p. 181) sobre a alegoria barroca, segundo a qual Cada
pessoa, cada coisa, cada relação pode significar qualquer outra (1984, p. 196).
Nossa análise tem como objetivo principal observar os procedimentos alegóricos
utilizados na escritura desses contos. Para tanto, buscaremos estabelecer uma
relação entre suas temáticas, analisando-os comparativamente a fim de realçar
as semelhanças e diferenças quanto ao emprego de tais procedimentos, os quais
surgem através da fragmentação e da recriação da linguagem, expressas na
desconstrução e construção da escritura rosiana, ou ainda, quando o autor
confere valores orais, alógicos, poéticos à prosa. Nosso suporte metodológico
compreende a semiótica, a filosofia e a crítica literária. Com base neste
estudo, acreditamos ser possível interpretarmos muitos dos elementos que
constituem a escritura de Guimarães Rosa sob a perspectiva alegórica
benjaminiana, o que pode sinalizar para um novo direcionamento nas leituras
feitas desse grande escritor brasileiro.
18. Um abecedário para a poética de Augusto dos
Anjos
Profa. Dra. Sandra S. F. Erickson
Conforme já vimos argumentando nesses últimos cinco
anos, a base estrutural do imaginário de Augusto dos Anjos é constituída por
dois tipos de imagens as “imagens deslocadas” entre as quais destacamos as do
poço artesiano, (Os Doentes, l. 278 e 29) do fósforo (Versos Íntimos, l. 9), as
imagens antropofágicas (As Cismas do Destino, l. 35; 65-69), de fetos, aborto,
sangue (indiscriminadamente) e a do “Nabucodonossor do Pau d´Arco” (Gemidos da
Arte, l. 30) e as imagens unhimlich, entre as quais a do vestido de hidrogênio
incandescente, Solilóquio de um Visionário l. 9), “cantando sobre os ossos do
caminho a poesia de tudo quanto é morto”, (Poeta do Hediondo, l. 12-13), a
psiquê das massas mortas (Os Doentes, l. 48), a do “cavalo de eletricidade”
(Poema Negro, l. 8-9) e a de misturar-se com as violetas (Os Doentes, l. 239).
Essas imagens articulam quatro níveis de significado, a saber, um etimológico
(onde encontramos os conceits utilizados pelos poetas metafísicos ingleses), um
simbólico (onde encontramos alusões ao neoplatonismo e as religiões de mistério
do mundo helênico), um retórico (onde o poeta utiliza de um modo sofisticado e
radical tropos como alusões, metáforas, metonímias, ironias, metalepses,
hipérboles atingindo assim o nível de “poeta forte”) e um que chamamos
“agônico” (o qual articula a luta pela prioridade criativa). Nesse presente
trabalho propomos desafiar o leitor/ouvinte com um abecedário para a leitura do
poeta que redireciona certos vocabulários e temas recorrentes na poética de
Augusto dos Anjos, exercitando uma “desleitura”, nos moldes propostos por
Harold Bloom na qual fique evidente a profundidade com a qual o poeta paraibano
deitou e rolou no cânone ocidental.
GT-06:
HISTÓRIA, MOVIMENTOS SOCIAIS E PARTICIPAÇÃO POLÍTICA
Coordenadoras:
Irene Alves de Paiva
E-mail: irene@natal.digi.com.br
Departamento de
Ciências Sociais
Maria da Conceição
Fraga
E-mail: ceicafraga@bol.com.br
Departamento de
História
Local: Setor de Aula
II, sala B1
O grupo de trabalho reúne
pesquisadores (professores, alunos de Graduação e Pós-Graduação) que trata da
história e das lutas dos Movimentos Sociais (incluindo sindicatos, partidos e
ONG´s) e da participação política dos atores na sociedade. Tem como objetivo
intercambiar áreas de conhecimentos distintos; estágios de pesquisa diferentes,
bem como reunir pesquisadores de áreas afins para a produção do saber.
Primeiro dia
01. A História oral e o
tempo presente
Autores:
Eliane Moreira Dias
– Pós-Graduação/ UFRN
Giselda Dantas Galvão–
Pós-Graduação/ UFRN
Co-autoras:
Rosângela Galvão
Siqueira
Ivonilde dos Santos
de L. e Souza
O presente artigo
objetiva traçar um breve histórico sobre a Historia oral, discutindo-a enquanto
proposta metodológica, a partir das entrevistas realizadas com eleitores e
candidatos nas eleições ocorridas em 2004 para prefeito e vereador na cidade de
Natal/RN. Trata-se da candidatura à reeleição à Prefeitura da cidade do Natal.
O relato dos depoentes foi voltado para privilegiar o voto protesto manifesto
em diferentes formas no processo eleitoral, possibilitando hoje uma reflexão
sobre a história do tempo presente. Partimos da noção de memória coletiva em
Halbwachs para observarmos que a fala dos depoentes revela o quanto o discurso
oral depende de quem é a pessoa e do posicionamento que tem na sociedade.
02. Dos Movimentos
Sociais ao poder Executivo no RN
João Mauricio Gomes
Neto
Orientadora
Prof.ª Doutora Maria
da Conceição Fraga
O presente trabalho
analisa os Movimentos Sociais como um espaço de formação de lideranças
políticas (GOHN, DAGNINO, entre outros) e causa tal tem possibilitado
contribuir com a formação das equipes de governo em diferentes instancias do
poder Executivo. No Rio Grande do Norte são várias as lideranças que
participaram dos Movimentos e se tornaram secretários de saúde, educação, entre
outras, nos podres municipal e estadual. Para este trabalho tomamos como lócus
da investigação o município de Natal que, talvez por ser a capital do Estado,
tem revelado ser a cidade que mais tem incorporado essas lideranças nas equipes
de governo. Tomamos como fonte informação documentos das entidades pelas quais
registram a passagem dessas lideranças; a legislação que os nomeia como
secretários; documentos que tratam dos planos de governos elaborados por eles
ou com sua participação, bem como os depoimentos desses protagonistas ou por
personalidades que acompanharam suas trajetórias. Tudo isso para construir uma memória
de indivíduos e grupos que participaram desse percurso (HALBWACHS, BENJAMIN,
THOMPSON e ARENDT).
03. Escolas
Radiofônicas: A influência dos treinamentos na concepção de uma ideologia
Carolina Tavares da
Silva
Marlene Tavares de
Araújo Sobrinha
Orientadora:
Marlúcia Menezes de
Paiva
Com base em
documentos e relatórios oficiais das Escolas Radiofônicas, entrevistas com
professoras que atuaram neste movimento e em trabalhos realizados nesta área.
Percebemos que entre os anos de 1950 e 1965, a Igreja investe maciçamente em
trabalhos sociais com a intenção de aumentar seu número de adeptos, passando
então a priorizar a Educação como técnica de influenciar pessoas. Isso
funcionou de tal maneira que promoveu uma crescente expansão do Movimento de
Educação de Base (MEB), mais especificamente das Escolas Radiofônicas, havendo
a necessidade de treinar um maior número de monitores, bem como de professores
para atender às concepções ideológicas da Igreja e para que as aulas pudessem
ocorrer de forma mais acessível aos alunos. Neste trabalho trataremos
exatamente destes treinamentos; da forma que ele se deu e de como ele conseguiu
mudar a maneira de ser, agir e pensar da população alcançada pelas ondas do
rádio, influenciando nas concepções ideológicas, políticas, religiosas e morais
dos monitores e professores, bem como no repasse dos conteúdos das aulas,
atingindo diretamente os alunos diante dessas mesmas concepções. Vale enfatizar
que o rádio passou a ser uma maneira não só de alfabetizar, mas de evangelizar,
fazendo com que a população tivesse um maior alcance a informações,
contribuindo para a politização de um povo.
04. Memórias caicoenses:
a Ditadura Militar.
Alexsandra de Brito
Torquato- CERES /HISTÓRIA.
É sabido que na
década de 60 irrompe um movimento político em solo brasileiro, a Ditadura
Militar. Esta, obviamente, atingiu as diversas esferas regionais, desde o
extremo Norte até o cone Sul do país. Este momento de verdadeira carnificina
velada, deve, assiduamente, ser posto em destaque, pois açambarca a tenebrosa
face da nossa história. Embora muitos clássicos (como: Fernando Gabeira, Élio
Gaspari, Zuenir Ventura, e outros) já tenham feito menção ao assunto em escala
nacional, faz-se mister abordar de que forma e como esse regime ditatorial
atuou nos mais longínquos redutos do país, principalmente no interior do sertão
nordestino. Por isso, tentar-se-á exemplificar, através de uma pacata cidade
norte-riograndense, Caicó, como a “máquina repressiva” militar cravou o seu
domínio, à época. Admissível se faz assinalar que todo este metiê histórico
encontra-se sob o encalce da oralidade, pois, a mesma, concebe respaldo a
reconstrução e pulsante vivacidade de um passado citadino e brasileiro.
Ressalta-se: toda a tessitura dialógica do trabalho de campo, com os imanentes
depoentes, contribui para que a memória do momento em xeque não feneça e
mergulhe, amiúde, no campo do obscurantismo. Detalhe: esta reconstrução do
passado histórico está em processo de andamento, inconcluso, maculado pelas
limitações e lacunas da própria pesquisa.
05. Mulher e política no
Movimento Estudantil do RN
Adriana Cristina da
Silva Patrício - Mestranda em História
Orientadora:
Prof.ª Dr.ª Maria da
Conceição Fraga
A história das
mulheres tem sido uma importante temática no campo da historiografia nos
últimos tempos. Analisar as transformações de gênero e suas conseqüências
ocorridas, principalmente, a partir da segunda metade do séc. XX, passa ser um
dos objetivos de vários historiadores norteados pelo curso da nova
historiografia e suas vertentes que procuram dar dimensões da vida social e
cultural, destacando o cotidiano e as mentalidades dos indivíduos na história.
O Movimento Estudantil (ME) do RN tem sido analisado priorizando as falas dos
militantes masculinos, por estes estarem a frente das entidades estudantis
(Silva, Andrade, Patrício, Maia, entre outros). A participação feminina no ME
acentua-se a partir dos anos 60 e é procurando conhecer o cotidiano dessas
mulheres que comporam um importante espaço de atuação política no RN dos anos
60 aos anos 90 que nos propomos a pesquisar. Para este trabalho recorreremos ao
estudo em diversos tipos de fontes, dando destaque ao recolhimento de fontes
orais (Halbwachs, Benjamim) por compreendermos que as mesmas oferecem a
possibilidade de entender o ator, privilegiando suas experiências. Através dos
fragmentos de memória tentaremos reconstruir o espaço (Certeau) dessas
militantes – até então secudarizado – para ampliarmos nossa compreensão da
história contemporânea do nosso Estado, dando visibilidade a participação da
mulher nessa história.
06. A Reconstrução do PC
do B no Rio Grande do Norte ( 1979-1986)
Aline Corrêa do
Nascimento
Orientadora:
Prof.ª Drª. Maria da
Conceição Fraga
No Rio Grande do
Norte , depois de 21 anos de clandestinidade, acompanhando e participando dos
processos que restauraram as liberdades democráticas após o regime militar , o
PC do B através do trabalho de seus militantes à época, adquiriu um certo grau
de visibilidade e amadurecimento. As lutas certamente trouxeram resultados
positivos , alguns deles podendo ser sentidos na atualidade. Os militantes
reconhecem que a situação atual do país é reflexo do esforço conjunto promovido
pelas esquerdas , durante este período. A sociedade , neste contexto , também
contribuiu para tal intento, participando e obtendo maior conscientização .
Constatamos que a reconstrução do partido foi promovida pelos militantes ,
oriundos do movimento estudantil , que à época reorganizaram o Diretório de
Exatas na UFRN, num processo originado entre os anos de 1979 - época em que o
núcleo de atuação estava sendo organizado – e 1981, ano da conferência para
reorganização do partido. Para os entrevistados, a participação no movimento
estudantil foi importante para aquisição de experiências , mas o partido tornou-se
a forma mais amadurecida de espaço e preparação para maiores embates . No
entanto, alguns dos ex-militantes, , suscitam criticas no tocante a ocorrência
de um centralismo excessivo e conseqüente ausência de discussões . Sobre a Frente Democrática - ponto polêmico
contestado por uns e reafirmado por outros – afirmam que a fim de obter
expressão , o partido não poderia ter optado pelo isolamento. Porém , esta
tendência nacional gerava um paradoxo no tocante ao apoio a pessoas que apesar
de naquele momento partilharem os mesmos objetivos , outrora defendiam posições
contrarias.
07. Dos Movimentos
Sociais ao Poder Legislativo
Denis Macário Freire
de Lima
Rodrigo Torres de
Morais
Orientadora:
Profª. Drª. Maria da
Conceição Fraga
Os movimentos
sociais no Brasil passaram a ter papel destacado após a redemocratização
ocorrida nos anos 80 e 90 do século passado. Ao mobilizar parcela significativa
da sociedade, contribuíram decisivamente no processo de formação de lideranças
políticas. Sindicatos, entidades estudantis, igreja católica, organizações
não-governamental, movimentos voltados para organizar trabalhadores da terra,
entre outros, se constituíram num laboratório de formação de lideranças. Já no
final dos anos oitenta percebia-se o quanto estes movimentos conseguiram ocupar
espaço no poder legislativo no âmbito do estado e do município. Foram vários os
vereadores, deputados estaduais, federal e senadores que têm passagem nos
movimentos. No Rio Grande do Norte, especialmente Natal, não foi diferente, desde
a primeira eleição para prefeito e vereadores (1985), bem como governador,
deputados estaduais, federal e senadores (1986), foram vários os parlamentares
que advieram dos movimentos. A presente pesquisa se justifica na medida em que
pretende identificar nomes e projetos políticos desses atores políticos com a
pretensão de verificar, numa análise crítica, a contribuição dos movimentos na
construção do processo democrático do País, em especial de Natal e no Rio
Grande do Norte.
08. Movimentos Sociais
contemporâneos: novos sujeitos e velhas questões
Sandra Damasceno da
Rocha
Departamento de
Ciências Sociais
Ao longo da
história do pensamento social, numerosos autores se propuseram a estudar os
movimentos sociais em sua capacidade de imprimir novas configurações às
relações sociais, tornando-se potencialidades transformadoras e reconstrutivas
da realidade. Tratando mais diretamente da capacidade de intervenção humana no
curso das mudanças, as análises acerca dos movimentos sociais tocam no ponto
crucial do debate contemporâneo nas ciências sociais: a redefinição da relação
entre os elementos de estrutura e ação e as crescentes tentativas de ruptura
com o predomínio da objetividade da realidade sobre a subjetividade do homem,
marcas de diversos movimentos teóricos contemporâneos nas ciências sociais. O
estudo dos chamados “novos movimentos sociais” representa a tentativa de
superar a divisão entre teorias estruturais e teorias da ação, marcando
sensivelmente a produção e o debate teórico sobre os movimentos sociais nos
últimos vinte anos. O “fim do sujeito histórico”, corporificado na tradição do
materialismo histórico, é anunciado e, para os analistas, os movimentos sociais
desta nova situação histórica não vinculam sua ação de oposição a um adversário
social real, muito menos almejam a realização de uma ordem “meta-social”
liberadas de conflitos como foi (ou é) encarado o socialismo. O papel central
dos arranjos institucionais, da divisão do trabalho e das formas de organização
econômica sede espaço neste campo de estudos para os enfoques culturais e para
as formas da “micro política”. Minha proposta de trabalho é problematizar o
debate contemporâneo acerca dos movimentos sociais, visualizando as rupturas
fundamentais com os referenciais teóricos clássicos e discutindo até que ponto
essas análises são mais prescritivas do que realmente descritivas destes
fenômenos políticos. Visa também, por conseguinte, a construção um modelo de
análise para orientar a observação de um movimento social específico, a Marcha
Mundial de Mulheres em Natal/RN, articulado o material observado às categorias
de análise resultantes desta revisão bibliográfica.
09. Pedreiro: a profissão expressa
através da arte
Karem Cibelly de
Souza
Maria Francimária
Cavalcante
Helensandra Lima da
Costa (co-autora)
Este trabalho toma
como tema a profissão do pedreiro, tendo como base a leitura da música Cidadão
(c0mposição de Lúcio Barbosa) interpretada por Zé Geraldo. O interesse por este
surgiu a partir da necessidade de discutir a importância da profissão na nossa
sociedade e de sua pouca valorização perante a mesma. Tem-se pó objetivo
resgatar a história desta, utilizando-se para isso, não só de fontes escritas,
mas principalmente de fontes orais, as quais nos auxiliarão na busca por fatos
que no passado fizeram a diferença e no entanto não são lembrados quando da
escrita da História. A metodologia utilizada é o uso de conceitos relativos a
história e memória e também o uso de entrevistas com estes (pedreiros)
profissionais da Construção Civil
10. HISTÓRIA ORAL COMO
FONTE DE PESQUISA: o voto protesto na eleição municipal em Natal - 2004
Apresentadores:
Francisco de M. F. Junior – Aluno da Pós-graduação em História UFRN
George H. F. dos
Santos - Aluno da Pós-graduação em História UFRN
Autores: Josivan S.
Oliveira - Aluno da Pós-graduação em História UFRN
Zeuda Pereira de
Araújo - Aluna da Pós-graduação em História UFRN
O presente trabalho
faz um esboço histórico sobre a origem, importância e metodologia da História
Oral, dentro da perspectiva da valoração dos depoimentos orais e do resgate da
memória como fontes históricas. Realizamos um trabalho de pesquisa de campo,
onde utilizamos os métodos criteriosos da História Oral na abordagem do voto
protesto que marcou a eleição para prefeito em Natal no pleito de 2004. Parte
do conceito de memória coletiva em Halbwachs para investigar os diferentes
discursos produzidos por eleitores e candidatos durante o processo eleitoral,
sobretudo, o discurso de uma candidatura advinda de um grupo de esquerda que, por mais de uma vez, lança
candidatura fazendo oposição as elites e os grupos dominantes.
11. Uma analítica visão
acerca dos Movimentos Sociais
Bernardo Luís de
Melo Freire – Direito/ CCSA
Marcelo Lauar Leite
– Direito/ CCSA
Mostra-se
demasiadamente comum ouvir-se falar em movimentos sociais. Eles grassam-se
diariamente pelos meios de comunicação, sendo noticiados, muitas vezes, com
enfoques paradoxais, o que desvirtua a noção da origem, dos anseios, e o motivo
da formação de cada um deles. Deve-se compreender esses movimentos como um
fenômeno inerente aos processos de mudança no funcionamento da sociedade, em
qualquer que seja a época. Eles nascem como expressão de conflitos e tensões,
sendo instrumento de fortalecimento de certos grupos de uma sociedade em
disputa com outros. Assim se destacaram, na Antiguidade, movimentos de escravos
e os religiosos. Na Baixa Idade Média, de camponeses e servos. Na Moderna,
mercadores e religiosos. Na contemporânea, o movimento
operário, e, com o passar do século XX, os “novos movimentos sociais”, como o
ecológico, o estudantil, o feminista, o sem-terra, dentre outros. Vimos
no decorrer da pesquisa que os Movimentos Sociais se proliferam porquanto o
Estado mostra-se incapaz de satisfazer as necessidades dos diversos grupos.
Devem ainda eles perceber o quanto e por quem são oprimidos, visando não
direcionar os descontentamentos para o lugar errado, atingindo quem é tão
vítima quanto eles. Os movimentos sociais detêm uma
característica que se sobressai: uma considerável variedade tipológica. Sua
própria designação "movimento" indica outro atributo: o dinamismo que
lhes é inerente. Além disso, percebe-se a multiplicidade e freqüente
heterogeneidade de seus agentes. Um movimento social costuma congregar diversas
entidades, simultaneamente, em torno de determinadas demandas, insatisfações e
desejos por elas compartilhados. Abordou-se, pois, visões gerais sobre a
temática, como discussões sobre conceitos básicos: conflito e ação coletiva,
bem como aprofundamentos concernentes ao movimento operário, ao estudantil e
aos “novos movimentos sociais”. Por fim, foi oferecido um maior enfoque no
Brasil, levando em conta o caráter dependente do desenvolvimento nacional e a
importância dos Movimentos na conquista dos direitos à cidadania.
12. A EVOLUÇÃO NO
CONTEXTO INTERNACIONAL E NACIONAL DO MOVIMENTO POLITICO-SOCIAL DE GARANTIA DOS
DIREITOS HUMANOS DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES.
Proponente: Diego
Vale de Medeiros
Acadêmico do Curso de
Direito da UFRN
Historicamente, a
luta pela atribuição de autonomia e direitos à criança e ao adolescente
constituiu-se em uma travessia das sociedades rumo ao reconhecimento a estes,
tais como os atribuídos aos adultos. As diversas concepções relacionadas à
infância e juventude contribuíram para paradigmas ora reducionista ora
garantidor de direitos do público em tela. De uma visão menorista arraigado de
discriminação cuja compreensão era direcionada à coisificação da pessoa humana
e conseqüente processo de vitimização, convergiu-se compreensões rumo ao
princípio da dignidade da pessoa humana, que implica em todas as múltiplas e
mínimas necessidades e capacidades para uma vida decente que correspondem ao
conteúdo dos direitos humanos assumidos como princípios e direitos
fundamentais. O princípio da proteção integral às crianças e adolescentes se
estrutura no reconhecimento incontestável da garantia equânime dos direitos
fundamentais a este público. Todavia, em face à lógica compartimentada que por
muito tempo perdurou nas discussões de conjuntura internacional e nacional,
refletiu no comprometimento da proteção infanto-juvenil. O movimento em favor
da infância e juventude defende, dentre outros, o princípio do interesse
superior da criança, motivo este que reflete inclusive na esfera política no
que tange à formulação e execução das políticas públicas cujos alicerces ora
enaltecidos devem nortear a garantia dos direitos sociais, civis e políticos
com a devida prioridade, através de uma construção coletiva e promoção da
participação social. Propõe-se em suscitar tal debate, em especial uma análise
histórica, política, jurídica e social do movimento internacional e nacional de
garantia dos direitos humanos das crianças e adolescentes, assim como as
respectivas repercussões na gestão pública constitucional.
Segundo dia
13. A resistência do
coletivo num processo de planejamento participativo: a construção da moradia em
assentamento do MST
Cecília Marilaine
Rego de Medeiros
Aluna de graduação
do Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFRN
Arquitetura – CT
A assessoria aos
moradores do Assentamento Maria
da Paz, no Município de João Câmara é desenvolvido pelo Grupo de Estudos
em Reforma Agrária e Habitat – GERAH (DARQ/UFRN) desde 2002, quando ainda
estavam acampados. Este trabalho refere-se a avaliação de uma de suas
etapas, a construção de suas moradias em processo de mutirão. Sua metodologia deu continuidade ao planejamento
participativo já desenvolvido no assentamento e envolveu os principais agentes
do processo. O trabalho coletivo,
através de grupos e etapas (preparação do almoxarifado, compras, fundação, alvenaria, entre outras)
possibilitou a melhoria na
qualidade e a otimização do custo-benefício do Crédito Habitação, cada unidade
passando de 43m² (padrão do INCRA) para 68m². foi sendo adaptada às decisões das
assembléias. Mas, apesar das
conquistas, a
proposta original de mutirão por autogestão em linha de balanço foi-se
modificando, a partir da resistência dos pedreiros, acostumados aos métodos
tradicionais da construção de casas populares. Aos poucos, envolveram os
assentados mais envolvidos com a construção, aborrecidos com aqueles que
achavam que o INCRA tinha a obrigação de entregar-lhes as casas prontas. Ou
seja: a hegemonia transferiu-se do Movimento a seus construtores. Após algum
tempo, os assentados chegaram à conclusão que estavam errados, se reorganizando ao final do processo, minimizando os prejuízos do
período de autoconstrução. O reconhecimento da eficiência da metodologia
inicial foi um ganho do papel educacional da assessoria, na perspectiva do crescimento profissional e político
das bases de um Movimento que, segundo Maria da Glória Gohn, é o de maior
importância do final do século XX. A partir dele, o Movimento tem uma
referência para a construção da autogestão em mais um campo de sua atuação.
14. De águia a galinha:
os conflitos na administração do Crédito Habitação dos projetos chamados de
reforma agrária
Amadja Henriques
Borges (Professora Dra. - DARQ/UFRN)
Irene Alves de Paiva
(Professora Dra. – DCS/UFRN)
Segundo Ademar
Boggo, teórico do MST, o acampamento é o momento da águia, das possibilidades
de crescimento de suas bases, enquanto o assentamento é o momento da galinha,
quando o acesso à terra pode reduzir o interesse pela luta e gerar acomodação.
Quando os acampados se tornam assentados, têm acesso a créditos referentes às
suas primeiras necessidades, como alimentação e compra de instrumentos de
trabalho, animais e construção de suas habitações. Os equipamentos sociais, as
estradas, os poços, o esgotamento sanitário, dependem da organização e
conhecimento da entidade que dirige o grupo e da disponibilidade de militantes,
assessores técnicos e apoios que os orientem a planejar o novo, o desconhecido,
o inusitado. Apesar do Estado liberar recursos insuficientes para sua
infra-estrutura – o Crédito Habitação, por exemplo, é de cerca de 17 salários
mínimos por unidade – a soma destinada ao conjunto de famílias corresponde a
cifras jamais administradas pelos recém-assentados. Estes se vêm em conflito
entre o que aprenderam no acampamento – momento da águia – e suas dificuldades,
diante das contradições que estão sujeitos a enfrentar diante de possibilidades
de “ganhos” individuais. De águia a
galinha visa analisar os conflitos, avanços e retrocessos do MST junto às
suas bases, assim como a participação dos demais agentes envolvidos no Projeto
do Assentamento Maria da Paz, através da análise da utilização dos recursos do
Crédito Habitação, como parte das ações do Grupo de Estudos em Reforma Agrária
e Habitat - GERAH - que criou a metodologia inicial de seu planejamento e participa
ou acompanha as várias fases de sua implementação desde seu acampamento, em
2002.
15. A participação dos
atores do campo na construção do Plano de Desenvolvimento do assentamento Maria
da Paz.
Pedro Henrique
Pinheiro Xavier Pinto
Orientadora: Irene Alves
de Paiva
O presente trabalho
tem como objetivo investigar a relação universidade movimentos sociais tendo
como enfoque principal a participação, tanto do ponto de vista metodológico
(pesquisa participante) quanto da dinâmica social dos atores envolvidos. A
observação do trabalho se desenvolverá no assentamento Maria da Paz que se
localiza no município de João Câmara na região do mato grande do Rio Grande do
Norte. Este assentamento se apresenta como lócus privilegiado de investigação,
pois, desde 2002 a UFRN tem trabalhado esta relação dialógica
instituição-movimento social em um projeto coordenado pela professora Amadja
Borges do Departamento de Arquitetura em conjunto com o Programa de
Pós-graduação em Educação PPGEd, que tem desenvolvido ações que apontam para a
construção de uma proposta de autogestão dos espaço de moradia e trabalho. O
referido trabalho tem como intenção ressaltar as principais ações desenvolvidas
no projeto da professora Amadja identificando as estratégias de participação
utilizadas.
16. Os olhos e ouvidos
do mundo: documentos oficiais frente à pessoa com surda-cegueira
Profª Marta
Cristiane Aquino De Lima –UFRN
Profª Dra. Ana Lucia
Aragão Gomes – DEPED /UFRN
A idéia deste
estudo numa pesquisa referente aos documentos oficiais produzidos pelas
instituições públicas com o incentivo das Organizações não-Governamentais
voltados as pessoas com surdocegueira. Desse modo, discutindo as estratégias e
os procedimentos tantos legais como político-filosóficos relacionados aos
surdocegos. Como esses documentos podem auxiliar os pais, profissionais e as
pessoas que têm deficiências? Nessa pesquisa sistematizamos reflexões dos
representantes do governo, profissionais, pais e surdocegos documentadas pela
Organização das Nações Unidas e pelo Ministério da Educação, da Cultura e do
Desporto Brasileiro. Tais reflexões faziam referências à necessidade de se
oportunizar situações e condições a todas as pessoas, independentemente de suas
condições físicas, financeiras, psicológicas, filosóficas, culturais e/ou
políticas. Foram iniciadas mais sistematicamente as reflexões sobre a pessoa
com surdocegueira na I Conferência Mundial Helen Keller, na qual discutiram os
serviços destinados aos surdocegos jovens e adultos e o conceito da
surdocegueira. No entanto, o alicerce das políticas e das preocupações com a
pessoa surdacega é sem dúvida a Declaração dos Direitos Humanos, de 1940, que
esteve presente desde as discussões da terminologia à necessidade de criar
condições para a participação das pessoas com deficiências na sociedade. Nos
anos 1980, o foco de atenção estava centrado nas organizações de e para as
pessoas com deficiências, na descentralização de forças e de custos convidando
a sociedade civil para o fim do cabo de guerra. A Lei de Diretrizes e Bases do
Brasil denota que independentemente de estar em classe especial ou não deve ser
garantido a aprendizagem às pessoas com deficiências, inclusive a surdacega. Do
exposto, observou-se que as Organizações Não-governamentais atuaram com maior
pertinência nas questões legais da pessoa surdacega do que o Estado, porém
esses dois pilares influenciaram um ao outro significativamente nas decisões
sobre o tratamento e a condição deste público.
17. Renda de cidadania:
clientelismo ou direito humano?
Daniel Araújo Valença
Departamento de
Direito
Por vários séculos
foram idealizadas diferentes propostas de uma renda mínima para a população
como um todo em diversos países e momentos históricos distintos. Em alguns
Estados como uma renda para os pobres, em outros como uma renda para a
população visando livrá-la da estagnação econômica. No Brasil, após o empenho
incansável do Senador Eduardo Suplicy na luta pela aprovação de um projeto de
lei que instituísse a renda mínima e a adoção por parte do Governo Federal do
Bolsa Família, o tema atraiu os holofotes da imprensa nacional, e a sociedade
em seus mais diversos setores protagonizou o debate sobre a questão . Surgiram
as indagações: a transferência de renda não estimularia a “vadiagem”? Não seria
“humilhante” para aqueles que a recebem? “É justo uma pessoa trabalhar um mês
todo e outras receberem verbas do Estado sem trabalhar nada”? “Não seria
assistencialismo com objetivos eleitorais”? Percebe-se que a sociedade
brasileira demonstra uma desconfiança tremenda quanto a esta política pública.
Inclusive parcelas significativas da sociedade civil organizada revelam tal
postura. Este trabalho visa, portanto, analisar historicamente as propostas de
transferência de renda, seus resultados, e se a mesma representa um direito
humano ou uma política pública clientelista. Ademais, diante desta resposta, se
perceberá a importância da sociedade civil organizada aprofundar o debate sobre
o tema e até adotá-lo como “bandeira de luta”.
18. Sobre os italianos:
estranhamento na vila do Príncipe na segunda metade do século XIX
Erivan Ribeiro de
Faria
Esta pesquisa
surgiu a partir da Catalogação dos Processos-crime da Comarca de Caicó
(1853-1900) e com base na historia oral, em que se identificou a constante
presença de indivíduos de nacionalidade italiana em tais processos, ora como
vítima, ora como réus, ora ainda como testemunhas. A partir dessa constatação,
resolvemos fazer uma pesquisa sobre o cotidiano de italianos na Vila do
Príncipe (1850 – 1900), pela ótica das relações de sociabilidade, onde, com o
aprofundamento do estudo, acabou por se ter como tema central o estudo do
processo de estranhamento sofrido pelas famílias italianas no território do
Príncipe, por parte da comunidade local, na segunda metade do século XIX, como
resultante dessa constante presença nesses processos. Para tanto, foram
elencados como motivos desse estranhamento o fato de serem comerciantes e
usarem da usura como forma de enriquecimento fácil, o fato de trabalharem com o
comercio ilícito (trafico de escravo e roubo de jóias da santa padroeira da
cidade, á época), bem como o próprio fato de serem estrangeiros, considerados
como invasores, portadores de costumes diferentes.
19. Habitação e
resistência: a história de luta de uma comunidade pelo direito de morar (Natal/
RN)
Francisco de Assis
Duarte Guimarães
Mestre em Ciências Sociais
O trabalho estuda a
resistência dos mutuários, através de sua organização social, centrando-se,
nesse aspecto, na luta empreendida, com grande voltagem emocional,
principalmente nas arenas da Justiça Federal e da Imprensa, durante dez anos
(1992-2002), pelos moradores do Conjunto Habitacional Parque dos Coqueiros, em
Natal/RN, contra o Caixa Econômica Federal (CEF), a Companhia de Habitação
Popular do Rio Grande do Norte (COHAB/RN) e cinco empresas da construção civil
locais, ECOCIL, PROEX, FIMAC, A. AZEVEDO e EC – Engenharia e Consultoria. Para
isso faz, antes, um resgate das condições históricas da problemática
habitacional no Brasil e no Rio Grande do Norte, analisa as políticas públicas para
resolver a questão e aponta alguns de seus equívocos.
20. O Coronelismo na
região do Seridó: a troca de favores e o voto de cabresto
Sálvio Garcia Santos
DHG/CERES
Orientador:
Ms. Joel Carlos de
Souza Andrade
Esta comunicação
faz parte de uma pesquisa inicial que propõe realizar um estudo sobre as
praticas ditas coronelisticas na região do seridó potiguar. As singularidades
desta nomeação precisam ser pontuadas embora alguns trabalhos já tenham sido
realizados. “Voto do bico de pena”, mandos e desmandos dos coronéis etc. A
partir do envolvimento com a pesquisa no Laboratório de Documentação Histórica
do CERES e das leituras sobre novas abordagens no campo da história política
despertou-me o interesse em realizar tal estudo, ainda em construção. Os coronéis
na região do Seridó como em outras do país, tiveram sua influencia na política
através da “troca de favores” na região quando eles “ajudavam” as pessoas que
não possuíam uma boa condição financeira através da doação de roças, proteção,
alimentação, emprego etc. Então, com esses “favores” que os “coronéis”
prestavam recebiam, em troca, o voto das pessoas que ficavam a eles
subordinadas, tendo que votar, de qualquer maneira, nas figuras indicadas pelos
coronéis, pois, do contrario, recebiam represálias por parte do grupo político.
Assim, as dimensões do coronelismo extrapolam o político e se insere, também,
na economia e no cotidiano das pessoas envolvidas.
21. PADRE MIGUELINHO: O
INTELECTUAL E O PROFESSOR
Keila Cruz Moreira –
Mestranda em Educação/ CCSA
Orientadora:
Profª Drª Marlúcia Menezes de Paiva
Este trabalho de
pesquisa preocupa-se em construir a história do natalense Padre Miguel Joaquim
de Almeida Castro, Miguelinho, não apenas como um dos heróis e mártir da
Revolução Pernambucana de 1817, como nos conta a história tradicional, mas o
homem culto, o intelectual e o professor admirado. O período que estudamos
compreende o início do século XIX quando Padre Miguelinho retorna ao Brasil
para assumir a docência no Seminário de Olinda, época em que as idéias
libertárias encontram eco em vários movimentos organizados. E concluiremos no
ano de 1817, marcado pela Revolução Pernambucana liderada, entre outros, por
Miguelinho; pela extinção da revolução com suas idéias anticolonialista que
atinge as províncias da Paraíba e do Rio Grande do Norte; e é também o fim para
Padre Miguelinho que é executado pelas tropas reais. Desta forma, procuramos
compreender a relação conflituosa do Padre, enquanto representante clérico de
uma Igreja que por séculos obteve um quase monopólio através da difusão do
cristianismo como religião e ideologia dominante na conquista do domínio
intelectual; seus ideais mais voltados para uma ordem social e econômica do
Iluminismo, que até certo ponto condenava atitude da própria Igreja e as
condições reais de uma colônia vinculada a um país que estava aquém da riqueza
necessária ao incremento capitalista. Nesse contexto colonial, de repetição,
imutabilidade e de forte tradição religiosa, tendo como instrução pública as
aulas régias, contrastam assim, com as idéias difundidas pelo Seminário de
Olinda na pessoa de seu professor de retórica, Miguelinho, como uma vanguarda
para aquele momento histórico. Nosso objetivo então, é compreender através da
trajetória de vida do Padre Miguelinho não só o intelectual e o professor, mas
a representação de suas idéias pedagógico-educacionais em um dado momento
histórico, procurando a pluralidade de um universo que procura por vezes fugir
de nosso arcabouço teórico.
22. ENTRE HISTÓRIA E
MEMÓRIA: A produção historiográfica da
repressão no Rio Grande do Norte
Wiara Marinho de
Castro
Acadêmica do curso
de História, 9º período
O trabalho analisa
algumas obras da produção historiográfica norte-riograndense feita a partir dos
anos 1980, sobre o governo de Aluízio Alves (1961-1965). A pesquisa mostra como
a historiografia aborda o referido governo, de inegável importância para o
Estado dado seu caráter modernizador, evidenciando os acontecimentos políticos
que permitiram que o governador vivenciasse uma administração que vai do apoio
popular a um cenário de perseguições políticas; identifica ainda as imagens do
governo Aluízio Alves que aparecem no discurso acadêmico e no didático; e por
fim, investiga o que pensam as vítimas de perseguição política desse governo
nos anos 1960. A metodologia usada é análise historiográfica posto que examina
os discursos produzidos a partir da década de 1980, conectando-os ao contexto
no qual estão inseridos os autores responsáveis por sua construção.
23. Movimentos de Luta
pela Moradia em João Pessoa: a experiência e resistência das ocupações urbanas.
Gabriela Buonfiglio Dowling
Mestranda PPGCS da UFRN
Orientadora: Lisabete Coradini
De acordo com o
Movimento Nacional de Luta por Moradia (MNLM-PB) a estimativa é que existam
mais de 20 mil pessoas cadastradas pela Companhia de Habitação Popular da
Paraíba que aguardam uma moradia, considerando que destas 10 mil só na grande
João Pessoa. Nosso objeto de estudo se refere exatamente a esse último caso : o
movimento de luta pela moradia na grande João Pessoa. Sem políticas voltadas à
habitação ou às cidades, num quadro de desemprego e empobrecimento, o
resultado, do ponto de vista habitacional, é a carência absoluta de moradias
populares e a degradação das cidades. Portanto, este trabalho procura
investigar as condições, o contexto e as causas da ocupação de prédios que vem
acontecendo na cidade de João Pessoa, sejam estabelecimentos públicos ou
privados, por populações carentes que não tem onde morar. Essas ocupações,
embora inicialmente se assumam como instrumento de pressão ou de visibilidade
para obtenção de uma solução (moradias), frequentemente pelo descaso ou
ausência de solução, tornam-se definitivas. Ou seja, perpetua-se a ocupação do
local, apesar das deficiências, do acúmulo de famílias num espaço nem sempre
adequado, precário em instalações sanitárias, que não permite a privacidade
necessária. O estudo inicialmente prevê, para a pesquisa empírica e para o
registro visual da(s) ocupações, a área da cidade de João Pessoa, incluindo
Cabedelo, em especial um assentamento urbano conhecido por Comunidade do
Cajueiro, em Jacaré. Desta forma, as ocupações urbanas representam uma resposta
dessas populações super carentes que a partir de um envolvimento com partidos
ou Organizações Não Governamentais, e movimentos sociais partem para a ação
coletiva conhecida pela apropriação / ocupação de moradias que na maioria das
vezes são estabelecimentos públicos abandonados ou terrenos desapropriados.
24. A IMAGEM DO ‘OUTRO’: A
VISÃO DOS DEFENSORES DA ORDEM SOBRE OS SUBVERSIVOS DO RIO GRANDE DO NORTE
(1964)
José Evangilmárison
Lopes Leite – Graduação em História – UFRN
Com a deflagração
do golpe civil-militar no Brasil, em 1964, os movimentos sociais e políticos,
sindicais, intelectuais, de educação e cultura popular, que caracterizaram o
quadro de efervescência política característico do início da década de 1960,
passaram a ser considerados, pelas forças golpistas, como“subversivos”,“ameaça
à democracia”, “ligados ao comunismo”, “agentes da desordem”
e, dessa forma, passíveis de todo tipo de perseguição política, prisão e até
mesmo tortura e morte aos seus participantes. Assim sendo, focalizando nossa
análise nos desdobramentos do golpe de 1964 no Rio Grande do Norte, o presente
trabalho objetiva analisar a atuação dos defensores da ordem –
organizados através da formação de Comissões de Inquérito – sobre os movimentos
sociais que atuavam nesse Estado, no referido período. Objetiva ainda,
identificar, no discurso produzido pelas forças golpistas, as justificativas
utilizadas para reprimir politicamente os representantes dos diversos
movimentos. A principal fonte de investigação de nossa pesquisa é o Relatório Subversão
no Rio Grande do Norte, resultado do trabalho de investigação de uma
Comissão de Inquérito instituída pelo governo do Estado do Rio Grande do Norte
e o Jornal Diário de Natal; tendo como aporte teórico autores como
Bandeira, Comblin, Costa, Galvão, Gaspari, Germano, Góes, Ianni. Percebemos,
assim, a partir do discurso produzido pelas forças golpistas que, por
apresentarem propostas ligadas às perspectivas de mudanças no país,
questionando a ordem vigente, os movimentos sociais que atuavam no Estado no
início de 1960, passaram a ser vistos como ameaça à democracia e,
portanto, seus representantes deveriam ser afastados em nome da ordem.
GT-07: ESTUDOS DE FILOSOFIA DO DIREITO
Coordenador:
Tassos Lycurgo
E-mail: Lycurgo@cchla.ufrn.br
Departamento de Artes
Local: Setor de Aula II, D1
O GT sobre Filosofia do
Direito tem por propósito analisar os mais diversos ramos do saber filosófico
que apresentem interesse para o mundo jurídico. Tais temas se subdividem em
três grandes áreas: a primeira diz respeito à história da filosofia do direito
(em que se deve mostrar a evolução histórica do pensamento); a segunda é
relativa aos temas tradicionais da filosofia do direito, sejam analíticos ou
continentais (em que se deve aprofundar os questionamentos decorrentes do
jusnaturalismo, do juspositivismo, do realismo jurídico, da relação entre
direito e Wittgenstein, entre direito e Nietzsche, da Escola Escandinava
(Uppsala), entre tantos outros); a terceira área é concernente ao estudo
avançado da filosofia do direito (aqui, espera-se principalmente contribuições
para a semântica e para a sintaxe de lógicas heterodoxas que possam funcionar
como contrapartes formais para teorias do direito).
Primeiro dia
01: CONTRIBUIÇÕES DA HERMENÊUTICA FILOSÓFICA
(HANS GEORG GADAMER) PARA UMA NOVA COMPREENSÃO DA CONSTITUIÇÃO (CF) DE 1988.
Emanuel Dhayan Bezerra de Almeida
Unisinos
Hans Georg Gadamer, em sua obra Verdade e Método,
traz importantes contribuições sobre o modo como ocorre a compreensão (não como
um modo de conhecer, mas como um modo de ser). Afirma que sempre interpretamos
e que para isto ocorra é necessário que exista um compreensão, compreensão esta
que é formada através de pré-compreensões. Levando-se estas noções para a
hermenêutica (jurídica) e para as particularidades do estudo do Direito,
pode-se afirmar que, no sistema jurídico, toda lei deve estar conforme a
Constituição (CF não como uma categoria fundante / fundamento último de Kelsen,
mas como um "fundamento" sem ser fundamento, ou seja, uma construção
cuja obra não está definitivamente concluída) e que para que isto aconteça é
necessário ter uma pré-compreensão do sentido da CF e das modificações que esta
implementou no ordenamento jurídico. Assim, esta pré-compreensão, baseadas em
pré-juízos inautênticos , calcados em uma história que tem relegado o Direito
Constitucional a um plano secundário, hermeneuticamente, estabelecem o limite
do sentido e o sentido do limite de o jurista "dizer" o Direito,
impedindo, conseqüentemente a manifestação do ser (do Direito e da
Constituição). Para tanto, procuramos responder como é possível olhar o novo
(CF 1988), se as nossas pré-compreensões estão dominados por uma compreensão
inautêntica do Direito, onde, no campo do direito constitucional, pouca
importância tem sido dada ao estudo da jurisdição constitucional ?
02. Breves considerações sobre a Norma
Fundamental de Kelsen:
Diana Pedrosa Lima
UFRN
O Normativismo Jurídico defendido por Kelsen consisti
em um partir da norma jurídica dada para chegar à própria norma jurídica dada.
Nesse sentido, Kelsen através de sua teoria tentou trazer para o Direito a
pureza necessária a qualquer ciência. Procurou desvencilhar a Ciência Jurídica
de qualquer resquício proveniente da Psicologia, Sociologia, Economia. Nesse
diapasão, Kelsen, sofria sérias dificuldades para explicar o fundamento de validade
do direito dando, assim, uma organicidade lógica ao sistema. Para resolver tal
problema Kelsen desenvolveu a teoria da norma fundamental. A Teoria da Norma
Fundamental baseia-se na idéia de que Kelsen admitia unicidade do
ordenamento jurídico: o Direito é formado por normas hierarquicamente
subordinadas e existe uma única autoridade que atribui direta ou indiretamente
caráter jurídico a todo o conjunto de normas. O sistema jurídico, assim, é
unitário, orgânico, fechado, completo e auto-suficiente, nada falta para seu
aperfeiçoamento, pois normas inferiores buscam sua validade em normas
superiores. Pode-se concluir, então, que haveria um regresso ad infinitum,
pois sempre uma norma buscaria a sua validade em outra. Ocorre que, a norma
fundamental foi criada justamente para fechar o sistema, tornando-o hermético.
Essa norma é o suporte lógico de todo o ordenamento e não é positivamente
verificável, visto que não é posta por um outro poder superior mas suposta
pelo jurista para compreender o sistema. A norma fundamental atribui ao
poder constituinte a faculdade de produzir normas jurídicas dando, assim,
validade e unicidade à Constituição, às leis ordinárias, aos regulamentos, às
decisões judiciais, etc. Ela é hipotética, uma ficção que surge e morre de uma revolução
histórica no ordenamento jurídico. Kelsen, assim, apesar das veementes críticas
à sua teoria, tentou buscar uma solução para a questão da validade do sistema,
dando uma vasta contribuição para a teoria do ordenamento jurídico.
03. teorias da RESPONSABILIDADE CIVIL
Anna Carolina Araújo Novello
E-mail: carolnovello@yahoo.com.br
Direito, UFRN.
O art. 927 do Código Civil assim preceitua:
"Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187) causar dano a outrem, é
obrigado a repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,
independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a
atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua
natureza, risco para os direitos de outrem." Com base no artigo retro, é
possível perceber que a Responsabilidade Civil pode ocorrer tanto quando aja
culpa (caput) como quando ela inexiste (parágrafo único). No primeiro caso, a
responsabilidade civil é pautada na Teoria Subjetiva, enquanto que no último,
na Teoria Objetiva da Responsabilidade Civil. A Teoria Subjetiva, como exposto
acima, baseia-se na culpa, e tem como pressupostos o ato ilícito, o dano e o
nexo causal. O ato ilícito pode ser desmembrado em dois elementos: o objetivo,
representado pela antijuridicidade (ser contrário ao ordenamento jurídico); e o
subjetivo, assente na culpabilidade. O dano representa uma lesão a um bem
jurídico, e pode ser de dois tipos: patrimonial, quando atinge os aspectos
financeiros da vítima, ou seja, bens comvalor econômico; ou extra-patrimonial,
também denominado dano moral, que corresponde a uma lesão a um dos direitos da
personalidade, atingindo a pessoa enquanto ser humano. O nexo causal é a
relação de causa e efeito entre a conduta do agente e o dano. A exclusão do
nexo causal pode se dar nos seguintes casos: caso fortuito, força maior, fato
exclusivo da vítima e fato e terceiro. No que concerne a Teoria Objetiva da
Responsabilidade Civil, não há que se perquirir a existência ou não do ato
ilícito, mas sim se há uma atividade de risco. É esta que vai gerar a
responsabilidade, seja o ato lícito ou ilícito, independentemente de culpa.
Onde existir o dano, haverá reparação. O Novo Código Civil ainda tem como regra
a Teoria Subjetiva, mas a Objetiva vem cada vez mais sendo valorizada e
utilizada.
04. Platão na Filosofia do Direito
Fernanda Gouvêa
E-mail:amigaill@hotmail.com
Direito, UFRN
Suzana Régia Fontes de Souza
E-mail: suzana_regia@yahoo.com.br
Direito, UFRN
Ateniense de origem aristocrática, Platão (427-347
a.C.) formulou a maioria das questões sobre o conhecimento formador da base da
discussão filosófica. Sem grande sucesso, participou das atividades políticas,
fato visto como importante na constante evolução do seu pensamento. Para
entender a Filosofia do Direito segundo esse filósofo, são essenciais duas
obras, diálogo da República e diálogo das Leis. A República descreve a
concepção ideal do Estado, a mais perfeita unidade, detentor de um poder
ilimitado, nada reservado exclusivamente à vontade dos cidadãos, e dividido em
três classes: os governantes (filósofos que exercitam a sabedoria); os
guerreiros (responsáveis pela defesa); os artífices e agricultores
(encarregados pela alimentação). A imperfeição do indivíduo é a causa da
sua submissão ao Estado. Ele domina a atividade humana e tem por fim a
felicidade de todos. Platão apresenta, sem condenar a escravidão, a abolição da
família e da propriedade, uma comunhão dos bens a fim de alcançar a unidade
orgânica e a harmonia do Estado (vale só para as duas classes superiores,
governantes e guerreiros). O diálogo “As Leis” trata largamente sobre o
problema da legislação, mostrando uma visão realista sobre o que deveria
acontecer e que na realidade não ocorre. Para ele, a prática e a natureza
humana, principalmente a má conduta do ser humano, geram a necessidade de leis
que orientem o indivíduo e o conduzam a um bom proceder, visando o bem comum,
possuindo, portanto, um caráter educativo, assim como o Estado deve possuir.
Este, além de educador, também possui domínio e poder, respeitando, apesar
disso, a personalidade individual dos homens livres. No que concerne à forma de
governo, nem a monarquia, nem a democracia seria o regime mais adequado, mas
sim a fusão dessas duas formas, através da qual a cidade seria governada
através de sábios e guardiões das leis.
05. A Filosofia do Direito e o Jusnaturalismo
Diana Câmara Rodrigues
E-mail:diannacamara@yahoo.com.br
Direito, UFRN
Maria da Conceição Oliveira
E-mail: ceicoca_direito@bol.com.br
Direito, UFRN
A teoria do Direito Natural é antiqüíssima, o
primeiro pensador a expor uma doutrina sobre esse tema foi Heráclito de Éfeso.
Na descoberta ateniense do homem -da natureza humana- parece encontrar-se a
semente desse movimento, que atende ao anseio comum, em todos os tempos, a
todos os homens (caráter universal, tendo como prova incontestável a Declaração
dos Direitos do Homem), por um direito mais justo, mais perfeito, capaz de
protegê-lo contra o arbítrio do governo. Por ser tido, pelos defensores dessa
corrente, como superior ao Direito Positivo, como sendo absoluto e universal
por corresponder á natureza humana; servindo como referência para o legislador
e para as consciências individuais. Dotada de uma concepção dualista, a
corrente Jus Naturae apesar de
criticada por muitos, mantêm-se fiel a um princípio comum: a consideração desse
direito como sendo justo por natureza, independente da vontade do legislador,
derivado da natureza humana, ou dos princípios da razão (jus racionalismo),
sempre presente na consciência humana. Esse modelo engloba uma variedade de
teorias que divergem não só quanto a sua fonte (natureza ou razão) como também,
quanto aos meios de deduzi-lo ou aprendê-lo (lógico ou intuitivo) e, quanto á
conceituação da natureza humana: belicosa (Hobbes), boa e pacífica (Locke e
Rousseau), racional, social, individualista etc. Essa escola foi fruto de
discursões por muitos estudiosos como: Grocio, Pufendorf, Leibniz, de certa
forma Kant, dentre outros. Sua importância é indubitável, visando sempre à
proteção á vida, á liberdade, a integração física e moral e ao patrimônio.
06. SOFISTAS x SÓCRATES
Cassandra Hágata Dantas
E-mail: cassandra_dantas@hotmail.com
Direito, UFRN
Nathália Cardoso Amorim Salvino
E-amil: tataya_@hotmail.com
Direito, UFRN
O pensamento sofista surge no século V a.C., num
contexto de franco crescimento da democracia ateniense, onde a arte da palavra
passa a ter importância decisiva em discussões jurídicas, morais e políticas,
as quais eram travadas nas assembléias e tribunais. O conhecimento passa a ser
elemento de subordinação à retórica e à oratória; e surge um período
antropológico, que revela características individualistas e subjetivistas, em
que o homem é sujeito da verdade e do conhecimento ("o homem é a medida de
todas as coisas", Protágoras), e em que cada indivíduo é possuidor da sua
própria visão da realidade. Os sofistas negam, portanto, o caráter absoluto,
não só da verdade, como também da justiça, considerando o direito relativo e
expressão mutável do arbítrio, da força e da capacidade oratória. Em
contrapartida, Sócrates (470 - 399 a.C.), apesar de nada de escrito ter
deixado, devolveu ao pensamento grego a confiança na verdade numa época de
ceticismo geral marcada pelo relativismo dos sofistas. A ética socrática,
recomendando o bem, identificando sabedoria com virtude, possibilitou a prática
de uma aprendizagem racional. Além disso, deixou-nos a compreensão de que são
idênticas a justiça e a legalidade desde que a lei tenha por objetivo o direito
natural. Esse pensador grego defendeu o respeito às leis escritas e não
escritas, boas ou más, para que não houvesse encorajamento ao mau cidadão de
violar as boas leis. Nesse tocante combateu seus adversários sofistas, que se
insurgiam contra os textos legais. Sócrates foi assim o precursor de uma tríade
- Sócrates, Platão e Aristóteles - que assinalou momentos altos do pensamento
jusfilosófico helênico.Observa-se então uma contrariedade entre as proposições
defendidas por cada escola, tendo Sócrates combatido o sofismo na busca de uma
verdade única decorrente da consistência dos argumentos e condenando a
relativização da verdade.
07. Maquiavel e sua obra prima, o príncipe.
Jorgeana Câmara.
E-mail: jorgeanacamara@pop.com.br
Direito, UFRN
Pablo Everton
Macedo.
E-mail: pabloeverton@click21.com.br
Direito, UFRN
Maquiavel nasceu num contexto de instabilidade
política governos despóticos e escentralizados que se mantinham no poder às
custas de astúcias e alianças com outros principados, é marcante a decadência
italiana após seu enfraquecimento econômico, militar sua descentralização
política. Segundo Maquiavel a psicologia e a historia seriam guias para nortear
a ação do governo o estado deveria basear-se na ordem, regulando conflitos ele
existentes. A forma de compartilhamentos dos bens numa sociedade relativamente
igual everia compor uma república (dividida em aristocracia, democracia
restrita ou ainda democracia ampla), sendo o contrário, caberia então um
principado, caso não houvesse essa distinção poderia se gerar um desequilíbrio
e consequentemente o fim do estado. Maquiavel tinha metas e objetivos práticos,
que buscou descrever no seu trabalho usando métodos istemáticos. Existem
algumas metas que são próprias da ciência experimental, e sem as quais ela não
existe: a descrição precisa e sistemática de fatos públicos, a correlação
destes atos por meio de leis, e por meio destas, antever eventos futuros, com certo
coeficiente de probabilidade. Em Maquiavel, elas estariam sempre presentes e
controlariam a dialética de uma investigação. A obra-prima de Maquiavel pode
ser considerada um guia de recomendação para governantes. O objeto central do
livro é o de que para permanecer no poder, o líder precisar estar preparado
para transgredir qualquer conceito moral, e recorrer inteiramente à força para
atingir um bem maior, as idéias de Nicolau Maquiavel podem não ter sido éticas,
mas foram com certeza influentes. O próprio Maquiavel assumiu que elas não eram
originais: seus conselhos já haviam sido adotados na prática por diversos
governantes bem-sucedidos. Maquiavel é visto erroneamente como um mau caráter
devido ao cunho não ético de sua obra, porém como foi dito anteriormente ele
apenas descreve sistematicamente condutas de lideres que contribuíram para a
conquista e manutenção do poder político.
08. Idade Média: A patrística e a escolástica
Antônio Marinho da Rocha Neto
E-mail: tonheto@yahoo.com.br
Direito, UFRN
A religião cristã, que havia sido difundida durante o
império romano, acabou se consolidando na Europa e portanto,tornou-se um traço
marcante na vida das pessoas na Idade Média. O cristianismo acabou atingindo
também a filosofia do direito deste período,colocando no direito da época uma
função muito mais espiritual, do que utilitarista. Desta forma, o fim maior do
direito passaria a ser a beatitude celestial pela subordinação a Deus e não a
plena harmonia na vida civil, como vinha sendo até então. Assim, na idade
média, a igreja se sobrepunha ao estado já que este cuidava apenas aos assuntos
relativos a vida terrena,enquanto a igreja cuidava dos assuntos de ordem
eterna. Nessa época, é resgatada da jurisdição romana a concepção de direito
jusnaturalista.Essa concepção exerceu papel fundamental no direito
medieval,pois legitimava a sobreposição do direito teológico sobre o direito
positivo. Nesse contexto,nascem duas filosofias de grande importância no estudo
da idade média que são a escolástica,de São Tomás, e a patrística,de Santo
Agostinho. A patrística,que tem como sua principal obra “A cidade de Deus,de
Santo Agostinho, procura colocar como filosofia a ser seguida a devoção
exclusiva as coisas divinas,já que ele afirma que somente essas podem levar a
salvação,pois ele coloca que todas a coisas originárias do homem são impuras
por descenderem do pecado original. A escolástica,ao contrário da
Patrística,procura relacionar estado e religião. Essa filosofia afirmava que o
homem deveria obedecer a leis fornecidas pelo estado dos homens,mas somente até
o ponto em que elas não contradissessem as leis da igreja.São Tomás portanto,
considera a manutenção da ordem essencial,já que ela seria um reflexo da
vontade de Deus,porem toda lei que fosse contra os ideais da igreja,era contra
Deus e portanto,ilegítima. Assim,Tomás coloca o poder da igreja sobrepondo o do
estado e confere ao papa o poder de fiscalizar o governo de todos os soberanos
de acordo com as regras canônicas.
09. A sanção na concepção de Hans Kelsen
Felipe Augusto Magalhães Branco
E-mail: lipe_mossoro@yahoo.com.br
Direito, UFRN
Jordão de Almeida Rodrigues Fernandes
Direito, UFRN
Quando se aborda a teoria pura do direito, a primeira
impressão que surge diante de leigos é a de um reducionismo às normas que seria
nocivo à ciência do direito. Porém tal impressão é derivada de uma visão
deturpada que desconhece os verdadeiros propósitos dessa abordagem tida como
polêmica. Para entender a teoria de Kelsen, é preciso observar o período em que
se deu a elaboração da mesma, onde nesse contexto a ciência jurídica tinha sua
autonomia ameaçada diante do positivismo de várias tendências, além dos
teóricos da livre interpretação do direito, que permitiam o acoplamento da ciência
do mesmo com outras de cunho humanístico, como a psicologia, a sociologia e até
mesmo princípios das ciências naturais. Visando solucionar a problemática da
autonomia, Kelsen reduz o método e objeto da ciência jurídica ao enfoque
normativo através do princípio da pureza, que consistia em fazer com que o
direito não se perdesse em discussões estéreis e que, dessa maneira, não
perdesse o rigor científico. Apesar de tudo, o autor da Teoria Pura do Direito
não discordava do aspecto multifacial das normas, cuja evidência está presente
no estudo específico da sanção. Segundo a antropologia Kelseniana, o homem
nasce disposto a satisfazer os seus interesses seguindo a conduta que lhe
permita atingi-los, assim não hesitando em prejudicar o seu próximo. Apesar da
vontade do legislador em modificar a vontade natural do homem, isso é
impossível, porém passível de limitações que se concretizariam através das
sanções. Trata-se de prescrever uma conduta através do sancionamento de conduta
oposta àquela. Logo "o ilícito seria o pressuposto do direito e não sua
negação"(Coelho, 1999), podendo-se aferir que se o direito é uma ordem
coativa, só haverá sentido em sua existência se suas normas forem passivas de
transgressão para que haja imputação da sanção.
10. Das Origens a Péricles
Maycon Alexandre Espíndula
E-mail: xmaycon@ibestvip.com.br
Direito, UFRN
Rosaver Alves da Costa
E-mail: rosaver_costa@yahoo.com.br
Direito, UFRN
Neste projeto pretendemos explanar sobre como o homem
se organizou na terra em tempos primitivos, tomando por base a sociedade grega
antiga num período anterior a Sócrates, tentado mostrar alguns desdobramentos
da legislação em face do pensamento, das crenças, e práxis social da época.
Inicialmente o homem vivia na natureza, seu referencial. Vivia de acordo com a
lei que imperava: a sobrevivência do mais forte, lembrando que na natureza
inexiste maldade, só organismos tentando sobreviver onde os deuses fazem as
leis; natural acreditar que se um ser tem mais força que outro, tal fato se
deve a um favor divino, e até aí os homem eram nômades, viviam em pequenos
grupos para sobreviver e por isso “não podiam se debruçar sobre coisas inúteis
como filosofia ou arte” (Lycurgo, 2005), mas o homem se torna sedentário,
primeiro com o domínio da agricultura, depois com a domesticação de animais e a
produção de ferramentas para dominar a natureza. "Quanto às cavernas,
muitas delas acabaram se transformando em recintos funerários, por seguinte, em
centros cerimoniais, num movimento que indicava um germe das futuras cidades
históricas" (Vicentino, 2002, pg. 13). Nesse período toda
"legislação" se fundamenta no poder religioso, "nessa natureza
do primitivo o acaso não tem vez. Tudo, em seu entender, é coberto pelo
determinismo mágico" (Pereira, 1980, pg. 15). Nesse período os homens não
conheciam leis, mas eram "punidos" por aqueles que as conheciam: os
deuses. Com a personificação dos deuses gregos se vê uma primeira aproximação
das leis humanas das divinas e nesse período até mesmo os seuses estão
submissos às leis naturais. Com a chegada das ciências médicas começa um
movimento no sentido de se ter o homem em evidência ao invés dos deuses e junto
com isso certa separação entre o que seria religião e legislação.
11. A evolução da História da Filosofia do
Direito e a crença realista no impossível
Kassia Vanessa de Souza Rego
E:mail: kassiava@yahoo.com.br
— Direito,
UFRN
A
partir de um exame atento da linha evolutiva da história da Filosofia do
Direito, esta apresentação tem como objetivo avaliar e criticar as influências
teóricas desse pensamento para o curso do Direito atual e as formas de governo
vigentes ou amplamente defendidas. Pretende-se questionar as ideologias
políticas de esquerda e direita de acordo com sua real eficiência para os
problemas enfrentados no contexto histórico presente e suas possíveis ilusões
ideológicas nocivas por irem de encontro ao princípio da dignidade humana
explanado por Kant. De acordo com as conclusões apresentadas, a
argumentação se encaminha para se discutir até que ponto é possível uma efetiva
evolução do ser humano, a construção de um projeto comum de progresso social
baseado em reformas morais e políticas. A essência humana e a crença do homem
nos membros da sua própria espécie entram em questão para, tendo em mente as
obras de pensadores como Hobbes, Rousseau, Kant e Nietzsche, o colóquio se
abrir e os espectadores presentes exporem suas idéias quando questionados sobre
o preço da autonomia, a descrença na democracia, a capacidade de se permanecer
num estado comunista, a paz perpétua, a bondade ou maldade humana e medo do
homem pelo homem. Por que não ser realista e acreditar no impossível? Por que ainda
ter esperança?
GT-08:
PRÁTICAS DISCURSIVAS NA CONTEMPORANEIDADE: modos de subjetivação, identidades e
relações de poder
Coordenadores:
Marluce Pereira da
Silva
E-mail: marlucepereira@uol.com.br
Maria Bernadete
Fernandes de Oliveira
E-mail: mbernadete@ufrnet.br
Departamento de
Letras
Local: Setor de
Aulas II, sala B3
A compreensão da
subjetividade como integrante das relações sociais permite considerar que o indivíduo
se inscreva num processo de pertencimento a diversos grupos culturais. Nessa
perspectiva, o discurso é concebido como uma prática realizada por indivíduos
que, através dele, se constituem sujeitos, agindo sobre si e sobre aqueles com
quem interagem, construindo a sua realidade social. Este GT reunirá discussões
que focalizem a linguagem e suas implicações no agenciamento de subjetividades,
na constituição de identidades culturais e na presentificação de relações de
poder. A pretensão é a de apresentar e socializar pesquisas concluídas e em
andamento que revelem práticas discursivas em que a linguagem, ao produzir
sentidos, possibilite que os sujeitos utilizem mecanismos e estratégias de
diferenciação, ao posicionarem-se ou serem posicionados em diferentes lugares,
exercendo poder e constituindo subjetividades e identidades em cenários
culturais diversos. Desta forma, serão acatadas as pesquisas cujas temáticas
versem sobre aspectos discursivos de práticas sociais que apontem para modos de
subjetivação, relações de gênero, relações de poder, pertencimentos étnicos e
questões éticas na produção do conhecimento.
01. O conceito de Falo:
a presença da ideologia no discurso freudiano sobre o amor e suas implicações
para os estudos de gênero
Augusto César Francisco
Orientador: Alípio
de Sousa Filho
A presença da
ideologia no discurso freudiano tem implicações teóricas e metodológicas
importantes na construção conceitual da psicanálise. Por ideologia, entendemos
ser o discurso, nas sociedades, que naturaliza o que é socialmente construído,
perpetuando uma dominação social; por exemplo, a idéia do amor como natural,
tal como acontece no mito do amor materno, perpetuando uma dominação masculina.
O presente trabalho analisa a presença da ideologia no discurso freudiano sobre
o amor, especificamente na sua elaboração conceitual-psicanalítica sobre o
Falo, entendido, esquematicamente, como a representação simbólica do pênis, e
geralmente considerado adjetivado como na fase ‘fálica’ da evolução da libido –
com conseqüências pertinentes para a classificação entre o masculino e o
feminino.
02. A materialização da
ideologia nos slogans de propaganda
política
Janaina Tomaz
Capistrano (UFRN - PPgEL)
Orientadora: Profª
Drª Maria Bernadete Fernandes de Oliveira
Este trabalho pretende
descrever a proposta de estudo do projeto de mestrado, intitulado A materialização da ideologia nos slogans de propaganda política. Tal
projeto está vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem e
concentra-se na área de Lingüística Aplicada, inserindo-se na linha de pesquisa
Linguagem e Práticas Sociais. Temos como proposta a análise discursiva dos slogans de campanhas políticas dos
principais candidatos à prefeitura de Natal e Mossoró, realizadas em 1996, 2000
2004. Para tanto, nos basearemos nas teorias da Escola Francesa da Análise de
Discurso e do Círculo Bakhtiniano, as quais fundamentam as concepções de
linguagem, discurso, ideologia e sentido, considerando as condições de produção
– sujeito e situação -, o interdiscurso e as formações discursivas que as
delineiam.Nesse sentido, esse estudo poderá contribuir para uma melhor
compreensão de como a ideologia, as condições de produção e os lugares sociais
dos interlocutores estão intimamente ligados à produção de discurso. Para Bakhtin,
a comunicação verbal não pode ser compreendida sem se considerar o seu estreito
vínculo com a situação concreta. “A criatividade da língua não pode ser
compreendida independentemente dos conteúdos e valores ideológicos que a ela se
ligam” (BAKHTIN: 1995, 127). È para desvelar os conteúdos e valores
ideológicos, aos quais a teoria bakhtiniana se refere e que estão presentes em
toda e qualquer enunciação, inclusive nos slogans
políticos que este estudo pretende contribuir.
03. SÍTIO DO PICAPAU
AMARELO:o arquétipo dos personagens na versão da Rede Globo de Televisão
Maria Betânia
Peixoto Monteiro da Rocha
O discurso é o que
se deseja dizer dentro de um texto, seja este temático ou figurativo. Para cada
discurso há uma ideologia. Para cada ideologia duas mensagens: uma superficial
- aparente - e uma profunda. O discurso é o recurso mais utilizado dentre as
formas de Poder. Na atividade Política, é o discurso que transmite, transforma
e percebe as manobras que têm por finalidade organizar e determinar a estrutura
social delimitada por fronteiras espaciais e filosóficas. Convencer um cidadão
a utilizar uma arma para defender os interesses de “seu país” é o discurso
recorrente em instituições militares. O que seria da economia, e, portanto da
acumulação de produtos, se não fosse o discurso de que é “preciso” comprar e
que, conseqüentemente, é necessário vender? E por fim, o que seria das igrejas,
instituições de ensino, e dos veículos de informação se não houvesse uma forma
de falar sem omitir a intenção? Diante da qualidade macunaímica do discurso, ou
seja, da qualidade de adaptar-se a partir de uma transformação estética da
linguagem, é que nós analisaremos o programa infantil Sítio do Pica-pau
Amarelo, inspirado na obra de Monteiro Lobato. Percebendo que os textos
figurativos são os que mais omitem as mensagem de nível profundo e os que
possuem maior alcance, é que determinamos a escolha do programa a ser
analisado.Nossa estratégia é definir a intenção do discurso da Rede Globo a
partir da linguagem (verbal e não verbal) dos personagens do Sítio do Pica-pau
Amarelo.
04. Tecnologias do eu e
autobiografia
Carmen Brunelli
PPGEL/UFRN
As tecnologias do
eu são produzidas a partir de técnicas que conduzem o indivíduo a tornar a si
próprio o sujeito de suas práticas e das práticas dos outros sujeitos sobre si,
recusando ou resistindo a certos modos de subjetivação. No entanto, essas
técnicas não se dão independente de dispositivos discursivos e não discursivos.
A partir dessas considerações, analisaram-se
alguns memoriais acadêmicos de um curso de Pedagogia que se configuram em
uma escrita autobiográfica. A partir de uma perspectiva foucaultiana, as
conclusões deste estudo apontam para o fato de que o discurso nos textos
autobiográficos reflete não apenas as experiências do sujeito mas também a
forma singular e normativa dos dispositivos pedagógicos que regulam e modificam
essa relação reflexiva.
05. CRENÇAS NO ENSINO DE
LÍNGUA INGLESA: análise dos discursos de slogans propagandísticos de escolas de
línguas
Ivonete Bueno Gratão
PPGEL/UFRN
O trabalho proposto
apresenta uma análise, em fase introdutória, de uma pesquisa cuja temática
versa sobre a questão de crenças em relação à aprendizagem de língua inglesa
que atravessam os discursos propagandísticos de escolas de línguas. A questão
norteadora dessa investigação é que valores e representações são utilizados
nesses discursos com o propósito de “seduzir” as pessoas para o ingresso em
alguns cursos propostos? Utilizam-se como corpus
folders de escolas franqueadas
nacionalmente, Yazigi, Fisk e Skill, com o propósito de averiguar efeitos de
sentido que perpassam tais discursos, de forma a motivar as pessoas a
ingressarem nessas escolas, a partir da evidência em torno da aprendizagem de
outros idiomas, ou, ainda, verificar, se de fato, a preocupação expressa por
esses cursos está relacionada às vantagens dirigidas para ascensão e status
social. Fundamentam teoricamente a investigação os trabalhos de Barcelos, Pajares,
Almeida Filho, entre outros. A partir da análise até então realizada,
percebe-se que as práticas discursivas de tais propagandas refletem aspectos
culturais de que o conhecimento de uma língua estrangeira, em especial o
inglês, traz ao indivíduo posição privilegiada no mundo contemporâneo.
06. DISCURSO, MEMÓRIA E
IDENTIDADE: estudo de marcas de identidade étnico-racial de professores
Girlane Costa de
Sousa- UFRN
Nesta pesquisa,
procurar-se-á analisar práticas discursivas de professores negros pertencentes
a escolas da cidade de Natal. Para tanto, realiza-se um estudo, numa
perspectiva discursiva, das marcas de identidade destes sujeitos em espaços
escolares, com o propósito de averiguar a sua inserção nas instâncias públicas
onde são identificados em seus papéis à busca da ascensão social. Toma-se a
memória como elemento central para o resgate dos relatos desses profissionais
na trilha da construção de sua identidade social e racial. Colocam-se como
questões de pesquisa até que ponto os professores negros incorporam a sua
identidade racial e que tipo de interdição enfrenta estes sujeitos nas diversas
instâncias da convivência social no seu cotidiano. Como procedimento
metodológico, analisaremos, qualitativamente, dados da entrevistas. Recorre-se
às postulações da AD de linha francesa. e aos estudos de Hall (1996) e Tomás
Tadeu da Silva (2000), (Moita Lopes (2002), entre outros, voltados para a
questão da relação educação e raça. Espera-se, a partir da análise, apreender
dos discursos dos docentes negros aspectos relevantes da sua história de vida
sobre a temática da identidade racial.
07. PROCESSOS
DISCURSIVOS DE CONSTITUIÇÃO IDENTITÁRIA DO GOVERNO LULA NA PROPAGANDA EXIBIDA
NA MÍDIA
Ady Canário de SOUZA
PPgEL - Universidade
Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
Este trabalho
resulta do interesse em compreender procedimentos discursivos de construção dos
sentidos da/pela linguagem na propaganda do governo Lula que circula na mídia.
Com foco na construção da identidade do Governo Lula, a análise, de forma
introdutória, procurará mostrar como, ao fazer uso da linguagem, se constrói
essa identidade constantemente negociada com o outro. Observando o discurso
dessa propaganda, vemos que a midiatização da política pode também nos levar a
entender essa arena na qual a política se assemelha a uma empresa de vendas. No
seu interior, desenvolve-se o plano estratégico que pressupõe a aplicação das
ferramentas do marketing para vender
a imagem que o governo objetiva negociar com o outro. Busca-se, ainda,
investigar de que forma a penetração da política na mídia poderá contribuir
também para explicar a relação da língua ao político, ao histórico, aos
acontecimentos discursivos inerentes aos processos de construção dos sentidos
da/pela linguagem. Para tanto, orienta teoricamente esse trabalho a AD de
filiação francesa, especificamente, na utilização de noções como efeitos de sentido,
interdiscurso.
08. Sujeito(s) da
notícia: uma análise discursiva
José Zilmar Alves da
Costa
Análise dos
processos discursos constitutivos da notícia, com enfoque na tríade
jornal-jornalista-fonte, vistos como figuras discursivas, com certas capacidades
fixas e com um lugar na ordem das coisas, que se apropriam da língua,
instalam-se como centro de referência interno de seu discurso, postulam o
outro, expressam uma relação com o mundo e pelo discurso co-referem com seu
interlocutor mas que sofre constrangimentos e condicionamentos diversos.
Sujeitos que ocupam um lugar social e a partir dele passam a enunciar, a fazer
um discurso ideológico, sempre inseridos num processo histórico.
09. A problemática da
pesquisa nas Ciências Humanas e na Lingüística Aplicada: modo de significação e
relações éticas.
Renata Archanjo
Departamento de
Letras – UFRN
Os estudos sobre a
produção do conhecimento, na área das Ciências Humanas vêm sofrendo
modificações decorrentes das crises dos paradigmas científicos que orientam o
modo de produção das mesmas e de sua significação na contemporaneidade. No
campo da linguagem, a Lingüística Aplicada e a sua vertente crítica, igualmente
apontam para uma modificação em seu campo de atuação que caminhe para além de
um estudo teórico / prático das manifestações do fenômeno lingüístico,
constituindo-se em posicionamentos que, ao levar em conta questões históricas,
políticas, sociais, econômicas, culturais, tecnológicas, questões que abarquem
diferentes comunidades, grupos étnicos, minorias, apontem para um conhecimento
sobre como as vozes presentes nos discursos significam e como as relações
éticas se constituem no interior desses discursos. O conhecimento passa pela
subjetividade de cada indivíduo e, sendo o sujeito múltiplo, heterogêneo, fragmentado,
axiológicamente atravessado em todas as suas manifestações, mas único em sua
eventicidade, a subjetividade de cada um é produto de suas relações singulares
com o mundo e com os outros. O objeto de estudo de nossa pesquisa é o discurso
teórico-científico produzido no âmbito dos estudos da linguagem e, portanto,
dentro do campo das Ciências Humanas, e seu significado. Ao questionar a
significação do discurso estamos partindo do pressuposto que este se constitui
na dialogicidade na qual circulam vozes em constante tensão. Entender como as
diferentes vozes se fazem ouvir e significam no discurso científico é o
primeiro de nossos objetivos. Entender como o sujeito estabelece uma relação
ética com seu discurso e com o outro para quem ele se dirige é o segundo de
nossos objetivos.As questões apontadas acima dizem respeito às idéias centrais
que fundamentam minha pesquisa de doutorado e constituirão a base das
discussões propostas para o presente GT.
10. O olhar exotópico do
revisor de textos
Risoleide Rosa
Freire de Oliveira
(UFRN)
O trabalho
apresenta os primeiros momentos de um estudo sobre o processo de revisão de
textos de autores maduros em que o ato de revisar é considerado como um ato
ético, um ato de responsabilidade e responsividade, um ato de negociação entre
os pontos de vista do revisor e do autor.
Fundamentada na concepção de linguagem enquanto prática social e
discursiva, de acordo com a teoria da enunciação na vertente bakhtiniana, a
investigação tem como principal objetivo compreender como se dá o trabalho do
revisor, como ele se posiciona na relação revisor-texto-autor e até que ponto
interfere no conteúdo temático, na forma composicional e no estilo textuais.
Parte-se do pressuposto de que ao desenvolver seu trabalho, o revisor exerce a função
de mediador entre o texto e o produtor, de modo que este assuma sua posição de
autor, ou seja, aquele que é responsável pelo texto nas dimensões lingüísticas
e discursivas. Para isso, é necessário que o revisor assuma uma posição
“exotópica”, ou seja, de distanciamento do texto do outro, o que lhe permite
“ver no outro aquilo que ele não pode ver em si próprio”, por meio do
“excedente de visão”. Nessa perspectiva, o revisor de texto deve ser, portanto,
aquele que dialoga com o autor do texto e tenta, de uma “posição de
distanciamento”, colaborar para o sucesso do produto final.
11. MULHERES QUE RETOMARAM A SUA
TRAJETÓRIA ESCOLAR:
PENSANDO IDENTIDADES
SOCIAIS
Cássio E. R. Serafim
(UFRN/PPgEL)
Marluce Pereira da
Silva (UFRN/PPgEL)
Neste trabalho,
buscamos situar mulheres adultas num mundo onde, constantemente, as identidades
coletivas e individuais estão sendo questionadas, com o propósito de serem
reconstituídas sob a influência de aspectos culturais, sociais, políticos,
econômicos e históricos. Ponderamos sobre a decisão desse sujeito social de
retomar a sua trajetória escolar. Indagamo-nos se esse retorno pode ser
justificado com base na necessidade de elevar a escolaridade na tentativa de
inserir-se e/ou manter-se no mercado de trabalho e/ou se pode ser refletido
como uma inserção num processo de revisão de identidades sociais antes dadas
como fixas; em especial, a de gênero. Na busca de possíveis respostas para o
nosso problema, estamos analisando relatos de mulheres adultas que retomaram a
sua trajetória escolar, em programas de Educação de Jovens e Adultos (EJA), na
cidade de Natal (RN). Buscamos dialogar com textos de estudiosos que invistam
no estudo da constituição de identidades sociais na contemporaneidade, bem como
na sua relação com a educação e com a linguagem. Entre eles, encontram-se
Britto (2003a; 2003b), Hall (2000), Escosteguy (2001), Kleiman (1995; 1998),
Mey (2001), Hoffnagel (1999), Ribeiro (2003), Signorini (1998; 1999). Em termos
de conclusão parcial, inferimos que a retomada da trajetória escolar e a
obtenção de um certificado de conclusão do Ensino Fundamental podem isentar
esse sujeito de certos constrangimentos sociais e podem contribuir para a
ressignificação da sua imagem social e, conseqüentemente, para o constante
processo de constituição e questionamento de suas identidades sociais.
12. A HORA DA ESTRELA: a
relação entre história e a literatura, uma questão de gênero?
Durval Muniz de
Albuquerque Júnior
Professor do
Departamento de História
Bolsista de
Produtividade em Pesquisa - CNPq
Universidade Federal
do Rio Grande do Norte
INTRODUÇÃO:
Uma das questões mais debatidas hoje entre os historiadores é a relação entre a
história e a literatura, a história e a narrativa. Grande parte dos textos
escritos sobre esta temática defende sempre o mesmo ponto de vista, ou seja, a
necessidade de diferenciar a história da literatura, de se defender da ameaça
que parece representar a aproximação entre o texto do historiador e o texto
literário. Por que tememos a literatura? Porque a denegamos? HIPÓTESE: Nossa hipótese é que a
história, como um saber surgido no seio da sociedade grega clássica e de seu esforço
de racionalização do mundo, teme a experiência literária onde se foi alojar, na
modernidade, a dimensão trágica da existência, o lado não racionalizado e não
luminoso da realidade. METODOLOGIA:
Partindo do que Lacan, Deleuze e Guattari chamam de instâncias da vida psíquica
ou movimentos do desejo e tomando a obra da escritora brasileira Clarice
Lispector como material para reflexão, a comunicação procurará discutir a
relação entre história e literatura como a relação entre duas formas de
discurso que buscam afrontar o real, entendido enquanto caos, e tentam
ordená-las simbolicamente de distintas maneiras. RESULTADOS OBTIDOS: Sugerimos, ainda, que a relação entre estas
duas ordens de discurso é uma questão de gênero, não apenas discursivo, mas de
gênero entendido como a forma social de pensar e organizar a relação entre o
masculino e o feminino, ou seja, achamos que a história veio se alojar naquilo
que a sociedade ocidental definiu como sendo o masculino: a racionalidade, a
objetividade, a verdade, enquanto a literatura é inscrita no que o ocidente
definiu como feminino: a sensibilidade, a subjetividade, a ficção, o
mascaramento.
13. MÁSCARAS DE PAPEL: A
PRÁTICA LITERÁRIA CRIANDO LUGARES DE SUJEITO PARA LUIS DA CÂMARA CASCUDO
Francisco Firmino
Sales Neto
E-mail:
nassausiegen@yahoo.com.br
Orientador: Prof.
Dr. Durval Muniz de Albuquerque Junior
Departamento de
História - UFRN
O presente trabalho
é parte integrante do projeto financiado pelo CNPq, Luís da Câmara Cascudo em “As batalhas contra o tempo”: a biografia
histórica de um erudito brasileiro (1898-1986). Este projeto tem por
objetivo compreender, a partir da elaboração de uma biografia, como se formou a
subjetividade do erudito potiguar Luís da Câmara Cascudo e, assim, entender a
diversidade de temas por ele pensados. Nesse momento, nos propomos a discutir a
emergência da primeira construção subjetiva de Câmara Cascudo – a de crítico
literário – pois, parafraseando Foucault, foi esta a sua primeira estratégia
discursiva. Isso é o que nos mostra a análise de seus primeiros artigos no
Jornal A Imprensa, a partir de 1918,
bem como sua primeira obra publicada, Alma
Patrícia: crítica literária, de 1921. Estes textos demonstram a intenção de
um homem em se afirmar como sujeito do saber, por meio da prática literária.
Assim como um personagem de teatro da Grécia Antiga, que utilizava uma máscara
para cada personagem apresentado, Câmara Cascudo portou-se, obviamente, de
acordo com os princípios básicos de cada área do saber em que atuou, assumindo
múltiplos lugares de sujeito: historiador, folclorista, memorialista, etnógrafo
e biógrafo, por exemplo. Portanto, entendendo o sujeito como uma construção
social e histórica, buscamos mostrar como estes discursos atuaram na construção
do primeiro de vários lugares de sujeito ocupados por Câmara Cascudo ao longo
de sua vida, arrogando para si um espaço entre a elite letrada do Rio Grande do
Norte, no início do século XX.
14. ENTRE A VIDA E A
CIÊNCIA: A SUBJETIVIDADE DO PROFESSOR NA PRODUÇAO DO CONHECIMENTO
Gilberto Ferreira
Costa
Aluno do Programa de
Pós-Graduação em Educação (PPGEd) da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte (UFRN) vinculado ao Núcleo de Pesquisa em Educação, Ciência e Tecnologia
(NEPECT) e Grupo de Estudos de Práticas Educativas em Movimento (GEPEM).
Professor do Departamento de Educação da Universidade do Estado do Rio Grande
do Norte (UERN).
Marta Maria Castanho
Almeida Pernambuco
Professora do UFRN
(PPGEd). Coordenadora do NEPECT e GEPEM.
O presente trabalho
propõe discutir o tema subjetividade e educação. Parte-se do princípio de que o
professor não é apenas mediador da aprendizagem no processo de ensino, pois se
o ato pedagógico constitui-se num ato político entende-se que em sala de aula
ao propor a discussão de um conteúdo ele utiliza-se de instrumentos escolhidos
a partir de uma posição político-ideológica. Entre esses o mais importante é o
discurso. Nele, o professor expõe, além do conteúdo considerado científico,
elementos de sua subjetividade, sendo essa fortemente influenciada por suas experiências
vivenciais. Nesse sentido, considera-se que o professor é produto de uma
formação ampla onde aspectos culturais, econômicos, psicológicos e sociais são
determinantes para a elaboração de um sujeito que pelo diálogo e pela
consciência é capaz de pensar e transformar a realidade, sendo ao mesmo tempo
produto e produtor de conhecimentos. Compreendendo que a realidade é
extremamente complexa e que uma só teoria não daria conta de explicar tal
complexidade utiliza-se um amplo referencial teórico que possa dar conta das
questões a serem analisadas. Assim, a pesquisa situa-se no pensamento de Michel
Foucault, Paulo Freire, Vigotsky, entre outros. Os sujeitos da pesquisa são
professores que moram e atuam em assentamentos rurais entre estes, 06 (seis) vinculados
a rede pública de ensino e que estão no curso de formação Pedagogia da Terra em
Ceará-Mirim (RN). A metodologia utilizada tem sido, nesse momento, a análise de
suas narrativas escritas de vida, onde buscamos encontrar nas mesmas,
experiências individuais e coletivas que, para eles, sejam norteadoras de suas
práticas sociais. Consideramos que observações às aulas, entrevistas e diálogos
constantes com os sujeitos são de extrema importância para uma melhor
compreensão do objeto. Dessa forma, essa pesquisa busca contribuir para a
reflexão de novas práticas pedagógicas a partir de uma nova concepção sobre o
processo de produção do conhecimento na contemporaneidade.
15. IDENTIDADE,
IMAGINÁRIO E ONTOLOGIA
Sheila
Mendes Accioly
Este
artigo tece as relações entre identidade e imaginário, rumo a uma visão
ontológica da contraparte do sujeito na análise discursiva, a partir da
aproximação entre a teoria do inconsciente de Sigmund Freud e a teoria do
imaginário de Gilbert Durand.
16. IDENTIDADE E PODER
EM TEXTOS MIDIÁTICOS ESCRITOS
Luiz Freire
(UFRN-LETRAS)
Tida historicamente
nos meios acadêmicos contemporâneos como uma sub-área do conhecimento
originalmente circunscrita e periférica, a Lingüística Aplicada, doravante LA,
no final dos anos 80 e ao longo dos anos 90, passou por um processo de
discussão e ampliação de suas linhas de contorno com conseqüente expansão de
suas zonas fronteiriças. Com isso, consegue legitimar procedimentos de
investigação que levam a uma prática cientifica de investigação do diverso, do
instável, do provisório, do novo, do que emerge. Assim, a referência cientifica
clássica, representada pelos padrões de investigação praticados pela
lingüística teórica deixam de ser a referência única. Fenômenos e problemas do
chamado mundo real passam a ser abordados em sua dimensão sociológica. Com
isso, emerge a necessidade de se visualizar as práticas de linguagem, ou seja,
a linguagem passa a ser vista e abordada como prática social. As práticas
discursivas passam a ser constitutivas do universo social. Em função dessa
expansão epistemológica, a LA passa a assumir efetivamente um compromisso com a
realidade social. Nesse novo quadro, questões como identidade, ética,
subjetividade e poder passam a ser contemplados como fatores relacionados à
responsabilidade social da lingüística aplicada. A partir desse novo olhar,
entendendo que o discurso midiático, pelo papel ascendente nas formas de
sociabilidade e do registro do cotidiano, representa uma prática social
importante de ser investigada, propomo-nos a trabalhar com textos midiáticos
escritos, obtidos em sua versão on line, de dois jornais de circulação
nacional, versando sobre uma temática comum que, apesar de universal,
reflete-se a nível local de forma diferenciada. Desse modo, entendemos,
torna-se relevante perscrutar o discurso midiático no sentido de visualizar
melhor o aspecto não adâmico deste discurso, considerando-o como constituído a
partir das vozes que emergem de seu interior.
17. DISCURSO, ESTILO E
IDENTIDADE: UMA ABORDAGEM ESTÉTICA DA CIDADE DE NATAL
Marília Varella
Bezerra de Faria
Universidade Federal
do Rio Grande do Norte
Esta pesquisa visa
estudar as identidades da cidade de Natal, construídas ao longo do século XX.
Sabemos que os espaços urbanos resultam de um conjunto de relações históricas,
políticas, econômicas, culturais, sociais e estéticas. As cidades brasileiras,
formadas a partir de modelos europeus, sobretudo espanhóis e portugueses,
fomentaram, ao longo do tempo, um modo desigual, mas articulador do local com o
que veio do exterior e de outras partes do país. Dessa forma, a construção de
suas identidades tem acontecido através da hibridação resultante das múltiplas
interpenetrações que existem entre os contingentes migratórios que formam o
país. Nesse contexto, a pesquisa de doutorado proposta objetiva estudar, à luz
da produção literária de poetas e poetisas natalenses, as representações que se
fazem da cidade de Natal, em vários momentos do século XX, buscando marcas
identitárias, a partir de visões de mundo e de estilos. Para tal, considera-se
a poesia como definidora de um modo característico de vida, que adquire
significado através do campo social ao qual está incorporada. O estudo toma como base o modelo sócio-histórico de
linguagem, entendendo esta como uma prática discursiva, que constitui
identidades (Bakhtin, Foucault, Pêcheux, Fairclough), assunto que vem ganhando
espaço no campo da Lingüística Aplicada. A pesquisa apresenta, ainda, interface
com os estudos sobre identidades culturais, considerando que a cultura significa
e constrói valores, produzindo diferenças em função de suas condições de
produção. Destacam-se as identidades plurais, flutuantes (Hall), construídas
nas relações de alteridade, sejam pessoais, étnicas, de gênero, de classe e
territoriais. Sendo a cultura perpassada por todas as práticas sociais, é
através dela que as sociedades refletem suas experiências comuns.
18. Literatura e
História: a modernidade por outro prisma.
Jânio Gustavo
Barbosa
janioguga@yahoo.com.br
A literatura tem
figurado na História Humana como um escape, onde os seres se isentam de si, e
expõe suas angustias, suas aflições, suas vitórias, suas decepções, enfim, a
forma como vê o mundo, como quer que ele seja e os moldes pelos quais absorve a
realidade. O final do século XIX e o início do século XX, nos dá uma
demonstração de como a literatura serve a História de forma a evidenciar um
passado incomum, um passado muitas vezes idealizador de um futuro, um passado
arredio ao presente e que nos mostra naquele tempo, outro tempo, nos levando a
uma fusão de tempo e espaço, no primeiro momento, incompreensíveis ao presente.
Nesse momento a literatura nos traz bons préstimos e nos permitem ir além do
que se há coletivamente. As individualidades chocam-se com as coletividades e
nesse contexto de mudança a literatura é muito mais do que uma metodologia para
a História, ela é um momento outro do presente daqueles tempos. A partir disso
o presente trabalho enseja evidenciar os resultados iniciais de uma pesquisa
bibliográfica acerca do tema, correlacionando os estudos interdisciplinares
entre Literatura e História, tomando a literatura do Rio Grande do Norte entre
os anos de 1920 e 1930, como base das evidencias de um aspecto da modernidade
figurante.
19. “ALMA PATRÍCIA”: uma
análise da crítica literária feita por Câmara Cascudo
João Carlos Vieira
da Costa Cavalcanti da Rocha
Graduando em
História
Bolsista de
Iniciação Científica – Balcão/CNPq
Universidade Federal
do Rio Grande do Norte
INTRODUÇÃO:
Em 1921, Cascudo publicou o livro “Alma Patrícia”, livro de crítica literária
sobre os poetas do Rio Grande do Norte. Por esta época, começavam a aparecer as
primeiras influências do Modernismo na literatura brasileira, movimento do qual
Cascudo foi o principal divulgador no Estado. HIPÓTESE: Nossa idéia é a de que “Alma Patrícia”, mesmo escrito
ainda sob influência parnasiana e antes da Semana de Arte Moderna, já
apresentava as primeiras idéias sobre a originalidade de temas, livre-métrica,
dentre outros aspectos que foram propagados pelo Modernismo no Brasil. METODOLOGIA: Utilizando-nos dos
pressupostos de Michel Foucault acerca da análise de discurso e das idéias
sobre a história da literatura no Rio Grande do Norte de Humberto Hermenegildo,
pudemos verificar os elementos que tornou singular as análises literárias
feitas por Cascudo. RESULTADOS OBTIDOS: Na
análise do livro “Alma Patrícia”, pudemos perceber características da primeira
fase da formação intelectual de Câmara Cascudo, que, através da crítica
literária, ainda demonstrava estar vinculado a vários pressupostos parnasianos.
No entanto, estas questões estavam em transformação, pois surgiram as primeiras
idéias que vinculava a prática literária à necessidade de originalidade, aos
temas regionais, ao riso e à livre-métrica, idéias que serão fortemente pregadas
pelos modernistas.
GT-09:
GUIMARÃES ROSA E CLARICE LISPECTOR: FICÇÃO, FILOSOFIA E PAIXÃO
Coordenadora:
Ilza Matias de Sousa
E-mail: ilzamsousa@yahoo.com.br
Departamento de
Letras
Local: Salão Vermelho
A finalidade do GT é
mobilizar leituras de Guimarães Rosa e Clarice Lispector que reflitam em suas
abordagens questões basilares sobre a ficção e a sua dimensão filosófica,
dentro da concepção criadora de uma poética dos afetos, na perspectiva de um
dizer (neo) humanista. Linha de pesquisa: Poéticas da modernidade e da
pós-modernidade.
Primeiro dia
01. A quinta história do
amor: o mal secreto na escrita de Clarice Lispector.
Francineide Santos
de Oliveira
Mestrado em Estudos
Letras, área de concentração - Literatura Comparada
UFRN/PPGEL
O presente trabalho
leva em conta dois textos de Clarice em que será abordada a relação entre mal
moral e “mal secreto” - enquanto trabalho de autoconhecimento e auto-
constituição da alma humana. Em que consiste o “mal secreto” referendado nas
obras de Clarice? Certamente que o conceito de “mal” está atrelado a uma
filosofia que discerne entre “mal moral” do binômio “bem/mal”, caracterizado
pelo senso comum. Mas afastando-se das prerrogativas de “cientificidade” dos
conceitos, as produções lispectorianas suspendem o olhar caquético das
pretensões filosóficas para considerar o terreno movediço da constituição da
alma humana. O “mal” torna-se, assim, uma espécie de encarnação do “trabalho
secreto” promovido pela paixão/desejo de autoconhecimento; uma ruptura com a
exterioridade ordenadora do “EU”; um mergulho vertiginoso na dor móvel e
contingente da vida. Afinal, o “mal secreto” emplacado na dor de viver nos
proporciona: um gosto sádico, um gosto reprimido de morte, um gosto de nos
conhecermos ao máximo... ( Denis de Rougemount in História do Amor no
Ocidente,p.69)
02. Grande Sertão:
Veredas e a Música como uma Poética dos Afetos
Cleodon Martinho de
Carvalho
Jônatas Torres da
Silva
Orientadora: Profª
Ms Ana Santana Souza
Universidade
Potiguar – UnP
No ano de 2004,
lemos em grupo e de forma oral, no projeto de extensão Cais da Leitura, o
romance Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa. Essa leitura resultou
em alguns trabalhos acadêmicos, inclusive uma monografia onde abordamos como
Rosa utiliza na escrita os recursos da língua para representação dos sons. Para
Facó (Guimarães Rosa: do ícone ao símbolo,
1986), a união entre o som e o sentido convida a uma viagem a todos os níveis
de sentido e de realidade, uma vez que a beleza sonora das palavras é, ao mesmo
tempo conhecimento e poesia, história e meditação, substância do visível e
sentido da vida. Desta forma a interação entre os produtores dos sons, o
ambiente, e aqueles que captam psiquicamente essa sonoridade, diga-se, os leitores,
dar-se-á na forma de equilíbrio, propiciando um complexo discernimento da
paisagem sonora presente na obra, uma vez que o equilíbrio é um ponto
fundamental para que haja harmonia entre a obra e o leitor. Para a compreensão
da obra não podemos entrar em conflito psíquico com os elementos sonoros
presentes nas palavras, e que são produzidos por Rosa. O
Autor considera ainda que nossas raízes também estão profundamente ligadas às
canções populares, dando sustentação às crenças, costumes e modos de vida de um
povo. A linguagem de um povo define sua linguagem musical. E essa é, ao mesmo
tempo, esperança e vida desse povo, renovando-lhe as forças para enfrentar a
natureza e o descaso. Como diz Rosa: “Tudo, nesta vida, é muito
cantável”. Concluímos que a musicalidade contida no
romance chega ao leitor afinando-lhe o sentimento e tornando-o apto a receber
impressões sonoras, especialmente no que se refere aos sons ambientais. Neste
contexto, acreditamos que a poesia de Rosa, contida na prosa, é a poesia da música
e também sua poética dos afetos.
03. Felicidade se acha é
só em horinhas de descuido
Ana Santana Souza
UnP/UFRN
Este trabalho é uma
leitura de Barra da Vaca, conto de Guimarães Rosa publicado em Tutaméia
(2001). A análise se concentra no protagonista Jeremoavo que, forasteiro,
migra em busca dos “achegos do mundo”. A errância do personagem é investigada a
partir do conceito de estrangeiro, elaborado na obra Estrangeiros para nós
mesmos (1994), por Julia Kristeva, para quem a estrangeiridade está no próprio
homem que persegue eternamente uma identidade. Também será consultado o livro
Sobre o nomadismo, de Michel Maffesoli (2001). Jeremoavo, como Riobaldo,
Matraga, e um sem fim de outros personagens de Rosa, fazem parte de uma falange
de estranhos, de estrangeiros. Portanto, quando falar de Jeremoavo, estarei
invocando todos os viajantes rosianos, todos os que estão em travessia.
04. Sobre Fita verde
no cabelo de Guimarães Rosa
Wellington Medeiros
de Araújo
Universidade
Estadual do Rio Grande do Norte
Na busca constante
de representação dos afetos, o texto literário rompe paradigmas e estabelece o
inusitado. Assim se faz ao (re) contar a tradição literária dos contos de
calçada, dos momentos em que as insuspeitadas estrelas correspondem aos astros
no firmamento. Desde Chapeuzinho Vermelho, coletado da tradição oral por
Perrault (1697), a história da menina que escolhe sua estrada a ser trilhada
tem vivido emblemáticas recriações poéticas. Entre elas, consideramos a
ilustração de João Guimarães Rosa, com seu Fita verde no cabelo, quando
a poética roseana desfaz os princípios centralizadores das concepções clássicas
postuladas pela teoria literária. Nesse sentido, o texto de Rosa estabelece
concepções descentralizadoras do fazer literário, ao experimentar, no conteúdo
humanitário e no artesanato sintático do conto, uma articulação inóspita. Rosa
passa do caminho da intertextualidade – entendida não apenas como princípio
mimético de outros textos (Kristeva), mas sim como formação dos discursos
sócio-culturais estabelecidos, como proposto inicialmente pelo dialogismo
bakhtiniano – para uma desconstrução simbólica no mundo das certezas
humanitárias (a mimeses aristotélica). No
percurso que se lança aos olhos do leitor, instância das significações, o
universo das causas orais, antropologicamente ditadas pela performance popular,
vai se abrindo lentamente no reerguimento do conto infantil Chapeuzinho
Vermelho. Inevitável é a associação imediata com a historieta da meiga
menina que se lança ao mundo para satisfazer os prazeres da pobre avó, enferma
em uma cama, em local distante, perdido em meio à floresta. Guimarães Rosa, ao
contar sua “versão” da menina em conflito com o lobo, de modo criativo e
inventivo, propõe um olhar caleidoscópico sobre, não apenas a tradição oral,
mas, e sobretudo, sobre o fazer humanístico nas relações discursivas postas no
fazer poético.
05. Clarice Lispector: o
mistério que fala tudo sem revelar o segredo.
Ailton Siqueira de
Sousa Fonseca
(Doutorando na
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), prof. do Departamento
de Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) e
membro do Núcleo de Estudos do Pensamento Complexo (COMPLEXUS/PUC-SP). E-mail: ailtonsiqueira@uol.com.br
Nesse trabalho,
fruto de uma pesquisa que realizo no doutorado sobre a vida e a obra de Clarice
Lispector, pretendo abordar, em linhas gerais, como a obra inteira dessa
escritora pode ser vista como um sedutor e inquietante convite a se escutar a
voz do silêncio. Clarice usa a palavra como isca para fisgar o que não é
palavra, escreve sem sufocar as entrelinhas, aposta no não-dito como forma de
dizer. Ela não escreve para explicar, mas para fazer as explicações surgirem e,
assim, estabelecer diálogos com o desconhecido, com a natureza e os mistérios
de cada ser. Em sua obra há sempre um mistério e uma forma de dizer tudo sem
tocar no segredo. A escritora e o leitor não participam da revelação dos
mistérios, mas ambos são envolvidos nos sedutores fios das palavras que,
ligando-se umas às outras, engendram a trama da narrativa, da realidade e do
ser. Os mistérios de Clarice Lispector.
06. UM SOPRO DE VIDA OU
AS PULSAÇÕES DO INSTANTE CRIADOR
Valdenides Cabral de
Araújo Dias
UFRN/ CERES/ DCSH –
Campus de Currais Novos
Escrever como forma
de salvação — “eu escrevo e assim me livro de mim e posso então descansar” — dando a Ângela o poder da palavra que
tanto o amedronta, mas que, uma vez dita, ilumina o instante da sua criação sagrada e impregnada do “misterioso
cheiro de âmbar”. Pela escrita, a
tentativa de fotografar as sensações mais profundas, suas e de Ângela. E é
comportando-se como o ‘ouroboros’ — “cobra que engole o próprio rabo” — que escreve, seguindo o esquema da
serpente enrolada comendo-se indefinidamente a si própria que, conforme DURAND
(1997), tomando as palavras de Bachelard, “é dialética material da vida e da
morte, a morte que sai da vida e a vida que sai da morte, não como os
contrários da lógica platônica, mas como uma inversão sem fim de morte ou da
matéria de vida”. E é dentro dessa dialética que o ‘autor’ escreve: fazendo
pulsar em cada palavra um coração que um dia vai morrer, demolindo alma e corpo
na procura ab(surda) da palavra divina e iluminadora que ascende do caos, fragmentada
como o são ‘autor’ e personagem. O sopro criador clariceano gerou, não um
lamento, nem uma autobiografia. Menos ainda uma história. Trata-se de um grande
poema de amor à vida breve e misteriosa. Resume-se, conforme o pensamento de
Octavio Paz, em um “exercício espiritual, é um método de libertação interior
[...]. Oração, litania, epifania, presença [...], condensação do inconsciente”.
07. “Era no tempo em que
os bichos falavam”: uimarães Rosa e a Conversa de Bois
Auristela Crisanto
da Cunha
Universidade Federal
do Rio Grande do norte
Parte integrante de
Sagarana, obra cuja construção orgânica é composta por um grupo heterogêneo de
procedimentos lingüísticos, narrativos e semânticos, o conto Conversa de Bois
já aponta, desde o título, para um retorno ao aspecto fabular da linguagem,
tirando-a do domínio exclusivo do humano e relativizando o seu potencial de
racionalidade, o que permite uma aproximação do universo rosiano com aspectos
de linguagem abordados por autores como Michel Foucault, Nietzsche e Machado de
Assis.
Segundo dia
08. Ficção e Filosofia
em Clarice Lispector
Maria Eliane Souza
da Silva
Bolsista PIBIC/CNPq
Base de Pesquisa:
Metafísica e Tradição
Coordenadora da
Pesquisa: Ilza Matias de Sousa
Este trabalho tem
como objetivo correlacionar ficção e filosofia na perspectiva da escritura
clariciana nas obras A paixão segundo G.H., A via Crucis do
Corpo e a A bela e a fera. Descortinar, projetar e aflorar, nos
interstícios da narrativa, “mythos” e “logos” contidos em imagens entrelaçadas,
dentro de um” deserto de verdades” e “feridas abertas”, na busca do (des)velar
do ser no âmbito metafísico.
09. Tradição e
modernidade fundando uma estética do quase-belo no conto Arroio das Antas.
Roniê Rodrigues da
Silva
Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte – UERN
O texto roseano
parece ter guardado para a figura masculina um lugar de destaque, em detrimento
de uma presença mais discreta da figura feminina. Mas, como nem tudo que parece
é, uma análise mais apurada do texto de Rosa vai mostrar alguns perfis
femininos construídos sob múltiplas e insuspeitadas fontes. Assim, procuraremos
apontar, nesse trabalho, a trajetória da personagem Drizilda, do conto Arroio
das Antas, forjada a partir do prefixo des. Ela é desdenhada,
desvalida, despetalada, escolhendo o retiramento para viver “desde desengano”,
apontando para os desenredos das histórias do universo guimarãesrosiano. A
construção identitária da personagem Drizilda vincula-se ao meio social marcada
por uma trágica experiência afetiva. Contudo, como por encantamento, cumpre-se
a máxima que aparece no texto “toda grande distância pode ser celeste” e vemos
o escrito assumir a estrutura de um conto de fadas tradicional no qual, de
acordo com Betteheim (1980), apresentam-se as seguintes partes: fantasia, recuperação,
escape e consolo. A personagem principal do Arroio passa por todas essas fases.
Primeiro, quando escapa das garras de um marido violento que se desfazia dela.
Posteriormente, passa por um momento de reclusão, mas recupera-se com a chegada
de seu príncipe, o consolo final. Temos, então, o que deve ocorrer em todos os
contos de fadas, a reviravolta com final feliz. O lugar que outrora era “o
último lugar do mundo”, “recanto agarrado e custoso, sem aconteceres”
transforma-se em lugar “forte e feliz”. A paixão funciona como humus fecundador
que renova as forças de Drizilda e de todo o lugar.
10. Voltar ao próprio
corpo: um estudo foucaultiano sobre “Perto do coração selvagem”, de Clarice
Lispector.
Juliana Batista de
Oliveira
Orientadora Prof.
Pós-dra: Ilza Matias de Sousa
O objetivo deste
trabalho é estudar as relações entre corpo e educação dentro da obra Perto do
coração selvagem, de Clarice Lispector; observando as relações de poder e saber
sob a luz do pensamento foucaultiano.
11. Representações da
paixão em Meu tio o Iauaretê de J. Guimarães
Rosa e nos poemas de Viagem de
Cecília Meireles.
Laís Karla da Silva
Barreto – Mestranda do Programa de Pós Graduação em Estudos da Linguagem –
PPgEL/UFRN.
Orientadora: Profª
Drª Ilza Matias de Sousa / PPgEL/ UFRN.
A proposta deste
trabalho é identificar traços que codifiquem a paixão nas leituras do conto Meu
Tio o Iauaretê de João Guimarães Rosa e em poemas da obra Viagem de
Cecília Meireles. Nossos objetivos buscam mostrar a representação e o
deslumbramento da paixão através da linguagem, situada aqui através do conto e
da poesia. E é nesta perspectiva apaixonante que mostramos este sentimento
excessivo, inserido no cotidiano dos seres, relatado pela ficção e pela
filosofia, repercutindo assim diretamente nos questionamentos sobre identidade,
metafísica, cultura e imaginário.
12. As reminiscências em
Guimarães Rosa..
Flávia Batista de
Lima
Aluna concluinte
Letras-Português; Bolsista PROCEM
Guimarães Rosa ao
escrever Primeiras Estórias tece a rede das reminiscências,
compreendendo-as como agentes do processo de recriação, presentes nas
literaturas oral e erudita. Este trabalho objetiva apresentá-las como
mediadoras plásticas no processo da construção ficcional rosiana. A partir do
conto Sorôco, sua mãe, sua filha,
foco de observação deste trabalho, GR apresenta imagens que provocam a
percepção do leitor para uma possível descoberta da construção de elementos
essenciais da narrativa.
13. : Sagacidade
Interiorana: transcendências ficcionais em GR.
Romão Inácio da Silva
Júnior
Mestrando Literatura
Comparada
Guimarães Rosa, em
Sagarana, cria universos de complexidade imersos em seus personagens; universos
desvelados gradualmente ao passo que o leitor suplanta suas percepções iniciais
e imerge na atmosfera de transcendências que está contida numa subjetividade de
cada elemento de composição da narrativa. O objetivo deste trabalho é sugerir o
conceito e momentos próprios de transcendências que permeiam contos de Sagarana, em especial A hora e a vez de Augusto Matraga.
14. “A paixão de Clarice
Lispector pela escrita e suas conseqüências”
Francisco Leandro
Torres
vinculado ao
Departamento de Letras
O trabalho
propõe-se a partir de duas obras clariceanas “A Hora da Estrela“ e “Um Sopro de
Vida” exemplificar o tema abordado e ir desdobrando a paixão de Lispector no
ato da escrita, criação e o seu processo de desencadeamento. Expor também as
várias relações existentes (envolvidas) nesse “Ato de Escrever” , como, a
matéria básica utilizada, o porque de escrever , a própria paixão dissolvida no
Ato e vice-versa, a criatividade, o que era escrever na ótica dela, entre
outras. As obras usadas servirão ainda de suporte para retratar, demonstrar e
expandir os comentários, as reflexões a respeito do conteúdo ligado diretamente
ao título do trabalho .Trataremos também as diversas perspectivas e rumos da
escrita de Lispector, por exemplo, a confluência de paradigmas que a escritora
tece, entretece, destece e põe em tensão, as “mutações” e sua estilística
pessoal; ressaltaremos também as três histórias entrecruzadas na “A Hora da
Estrela”, como: O narrador-escritor, Macabéa e a Composição do romance com suas
diversas relações; culminando na estética –filosófica. Enquanto, no livro “O
Sopro de Vida” evidenciará o ato de criar (as personagens) e suas implicações,
o paralelismo entre criador e criatura, desembocando nas questões filosóficas
profundas. Em suma, a paixão envolvida no próprio ato de criação intermediado
via o Ato de Escrever, compreendendo a sua complexa teia de interligações variadas
com os inevitáveis e originários fluxos de consciência de Clarice.
GT-10: ESTUDOS
HISTÓRICOS, FILOLÓGICOS E DESCRIÇÃO DE LÍNGUAS
Coordenadoras:
Carla Maria Cunha
E-mail: cmcunha@ufrnet.br
Maria Hozanete Alves de Lima
E-mail: hozanetelima@bol.com.br
Departamento de Letras
Local: Setor de Aula II, sala E6
O grupo de trabalho Estudos
Históricos, Filológicos e Descrição de Línguas tem como objetivo reunir
pesquisadores de língua e literatura, alunos e professores, que desenvolvam
trabalhos sobre tradução e leitura de textos clássicos, estudos históricos e
filológicos que privilegiem uma reflexão sobre as características e a natureza
das mudanças lingüísticas, bem como trabalhos de descrição e funcionamento de
línguas, sejam eles do ponto de vista fonológico, lexical ou sintático.
01. ENTÃO:
um gradual adeus à indicação temporal
Maria Alice TAVARES
Prof.ª do DL-UFRN
Neste estudo, abordo a forma lingüística ENTÃO em uma
das funções que desempenha no âmbito da articulação de partes do discurso: a
seqüenciação retroativo-propulsora de informações. Como conector codificador da
seqüenciação, ENTÃO interliga duas porções discursivas através de uma
estratégia pela qual a atenção do interlocutor é conduzida para trás, para o já
dito (retroação) e, ao mesmo tempo, para o que será introduzido (propulsão).
Cria-se, desse modo, a expectativa de que haverá uma relação
semântico-pragmática de continuidade e consonância entre as partes do discurso
assim interligadas. A seqüenciação envolve subtipos que denominei “subfunções
seqüenciadoras”. São elas: seqüenciação textual, seqüenciação temporal,
introdução de efeito, retomada e finalização. Pretendo averiguar se ENTÃO tem
passado, ao longo do tempo, por um processo de abstração crescente de
significado em seu uso como conector. Busco indícios da ocorrência de tal
processo e das etapas de mudança pelas quais ele se constitui em textos
escritos nos séculos XIV, XVI e XVIII e em amostras de fala atual, cuja fonte é
o Banco de Dados do Projeto VARSUL (Variação Lingüística Urbana na Região Sul).
Como resultados mais significativos, aponto a ocorrência de um grande uso de
ENTÃO como seqüenciador temporal no século XIV, e a diminuição gradual de seu
aparecimento na codificação dessa subfunção seqüenciadora até o século XVIII,
em que o conector passa a predominar na subfunção de introdução de efeito. Na
amostra de fala atual, ENTÃO é bastante freqüente como conector introdutor de
efeito, retomador e finalizador, e é pouco utilizado como seqüenciador
temporal. Essas tendências de uso podem ser interpretadas como indícios
quantitativos das diferentes etapas do percurso seguido por ENTÃO rumo a
significados mais abstratos em seu emprego como conector seqüenciador.
02. A OCORRÊNCIA DO VERBO “TER” EM CONSTRUÇÕES
EXISTENCIAIS NOS TEXTOS JORNALÍSTICOS
Francisco Wildson CONFESSOR
Graduando em Letras - UFRN
A ocorrência do verbo ter em construções existenciais
é cada vez mais comum na língua falada, em que essa posição era normalmente
ocupada pelo verbo haver. Como afirma Ribeiro (1996: 373), o verbo ter
“coocorre com haver nas estruturas existenciais, havendo um predomínio de ter
existencial sobre haver existencial na língua oral”. Assim, evidenciada a presença
do ter existencial na língua falada, o objetivo deste trabalho é observar sua
ocorrência na língua escrita, mais precisamente em textos jornalísticos,
levando-se em consideração que a gramática normativa não admite o uso do ter
existencial na língua escrita. Nosso corpus de análise é composto por alguns
exemplares do Jornal Tribuna do Norte publicado no Estado do Rio Grande do
Norte no mês de junho de 2005.
03. ESTUDOS SOBRE OS PROCESSOS DE HIFENIZAÇÃO
NA LÍNGUA PORTUGUESA
Jairo De Souza MOURA
Marcos César TINDO
Graduandos de Letras - UFRN
Os critérios de colocação do hífen, no Português,
podem ser obscuros: pouco etimológicos, raramente fonéticos e contendo minúcias
complexas. Não surpreende, portanto, que a maioria dos utentes desconheça os
usos adequados e, mesmo aos que os conhecem, sempre apresentam-se sutilezas.
Assim, averiguaremos uma possível contradição entre as regras. A gramática
preconiza o uso em substantivos (e adjetivos) compostos cujo primeiro elemento
for verbo. Contudo, também proíbe ligar por hífen adjetivo a substantivo.
Ocorre assim uma leve dificuldade de discernir entre este e aquele caso, a
exemplo: “café-expresso” ou “café expresso”? “idéia-fixa” ou “idéia fixa”? Os
termos “expresso” e “fixa” seriam parte dos nomes ou adjetivos restritivos
destes? O sentido diferiria com o contexto? O caso mais explícito desse
aparente choque sintático-semântico entre as regras é o da expressão
“ser-humano” (ou “ser humano”?): Sabe-se que ser é verbo e que o termo
humano
é substantivo. Será, pois, simples como “guarda-chuva”? Entretanto, pode
julgar-se ser, nesse caso, um substantivo e humano, daí, adjetivo. O
que seria destarte o “ser(-)humano”? Substantivo composto (e obrigatoriamente
com hífen) ou substantivo e adjetivo (e necessariamente sem)? Perguntas não
muito explicitamente respondidas na gramática ou no dicionário. E como
recentemente o hífen tornou-se espécie em extinção no cotidiano, quase sempre
grafa-se “ser humano”. Sucederá de consagrar-se o não-hifenizado? Ou a
padronização que vem orientando as últimas reformas estenderá o uso ao caso do
“ser-humano”? Naturalmente, encontram-se sempre frases indubitáveis: a sentença
“ser humano é difícil” jamais levaria hífen. Mas e quanto a “o ser(-)humano
sabe viver”, de classes não-facilmente observáveis? Aparentemente um pormenor
inofensivo, mas afeta outras estruturas, como o verbo (ou substantivo?) seguido
de advérbio: “o único viver que conheço é o viver(-)bem”. Tocantes a muito mais
construções do que se imagina, são questões a discutir, pela regulamentação
futura da tão-querida (ou tão querida?) língua portuguesa.
04. AS ORIGENS “BASTARDAS” DO GÊNERO DISSERTAÇÃO
Sylvia Coutinho ABBOTT GALVÃO
Departamento de Letras-UFRN
Como todo tipo de educação se insere numa determinada
sociedade e por ela é influenciado, as exigências do ensino variam de acordo
com a evolução dessa sociedade. Nesse sentido, pode-se afirmar que a dissertação, um dos mais conhecidos
gêneros escolares, não constitui um mero exercício escolar, mas sobretudo “uma
prática ideológica cuja história se acha diretamente condicionada às mudanças
de valores culturais” (ABASTADO, 1981, p.3). Em pesquisas realizadas em
documentos oficiais, manuais escolares (de retórica e de redação) e exemplares
da literatura pedagógica, alguns estuduiosos franceses, especialistas em
história da educação e história da literatura, como Viala e Chervel (CHERVEL,
1990), identificaram as origens “mundanas” da dissertação, associadas à formação do honnête homme pascaliano, noção que remonta ao século XVI. Conhecer,
portanto, um pouco dessa história poderá ajudar professores e alunos a melhor
compreenderem as imprecisões metodológicas e as dificuldades de aprendizagem
desse gênero tão polêmico.
05. AS OPOSIÇÕES CONSONANTAIS NA LÍNGUA MAKUXI
(KARIB)
Carla Maria CUNHA
Prof.ª do DL-UFRN
A língua Makuxi apresenta em seu quadro fonológico
consonantal a oposição entre obstruintes e soantes. Partindo de um aparente
fenômeno de vozeamento que atinge as consoantes obstruintes após a realização
de vogal longa, segmento nasal ou glotal, fundamentamos uma correspondência
entre os conceitos 'lenis/fortis' - da Fonologia Clássica- ao que constitui o
traço SV (vozeamento espontâneo) - do modelo Auto-segmental. Em nossa análise,
o traço SV é fundamental na geometria dos arquifonemas soantes oral /?s/ e nasal /N/, pois com sua instituição sobrepomos a
interpretação de lenição à de vozeamento das consoantes obstruintes. Com base
em diferentes processos fonológicos desencadeados pela presença fonética de [?], estabelecemos o arquifonema obstruinte /?/ em oposição ao /?s/,
soante. E pela presença ou ausência do traço SV na geometria dos sons
consonantais em Makuxi, definimos o quadro de sua oposição: obstruinte versus
soantes oral e nasal.
06. A LINGUAGEM NO DE MAGISTRO
Francisco Vitoriano da Silva Júnior
Concísia Lopes dos Santos
Graduandos em Letras - UFRN
Santo Agostinho, grande filósofo e teólogo, é um dos
partícipes da chamada filosofia Patrística. A obra desse Padre da Igreja se
destaca pela conciliação entre as idéias neoplatônicas e as verdades reveladas
do Cristianismo. Dentre sua extensa obra, uma das que muito tem chamado atenção
aos estudos sobre a linguagem é o De
Magistro. Nessa obra, entendida como tratado filosófico sobre a linguagem,
Santo Agostinho procura responder a perguntas, tais como: o que é a linguagem,
para que serve e como ela se estrutura? Essas questões se apresentam tomando
como pano de fundo um diálogo entre o autor e seu filho, Adeodato. Não
obstante, mais do que proceder em investigações acerca do que é e como funciona
a linguagem, Santo Agostinho se utiliza desse expediente para defender que
somente através da palavra divina se alcança a verdade, pois as palavras em si
mesma não conseguem “ensinar” sobre a verdade que se trata aqui da primeira
verdade, a divina, alcançada apenas mediante Cristo. Esse trabalho, portanto,
tem como objetivo acompanhar o pensamento de Santo Agostinho para entender as
argumentações levantadas por ele, de como ele se coloca em relação à linguagem,
à sua estrutura e função, especialmente, às palavras e sua relação arbitrária
com o objeto.
07. O TEXTO PRÓDIGO: UMA DISCUSSÃO SOBRE A
PERDA SEMÂNTICO-POÉTICA NAS TRADUÇÕES DO NOVO TESTAMENTO
Nelson Ferreira de SOUSA JUNIOR
Graduando em Letras – UFRN
A busca pelo desconhecido é inerente ao humano, e uma
forte expressão disso é a religião. Na sociedade ocidental a mais conhecida é o
cristianismo, que tem como base textos judaicos (Antigo Testamento) e cristãos
(Novo Testamento – originalmente escrito em grego koiné). Infelizmente, parece não haver, no Brasil, traduções que
contemplem a amplitude significativa neo-testamentária original, sendo
necessária, portanto, uma criteriosa observação dessa tradução, a qual deve
conter a significação sui generis
original. A primeira tradução do NT em grego para o português foi empreendida
por João Ferreira de Almeida (1681). Influenciado pela Renascença, traduziu os
textos tendo como princípio a equivalência
formal, a qual estabelece uma relação formal grego/ português quanto ao
vocabulário, estrutura e demais aspectos formais. A ordem interna/ externa dos
sintagmas são preservadas (sujeito, predicado, objeto/ substantivo, verbo,
complemento...). Entretanto, observando as idiossincrasias das línguas, é
possível visualizar certa dissonância na tradução, já que é difícil fazer uma
tradução com tal equivalência sem
comprometer o significado. Mesmo que não se perca o sentido, a significação
poderá ser limitada. E se as relações gramaticais indicam o conteúdo, a forma
da expressão de determinada língua, como o koiné, vale
para si, a relação significante/ significado se restringe a cada idioma.
Almeida apenas seguiu a lógica do seu tempo, esse tipo de equivalência indicava
veracidade de tradução. Entretanto, com o avanço da Lingüística, pode-se
compreender a dinamicidade da língua e não a idéia de gramática universal. Na parábola do filho pródigo (Lc. XV, 14)
há um termo metafórico condicionado a uma possível interpretação. Tal fato deve
ser examinado com atenção. Tomando por base tais considerações, este trabalho
vem apreciar os princípios atuais de tradução bíblica, visando a obtenção de
uma maior compreensão do texto neo-testamentário original.
08. ESTUDO E ANÁLISE DA TRADUÇÃO DE UM EXCERTO
DA SUMA TEOLÓGICA DE SÃO TOMÁZ DE
AQUINO.
Maria Hozanete Alves de LIMA
Prof.ª do DL-UFRN
Admirado por sua eloqüência, São Tomás de Aquino,
filósofo e teólogo, é considerado um dos maiores pensadores de todos os tempos.
Sua obra se solidificara como base da teologia católica, razão que fez de Tomás
de Aquino um dos pais da Igreja. Dentre sua extensa obra, merece atenção a Suma Teológica, em que o aquinate,
servindo-se de grande eloqüência, discorre sobre questões filosóficas e
cristãs, a exemplo da natureza de Deus, a missão de Cristo, a natureza do
homem, a doutrina divina, a verdade, a fé, dentre outras. Tem nos chamado
atenção na Suma Teológica um modo
singular utilizado pelo escritor para construir seus minuciosos argumentos: a
exploração do modo de funcionamento de certas categorias da língua latina
latina. Uma situação específica, exemplo disto, pode ser encontrada em um
excerto da Suma teológica. Nele, o escritor recorre e explora uma “certa”
plasticidade subjacente à categoria de gêneros para demonstrar a consubstancialidade existente entre Deus
e Cristo que simboliza a unidade entre eles; o filho e o pai são um só, embora se diga que também são dois. Nosso interesse particular em
relação a este excerto, todavia, não é explorar as questões filosóficas ou
cristãs desenhadas por ele, mas investigar como, se, e de que modo a
plasticidade simbolizada no texto original se encontra marcada na tradução
portuguesa, especificamente porque, como aprendemos, a categoria de gênero se
encontra formalizada de maneira diferente na língua portuguesa e na língua
latina. Se não há, por exemplo, o gênero neutro na língua portuguesa, como a
tradução recupera a plasticidade anotada por Santo Tomás de Aquino? Que
expedientes lingüísticos são utilizados na língua tradutora para recuperar isto
que falta na língua traduzida? O que diz de menos o texto tradutor e o que diz
de mais o texto traduzido?
GT-11: AS CIDADES COMO OBJETO E SUJEITO: CONSTRUÇÃO,
PRÁTICAS, REPRESENTAÇÕES
Coordenador:
Raimundo Arrais
E-mail: raimundoarrais@cchla.ufrn.br
Departamento de História
Local: Setor de Aulas II, sala B4
A proposta desse GT é
reunir contribuições originadas da pesquisa histórica, mas também de pesquisas
que, convergindo para o estudo da cidade e do espaço urbano, possam contribuir
com a discussão a respeito de um tema essencialmente interdisciplinar: a
cidade, o espaço urbano. Serão bem vindos trabalhos que se voltem para qualquer
recorte cronológico e espacial, não importa os conceitos utilizados ou as
perspectivas teóricas adotadas. Porém, será dada preferência a estudos que
tomem a cidade não como mero suporte físico das ações e dos fenômenos
examinados: não basta que os fenômenos ou eventos se passem dentro da cidade: gostaríamos de
discutir, nesse GT, como esses fenômenos se relacionam com a cidade, o espaço
urbano, a vida urbana. O que se pretende é promover um encontro de trabalhos
sobre os modos de produzir (sob o ponto de vista material ou simbólico), e
representar o espaço urbano, incluindo aí intervenções no espaço físico,
práticas espaciais, memórias que se constroem sobre os espaços, ações políticas
em que os espaços urbanos desempenhem papel na construção das referências
identitárias dos grupos, ou qualquer outra manifestação em que se reconheça a
possibilidade de se pensar a cidade como objeto de estudo e sujeito que
participa dos eventos e fenômenos sociais.
Primeiro dia
01. CARTOGRAFIAS DE UM ESPAÇO: O SERIDÓ COMO UM
CORPO ESCRITO HISTORIOGRAFICAMENTE
Olívia Morais de Medeiros Neta
Mestranda em História
Orientador: Iranilson Buriti de Oliveira
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - CCHLA
O Seridó, região localizada no sul do Estado do Rio
Grande do Norte, adentrando a porção norte do Estado da Paraíba, é escrito e
prescrito por advogados, literatos, religiosos, educadores, historiadores,
eruditos ou não, que produzem-no um corpo escrito, “o inventam” e isto nos
instiga a visibilizar a literatura regional expressa em obras como ”Homens de
Outr’ora” (1941), de Manuel Dantas; “Seridó” (1954), de José Augusto; “Velhos
costumes do meu sertão” (1965), de Juvenal Lamartine e “Sertões do Seridó”
(1980), de Oswaldo Lamartine, onde no tecido da história e da memória
escrevem-se poéticas de uma saudade, noções de natureza, espaço e
temporalidade, saberes e noções do Seridó como um espaço lido. Assim na
dimensão discursiva de tais obras buscamos enfatizar como o ambiente é dado,
objetivado fora dos sujeitos e narrado pelos autores como recortes da saudade,
do idílico. O Seridó como um corpo escrito, visível e dizível é uma produção
historiográfica de sujeitos que como Manuel Dantas, Juvenal e Oswaldo Lamartine
e José Augusto pintam formas e cores para um espaço, dando-o vida poética e
histórica.
PALAVRAS-CHAVE: Seridó, Juvenal e Oswaldo Lamartine,
Discurso.
02. Os espaços de lazer e cultura na cidade de
Natal no governo Djalma Maranhão (1960-64): As praças de cultura
Isa Paula Zacarias Ribeiro
Departamento de História - UFRN
Os espaços de lazer e cultura na cidade de Natal no
governo Djalma Maranhão (1960/64) – As Praças de Cultura Isa Paula Zacarias
Ribeiro Departamento de Historia - UFRN Este resumo trata do projeto que
pretende analisar os espaços de lazer e cultura no segundo governo Djalma
Maranhão (1960/1964) na cidade de Natal. Em 1962 a prefeitura lançou o programa
de Democratização da Cultura nos bairros articulado a Campanha De Pé no Chão
Também se Aprende a Ler. Os projetos culturais apesar de articulados a campanha
de educação tinham espaços específicos. São esses espaços que nos interessam
aqui. As praças de cultura. Analisar esses espaços, quais as formas de lazer e
cultura, quem freqüentava qual o objetivo de construir esses espaços, que
lugares essas praças ocuparam (os bairros). Entendemos que os lugares de
diversão e lazer, de reunião de pessoas devem ser entendidos como práticas sociais,
políticas e culturais que fazem parte do cotidiano de uma pessoa e sua inserção
na comunidade. As praças de cultura eram lugares destinados à diversão e lazer
da população. Eram constituídas por quadras de esportes, parque infantil,
praças de leitura, postos de empréstimos de livros, com espaço para
apresentação de grupos folclóricos, de exposição de artista locais, de
realização de eventos, como feira de livros e festivais de folclore. Em 1963
foi construída uma praça de cultura que seria modelo para as seguintes, na
Praça André de Albuquerque, constituída de galeria de arte, concha acústica,
biblioteca. Aqui então pretendemos trabalhar com fontes orais e imagens. As
imagens, são as fotografias do arquivo pessoal de Mailde Galvão, que numa
primeira análise, nos revelaram a forte participação da população nesses
lugares de lazer e cultura. Os depoimentos orais, em parte são os depoimentos
usados em minha monografia de graduação – Prefeitura e classes populares – um
estudo sobre as administrações Djalma Maranhão.
03. Caicó no Jornal das Moças: espaço, paisagem
e história
Juciene Batista Félix
Mestranda em História – UFRN
jucieneandrade@yahoo.com.br
Dr. Raimundo Arrais – orientador
O Jornal das Moças foi um importante semanário da
cidade de Caicó-RN no período de 1926 a 1932, enfocando em suas matérias várias
temáticas como festas, sociabilidades, inserção da mulher no espaço público
etc. Todavia, esta comunicação analisa apenas o ano inaugural do semanário –
1926 – com o intuito de abordar as noções de “paisagem” e “espaço”, suas
leituras e apropriações nos artigos que enfocam “sertão”, “derrubada de árvore
no meio urbano”, “pedras”, “praças”, “calor do seridó” etc. estão ligadas a um
conjunto de preocupações com as mudanças pelas quais a cidade vai passando.
Tais considerações, aparentemente inocentes, nos permitem compreender os
projetos, as inquietações, os desejos de parte da população investidos no
espaço historicamente vivido, nos fazendo perceber que a ‘paisagem’ é cultura
antes de ser natureza, que existe uma memória histórica na forma como os
sujeitos e sociedades se relacionam com o espaço e a natureza.
04. A Ação do Poder Público e as Práticas
Espaciais no Passo da Pátria (Natal/RN): a integração X a construção das referências identitárias dos moradores
Daline Maria de Souza
mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências
Sociais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
E-mail: dalinesouza@uol.com.br
Nas últimas três décadas, o crescimento da cidade do
Natal/RN resultou num modelo de urbanização com segregação sócio-espacial;
diversos tipos de poluição (atmosférica, sonora, visual e dos reservatórios de
água), ocultamento da natureza, entre outros problemas ambientais. Desde 2003,
o poder público local está implementando o “Projeto
Integrado do Passo da Pátria” que corresponde a uma proposta de
reurbanização centrada na construção de melhorias habitacionais, obras de
infra-estrutura nas áreas da educação, saúde e transportes, além de propor o
fomento à mobilização e organização comunitária, geração de trabalho e renda e
educação ambiental. O Passo da Pátria corresponde a um complexo favelar cujo
sistema de classificações operado pelos moradores sinaliza para singularidades
no que se refere às práticas espaciais de determinados grupos sociais. Um
recorte sócio-espacial no Passo da Pátria permite a identificação de quatro
espaços: a Pedra do Rosário, o Passo, o Areado e o Pantanal. A ação do poder
público local também objetiva “integrar” estes quatro espaços com o intuito de
homogeneizar os arranjos, formas e referências das redes de relações dos seus
moradores. O presente trabalho analisou o ponto de vista, sobre a ação do poder
público, dos diversos grupos, atores e agentes sociais que inscrevem suas
práticas culturais dando sentido e significado aos espaços constituintes do
Passo da Pátria. A metodologia consistiu em: revisão bibliográfica sobre os
temas do espaço, sociabilidade, memória, identidade, questão ambiental urbana,
cidades e segregação sócio-espacial; pesquisa documental e entrevistas com
moradores do Passo da Pátria. A avaliação dos dados aponta que os moradores do
Passo da Pátria vivenciam positivamente a ação do poder público quanto a
ampliação da infra-estrutura urbana. Ao mesmo tempo, valorizam negativamente a
idéia de integração, a qual para os mesmos desconstrói tempos, experiências e
narrativas que se expressam nas suas relações com os espaços em que vivem.
05. VIAJANDO O SERTÃO: a imagem construída a
partir da visão da cidade (primeiras
décadas do século XX)
Hélio Takashi Maciel de Farias
Graduando, Dpto. De Arquitetura, Universidade Federal
do Rio Grande do Norte – UFRN – bolsista IC/CNPQ
E-mail: solar@digizap.com.br (
fone: 3234-8096)
Gabriel leopoldino Paulo de medeiros
Dpto. De Arquitetura, Universidade Federal do Rio
Grande do Norte - UFRN- blsista IC/PROPESQ
E-mail: gabrielleopoldino@yahoo.com.br ( fone:
3234-7374)
Orientadora:
Angela Lúcia de Araújo Ferreira
Profa . Dra. Do departamento de Arquitetura,
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN-
e-mail: agela@ct.ufrn.br (
fone: 3215-3721 – ramal 228)
A questão da relação entre as cidades capitais e o
sertão é de grande complexidade, pois responde a diferentes óticas e situações,
contemplando os âmbitos político, econômico, social e cultural. A aproximação
entre esses dois “universos” – urbano e sertão – pode ser tida como recente, surgindo
na passagem do século XIX para o XX. O intercâmbio desse conhecimento
intensificou-se com a divulgação de relatos de viagens do homem da cidade aos
sertões, que contribuíram na criação de uma imagem do sertão e do sertanejo. O
presente estudo visa à identificação e compreensão das forças políticas e
culturais responsáveis pela criação da imagem esteriotípica do sertão,
abordando o tema das representações e imaginário, elementos fundamentais na
definição das políticas públicas e intervenções sobre o espaço. Como principais
fontes, o estudo recorreu a obras literárias e artigos resultantes de excursões
ao sertão do início do século passado. Entre estas encontram-se a excursão
pioneira de Euclides da Cunha aos sertões da Bahia, culminando em sua obra “Os
Sertões” (1902), as excursões de Mário de Andrade ao sertão Nordestino (1928),
produzindo um diário de viagens, “O Turista Aprendiz”, além dos relatos de
viajantes potiguares, como o de Câmara Cascudo “Viajando o Sertão” (1934) e o
de Garibaldi Dantas, “Pelo Sertão” (1922). Esses relatos levavam o conhecimento
de outro Brasil, o do interior, ao Brasil do Litoral, criando uma “ponte” entre
esses dois “universos” fundamentalmente distintos. É notável a diferença entre
a descrição de Euclides da Cunha, vindo do Rio de Janeiro e exprimindo
desconforto e estranhamento, e os relatos que posteriormente são publicados por
autores locais, que – já contando com melhorias nas comunicações e transportes,
além da proximidade com o terreno – têm a clara intenção de desmistificar para
os habitantes da cidade a imagem do sertão.
06. O governo Juvenal Lamartine e a concepção
de uma cidade moderna: Natal, 1928-1930.
Autor: Hemeter Heberton Damasceno de Morais
(Graduando em História – UFRN) – (Bolsista de Iniciação Científica PIBIC/CNPQ,
em projeto sob orientação do Prof. Dr. Raimundo Pereira Alencar Arrais, da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte)
E-mail: Hemeter@hotmail.com
A Primeira República no Brasil tem como uma de suas
principais características a influência de um conjunto de idéias da chamada
“Belle Époque”. Entre essas idéias estão aquelas baseadas principalmente na
modernização e progresso. Tal progresso, no início do século XX, tem como uma
de suas marcas principais a transformação do espaço, sobretudo nas cidades. É o
que se pode chamar de modernização, ou seja, a melhoria material. Nesse
primeiro momento, as concepções de modernidade baseiam-se numa apropriação
contundente de modelos importados, principalmente da França. Em Natal, tal
influência também é notada, nos planos urbanos, na construção de edifícios,
entre outros. Contudo, principalmente após a Primeira Grande Guerra, há uma
alteração no sentido de “moderno”, quando as sociedades se voltam para um
padrão nacional, afastando-se cada vez mais da influência européia anterior. Em
Natal, tal momento ocorre na década de 1920, que se caracteriza também por uma
mudança política significativa. Nesta década, destaca-se em especial o governo
de Juvenal Lamartine (1928-1930). Tido como um dos mais atuantes políticos
potiguares, adotou uma série de medidas importantes, tanto na capital como no
interior. Neste trabalho, pretendemos analisar seu governo à luz dessa segunda
fase da modernidade, explorando como suas ações se encaixam nesse novo quadro,
principalmente para a configuração de uma cidade moderna. Para tal fim, teremos
como fonte principal a obra Meu Governo,
da autoria do próprio ex-governador, que nos mostra a visão que este tinha de
suas próprias ações, constituindo um relato interessante para partimos de uma
perspectiva particular a fim de entendermos sua atuação como político
“moderno”.
07. Edifício Bila – uma opção de moradia
Emmanuela Wanderly Campos Arimateia
Gilmar de Siqueira Costa
Este estudo aborda questões relacionadas com ações de
intervenção para centros históricos. Considerando o uso residencial como
imprescindível na efetiva revitalização, propõe-se uma discussão acerca da
potencialidade habitacional em prédios com relevância histórica e arquitetônica
para cidade. Inicialmente é relatado o quadro de descaracterização e abandono
dos bairros: Cidade Alta e Ribeira que juntos compõem o sítio histórico de
Natal. Constata-se que a Ribeira, diferentemente da Cidade Alta, guarda alguns
exemplares representativos em termos patrimoniais. Dentre vários fatores
pode-se evidenciar, como garantem estudos anteriores na área, que o uso
residencial é responsável pela melhor conservação das edificações, pois exige
menores adaptações no prédio que o comércio. O estudo reafirma ainda, as
constantes críticas à prática atual mais difundida: revitalização baseada em
usos específicos para entretenimento e lazer, que se opõem totalmente a
proposta de “revitalizar” e limitam a valorização do prédio apenas em suas
características externas – “obras de revitalização de fachadas” – meramente
superficiais e insuficientes. Como solução para a fragilidade e ineficiência
dessas propostas, mesmo entre as diversas linhas de pensamento, a importância
da habitação é fator reconhecido internacionalmente. Com o objetivo de
demonstrar a potencialidade do uso habitacional, recorre-se neste estudo, a uma
comparação entre o Edifício Bila, localizado no sítio histórico da Ribeira
(Natal, década de 50) exemplar da arquitetura art deco, e um condomínio
residencial recém construído. Seguindo a metodologia da sintaxe espacial
(HILLIER, 1996), procura-se trabalhar com características gerais do prédio,
ultrapassando os limites da “caixa”, visualizando seu interior e sua
funcionalidade. Pretende-se afinal, comprovar a eficácia do uso residencial em
prédios históricos, respeitando, contudo, suas características internas. Tal
postura garante a manutenção do acervo cultural, histórico e se configura como
uma possibilidade abrangente que atende à demanda social como solução de
moradia dentro dos padrões das necessidades atuais – pode-se morar bem no
centro histórico.
08. A Vila de Ponta Negra: Entre o Passado e o
Presente Alunas
Eduarda Cristina de Lima Andrade (bolsista PIBIC),
Suzana Cardoso Silva (bolsista PPG/UFRN).
Base de pesquisa: NAVIS (Núcleo de Antropologia
Visual).
Orientação: profa Lisabete Coradini. Filiação
Institucional: Curso de Ciências Sociais – habilitação em antropologia.
Nosso maior interesse na apresentação do GT é mostrar
os resultados da pesquisa feita na Vila de Ponta Negra. A pesquisa tem como
finalidade analisar criticamente as mudanças do espaço urbano da Vila de Ponta
Negra, como também verificar as práticas sócio-culturais que estão em
constantes transformações. Nossa preocupação é em compreender como a Vila de
Ponta Negra, espaço que antes da urbanização era conhecido também como Vila dos
Pescadores, vem recebendo essas transformações (um espaço onde seus moradores
se dedicavam especificamente a atividades pesqueiras e a artesanais, e hoje é
um dos pólos turísticos de Natal) e como ela pode criar novas identidades
culturais, como também, perceber, a partir da memória coletiva, como os
moradores vêem essas mudanças e como se re-configuram e criam novos espaços na
paisagem da Vila de Ponta Negra.
09. FOTOGRAFIAS E A (RE)CONSTRUÇÃO DAS CIDADES:
MAGENS DE UMA CURRAIS NOVOS ENTRE OS ANOS 1890 e 1930.
Willian Pinheiro Galvão
UFRN/CERES/DHG/Curso de História
Bolsista de Iniciação Científica - CNPq/Pibic
e-mail: w_pinheiro@hotmail.com
Orientadora: Profa. Dra. Eva Cristini Arruda Câmara
Barros A presente comunicação possui como objeto de estudo fotografias que
retratam uma Currais Novos (RN) entre os anos de 1890 e 1930. Assentada sob a
perspectiva da produção social do olhar, objetiva discutir como práticas e
representações reveladas em imagens serviram à edificação dessa cidade. No
âmbito da análise do material iconográfico estuda a cidade como lugar de trocas
(poder, cobiça, orgulho) como concebe Jacques Le Goff (1998). Tomando a cidade
como lugar de memórias em sua dimensão tripla (material, funcional, simbólica)
inspiramos-nos também em Pierre Nora (1989) ao dizer que as imagens reinventam
o urbanismo e criam um imaginário urbano, possibilitando uma leitura
polissêmica do espaço citadino, na qual o passado e o presente contribuíram
para a produção de representações e práticas culturais possíveis de serem
analisadas.
10. AUTORIDADE MÉDICA E EXCLUSÃO SOCIAL NA
NATAL MODERNA (1900-1930)
Eduardo Matos Lopes
Juliana Cavalcante de Azevedo
Orientador: Raimundo Nonato Araújo da Rocha
Este trabalho visa Compreender a autoridade médica e
seu poder de exclusão social na Natal moderna, no período de 1900 a 1930, a
partir do tratamento dispensado aos pacientes do Leprosário São Francisco de
Assis e do Hospital de Alienados. Em fins do século XIX, o Brasil vislumbrava a
necessidade de construir uma nação brasileira civilizada, a partir dos projetos
de modernização dos E.U.A. e da Europa. Tais projetos colaboraram para
cientistas, governantes, médicos, higienistas, sanitaristas e grande parte da
população brasileira modernizar o Brasil – principalmente as capitais.
Autoridades públicas buscaram definir uma geografia da marginalidade a fim de
separar os espaços dos “indesejáveis” dos espaços de convívio social moralmente
aceitáveis. A transição do século XIX para o XX abrigou as primeiras criações
de hospitais, casas de saúde e instituições que funcionavam como micro-cidade,
cuja missão era “prender” tais indivíduos até que estivessem, em tese, aptos a
voltar ao espaço público. Por essa razão, era necessária a construção de locais
apropriados àqueles que não se enquadravam nos moldes de beleza estabelecidos
pelas práticas sanitaristas e eugenistas. Estas pessoas deveriam ser afastadas
dos centros urbanos e serem tratados como “diferentes” e, por isso, recebiam
tratamento subumano. A implantação em Natal, em 1926, do Leprosário São
Francisco de Assis explicita uma prática sanitarista e eugênica nesta cidade;
pois, para esta instituição foram destinados portadores ou suspeitos de lepra
com condições socioeconômicas precárias, advindas do interior do Estado, em sua
maioria da zona rural, e em más condições de higiene. O Hospital dos Alienados
(atual Hospital Psiquiátrico João Machado) foi pioneiro na função de preservar
a sociedade norte-riograndense do convívio com indivíduos indesejados no século
XX. Os prontuários médicos e fichas de pacientes armazenados nas instituições,
apontam o perfil social e físico dos asilados no período.
Segundo dia
11. A IMAGEM ATRIBUÍDA PELA COLEÇÃO MOSSOROENSE
DE DIX-SEPT ROSADO: HISTÓRIA, VALORES E IDEAIS
Alessandro Teixeira Nóbrega
Mestrando de História/UFRN – alessandro@uern.br
Orientadora: Prof. Drª Margarida Dias (Departamento
de História da UFRN)
Este trabalho é uma pesquisa desenvolvida no programa
de Mestrado em História da UFRN e que surgiu da reflexão sobre a construção do
espaço de Mossoró, através da Coleção Mossoroense. Objetiva estabelecer os valores
e ideais atribuídos a imagem de Dix-sept Rosado pela Coleção e sua
identificação com a construção do espaço do lugar, no caso aqui de Mossoró. O
trabalho é desenvolvido através de entrevistas e levantamento bibliográfico
para análise do discurso escrito da Coleção sobre Dix-sept, além da observação
das festas cívicas. A pesquisa está em andamento. Mas já é possível observar um
dos traços de construção do espaço de Mossoró através da identificação de sua
história com a imagem ou valores atribuídos a Dix-sept Rosado pela Coleção
Mossoroense.
12. Escola, ensino de História e espaço
público: as comemorações do Centenário da Independência na cidade de Natal (
1922).
Adriana Moreira
Graduada em História pela UFRN
Raimundo Arrais
Prof. do Dpto. de História da UFRN
Entre os dias três e nove de setembro de 1922,
ocorreram na cidade de Natal as comemorações do centenário da Independência do
Brasil. O evento consistiu em festas, desfiles marciais, inaugurações de
monumentos públicos, discursos, e foi uma iniciativa do Instituto Histórico e
Geográfico do Rio Grande do Norte, tendo recebido todo o apoio do governador do
Estado, Antônio de Souza e, contando, na opinião dos organizadores do evento,
com a participação de “todas as classes”. Dos participantes, a maior presença
foi a das escolas, pois todo o corpo de alunos e professores da cidade foi
mobilizado no evento. O objetivo dessa comunicação é reconstituir o modo como
as concepções de ensino de História vigentes nos programas pedagógicos das
escolas do Rio Grande do Norte no início do século XX, se realizavam nas
comemorações do centenário. Por meio de forte carga simbólica que imprimiu nos
eventos, as elites locais transformaram o espaço público da cidade no grande
teatro no qual se realizam os objetivos últimos do ensino de História nas
escolas: estimular o patriotismo, contribuir para a construção da nacionalidade
e de um povo. Nas comemorações do centenário da Independência, a escola e a
História vão desempenhar um papel fundamental para encenar no espaço público da
cidade de Natal o maior espetáculo que, até então, as elites locais haviam
conseguido realizar.
13. AS CRÔNICAS INFORMANDO A CONSTRUÇÃO DA
MODERNIDADE NO ESPAÇO DA CIDADE DO NATAL/RN: a busca de outras fontes, de
outros documentos e de uma outra história da cidade.
Giovana Paiva de Oliveira
Departamento de Arquitetura – UFRN
Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Urbano -
UFPE
Virgínia Pontual
Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Urbano -
UFPE
A construção do espaço da cidade do Natal nos parece
que sempre foi perpassada por discursos de conteúdo modernizador, revelando um
ideal de futuro que sua elite acreditava ser o modelo que possibilitaria a
adequação aos novos tempos e, portanto, não importava a preservação da
tradição. Parecia significar que elegiam a cada “novo” um caminho mais curto
para buscar sua identificação com a modernidade que se difundia. E o concreto
sempre foi apostar no almejado uma vez que, particularmente na primeira metade
do século XX, a cidade viveu permanentemente buscando essa modernidade através
de intervenções estatais, enquanto os documentos e a imprensa justificavam as
ações que pareciam destruir a memória do passado. Diante das mudanças que a
infra-estrutura física trazidas pela II Guerra Mundial produziu no espaço da
cidade, as crônicas publicadas na imprensa local manifestaram, no primeiro
momento, expectativas de progresso e modernidade, festejando as novidades e a
prosperidade. E, posteriormente,
quando essas mudanças pareciam ter tomado uma direção inesperada, as crônicas
publicadas passaram a se revelar quase distantes ou, o que nos parece, mostrar
as incertezas quanto ao que se estava construindo. Os discursos, no entanto,
continuam balizando-se no progresso e na modernidade, ao mesmo tempo em que os
escritos sobre a cidade escondem as dificuldades vividas, as mudanças no quadro
social, o aumento populacional e o descontrole do crescimento urbano. O foco
teórico deste trabalho privilegiará a questão do esquecimento, que marcou a
historiografia e a memorialística de Natal, tendo em vista a recorrente idéia
de que a cidade viveu um momento glorioso e sem precedente na sua história, ao
qual pode ter sido associado um sentimento de perda de alguma coisa que,
provavelmente, nunca teve; e refletir sobre o significado da imagem de cidade
que provocou mudanças no espaço, na sociedade, na vida urbana e no cotidiano
das pessoas.
14. COMÉRCIO E DESENVOLVIMENTO URBANO O EMPÓRIO
COMERCIAL MOSSOROENSE DE 1850 A 1890.
Pablo Gleydson de Sousa
pablugs@click21.com.br
Daniel Fernandes de Macedo
danielfmacedo@click21.com.br
O trabalho pretende estudar as relações entre a
atividade comercial e suas repercussões no espaço urbano mossoroense entre 1850
e 1890, contribuindo para o estudo da memória urbana da cidade. No período, um
conjunto de fatores econômicos colaborou para a afirmação de Mossoró enquanto
empório comercial, pólo comercial sertanejo, ao polarizar a produção algodoeira
de uma região de influência formada por cidades do oeste potiguar e paraibanas
e cearenses próximas. A crise na oferta de algodão aos mercados europeus é
prejudicada pela guerra civil americana de 1861-1865. Neste contexto,
investidores estrangeiros instalam suas firmas em Mossoró exportando
principalmente o algodão e o couro entre outros produtos primários, e
importando manufaturas distribuídas através de Mossoró a sua zona de
influência. A estiagem de 1877 afastou o capital estrangeiro e favorece a
acumulação de capital pelas elites locais que lucravam com a venda de alimentos
aos programas de assistência do governo central e com a atividade salineira. O
comércio, enquanto atividade de prestigio, influencia nesta época desde a
localização de equipamentos de destaque na hierarquia urbana como as sedes de
lideranças políticas e intelectuais, e mesmo favorecendo a um eixo específico
de crescimento físico urbano e a melhorias urbanas como a reestruturação do
Porto de Areia Branca / Mossoró, e a projetos modernizantes da elite local como
o da Mossoró Railway que viria a se concretizar em 1915.
15. A construção de um lugar: história e
memória da cidade de Nova Cruz -RN.
Karla Isabella Brito de Souza Azevedo
Mestranda em Ciências Sociais (UFRN)
Orientadora: Julie A. Cavignac.
Propomos uma reflexão das representações sociais
acerca da cidade de Nova Cruz a partir do discurso dos moradores, especialmente
os mais antigos. Ancoramos nosso estudo em campos comuns à Antropologia e à
História: a perspectiva de estudo se situa em uma área de fronteiras
disciplinares, consorciando as categorias e conceitos, sugeridos pelo nosso
objeto de estudo, de espaço, lugar (es), história, memória, representações
sociais, narrativa(s) e identidade. Nossa problemática sugere que a
história da cidade de Nova Cruz, no Agreste Potiguar, como a de tantas outras
cidades, é resultado de um jogo entre mudança e permanência. Interpretar as
representações dos moradores sobre a cidade de Nova Cruz seria “visualizar” os
marcos de memória, os medos de perdê-la e os desejos de (re) conquistá-la.
16. “Feições identitárias no calçadão da
avenida Engenheiro Roberto Freyre”
Leonardo Alexandre da Silva Freire
Bolsista do PET – Geografia
E-mail: lewally_ufrn@hotmail.com
A pesquisa “Feições identitárias no calçadão da
avenida Engenheiro Roberto Freire”, em dsenvolvimento, visa analisar as feições
de identidade das pessoas que transitam no calçadão da referida avenida,
enfatizando elementos sociais, culturais e referenciais que se remetam à
identidade daqueles que o utilizam, adentrando na discussão dos espaços de
lazer construídos a fim de beneficiar a população ali residente, assim como aos
turistas por influência do potencial desta área da cidade do Natal. A partir
disso, pode ser questionada a possibilidade do calçadão ser um lugar ou
um não-lugar. Nessa perspectiva, o espaço urbano representado pelo
calçadão é sujeito e o objato, devido a sua funcionalidade e interação com o
meio que o rodeia. Para tanto, será utilizada a descrição asociada ao
materialismo hisórico buscando compreender as divergências sociais ocorrentes
naquele espaço, assim como questionários despadronizados no intuito de
apreender o sentido daquele local para os transeuntes, além da própria
observação empírica como fatoer essencial do método descritivo.
17. Leitura da paisagem urbana: as marcas da
mineração reconfigurando o espaço da cidade de Ouro Branco/RN
Genison Costa de Medeiros
Este trabalho tem como objetivo descrever as
transformações na paisagem do espaço citadino de Ouro Branco, localizado na
Microrregião do Seridó Ocidental Norte Riograndense. Nosso recorte temporal
corresponde ao período de 1960 a 2005, período que reflete o passado e o
presente da extração mineral nesse território. A leitura da dinâmica do espaço,
no que concerne a transformação paisagística, tem como suporte
teórico-metodológico de análise, as idéias de Milton Santos e Edivânia Gomes,
quando tratam das formas como marcas representativas da ação do homem sobre a
natureza. Os procedimentos metodológicos adotados consistiram em entrevistas
concedidas por habitantes privilegiados desta cidade que vivenciaram épocas
anteriores a 1960, e a análise de fotografias antigas e atuais, cujo propósito
é desvelar, a partir da memória fotográfica, as mudanças ocorridas no período
recortado pela pesquisa. Como primeiros resultados, constatamos mudanças na
arquitetura, principalmente nas fachadas e calçadas de parte significativa da
cidade, tendo em vista o uso da pedra ornamental Itacolomy, minério de maior
incidência no solo ourobranquense. Portanto, tomando como suporte a atividade
mineradora, podemos constatar uma nova maneira de produzir formas, construir
espaços e paisagens, com base no desenvolvimento da extração mineral, tecendo e
construindo uma nova face para a cidade de Ouro Branco-RN.
18. Jardim do Seridó (RN): (re)organização
espacial de sua área central a partir da década de 60.
Danielle Góis de Oliveira
danigeogois@bol.com.br
Orientadora: Prof(a) Dr(a) Eugênia Maria Dantas
Este trabalho tem o propósito de compreender as
mudanças ocorridas na área central da cidade de Jardim do Seridó (RN),
município localizado na microrregião do Seridó potiguar, no recorte temporal de
1960 a 2004. É importante ressaltar que a cidade de Jardim do Seridó foi
fundada por volta de 1770, vindo a ocorrer mudanças mais significativas a
partir do período mencionado acima, onde a cidade já não conseguia atender ao
desenvolvimento da sociedade, diante das inovações do mercado capitalista.
Através dessa observação, é possível analisar as adaptações urbanísticas
ocorridas em Jardim do Seridó, fazendo a descrição do processo de expansão da
área central da mesma, como também, a identificação das mudanças estruturais e
funcionais nas edificações dessa área e, verificando se as primeiras casas
preservaram, ou não, suas fachadas de origem. Estão sendo comparadas
fotografias anteriores e posteriores a 1960, assim como, entrevistas estão
sendo feitas a cidadãos que vivenciaram as mudanças do período abordado e
visitas “in loco”, para isso nos baseamos numa leitura paisagista. O projeto
está em andamento, mas já podemos classificar alguns resultados de acordo com
as metodologias que estão sendo utilizadas. Visto que os espaços e suas
paisagens vão sendo modificados e reutilizados no decorrer do tempo de acordo
com a necessidade da sociedade, consideramos ainda a influência da
cotonicultura, que se fazia presente, na época da (re)organização da área
central da cidade de Jardim do Seridó, sendo essa economia um processo
fundamental no crescimento da cidade.
19. A (re)definição do espaço urbano em Natal
no início do século XX: um estudo sobre a criação do bairro Cidade Nova.
Ricardo José Vilar da Costa
Este trabalho busca compreender os ideais de
modernidade presentes em Natal na Primeira República. Especificamente, estuda a
formação de um bairro – Cidade Nova –, que foi concebido por intelectuais da
cidade e implementado pelo Estado a partir de concepções modernas européias.
Dedica especial atenção aos vínculos entre esses intelectuais e elite agrária
decadente que se transferiu para Natal, desde o final do século XIX e,
sobretudo, no início do século XX. Procura identificar as particularidades das
modificações ocorridas no espaço urbano da cidade, bem como as características
que se assemelham a processos que ocorriam em outros locais do Brasil desse
momento. Identifica que intelectuais e políticos, ao adotarem um padrão
modernizador para o espaço urbano, redefiniram a urbanização da cidade,
constituindo um “espaço natalense” a partir de diferentes referenciais.
Demonstra que as origens rurais desses políticos e intelectuais se somam à
noção de mundo moderno, constituindo-se, tal simbiose, em elemento crucial para
se compreender a nova configuração do espaço urbano. Sugere que a “adaptação”
adotada por essa elite permitiu sua permanência em tal posição privilegiada,
fazendo que o novo espaço da cidade, se apresentasse como um mundo urbano,
moderno. Constituíram-se como fontes para compreensão desse momento o jornal A
República; o traçado urbano e as casas construídas no período; os escritos de
Manoel Dantas e Henrique Castriciano. Encontra nos jornais os padrões
fundamentais para a modernidade natalense de beleza, saúde, conforto e higiene
existentes no período em Natal. Almeja-se identificar nas fontes da cultura
material diferentes possibilidades e imagens da cidade nesse período. Detecta
nas obras de Manuel Dantas exemplos de adaptações da cidade ao "mundo
moderno". Demonstra que membros de camada privilegiada desempenhavam
funções públicas importantes. Além disso, a cidade foi responsável pela
formação de uma concepção de mundo urbano, civilizado e, colaborou para a
consolidação de diversos referenciais modernos.
20. SOBRE OS ITALIANOS: ESTRANHAMENTO NA VILA
DO PRINCIPE NA SEGUNDA METADO DO SECULO XIX
Erivan Ribeiro de Faria
Ms. Ciências Sociais – PPGCS – UFRN
Esta pesquisa surgiu a partir da Catalogação dos
Processos-crime da Comarca de Caicó (1853-1900) e com base na historia oral, em
que se identificou a constante presença de indivíduos de nacionalidade italiana
em tais processos, ora como vítima, ora como réus, ora ainda como testemunhas.
A partir dessa constatação, resolvemos fazer uma pesquisa sobre o cotidiano de
italianos na Vila do Príncipe (1850 – 1900), pela ótica das relações de
sociabilidade, onde, com o aprofundamento do estudo, acabou por se ter como
tema central o estudo do processo de estranhamento sofrido pelas famílias
italianas no território do Príncipe, por parte da comunidade local, na segunda
metade do século XIX, como resultante dessa constante presença nesses
processos. Para tanto, foram elencados como motivos desse estranhamento o fato
de serem comerciantes e usarem da usura como forma de enriquecimento fácil, o
fato de trabalharem com o comercio ilícito (trafico de escravo e roubo de jóias
da santa padroeira da cidade, á época), bem como o próprio fato de serem
estrangeiros, considerados como invasores, portadores de costumes diferentes.
21: Formulações para uma cidade (jardim)
tropical
Proponente: Angela Ferreira
Autores: George Dantas
Anna Rachel Eduardo
Grupo de Pesquisa HCURB, Depto de Arquitetura, UFRN
O pensar e o produzir as cidades no Brasil foram
marcados por diversas referências que se entrecruzaram amiúde e que, mais
ainda, extrapolaram a dimensão puramente técnica do debate. Nesse sentido, é
importante observar como certas idéias, temas, conceitos e termos foram
apropriados e mobilizados em meio as disputas dos saberes e poderes sobre a
cidade. O que significa, por exemplo, na justificativa do seu Master Plan para Natal, a menção do
arquiteto Giacomo Palumbo à “cidade-jardim”? Que valores o termo agrega per se? Ele se limita à realização de um
sistema de jardins públicos, de amplos gramados, arborização urbana e, como
corolário, sombras aprazíveis? Esta comunicação pretende portanto entender as
mediações que aí se confrontam a partir de uma discussão sobre os processos de
transferência e circulação de idéias e modelos urbanísticos no Brasil, no caso
específico das cidade-jardim. Para entender a materialização deste processo,
propõe-se três eixos investigativos: a concepção de planos gerais por
engenheiros politécnicos (como instrumentos que viabilizariam o ideal de cidade
moderna e salubre nos trópicos); a criação de bairros-jardins como partes
integrantes destes projetos e essenciais para se pensar a cidade como um todo
(a partir do novo desenho urbano e dos benefícios das áreas verdes); e a
proposta destes bairros como núcleos isolados na cidade (em parte, ícones de
valorização do mercado imobiliário). Parte-se do princípio que a discussão
desse processo inclui, por um lado, a emissão (ou o emissor) das idéias e, por
outro, o receptor (ou leitor) destas que se encontram imersos num ambiente
técnico e cultural pré-existente que ampara e credita os novos conceitos.
GT-12: RELIGIÃO E ESPIRITUALIDADE
Coordenadores:
Orivaldo P. Lopes Junior
E-mail: orivaldojr@matrix.com.br
Maria Lucia Bastos
E-mail: mluciabastos@bol.com.br
Departamento de Ciências Sociais
Local: Setor de Aula II, sala G2
O novo milênio trouxe consigo uma nova composição no
quadro religioso da sociedade mundial e de modo notável no Nordeste brasileiro.
No quadro que se apresenta, cresce simultaneamente o secularismo e a
religiosidade privatizada, forjando novas formas de espiritualidade. Devido ao
lugar que tal fenômeno ocupa na sociedade, seu estudo tem sido privilegiado nas
ciências humanas, tendência só mais recentemente seguida na academia
norte-riograndense. Estamos propondo um grupo de trabalho que dê oportunidade à
apresentação da produção acadêmica nas mais diversas facetas do estudo da
religião, como identidade, ritos, mitos, saúde, gênero, globalização, etc. e
com isso dinamize futuros estudos, criando uma rede entre os pesquisadores da
religião e da espiritualidade. O grupo de discussão “espiritualidade, saber e arte” vinculado ao GRECOM (Grupo de
Estudos da Complexidade), vem se reunindo sistematicamente há dois anos. Com a
proposta deste GT, o grupo pretende ampliar as redes trans-disciplinares e
inter-institucionais de estudos da religião e espiritualidade, não restrito às
Ciências Sociais, mas incluindo qualquer área de estudo que se interesse no
tema.
Primeiro dia
01. O MOVIMENTO SEBASTIANISTA NO
BRASIL - RAZÕES E CONTEXTO DE SEU SURGIMENTO
Otaviano Lacet de Lima Segundo
O movimento messiânico sebastianista surgiu na
Portugal do séc. XVI como resposta a crise sócio-econômica e de poder vivida na
época. Com a morte de Dom Sebastião durante a batalha de Alcácer-Qibir
(Marrocos), assim como pelo desaparecimento de seu corpo jamais encontrado,
mitos foram tecidos em torno de sua figura fortalecendo a idéia – já presente
em vida – deste como sendo o redentor do povo português. A esperança de retorno
do rei – que acreditavam ter sido encantado por uma feiticeira moura –
simbolizava na verdade o anseio pelo restabelecimento da soberania nacional –
tomada pelos espanhóis – assim como a volta dos tempos áureos da nação. Dom
Sebastião encarnava assim o poder transformador próprio dos heróis mitológicos.
Apesar do sebastianismo estar presente no Brasil desde o séc. XVI – graças aos
portugueses que aqui se estabeleceram – somente no séc. XIX este surgiu em
nossas terras com a força de movimento organizado, precisamente no sertão de
Pernambuco. O fato ocorreu apenas nesse momento porquê precisamente nele se deu
à repetição das mesmas condições e situações de crise experimentadas por
Portugal quando do surgimento da crença sebastianista. Deste contexto nasce o
‘sebastianismo brasileiro’, que culminará com o evento do ‘Massacre da Pedra do
Reino’.
02. O SANTO DO PURGATÓRIO: O MAL
COMO CONSTITUINTE DO HUMANO
Kesia Cristina França Alves
A simbologia cristã, em particular da Igreja
Católica, é um campo fértil para a reflexão sobre os aparentes paradoxos
produzidos pela dialética entre o bem e o mal e a força propulsora desses
valores para as ações sociais. Um caso ocorrido aqui no Rio Grande do Norte é
um fenômeno que em particular facilita o caminho para este tipo de abordagem. A
história de José Leite Santana, vulgo Jararaca, um cangaceiro assassinado por
policiais em 1927, na cidade de Mossoró e que hoje é cultuado como santo no
catolicismo popular. Na (re)construção do mito dilui-se, ou desloca-se a noção
do que se convencionou chamar de mal. A pesquisa segue no caminho de perceber o
mal enquanto interpretação e, como tal, indispensável ao jogo social.
03. A ARTE RUPESTRE COMO EXPRESSÃO
COMUNICATIVA DA CULTURA
Gerlúzia de
Oliveira Azevedo Alves
As populações
humanas que constituíram suas singularidades culturais Antes do período da
escrita alfabética fizeram das imagens seu código de comunicação predominante.
Num artifício de duplicar os utensílios, os animais e o próprio indivíduo,
essas populações acabaram por nos legar uma forma de comunicação cujos
contextos e detalhes foram e continuam sendo um enigma a ser decifrado.
Partindo deste argumento, caminhamos na direção de construir, a partir da
leitura das imagens, campos de compreensão do cotidiano e da história de grupos
culturais que nos antecederam. Como num jogo de quebra-cabeça, a diversidade
das imagens rupestres compõe um mosaico que perfaz uma totalidade aberta, mas
possível de ser retotalizada pelos conjuntos iconográficos. Ao tomar como parâmetro
o bricoleur que constrói o seu projeto a partir de materiais que encontram a
sua disposição, procuramos nas imagens deixadas em formações geológicas, para
articular indícios do que pode ter sido a configuração da cultura e a
cosmovisão dos habitantes, temporários, da área conhecida hoje como Complexo
xique-xique que está localizada próximo a cidade de Carnaúba dos Dantas/RN. O
discernimento de aspectos da arte rupestre, entendendo-a como forma de
comunicação que expressa o cotidiano de nossos antepassados, costumes, crenças
e valores simbólicos da cultura, é uma forma de elucidar e interpretar, também,
nossa própria história.
04. MIDIANIZAÇÃO DOS MITOS CRISTÃOS: DA GÊNESE
Á BANALIZAÇÃO
Eliude Gomes Buarque de Souza
Dentro de uma perspectiva interdisciplinar dos
Estudos da Religião, com fundamento nos estudos fenomenológicos do mito, esta pesquisa se propõe a uma reflexão sobre o
cristianismo nos dias atuais. Partindo do pressuposto de que o cristianismo é o
grande fenômeno religioso que caracteriza o ‘sagrado’ da civilização moderna
ocidental, e a mídia televisiva seu agente disseminador, nossa proposta é
analisar como este fenômeno se evidencia em modelos ‘massificados’ de
propagação. Para esta compreensão, buscaremos analisar o cristianismo, dentro da
perspectiva do “Mito Vivo”, aquele que vive e revive a história sagrada,
vivenciada pelos modelos exemplares, e que, “revelada” ao homem, pode ser
preservada, transmitida e repetida de maneira infinita, em todo o seu percurso
fenomenológico, e refletir acerca das ‘infantilizações’ que lhe são acometidas,
quando submetidas a propagações midiático-televisivas. Com esta análise, é
possível inferir a hipótese de que, como mito, sobrevive, porém ao passar por
um processo de ‘massificação”, ele se descaracteriza.
05. UMA
FENOMENOLOGIA DA LUZ
Anaxsuell Fernando
É a luz que nos permite perceber o mundo ao redor. A
luz é uma das formas pelas quais a energia se manifesta, Graças à radiação
luminosa, nossos olhos percebem, com exatidão, formas, tamanhos, cores, movimentos.
Desde a Antiguidade, os físicos vêm tentando investigar a natureza da luz, mas
ainda não se conseguiu estabelecer princípios que expliquem a totalidade dos
fenômenos luminosos. Tudo é criado a partir da luz, além de produzir o universo físico, ela é
responsável por suas permutações. As duas grandes mudanças históricas da física
no século XX (teoria da relatividade e mecânica quântica) estão relacionadas
com a luz. Este impulso da ciência ajuda a compreender a imagem da luz. As
tradições religiosas valem-se dela para ajudar na compreensão das experiências
subjetivas, tornando-a uma metáfora universal para a divindade. Partindo da
trajetória das descobertas cientificas relacionadas à luz; o presente trabalho
pretende discutir a importância deste símbolo nas tradições religiosas.
06. ESPAÇO SAGRADO
Priscila Vieira
O espaço sagrado é um lugar que pode instigar muitas
emoções. Lugar de adoração, reflexão e comunhão. Esse lugar é revelado ou
descoberto pelo homem. Ao tirar as sandálias dos pés para pisar em solo santo,
Moisés simbolizou uma atitude que o fiel deve assumir quando entra no lugar
sagrado. Esse ritual remete uma separação de limites entre o espaço sagrado
(cosmizado) e o espaço profano (desorganizado).Os templos são a manifestação
física de uma relação íntima do seres humanos com o sagrado, por isso, vê-se
edificações suntuosas simbolizando o lugar sagrado, das orações, da comunhão e
das cerimônias rituais. Vemos indicações de mudanças quanto à manifestação da
fé no quadro religioso atual. O secularismo e a racionalização das religiões
possibilitou uma mudança do espaço sagrado. Qualquer lugar pode ser escolhido
para expressar a união com o sagrado. Os shows e cultos evangélicos acontecem
em ginásios de esporte, auditórios, clubes, salões, galpões, etc. A música, em
particular, a música gospel, afirma essa mudança em suas alternativas distintas
de apresentações. A mudança de espaço não mostra apenas uma mudança física, mas
principalmente, uma mudança social, cultural e religiosa. Conseqüências do processo
de sistematização das novas formas de espiritualidade do mundo ocidental. Como
se expressa as modalidades de cosmização e consagração dos espaços sagrados e
profanos? Como se constrói o espaço sagrado e por que a mudança ou a escolha
pelos cenários profanos nos rituais cristãos?
07.A MÚSICA GOSPEL E O NEGRO ESPIRITUAL: A
INFLUÊNCIA DA POESIA ESCRAVA AMERICANA NO CONTEXTO RELIGIOSO BRASILEIRO
André Gustavo Gomes Buarque de Souza
O presente
artigo tem como objeto de reflexão a influência da poesia escrava americana,
que interferindo no modelo musical dos espaços religiosos brasileiro, propõe,
através da música ‘gospel’, novas formas de se conceber o ‘sagrado’. A
principal intenção deste artigo é refletir como este estilo musical,
apercebendo-se da ‘comunicação sensitiva’, interage com as emoções humanas e
proporciona ‘o alívio’ espiritual. Entendendo que este estilo adveio do lamento
do escravo nos Estados Unidos, que buscou na música o consolo pela perda da
liberdade, nossa proposta é estabelecer parâmetros de comparação entre este
estilo poético, que irrompe como fenômeno ‘espiritual’, trazendo consigo a
influência do cântico negro afro-americano para os espaço religiosos, até então
delimitados pela música anglo-saxônica.
08. RELIGANDO OS SABERES DA CIÊNCIA E DA
ESPIRITUALIDADE
Maria Tereza Penha de Araújo Silva
Pretende-se dar uma panorâmica dos caminhos
percorridos pela ciência e pela espiritualidade durante o período da
Renascença, bem como a cisão entre essas duas áreas de conhecimento humano.
Pretende-se ainda mostrar que apesar de todo o empenho da cultura moderna para
banir o Sagrado, através de um trabalho de dessacralização e secularização
filosófica e tecnológica, procurando explicar tudo pela razão, desligando o
homem da religião não foi de todo eficaz. Mas, ao contrário, o que ocorreu foi
um despertar do Sagrado em grandes proporções e nas mais variadas formas de
expressão. O capítulo finaliza procurando mostrar que não há necessidade de um
duelo entre a ciência e a espiritualidade; que é possível um dueto, pautado na
interpretação, em nível antropológico, e não na tentativa de explicação.
Segundo
dia
09. A VISÃO DOS ACARIENSES EM
RELAÇÃO AOS EVANGÉLICOS DA IGREJA ASSEMBLÉIA DE DEUS
Francisco Flávio Epifânio
Nesta pesquisa pretendemos analisar os discursos que
construíram a visão preconceituosa da população de Acari em relação aos
evangélicos da Igreja Assembléia de Deus. Discutiremos as fontes históricas que
explicam a conduta ética dos evangélicos da Igreja Assembléia de Deus.
Destacaremos usos e costumes dos evangélicos considerados “diferentes” pela
sociedade e que geram preconceitos. Analisaremos a postura dos evangélicos da
Igreja Assembléia de Deus diante da visão preconceituosa de moradores da
cidade. A partir dessas proposições iniciais, pretendemos dar início a pesquisa
bibliográfica documental e oral – para esse fim, fará parte da pesquisa
entrevistas com pessoas de diferentes faixas etárias, ou seja, cidadãos
acarienses que vão da juventude à terceira idade – com a finalidade de acrescentar
novas informações à literatura que trata sobre religiosidade no Brasil,
especialmente sobre a história da Igreja Evangélica Assembléia de Deus,
apresentando assim,algumas respostas que ajudem a esclarecer certas indagações
que têm sido levantadas a respeito do referido assunto.
10. BATISTAS REGULARES: UMA EXPRESSÃO RELIGIOSA
DA MODERNIDADE
Francisco Jean Carlos da Silva
As Igrejas Batistas Regulares, instaladas desde 1938
em solo potiguar, têm representado e produzido seu discurso através de suas 50
igrejas espalhadas pelo estado, além de contar com uma Escola Teológica, dois
Acampamentos, uma Associação (AIBRERN) e uma Casa de Assistência Espiritual aos
Dependentes de Drogas (CAEDD). Esse trabalho tem como objetivo compreender as
mudanças do novo perfil religioso do protestantismo brasileiro. Também se faz
importante um futuro aprofundamento que possibilite uma reflexão mais apurada
do substrato simbólico da espiritualidade dos Batistas Regulares no RN, que
pousa sob a herança de um fundamentalismo cristão. Além disso, partimos do
pressuposto que de que os Batistas Regulares representam uma das mais perfeitas
traduções de um discurso religioso da modernidade e assim, observamos esse
agrupamento procurando encontrar em suas doutrinas, práticas e regras de
condutas, uma demonstração de que o espírito da pós-modernidade sugere uma nova
dinâmica no modelo tradicional da espiritualidade das Igrejas Batistas
Regulares deste Estado.
11. NOVOS MOVIMENTOS COMUNITÁRIOS
José Roberto Oliveira dos Santos.
Do século XX até hoje o mundo tem passado por
transformações céleres. As relações entre os seres humanos, e estes com o
meio-ambiente tem sofrido mudanças drásticas que comprometem a qualidade de
vida de todo o planeta. Neste contexto, iremos refletir sobre a relação comunitária.
Como ela na sociedade tradicional/rural se apresenta “natural”, tácita; como na
sociedade industrial/urbana foi desfeita essa relação “natural”; e atualmente,
a retomada desse ideal comunitário por alguns grupos. Tendo como ponto de base
o seguinte problema: de que maneira está sendo a constituição desses novos
movimentos comunitários, especificamente os religiosos? Primeiramente,
abordaremos a racionalização técno-científica e a secularização relacionando-as
ao mito prometeico. Depois, introduziremos a questão do pluralismo cultural e
religioso. Para então tratarmos do surgimento de novos movimentos religiosos
comunitários na atualidade. Na reflexão e compreensão desse problema
utilizaremos como fundamento teórico a perspectiva de Peter Berger, Anthony
Giddens, Aldo Natale Terrin e Zygmunt Bauman, no intuito de apontarmos
indicativos para discussão em grupo.
12. SERIAM OS MIDI-ÁTICOS, CHARISM-ÁTICOS?
Eliude Gomes Buarque de Souza
O presente artigo tem como
objetivo fazer uma análise da palavra ‘carismático’, interpretando, com a
perspectiva epistemológica do termo, sua aplicabilidade no tipo social
‘‘homem-carisma’’. E, sob a égide desta análise, examinar as premissas atuais,
requeridas ao ‘personagem carismático’, quanto se adequar a ‘um modelo de
sucesso’ nos espaços organizacionais, dentre eles a mídia televisiva.
Seguiremos três linhas de raciocínio: a primeira, premissa fundadora de nossa
investigação, diz respeito à utilização do neologismo Paulino ‘carismático’ por
Max Weber, quando procedeu às análises sobre a ‘liderança carismática’ no
trabalho “tipos puros de dominação social”; a segunda, contextualizada por um
recorte, reflete e legitima as refutações que Pierre Bourdieu faz a Weber no
texto ‘Uma interpretação da teoria da religião de Max Weber’; na terceira, foco
de nossa maior atenção, propomos uma reflexão do termo ‘charisma’ a partir de
uma pesquisa do léxico grego, de forma a refletir a interpretação que adveio ao
uso da expressão, que, por técnicas de oralidade, domínio de público, linguagem
persuasiva e magnetismo pessoal, impingiu à palavra ‘carisma’ uma
pseudo-caracterização, que lhe conferiu um sentido banalizado.
13. A IMPORTÂNCIA DA RELIGIÃO NA
PÓS-MODERNIDADE
Edivaldo Correia Bastos
Este trabalho resulta da reflexão colhida das
circunstâncias históricas geradas a partir da “ilustração iluminista” que gerou
a modernidade, cujos resultados, em pleno esplendor tecnológico, surpreende aos
que previam o desaparecimento da Religião. Como ser globalizado, do alto de seu
status mais elevado como criador, o ser humano rende-se a Religião
deixando perplexos os vaticinadores de seu fim. A proposta é mostrar que o
fator religioso é um dos componentes essenciais da personalidade humana. A
dimensão religiosa, apesar de ter sido marginalizada na modernidade continua a
orientar o ser humano no descobrimento do seu verdadeiro sentido existencial.
Por isto, para remediar a herança vazia, angustiante e desesperadora da
sociedade produtora e consumista, acrescenta a prática da religião. Num sentido
geral, a religião significa a relação moral que une o homem a Deus através da
inteligência e vontade que, por sua vez, se baseiam na relação física e
ontológica, pela qual toda a criatura depende inteiramente do criador. É
possível, dentro da crítica pós-moderna à racionalidade iluminista afirmar que,
como criatura racional, dotado de inteligência e vontade, o homem para não
quebrar a ordem do universo, que exige inter-relação de criatura-criador, de
filho-pai e servo-dono, deve reconhecer intelectualmente as relações morais que
ligam a Deus, como criador e, conseqüentemente, através da sua vontade, ordenar
toda a sua atividade livre de tal forma a prestar a Deus o culto que lhe é
devido?
14. HÁ VIDA NO CÂNCER: EXPERIÊNCIAS DE UMA VIDA
TRANSFORMADA
Débora Cristina Gomes Buarque de Souza
Nossa proposta tem como foco de atenção um estudo de
caso, a partir da experiência vivenciada por um portador de câncer, relatada em
um modelo autobiográfico, de forma que possibilite uma reflexão acerca da
pessoa, a partir de sua ‘experiência espiritual’ e das interatividades sociais,
vivenciada antes, durante e depois da doença. Com a ‘experiência espiritual’, o
trabalho ressalta pelo campo de conhecimento da religião, o Mito - o fenômeno
social que pode apreender o significado do comportamento do humano diante do
sagrado. Através de análises de autores como Mircea Eliade, o trabalho busca
refletir o fenômeno da fé como “emancipação absoluta de qualquer tipo de ‘lei’
natural”, que transpõe o homem à ”mais elevada liberdade” que ele pode
imaginar, provendo ‘respostas’ e ”garantia de apoio em Deus”, proporciona com
isso maior liberdade existencial. Dentro da visão interdisciplinar do fenômeno
religioso e do ‘Interacionismo Simbólico’, o trabalho busca percepções mais
detalhadas acerca das reações do homem, através dos estudos que diz respeito
aos ‘Momentos Charneiras’, proposto António Nóvoa,
15. MATRIMÔNIO E RITOS MATRIMONIAIS –
SACRAMENTO OU EXPRESSÃO SOCIOCULTURAL?
Érica Verícia de Oliveira Canuto
A família, enquanto vínculo importante para formação
da sociedade, sempre teve como paradigma a existência de um matrimônio. Importa
estudar o casamento como possibilidade de formação de vínculos de parentesco.
Em si mesmo, ou isoladamente, não é o casamento indispensável à formação da
família, considerando-se, inclusive, as mudanças pelas quais tem passado nossa
sociedade, reconhecendo a família como plural, formada que é por inúmeros
outros vínculos afetivos ou jurídicos, além do casamento. Tal fato, no entanto,
não retira do matrimônio o status de paradigma para formação da família.
Quanto à forma com que esse matrimônio se realiza, tornando-se válido, não só
enquanto vínculo jurídico reconhecido, mas também enquanto vínculo social e
relacional entre os interessados, há, culturalmente, a co-existência de ritos
matrimoniais, sejam eles impostos pela lei, ou mesmo pela expressão da
religiosidade. Embora se percebam certos e determinados ritos e formalidades
nas diversas expressões religiosas, onde o casamento é considerado também como
sacramento, tais práticas (rituais) não advêm de um comando religioso, senão
pela própria expressão sociocultural. O presente trabalho tem por objetivo
discutir o matrimônio e os ritos matrimoniais existentes nas mais diversas
culturas, enquanto fenômeno sociocultural, importante para formação do núcleo
social de família. Também tem por objetivo discutir a existência de diversos
arranjos familiares como expressão sociocultural, confrontando a visão dos
grupos religiosos a seu respeito.
GT-13: JORNALISMO ECONÔMICO E REALIDADE SOCIAL
Coordenadores:
Adriano Lopes Gomes
E-mail: adrianogomes@cchla.ufrn.br
Luciano Ferreira Oseas
E-mail: lucianoferreira@cchla.ufrn.br
Departamento de Comunicação Social
Local: Auditório de Comunicação
Este GT pretende reunir
trabalhos que mantenham estreita relação entre a epistemologia do Jornalismo
Econômico e a construção social da realidade através das notícias veiculadas
pela imprensa. Tem por objetivo problematizar o cotidiano e refletir sobre as
rotinas de produção da notícia, adotando as editorias de Economia como
delimitação de estudo, qualquer que seja o suporte midiático. Apresenta-se como
uma proposta transdisciplinar de interação de conhecimentos, no âmbito do
jornalismo especializado, tendo em vista a necessidade e a relevância de se
priorizar assuntos que incidam diretamente sobre a atividade jornalística e o
enfoque sistêmico da Economia.
01. Jornalismo e Economia: transdisciplinaridade
a serviço do conhecimento
Albery Lúcio da Silva
Bolsista de Iniciação Científica/Pesquisador
Adriano Lopes Gomes
Orientador/Docente UFRN
A busca pelo conhecimento aponta um horizonte cheio
de transformações. Nessa procura, as ciências têm a oportunidade de dialogar
entre si, até surgirem novos conceitos. Quando Jornalismo e Economia se unem à
procura de explicações para o desenrolar dos acontecimentos, nasce uma forma de
desvendar a realidade social. Com o objetivo de analisar como ocorre o processo
transdisciplinar do conhecimento nesses dois ramos científicos, está em
desenvolvimento o presente trabalho de pesquisa. O estudo apresenta-se em
caráter inicial e pretende acompanhar a construção do saber durante o Curso de
Especialização em Jornalismo Econômico, promovido na Universidade Federal do
Rio Grande do Norte. A metodologia utilizada foi a aplicação de questionários.
Como resultado dos dados obtidos, percebemos a carência de um maior
aprofundamento na área econômica por parte dos profissionais que já atuam do
segmento.
02. Conjuntura Brasileira e Expectativas
Econômica e Política
Luiz Carlos Santos Júnior
Departamento de Economia
A demanda
agregada - que é sensível a curto prazo - pode ser aumentada através do incremento no
consumo das famílias, investimentos e gastos governamentais. Esse conjunto de fatores, por sua vez, pode ser
elevado através de uma modificação na taxa de investimento, para cima.
Dessa forma aumentar-se-ia o nível de emprego e o Governo Lula cumpriria o prometido nas últimas eleições.
Por que então não se altera tal taxa? Para
a síntese deste artigo foi utilizada a pesquisa bibliográfica, através de uma visão macroeconômica sobre a notícia
chegada aos receptores da informação.
O Governo Lula não altera a taxa de investimento porque considera a estabilização
da economia prioritária em relação ao crescimento. A preocupação gira em torno da incerteza frente à inflação, além da
dívida externa, que pode aumentar através do uso de mecanismos desenvolvimentistas-estatistas. Há dois possíveis rumos para a economia
brasileira: especula-se a possibilidade de uma volta ao populismo, já que o
Governo atual não vêm cumprindo suas
promessas quanto a números (emprego, salário mínimo etc); ou se pode manter o uso de ferramentas ortodoxas
de ajuste fiscal e estabilização - o futuro é incerto.
03. Carcinicultura em Barra de Cunhaú:
Desenvolvimento econômico para os grandes, esperança para os pequenos
BRENO PERRUCI DE PAIVA
Aluno da especialização em Jornalismo Econômico
O trabalho pretende abordar jornalisticamente a atual
realidade econômica da Praia de Barra de Cunhaú, transformada há alguns anos,
após a instalação de várias grandes empresas carcinicultoras. Pudemos
acompanhar o processo evolutivo da atividade no local, bem como as mudanças no
estilo de vida dos nativos, que antes viviam da pesca e hoje trabalham quase
nos criadouros e laboratórios. A questão é que o desenvolvimento não foi
sentido pelos trabalhadores. Eles apenas mudaram de profissão, sem conseguir
melhorar de vida de forma considerável.
04. Mídia e economia: paradoxos do
desenvolvimento econômico potiguar
Edwin dos Santos Carvalho
Aluno da especialização em Jornalismo Econômico
Diariamente, o noticiário exibe o resultado de
tabelas, números e gráficos que comprovam o crescimento da economia potiguar.
As manchetes dos jornais apontam para uma fase de intensa evolução dos
indicadores econômicos do Estado, seja pelo aumento do fluxo de turistas ou por
mais um recorde nas exportações. Mas de que modo a imprensa contribui (u) para
esse crescimento e que mudanças tal avanço trouxe para a sociedade? Esta
reflexão teórica se propõe a discutir o papel do jornalismo econômico na
construção deste novo cenário de progresso e desenvolvimento que se forma no
Rio Grande do Norte.
05. O Jornalismo econômico na Inteligência
Competitiva
Érika Zuza
Aluno da especialização em Jornalismo Econômico
Um dos métodos usados pelas organizações para
coletar, analisar e disseminar informações para tomada de decisão no nível
estratégico é a Inteligência Competitiva. A IC visa gerir o conhecimento da
organização acerca dos ambientes interno e externo, além de buscar informações
sobre os concorrentes. As informações coletadas geram conhecimento que, sendo
aplicado em beneficio da organização, transforma-se em inteligência, uma
vantagem competitiva. Entre as fontes lícitas para a aquisição de informações
está a imprensa. Este trabalho visa analisar o jornalismo econômico na atuação
dos programas de inteligência competitiva nas empresas.
GT-14:
COMUNICAÇÃO, CULTURA E MÍDIA
Coordenadores:
Moacir Barbosa de
Sousa
Gerson Luiz Martins
E-mail: gmartins@cchla.ufrn.br
Departamento de
Comunicação Social
Local: Setor de Aula
II, sala A4
Este GT é um espaço de
discussões teóricas no qual serão aceitos trabalhos de pesquisa que estabeleçam
relações conceituais de estudos contemplados nesse eixo temático, além da
relevância e pertinência com a área de concentração. Os trabalhos devem
refletir aspectos relacionados ao fenômeno da comunicação e suas implicações na
cultura das mídias, observando-se coerência, fundamentação bibliográfica e
consistência do ponto de vista epistemológico.
Primeiro dia
01. O mito ninfeta na
cultura dos meios de comunicação
Lindinês Barros
A sexualidade é um tema
que está sempre abordado nos meios de comunicação de massa, e em virtude da
própria dimensão e do alcance dos mesmos, falar sobre a sexualidade traz uma
ampla discursão para ser explorado, e quando este tema se assenta na mídia
televisiva os questionamentos ganham uma efervescência ainda maior. Pretendemos
analisar como esta temática é representada, e que paradigmas são tomados para
ser difundida na nossa sociedade através dos meios de comunicação. Salientamos
que no meio televisivo o símbolo da sensualidade/sexualidade e erotismo, em
muitas vezes, é representado através do mito da ninfeta dentro do nosso
contexto sócio-cultural. Diante da representação da sensualidade/sexualidade
através da imagem da ninfeta, analisaremos como ele está presente e como foi
incorporado na nossa cultura, se deslocando do imaginário até suas
materializações em peças da mídia nacional, como por exemplo, a mini-série
Presença de Anita exibida na Rede Globo; na novela Laços de Família (2000) a
personagem Íris; na novela Celebridade (a personagem Darlene); recentemente na
novela América (a personagem Lurdinha) interpretada por Cléo Pires. Esses
exemplos materializam este mito através dessas expressões comunicativas, que ao
mesmo tempo configura-se enquanto linguagem, para abordar a temática da
sensualidade/sexualidade. Dentro desses campos empíricos citados, iremos
direcionar a nossa problemática na mini-série Presença de Anita, por
considera-la a peça comunicativa que sintetizou e construiu de forma bem
visível este mito da ninfeta. Teremos como referencial do mito da ninfeta a
obra de Vladimir Nabokov, Lolita, considerada uma das obras mais
polêmicas da literatura contemporânea, por ser um romance muito arrojado para
moral vigente na época. Observaremos na mídia nacional como Lolita é
representada e resignificada dentro da cultura brasileira.
02. Desafios para a
mídia educação: comunicar, informar e educar
Denise Accioly
O objetivo do trabalho
é refletir sobre os desafios da mídia educação. A linguagem audiovisual
predominante na mídia, sobretudo na televisão, é conseqüência da aceleração no
trânsito de informações, proporcionada pelo avanço tecnológico e se fundamenta
na imagem, que é a forma mais poderosa de comunicação. Cada novo meio de
comunicação incorpora a linguagem do anterior, melhorando e abrindo novos
espaços. Assim, a televisão adotou a linguagem do jornal, do rádio e do cinema,
utilizando-as de maneira mais ampla e eficaz, principalmente com a introdução
de novas tecnologias. A partir desta reflexão é preciso pensar no espaço que a
mídia pode ocupar dentro da escola, não só fisicamente, mas em todo o universo
conceitual da educação, em toda forma de reflexão sobre o que seja educar. O
novo conceito de educação para o século XXI inclui a leitura dos meios como
parte de uma nova ordem mundial. O termo educação para a mídia pode receber
diferentes nomeações que dependem das diferentes tradições e teorias
pedagógicas em diversos paises. Tem sido chamada de “educação para a
compreensão da mídia”, “educação para a conscientização da mídia”, “compreensão
visual da linguagem” e “educação para a mídia”. Segundo Maria Luiza Belloni,
autores brasileiros utilizam o termo “mídia-educação” ou “educação para as
mídias”, que se refere à dimensão “objeto de estudo” e tem importância
crescente no mundo da educação e da comunicação. De acordo com Lúcia Santaella
a palavra mídia utilizada no Brasil tem origem do termo medium (singular) e media
(plural) que significam meio e meios. Em inglês, os termos são usados para
designar um meio (medium) e os meios
(media) de comunicação.
03. Rádio e voz: a
higiene vocal dos locutores natalenses
Adriano Charles da
Silva Cruz
A voz é um dos
principais componentes da comunicação humana. O radialista, como locutor, é um
profissional da voz, por excelência, utilizando-a como maior instrumento de
trabalho. Sendo assim, esse estudo tem por objetivo geral diagnosticar os
hábitos vocais dos locutores das rádios FM de Natal além de apontar a
necessidade de ser ter uma boa higiene vocal. Inicialmente, foi realizada uma
pesquisa quantitativa, por amostragem, onde foi aplicado um questionário de
questões fechadas, respondido pelos locutores de três rádios FM de Natal: FM
Universitária, 96 FM e Rádio Cidade. Elas foram escolhidas em função da
disponibilidade dos locutores em responder o questionário e, também, porque
englobarem programas variados com diversos estilos de locução. O questionário
foi aplicado a dez locutores; esse número foi escolhido por representar uma
mostra significativa dos locutores de FM da cidade. Todas as perguntas
referem-se a atitudes relacionadas à higiene vocal. Além disso, foi realizada
uma pesquisa bibliográfica. Após a analise dos dados constatou-se um baixo
nível de conhecimento vocal e uma deficiência na prevenção de problemas de voz,
já que a maioria dos entrevistados não tem o hábito de procurar especialistas para
diagnosticar possíveis doenças ou atitudes inadequadas.
04. O onírico e o
efêmero no pós-guerra: cultura de consumo no Recife entre os anos de 1950 e
1960
Marcos Arraes
Com o fim da 2ª Guerra
Mundial, em 1945, e a conseqüente “bipolarização” do mundo entre os lados
vitoriosos, boa parte do mundo ocidental caiu sobre a influência econômica e
política dos Estados Unidos capitalista, que, em luta contra o “medo vermelho”,
representado pela URSS, iniciam uma política de pesados investimentos em novas
formas de propaganda para a divulgação de um ideal de liberdade que, segundo
queriam fazer acreditar, se atingia com a sociedade capitalista. Nesta, as
pessoas, “diferentes por natureza”, poderiam ter a livre escolha de adquirir
aquilo que melhor atingia a suas necessidades. Dentro desse panorama, nasce,
nas pessoas comuns, não sem um certo conflito, novas formas de entender o
mundo, novas formas de se relacionar, de necessidade, de ser, de prazer. É a
emergência de um mundo pós-moderno, segundo alguns filósofos, no qual se
verifica a exacerbação e institucionalização social do hedonismo moderno ou do
prazer obtido a partir de imagens construídas mentalmente. A mercadoria tornou-se
um fetiche, para usar a idéia de Marx e o ter e o ser se fundem, sendo um
necessário e mesmo imprescindível para a obtenção do outro. Buscaremos, então,
apresentar nosso plano de pesquisa de fazer um breve apanhado das negociações
das elites recifenses na aceitação dos valores culturais divulgados pelo bloco
capitalista, a partir da(s) lógica(s) do consumismo nos limites do espaço e
tempo dados. Para tornar tal objetivo mais claro, tentaremos, na pesquisa,
diferenciar o consumo pré-industrial que busca apenas a satisfação das
necessidades, e o consumismo pós-moderno, ligado à dimensão do desejo,
explicitando a relação entre o consumo de produtos e a aquisição de princípios
e valores culturais imanentes a estes produtos como legitimadora da dominação imperialista.
05. Cultura em
quadrinhos
Carlos Macedo
Uma pesquisa realizada
por Serpa e Alencar publicada na revista Nova Escola, nº 111, de abril de 1998
mostrou que 100 % dos alunos pesquisados gostavam de ler histórias em
quadrinhos (Calazans, 2004). Conhecidas preconceituosamente apenas como forma
de entretenimento, as HQs também podem ser usadas com outros fins, como a
transmissão da cultura por meio da quadrinização de livros clássicos. A Editora
EBAL, já em 1948, lançou a coleção Edição Maravilhosa, com adaptação de
romances estrangeiros, e a partir de 50, passou a trabalhar com romances
nacionais, estreando a coleção com "O Guarani", de José de Alencar. A
coleção deixou de ser publicada em 1964, após mais de 200 edições (Cirne et al,
2002). O projeto experimental "Cultura em Quadrinhos" tem um pouco
disto. Só que ao invés de quadrinizar obras consagradas, o trabalho pretende
resgatar as lendas nacionais, tão importantes para a identidade de um povo. O
nosso público alvo são as crianças e os adolescentes para que logo cedo
despertem o interesse pela área.
06. Poti de saudades e
lembranças: o radiodocumentário como instrumento de reconstituição da memória
Edivânia Rodrigues
Este radiodocumentário
é proveniente da pesquisa Mídia e Memória: um estudo dos documentos sonoros das
emissoras de rádio da cidade do Natal (1941-1955) fundamentada no método da
História Oral. As narrativas orais
reconstituem a história da Rádio Poti, delimitando o surgimento, episódios,
atores sociais e grade de programação da emissora, contextualizada nos
programas de auditório, de humor, radionovelas e radiojornalismo. Os resultados
preliminares da pesquisa sobre a emissora foram formatados na linguagem
dinâmica e simples do documentário. “Poti de Saudades e Lembranças”, composto de
texto do locutor, sonoras produzidas, depoimentos e efeitos de sonoplastia,
caracteriza-se como um instrumento que possibilita a reconstituição da memória radiofônica
Potiguar.
Segundo dia
07. Educação pelo rádio
– um estudo de caso
Konia Racheqelle e
Antonio Eufrazio Neto
No Brasil, o rádio e a
educação estiveram associados nos primórdios do veículo Roquette Pinto,
fundador da primeira emissora de rádio no país (embora registrem-se
divergências acerca do assunto, já que os Pernambucanos clamam para si a primazia),
defendia a transmissão de edu8cação e cultura pelo rádio como estratégia para
erradicar o analfabetismo no país. Antropólogo, Roquette dizia que o homem
brasileiro não precisava ser estudado, mas educado. Ao doar os equipamentos e a
estrutura já montada da Rádio Sociedade à União, ele não imaginava a mudança de
rumo que o veículo tomaria a partir dos anos 1930 com a popularização dos
programas e a apropriação do meio pelo governo Vargas. O rádio, então, adquiriu
um tom apologético dos feitos governamentais. Hoje, o veículo está voltado para
o entreteniumento, visando ao lucro fácil dos donos de concessões. O objetivo
do trabalho, é conhecer o papel do rádio na educação popular, como o Movimento
de Educação de Base, cujos expoentes no estado, nos anos 1960, foram as
emissoras de Educação Rural de Natal, Mossoró e Caicó.
08. Prolegômenos para
uma teoria da análise discursiva aplicada à Comunicação Social
Sheila Accioly
Este artigo propõe uma
possível aplicação da metodologia da análise do discurso ao campo da
Comunicação Social e do Jornalismo, inovando a abordagem a partir das teorias
do imaginário.
09. Rádio e Educação: a
experiência do MEB de 1961 a 1965
Aidil Brites Fonseca
Guimarães
Orientador: Adriano
Charles da Silva Cruz
O trabalho a ser apresentado
tem por objetivo resgatar a história da utilização do rádio no Movimento de
Educação de Base, MEB, no período de 1961 a 1965, ou seja, nos primeiros anos
de sua existência. O MEB nasce como uma iniciativa da Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil, CNBB, a partir da expansão das Escolas Radiofônicas que
pretendia educar o homem do campo através do rádio. Na época, esse era o
veículo mais moderno e de maior penetração social. Para tanto, foi feita uma
reconstituição histórica do Movimento, utilizando o método da história oral
apresentado por Jacques Le Golff, através da realização de entrevistas com os
atores sociais, divididos entre monitores, idealizadores e líderes do Projeto.
Além disso, foi realizada uma pesquisa bibliográfica e documental. Esse estudo,
justifica-se pela escassez de trabalhos sobre o tema no curso de Comunicação
Social e pela necessidade de se resgatar a contribuição histórica do Projeto na
educação brasileira , já que o MEB existiu a partir de uma experiência pioneira
desenvolvida no Estado e, posteriormente, ampliada nacionalmente. Após essa
pesquisa, percebeu-se que, através do MEB, o rádio tornou-se um instrumento
importante na formação das consciências, na promoção da pessoa humana e na
transformação social. Verificou-se ainda, que os meios de comunicação social
podem ser ferramentas
fundamentais para a educação em massa.
10. As rádios
comunitárias como espaço de alternativa popular
Alexandre Ferreira
dos Santos
As rádios comunitárias
podem desempenhar um papel muito importante no desenvolvimento da cidadania.
Quando geridas democraticamente representam o espaço do cidadão. O espaço em
que a pessoa e suas organizações coletivas, de uma dada localidade, podem se
apropriar de um canal de comunicação e colocá-lo a serviço dos interesses e
necessidades da comunidade.este trabalho visa discutir a importância das rádios
comunitárias na construção da cidadania, estimulando a cultura local e atuando
como instrumento a serviço da democratização da comunicação por isso, levanta
alguns questionamentos e mostra-se de extrema relevância uma vez que as rádios
comunitárias estão cada vez mais presentes nas pequenas cidades e grandes
centros, um estudo como esse poderá fornecer subsídios para uma avaliação mais
consistente desse novo panorama da comunicação social no Brasil, mais especificamente em Natal e
na Grande Natal.
11. Publicidade e
ideologia: representações do feminino e do masculino na publicidade
Dalvacir Andrade
Este estudo busca uma
interpretação da publicidade, de forma a retirá-la do campo das análises sobre
o consumo de bens materiais e o modo de produção capitalista, para focalizá-la
em um espaço mais amplo, que se desenrola na cultura, nas representações
sociais e na ideologia da sociedade, na qual a publicidade se apresenta. Partimos
dos pressupostos de que a publicidade se configura como um artefato cultural,
que, encontrando, nas práticas cotidianas, os objetos para a sua
materialização, se relaciona com a ideologia, uma vez que difunde padrões,
costumes etc., divulgando significações que são consumidas em níveis maiores
que os próprios produtos anunciados. Nesse sentido, a partir da questão da
relação entre os sexos -
tema bastante apresentado na publicidade -, procuramos investigar como se configuram nesta as
representações do feminino e do masculino, mediante a análise de anúncios
publicitários.
12. As telenovelas e a
representação da classe política brasileira
João Paulo Araújo
O Brasil é um dos
principais produtores mundiais de telenovelas. Esse gênero ficcional vem ano a
ano consolidando sua posição no cenário cultural nacional e internacional. A
despeito da qualidade das produções da teledramaturgia brasileira e da
importância que elas representam como cenário de confluência das diversas
formas de linguagem, as telenovelas não receberam dos estudiosos da academia o
tratamento adequado. Elas ainda são vistas como “arte menor”, ou muitas vezes
não são consideradas produções artísticas. Dada a importância que as
telenovelas apresentam hoje no cenário cultural brasileiro, este trabalho
propõe-se a estudar a forma como as telenovelas retratam um dos principais
elementos da sociedade: a política. Mais especificamente, o estudo deve centrar-se na
representação da classe política nas telenovelas.
GT-15: QUESTÕES AMBIENTAIS NO SEMI-ÁRIDO
Coordenador:
Fernando Moreira da Silva
E-mail: fmoreyra@ufrnet.br
Departamento de Geografia da UFRN
Local: Setor de Aula II, sala B2
O GT objetiva discutir
as questões ambientais no semi-árido do Nordeste, bem como conscientização de
pesquisas inerentes ao ecossistema e seu estado da arte. Área: Geografia
Física, Bioclimatologia, Hidrologia, Meteorologia.
Primeiro dia
01. ANÁLISE PRELIMINAR DAS PROBABILIDADES
PLUVIOMÉTRICAS DOS ANOS 04 E 06 NO MUNICÍPIO DE LAJES/RN
Gustavo Szilagyi
Mestrando do curso de Pós-Graduação e Pesquisa em
Geografia - UFRN
Professor orientador
Fernando Moreira da Silva
Docente do Curso de Geografia/UFRN
Objetivando dar uma contribuição ao entendimento do
fenômeno das secas e por conseguinte, entender a dinâmica climática da
pluviometria na região de Lajes, Estado do Rio Grande do Norte, foi realizado
um estudo sobre as estimativas mensais dos anos 04 e 06 das chuvas ocorridas em
uma série temporal de 9 décadas neste município, coletadas e armazenadas no
banco de dados da Empresa de Pesquisa e Agropecuária do Rio Grande do Norte –
EMPARN. Para tanto, fez-se uso de ferramenta computacional e análise dos dados
por vias do modelo estatístico, distribuição de Kimball, que nos indicaram probabilidades
de ocorrência de intensa pluviosidade (acima dos 600mm) variando na ordem de 35
a 40% nos anos 4, enquanto que para os anos 6, a probabilidade de ocorrência de
grandes precipitações é de apenas 10%, o que nos indica uma pré-disposição
deste último à ocorrência de secas. Estes resultados probabilísticos indicam
que os anos terminados em 04 são de bons invernos, e consequentemente bons para
a agricultura, concordando com a crença popular. Este estudo, preliminar, vem
nos mostrar que para minimizar os riscos de perdas de safra por conta das secas
e, consequentemente, reduzir o avanço das áreas desertificadas na região, se
faz necessário um monitoramento e prevenção de fenômenos inerentes à falta de
precipitação.
02. A IMPORTÂNCIA DO UMBUZEIRO NA CULTURA
SERTANEJA
Marcel Lima Pinheiro
Marcelo de Medeiros Nascimento
Fernando Moreira da Silva
A pesquisa procura mostrar à dinâmica ambiental,
fisiológica e cultural do umbuzeiro (Spondias tuberosa), árvore típica da
caatinga nordestina, possui esse nome pela importância de suas raízes cultural
(do tupi-guarani “ymbu”, que significa “árvore-que-dá-de-beber”). A metodologia
utilizada foi um levantamento teórico do ecossistema caatinga, disponível na
literatura. Esta árvore possui características de pequeno porte (6m), tronco
curto, esparramada, copa em forma de guarda-chuva, vida longa (100 anos), é
xerófila, com raízes superficiais que possuem uma túbera (xilopódio) para
armazenamento de água e minerais; o caule tem ramos novos e lisos e ramos
velhos, folhas verdes e imparipenadas, flores brancas, frutos com diâmetros
médios de 3 cm e sementes arredondas e ovaladas. A árvore torna-se “Sagrada no
Sertão” (Euclides da Cunha, 1929), principalmente, pela sua capacidade de
sobrevivência durante longos períodos de seca, pois os xilopódios armazenam
reservas que servem para a nutrição da planta em períodos cítricos da água. O
umbuzeiro necessita de algumas características ambientais para se desenvolver,
como clima quente, temperatura acima de 18ºC, umidade relativa do ar entre 30%
e 90%, insolação anual de 2.000-3.000 horas/luz e uma precipitação média de 400
mm e 800 mm. A planta necessita de solos com boa fertilidade, e necessariamente
com boa permeabilidade e bem arejados. Resultados de campo mostram que do umbu
representa o mais frizante exemplo de adaptação ao clima semi-árido, chegando a
produzir em média 300Kg/ano por péem umbuzeiro nativo. Vale salientar que; nada
se perda, polpa para sucos, doces e geléias, casca e folhas para alimentação de
animais, caroço para o farinha e/ou ração animal, além disso, o umbuzeiro dá
lenha, sombra e “água fresca”.
03. CONDIÇÕES SOCIOAMBIENTAIS E
INSUSTENTABILIDADE NO MANEJO DA CAATINGA NO ASSENTAMENTO HIPÓLITO, EM
MOSSORÓ-RN
Apresentadores:
Francisco das Chagas Silva Souza
Jacqueline Cunha de Vasconcelos Martins
Autores:
Gildson Souza Bezerra
Maria do Socorro Moura Paulino
Maria Luciana da Silva Nóbrega
Jailton Barbosa dos Santos
Denílson Antonio Maia da Silva
Elainy Danielle Guedes Pereira
(INTRODUÇÃO) Desde a década de 1970, cresce a
preocupação com o modelo de desenvolvimento implementado pelos governos.
Estudos reivindicam políticas que se baseiem na sustentabilidade – um
crescimento econômico com eqüidade social e prudência ecológica. Na área rural,
pesquisas visam analisar a sustentabilidade nas ações públicas de
desenvolvimento. No Rio Grande do Norte, nas últimas décadas, foram criados
vários projetos de assentamentos de reforma agrária no semi-árido, um bioma
devastado ao longo de séculos. Esta pesquisa levantou dados socioambientais e
suas implicações no uso da caatinga no assentamento Hipólito, em Mossoró,
buscando verificar a possível ocorrência de desenvolvimento rural sustentável.
(METODOLOGIA) A escolha desse assentamento deu-se por ser um dos primeiros da
região, implantado em meados dos anos 1980. Partindo-se de revisão
bibliográfica, foram realizadas entrevistas com 29 assentados, representando
20% da população. Quanto à variável sócio-econômica, observou-se os aspectos:
produção, ocupação, renda e qualidade de vida. Concernente à variável
ambiental, verificou-se: conservação da fauna e flora da caatinga e análise do
solo. (RESULTADOS) A principal atividade econômica é a agricultura de sequeiro,
sendo a renda complementada com a venda esporádica da mão-de-obra, além de
aposentadorias e programas de assistência social. Os entrevistados asseguraram
que a utilização dos recursos naturais da caatinga é feita exclusivamente para
a subsistência, contrariando estudos outrora realizados; a agricultura ocasiona
impactos negativos ao meio ambiente e o desmatamento desordenado agrava
problemas como salinização do solo, desertificação e redução e/ou
desaparecimento de espécies endêmicas. (CONCLUSÃO) A realidade da área aponta
para a insustentabilidade sócio-econômica e ambiental, verificada pelo estado
de pobreza, na maioria das famílias, implicando na qualidade de vida; a falta
de políticas que gerem emprego e renda faz com que utilizem irracionalmente os
recursos naturais disponíveis. Assim, faz-se necessário um trabalho de orientação
técnica e de educação ambiental.
04. O USO DO SATÉLITE CBERS COMO FERRAMENTA EM
ESTUDOS AMBIENTAIS NO NORDESTE DO BRASIL
Rodrigo de Freitas Amorim
Fernando Moreira da Silva
Cilene Gomes
Devido aos processos de ocupação o Nordeste
brasileiro há muito tempo vem sofrendo com problemas ambientais, tais como:
desmatamento, erosão, desertificação, entre outros. Assim, considerando que a
região é um ecossistemas frágil, e que devido à forma de ocupação, já se
encontra bastante antropizada, é neste contexto que se fazem necessários
estudos, técnicas e ferramentas que venham auxiliar no monitoramento e
preservação do semi-árido. Uma das principais ferramentas no monitoramento
ambiental é o uso de técnicas do sensoriamento remoto, notadamente as imagens
obtidas pelo satélite CBRES. O objetivo do trabalho é mostrar a viabilidade do
sensoriamento com o uso do satélite CBERS nas questões do semi-árido. A
metodologia utilizada foi um levantamento teórico do sistema CBERS, disponível
na literatura. Resultados mostram que; atualmente o Brasil já detém de
tecnologia em sensoriamento remoto com destaque para o satélite CBERS, uma
parceria brasileira e chinesa onde o Brasil responde por 30% e a China 70%. O
CBERS tem como maiores vantagens o preço das imagens em média três vezes mais
barato, o usuário pode ter acesso as imagens quase em tempo real em relação à
passagem do satélite. Uma das características do CBERS é a câmara CCD que
fornece imagens em uma faixa de 113 quilômetros quadrados, com resolução de 20
metros. Este sensor leva 25 dias para cobrir totalmente a terra. Isto faz do
CBERS uma nova ferramenta nos estudos ambientais, bem como no auxilio para com
o planejamento urbano. Um dos maiores benefícios que o domínio da tecnologia em
satélite pode trazer, sem duvidas, é a autonomia do país em relação aos países
ricos que economicamente, tecnologicamente e belicamente dominam a área.
05. USO DO SPRING EM ESTUDOS AMBIENTAIS NO
SEMI–ÁRIDO DO RIO GRANDE DO NORTE
Miguel Zanic
Cuellar
Manoel Joseane M. Carvalho
Ana Mônica de Britto Costa
Fernando Moreira da Silva
Cilene Gomes
O SPRING é um sistema de processamento de informações
espaciais que oferece mecanismos para combinação de diferentes tipos de
informações. Com o uso dessa ferramenta, é possível estudar temas urbanos,
ambientais, socioeconômicos, rodoviários, de gestão das águas, dentre outros. O
clima com seus elementos e fatores impõe ao Rio Grande do Norte o
contextualizado fenômeno das secas. A região do semi-árido do Estado é
submetida a precipitações pluviométricas torrenciais, concentradas e
irregulares, no tempo e no espaço, causando ao norteriograndense, entre outros
problemas, a escassez de águas. Considerando
que essa problemática é mais política e cultural do que natural, exigindo cada
vez mais estudos especializados para subsidiar estudos de impactos
sócio-ambientais, bem como nos processos de tomadas de decisões, foi produzido, usando o software SPRING, um
mosaico de imagens CBERS e LANDSAT para o estado do RN. Esperamos que os
resultados possam ser agregados aos futuros Sistemas de Informações Geográficas
(SIG), e assim poder auxiliar nos processos de planejamento regional, políticos
e administrativos do Estado.
Palavras-chave: Semi-árido, SPRING, CBERS, Mosaico,
Planejamento Regional.
06. GEOGRAFIA DA SAÚDE E MAPEAMENTO DE VETORES
ENDÊMICOS NO SEMI-ÁRIDO UTILIZANDO O SISTEMA DE PROCESSAMENTO DE INFORMAÇÕES
GEOREFERENCIADAS (SPRING)
Luiz Antonio Nascimento de Paiva
A Geografia da Saúde como ramo da geografia estuda a
geografia das doenças sob a ótica dos conhecimentos geográficos e no semi-árido
nordestino verifica-se um desamparo sobre à vigilância de endemias. Para uma
melhor compreensão sobre incidência de vetores endêmicos o conhecimento sobre o
ambiente é necessário, levando em consideração características do uso e
ocupação humana do solo e suas relações, o ambiente físico e vetor endêmico
propagador da doença. Nesse sentido o uso de Sistemas de Informações
Geográficas torna-se uma ferramenta importante para ações de planejamento,
levando em conta a maior agilidade e precisão para o mapeamento das ocorrências
de endemias. A metodologia pode ser bem aplicada utilizando o software SPRING,
desenvolvido pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), em escalas urbanas a
partir de 1/15.000, com imagens digitais de fotografias aéreas ou de satélite.
Os dados a serem coletados devem ser os municipais através das secretarias de
saúde pelos agentes endêmicos para o mapeamento cadastral das ocorrências, com
a finalidade de geração de cartas cadastrais temáticas localizando as áreas com
maiores incidências. O uso do SPRING demonstra que hoje é possível obter um
maior controle de vigilância endêmica a custos relativamente baixos, visto que
o software desenvolvido pelo INPE é de fácil aquisição, além de também de executar
outras funções além do controle de vetores endêmicos que requeiram Planejamento
Urbano e Regional ou Ambiental.
07. CONDIÇÕES BIOCLIMÁTICAS DE PROLIFERAÇÃO DO
AEDES AEGYPTI
Bruno Claytton Oliveira da Silva
Eruska Rocha de Sousa
Fernando Moreira da Silva
O projeto versa a respeito de um dos maiores
problemas relacionados à saúde pública no mundo, a dengue. A metodologia
utilizada se constituiu de um levantamento bibliográfico, além do uso de
climogramas. A literatura mostra que: em condições naturais sua proliferação se
dá com temperaturas oscilando entre 24º e 28ºC, com uma umidade relativa do ar
acima de 70%. Assim, a região tropical é um ambiente ideal para seu
desenvolvimento. A doença atinge, atualmente, mais de 100 países por todo o
mundo, resultando na infecção de 80 milhões de pessoas, sendo que, desse total,
pelo menos 20 mil chegam a falecer vítimas do seu contágio. O Brasil está
inserido, geograficamente, na principal faixa de atuação do mosquito da dengue,
o Aedes Aegypti, principal vetor da
doença. Dados do Ministério da Saúde estimam que no Brasil aproximadamente 800
mil pessoas foram infectadas no ano de 2002, onde a maior parte dos casos foram
localizados na região Nordeste do País. O Rio Grande do Norte não foge a essa
tendência nacional: no ano de 2003, tivemos a ocorrência de 31.507 casos de
dengue, entre esses os casos da doença mais tênues e os mais graves (dengue
hemorrágica). O esforço público aliado à diminuição das condições de
desenvolvimento do mosquito resultou na redução significativa dos casos
verificados no ano seguinte (2004). Grandiosos são os problemas para controle
da dengue no Estado. Tais problemas vão desde as precárias condições sanitárias
onde vive a maior parcela da população, até o deficiente e imediatista programa
de controle endêmico instalado no RN. Os resultados bibliográficos sugerem que
é possível avaliar as condições bioclimáticas do vetor, a partir de um
climograma ambiental do Aedes Aegypti.
08. CONFORTO TÉRMICO EM DUAS PRAÇAS COM
CARACTERÍSTICAS GEOGRÁFICAS DISTINTAS
Érika Danielle de Oliveira
Bernardete de Lourdes Queiroga
Kelly Stefany Diniz de Lima
Rodrigo de Freitas Amorim
Ana Mônica de Britto Costa
Maria do Socorro Costa Martim
Fernando Moreira da Silva
Conforto térmico é a satisfação térmica relacionada ao
ambiente em que estamos. Um exemplo básico disto é quando estamos em um mesmo
ambiente confortável, mas com vestimentas completamente diferentes, ou seja,
uns com roupas quentes e outros com roupas leves e frescas. O mesmo pode ser
usado para o desconforto térmico, onde o corpo humano é uma máquina térmica que
constantemente libera energia e qualquer fator que interfira na taxa de perda
de calor do corpo afeta sua sensação de temperatura. Além da temperatura do ar,
outros fatores significativos que controlam o conforto térmico do corpo humano
são: umidade relativa, vento e radiação solar. O objetivo da pesquisa é
comparar o conforto térmico entre as praças Augusto Leite e André de
Albuquerque, ambas localizadas na cidade de Natal/RN, onde as mesmas possuem
características geográficas distintas. A metodologia utilizada constitui-se de
verificações de temperaturas em cinco pontos espaciais das praças, que foram
feitas a partir das 9hs da manhã até 16hs, em dias favoráveis. Os termômetros
ficaram dentro de um abrigo meteorológico, protegidos da radiação solar, e
coletados a cada 30 minutos. A fundamentação física foi o Índice de Temperatura
e Umidade – ITU, proposto por Tom (1959). Os resultados obtidos demonstram que
o ITU, nas duas praças apresenta um valor que causa uma sensação de
desconforto. Na praça Augusto Leite o ITU máximo e médio é variável, mas não
chega a valor de 25, considerado confortável. A praça André de Albuquerque,
também apresentou índice de desconforto chegando a ser maior que 25, apesar de
a mesma possuir uma maior cobertura vegetal e estar situada próximo ao mar e ao
rio Potengi.
GT-16:
ITINERÁRIO DA LITERATURA PORTUGUESA
Coordenador:
Márcio de Lima
Dantas
E-mail: mdantas@cchla.ufrn.br
Departamento de
Letras
Local: Setor de Aula
II, sala D5
Aceitamos
trabalhos relacionados ao engendramento da Literatura Portuguesa ao longo da
sua história, remontando ao século XII. Nesse sentido, os trabalhos deverão
ressaltar o papel histórico e estético das obras ou de autores que detiveram
alguma espécie de importância para a construção dos principais topoi que
permeiam os diversos discursos que integram o conjunto das obras, quer sejam de
natureza ficcional, dramática ou poética.
Somente
quarta-feira 06/06
01. O RITMO NA POESIA DE
FIAMA HASSE PAIS BRANDÃO
Prof. Márcio de Lima
Dantas
Departamento de
Letras e Coordenador do GT
Inútil dizer que o
signo poético é entretecido no decorrer da leitura do texto. É por demais
sabido que o referente do poema é construído, como imagem mental, a partir do
seu processo de estruturação. O discurso poético é engendrado tendo em vista
uma específica maneira de articulação, cujo dito
se caracteriza por ser o resultado de um conjunto de procedimentos empregados
para a consecução de um macrosigno que o leitor decodifica consoante o
cristalizado nas diversas camadas constituidoras do poema. Um dos principais
procedimentos empregados para a elaboração do signo poético é o ritmo. A nossa
comunicação busca alcançar alguns sentidos na poesia da escritora portuguesa
Fiama Hasse Pais Brandão.
02. Pedro, o cru, por
António Patrício e Afonso Lopes Vieira: dois textos, uma mesma saudade
Aldinida Medeiros
O episódio de amor e
morte de Inês de Castro tem rendido à literatura Portuguesa vários textos que a
tornaram um mito do amor eterno, do amor que, apesar de impossibilitado se
sobrepõe mesmo à morte. O texto dramático Pedro o cru (1913), de António
Patrício, traz um personagem construído sob o signo da saudade. Toda as falas e
atitudes de Pedro, chamado O cru pela vingança aos assassinos de Inês,
são marcadas pela dor e pelo tormento de uma saudade infindável. O romance de
Afonso Lopes Vieira, A paixão de Pedro o cru (1943), difere do texto de
Patrício tanto na forma, quanto no estilo. Entretanto, traz o mesmo tema: a
paixão de um homem ensandecido pela perda da mulher amada. Para Afonso Lopes
Vieira, razões do coração e razões de Estado se cruzam no fato histórico da
morte de Inês de Castro, fato este que se justifica pelo que diz Eduardo Lourenço
sobre a saudade como palavra-mito do povo português. Depois da morte de Inês,
Portugal se torna para Pedro um reino de saudade, coroado da lembrança que
perdura, no espaço atemporal da memória. É esse reino de saudade que se faz
presente em dois diferentes estilos literários, de espaçadas épocas, nos textos
de Patrício a Lopes Vieira.
03. As máscaras da
literatura e do homem
Natalia de Lima
Nobre
A literatura não é,
pois, sucedânio de nenhuma nenhuma outra atividade.Ela preenche um desejo
humano. Representa uma emergência da imaginação. (Bachelard, 2001, p. 257).
Dize-se que a literatura é a expressão do homem na busca do essencial e do
universal, explorando todas as potêncialidades da linguagem. Talvez por causa
disso tendamos a procurar nela um espelho , no qual reconheçamos à nós mesmos e
os outros. Procuramos o que não somos, ou ainda, reafirmar o que somos e não
sabemos. Seria o que o francês Gaston Bachelard chama de “máscaras virtuais
colhidas pela imaginação”(Bachelard, 1994, p.170). Destas a literatura é rica e
preenche o desejo humano de dissimulação e simulação. “Todos os rostos
descritos pelos romancistas são máscaras. São máscaras virtuais. E cada leitor
as ajusta, deformando-as a seu sabor; à sua própria vontade de possuir uma
fisionomia. Quantos tesouros psicológicos dormem esquecidos nos livros! E
quantos leitores quase nem prestam atenção à vida dos semblantes descritos nos
livros!” (Bachelard, 1994, p.170). Mascarar-se é uma necessidade e um
verdadeiro instinto humano, logo, tal qual “expressão do homem”, a literatura
transcreve, inova e renova as máscaras humanas. . Por volta dos séculos XI e
XIII, o alvorecer da literatura portuguesa já nos dava exemplos de que
mascarar-se é inerente ao homem e à literatura. Para exemplificar modestamente
tal afirmação, deter-me-ei às cantigas de amor e de amigas galego-portuguesa,
que, apesar do seu caráter simplório, nos presenteia com sua beleza e encanto.
Na poesia trovadoresca, com sua simplicidade, estilização e depuração, podemos
encontrar “um ser que quer parecer o que não é e acaba por se descobrir ao se
dissimular, por meio de sua dissimulação”: o homem.
04. A tragédia e o
trágico – algumas reflexões sobre o Diário do último ano de Florbela Espanca
Alessandre Tavares
As reflexões acerca do
fenômeno do trágico, entendendo esse, não como uma morfologia da tragédia,
seguindo a tradição aristotélica, em que busca-se ora a lei formal da
composição poética, ora uma teoria dos efeitos do poético nos espectadores. Mas
como uma configuração das tenções ou dos paradoxos implicados na apresentação,
ou melhor, na encenação trágica. O presente trabalho pretende assim,
desenvolver essas reflexões, tendo em vista, a sua realização no livro póstumo
da escritora portuguesa, Florbela Espanca, Diário do último ano. Onde pode-se
perceber uma série de tenções que dizem respeito tanto ás noções de gênero, a
saber a natureza ficcional ou confessional da obra, quanto acerca da natureza
do literário, a saber as relações entre verdade e mimesis.
05. Projetos de um
homem, sonhos de um herói: poéticas sebastianistas em Camões e Pessoa
Abnele de Queiroz
Ramalho
CERES
Jossefrânia Vieira
Martins
Ms. Joel Carlos de
Souza Andrade – orientador
Em uma perspectiva
histórico-literária a tradição do sebastianismo será analisada em dois momentos
da produção poética portuguesa. Enfocando dois escritores em diferentes épocas:
Luís de Camões e Fernando Pessoa. Portugal em meados do século XVI, não era
mais a potencia marítima de antes. O declínio foi irrevogável e os portugueses
projetaram em Dom Sebastião a angustia de perder o poder, a possibilidade de
expandir a fé e os domínios; ele passara ser o Desejado. Já no século XX, no
contexto da política imperialista Ocidental, Portugal se ver mais uma vez
ameaçado, despertando nos seus poetas e escritores uma reapropriação do mito
sebastianista. Portanto, a discussão concentra-se na “dedicatória” feita por
Camões em sua obra Os Lusíadas publicada em 1572, como também, no modernismo de
Fernando Pessoa quando em sua obra “Mensagem” faz uma ‘invocação” ao Rei Dom
Sebastião e busca as origens e os “fatos” gloriosos da história portuguesa
enquanto afirmação de sua identidade.
06. Murilo Mendes: As
Janelas Como Metáforas do Espaço
Márcio Rodrigo
Xavier Sobrinho
Departamento de
Letras
O presente trabalho tem
por objetivo continuar o mapeamento e leitura das obras do poeta brasileiro
Murilo Mendes, dando atenção especial, neste caso, à sua relação com a tradição
literária portuguesa. Trataremos aqui do livro Janelas Verdes, título de
relevante diálogo com a cultura portuguesa na obra do autor, por tratar-se de
relato de viagem pela mais variadas localidades - geográficas, psicológicas e
espirituais - de Portugal.
07. A Gênese do
Trovadorismo IBÉRICO
Francislí Costa
Galdino
Dentro da temática
exposta, proponho-me a apresentar trabalho em torno do Trovadorismo, levando
como aspectos principais o nascimento da Trova e sua relação com o nascimento
da Literatura Portuguesa, onde também serão analisados as obras mais
importantes, seus autores e paralelos com a contemporâneidade.
08. São Cristóvão: a
encarnação do panteísmo em Eça de Queirós
Samuel Anderson de
Oliveira Lima
Orientadora: Profa.
Dra. Luísa Nóbrega
PPGEL -Departamento
de Letras – CCHLA – UFRN
A novela eciana cria um
personagem que, em si mesmo, apresenta características do Titã, do deus-Pã e do
santo da lenda hagiográfica. Nessa mistura, Eça constrói o ideário panteísta,
através de irrupções pulsionais na obra São Cristóvão; porém, não só nesta como
em outros textos ecianos. Dessa forma, nossa comunicação objetiva mostrar as
marcas recorrentes do panteísmo, primordialmente na obra em estudo, mas também
em outros textos do autor português.
GT-17: MEIO AMBIENTE URBANO E GEOMORFOLOGIA
Coordenadora:
Tásia Hortêncio de Lima Medeiros
E-mail: tasiahlm@ufrnet.br
Departamento de Geografia – UFRN
Local: Setor de Aula II, sala D4
O olhar a paisagem na
cidade de Natal está no entendimento dos arranjos naturais, sociais e da
sociedade como ela apreende a partir do uso e ocupação do solo, e de sua
geomorfologia. A paisagem natalense constitui-se num espaço físico, com
predominâncias de dunas fixas e móveis, lagoas interdunares e de ações
antropogênicas, que vão descaracterizar as feições geomorfológicas. É no olhar
e no apreender do como está inserida essa paisagem, que são passiveis de
identificar as mudanças ocorridas ao longo dos seus 403 anos. Conhecer a
paisagem permite compreender como um sistema ambiental, físico e socioeconômico
funciona e, sua dinâmica. Assim, entende-se que essa paisagem ultrapassa o
perceptível e o observável, pois, ela representa o ontem e oagora. Mas ela vai
além, quando o real esconde mudanças sutis, que estão além do visível e que a
transformam, sempre no linear do estar e do que será. Entender os processos
formadores dessa paisagem aguça o espírito investigativo no sentido de
descobrir nos vestígios deixados pela natureza ao longo do tempo e do espaço,
transformações que provocaram a formação de sua paisagem, atual. O objetivo
deste trabalho é compreender as constantes transformações da cidade de Natal,
já que suas mudanças geo-ambientais estão atreladas ao espaço. Atualmente,
visualiza-se um arranjo espacial que denota e caracteriza uma história cultural
da paisagem e que vai interceder nas mudanças, ora de ordem geo-ambiental e
socioeconômica.
Primeiro dia
01. A CIDADE DO FUTURO.Estrutura
Ecológica Urbana: da sustentabilidade do ecossistema urbano. Estudo de caso: Natal/RN
– Brasil
Carla Alexandra Filipe Narciso
Departamento de Planejamento Biofísico e Paisagístico
Universidade de Évora – Portugal
O
crescimemento acelerado e casuístico
da cidade determinou que o campo pré-industrial e a fantasia paisagística a ele
associada fossem sendo substituídos por subúrbios fragmentados, sociais e
sensorialmente preocupantes, marcados por uma dinâmica imobiliária volúvel e
especulativa. O desenvolvimento da cidade não obedece aos condicionamentos
biofísicos do lugar original de implantação, sendo na sua intervenção feita de
forma desorganizada, desintegrada e sem qualquer unidade e harmonia. Desta
forma, os espaços de vivência da Cidade sofreram uma forte segregação
deteriorando o sentido do “lugar” e resultando na “volatilização” e desgaste
dos espaços abertos públicos. É importante criar modelos e mecanismos de ligação
e interacção que possam contribuir para a união dos sistemas vivos dentro do
perímetro urbano. Este mecanismo passa por um novo conceito de intervenção, em
que a componente ambiental constitua a base de uma política em que a
sustentabilidade ecológica seja assumida no contexto territorial ao nível do
perímetro urbano, por uma estrutura com características próprias, impondo-se de
forma inquestionável através das componentes unívocas que a constituem. Assim,
é objectivo do presente trabalho um ensaio de implementação da Estrutura Ecológica Urbana na Cidade de
Natal, actuando através dos Corredores Verdes, contemplando propostas que
integre e salvaguarde os sistemas naturais e culturais fundamentais ao
equilíbrio ecológico e à qualidade de vida da população. Por fim, pretende-se
contribuir para a reflexão sobre este modelo de organização da Paisagem Urbana
(EEU), no município de Natal e sua integração com o Plano Director de
Natal e o Plano de Arborização.
02. A ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA DO JIQUI E
SUA IMPORTÂNCIA PARA O ABASTECIMENTO DE ÁGUA POTÁVEL NA CIDADE DE NATAL/RN
Breno Gurgel Bezerra
Aluno do curso de Administração na UFRN.
e-mail: tecnoamcefet@yahoo.com.br
O crescente processo de urbanização da cidade de
Natal, sem um projeto de saneamento básico que o acompanhasse, implicou em
problemas no aqüífero Dunas/Barreiras, devido à contaminação por nitratos
provenientes das transformações químicas ocorridas nas fossas sépticas,
principal disposição final dos efluentes domésticos. A cidade não sofre com
problemas de seca, mas a qualidade da água pode interferir no seu abastecimento
doméstico. Cerca de 70% da Zona Sul da cidade é abastecida com água proveniente
do aqüífero, que vem apresentando aumento da concentração de nitrogênio em sua
fase mais estável, o nitrato, sendo necessário uma filtração bastante
específica e onerosa, o que levou a empresa responsável pelo abastecimento de
água de Natal, a CAERN, a optar por uma maneira mais viável: a diluição das
águas captadas no aqüífero utilizando a água das lagoas de Jiqui e Extremoz. O
trabalho tem como objetivo demonstrar o tratamento de água potável para
abastecimento na Estação de Tratamento de Água do Jiqui, localizada no
município de Parnamirim, e sua importância na saúde ambiental, e foi
estruturado com base na experiência de estágio na Estação de Tratamento de Água
do Jiqui – ETA-Jiqui, realizado no período de 19 de novembro de 2002 até 30 de
junho de 2003.
03. (RE) PENSANDO A PROBLEMÁTICA DA POLUIÇÃO
VISUAL NA
AVENIDA ENGº ROBERTO FREIRE: UM DESAFIO A SER
VENCIDO
Ana Cristina de Lima Rodrigues
Aluna do curso de especialização em Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável - UnP
A Avenida Engenheiro Roberto Freire, situada nos
bairros de Capim Macio e Ponta Negra, na cidade do Natal, registra-se o excesso
de propaganda espalhada pela Avenida causa impactos visuais, colocando em risco
a saúde da população, como também a integridade física e psicológica, através
de acidentes automobilísticos, elevação de nível de stress das pessoas visto
que os painéis luminosos, desviam a atenção dos motoristas e; com relação ao
stress, o excesso de informações ao alcance das pessoas gera uma espécie de
cansaço, irritação, tontura, entre outros.Pretendemos através deste trabalho
apresentar alternativa de soluções para o problema em enfoque, contribuindo
assim para a amenização dos tais impactos. Tal pretensão justifica-se pela
constação da incômoda poluição observada na citada área anteriormente
mencionada e pela necessidade de mudança radical no cenário ora estudado.Desta
forma tem sê como objetivo conscientizar a comunidade local dos danos causados
pela poluição visual. Baseado nesse objetivo foi realizado um levantamento
fotográfico da área e o mapeamento, visitamos o Departamento de Controle
Ambiental e Urbanístico da SEMURB (Secretaria Especial de Meio Ambiente e
Urbanismo). órgão responsável pela fiscalização e concluímos que o problema da
poluição visual na Avenida Engenheiro Roberto Freire, se dá pela falta de um
trabalho de fiscalização consistente dos órgãos competentes, e conscientização
da população local no que diz respeito o desenvolvimento urbanístico da cidade
do Natal.
04. Poluição Visual em Natal-RN
Ilton Sávio Batista Martins
Dentro das problemáticas ambientais observados na
cidade de Natal, elegeu-se como tema de trabalho a poluição visual. Percebe-se
a poluição visual nos principais corredores da cidade, tais como: Av. Roberto
Freire, Av. Prudente de Morais, Av. Salgado Filho, João Medeiros Filho,Av.
Hermes da Fonseca, Av. Bernardo Vieira, Av. Alexandrino de Alencar, como as
demais formas de poluição encontradas em Natal são frutos de um crescimento
urbano desordenado, que não é privilégio de Natal, mas da maioria das cidades
do Brasil. Analisar-se-á os tipos de poluição visual encontrados em Natal , que
são os gerados por meios de publicidade (faixas, outdoors, muros, tapumes,
banners, fachadas, etc) e aqueles gerados por resíduos sólidos. Busca-se
identificar os principais pontos de incidência de poluição visual nas quatro
zonas administrativas do município de Natal decorrentes dos meios de
publicidade fundamentado no decreto Lei n˚ 4.621/92 – Publicidade ao ar
livre, e sua interferência na paisagem urbana, conforme a Lei n˚ 4.100/92
– Código de Meio Ambiente do Município de Natal. Com isso, este projeto tem por
finalidade analisar de que forma os órgãos municipais responsáveis pelo
controle, conscientização e fiscalização da poluição visual estão fazendo para
minimizar este tipo de problema na cidade de Natal. Outro ponto de suma
relevância a ser analisado é o papel da educação ambiental como processo de
gerenciamento destes problemas.
05. GEOPROCESSAMENTO APLICADO A GESTÃO DE
INFORMAÇÕES TERRITORIAIS DO MUNICÍPIO DE GROSSOS – RN ESTUDO MULTITEMPORAL DO
USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
Sergio Roberto Vidal do Nascimento
Mestre em Geociências - UFRN
O presente trabalho foi realizado no Município de
Grossos – RN e teve como principais objetivos a elaboração de um levantamento
físico-ambiental, sócio-econômico e execução uma avaliação multitemporal de 10
anos, entre o período de 1986 e 1996, para avaliar as modificações ocorridas na
utilização e ocupação do solo, visando a geração de uma base informacional para
implementação de um Sistema de Informações Geográficas (SIG) voltado para a
gestão ambiental do referido Município.
Segundo dia
06. ASPECTOS GEO-AMBIENTAIS DA DRENAGEM URBANA
NO BAIRRO DE PAJUÇARA, NATAL / RN, VISANDO OS RISCOS SOFRIDOS PELO MANANCIAL
LOCAL.
Nivânia Ferreira Costa
Graduanda em Geografia
O presente trabalho foi desenvolvido para compreender
a variação da influência antropogênica na rede de drenagem urbana e suas
conseqüências em uma área de Dunas localizado no Bairro de Pajuçara, no
município de Natal / RN, margeando o vale de curso fluvial. A área de estudo
compreende o complexo de Dunas e Lagoas, localizados no trecho superior da
bacia do Rio Doce, na zona Norte de Natal. O rápido crescimento populacional, o
incremento industrial e mercantilização de uma nova concepção de qualidade de
vida fizeram com que a política habitacional implementasse uma impermeabilização
do solo fazendo com que, a água superficial advinda pluvialmente, passe a se
acumular e inundar ruas e casas por causa da falta de vias de infiltração. Com
isso, foram admitidas políticas governamentais que visavam à construção de
poços de visitas, que no Bairro de Pajuçara, são drenados para a lagoa do Sapo,
impedindo um novo alagamento da região. No entanto, a população, na sua
concepção individualista, vem fazendo ligações clandestinas do seu esgoto
particular às galerias dos poços de visitas, bloqueando sua função principal
devido à presença de muito lixo e excrementos sólidos e contaminando o aqüífero
da lagoa de Extremoz, principal manancial de abastecimento da zona Norte de
Natal. O trabalho foi desenvolvido através da revisão bibliográfica e do
levantamento do uso do solo, nas áreas de saturação da drenagem do bairro.
Afinal, deve-se haver a manutenção e o monitoramento da área, reconhecendo a
influência das intervenções do passado sobre o cenário atual, identificando as
paisagens atuais de acordo com suas características, potencialidades,
fragilidades, acertos e impactos e identificando as áreas e alternativas para
ações prioritárias.
07. "ANÁLISE DO SISTEMA DE DRENAGEM DO
BAIRRO PITIMBU NATAL-RN NO PERÍODO 2000-2004", PARA O GT: MEIO AMBIENTE URBANO
E GEOMORFOLOGIA.
Ingrid Graziele
Os impactos que ocorrem na drenagem urbana são, em
primeiro lugar, conseqüência direta das práticas de uso do solo e da forma pela
qual a infra-estrutura urbana é planejada legislada e implementada. O processo
de “pensar” as cidades não tem sido realizado de forma sistemático e coerente
ao longo dos últimos anos do Brasil, justamente quando foi intenso o processo
de urbanização.As conseqüências dessa ausência são as enormes perdas de vidas
humanas, qualidade de vida, bens e serviços materiais e ambientais, causados
pelas águas pluviais urbanas. O trabalho a ser elaborado se propõe a realizar
uma análise do sistema de drenagem urbana do bairro Pitimbu, que se localiza na
zona Sul da cidade de Natal, é uma área de relevante importância devido a estar
inserido em uma região de recarga do aqüífero da cidade. O bairro apresenta
sérios problemas no sistema de drenagem urbana, destacando-se a avenida dos
Xavantes e áreas próximas a lagoa de captação o que acaba ocasionando sérios
transtornos tanto para a comunidade local quanto para o meio ambiente.Para se
conduzir o presente trabalho será realizado pesquisas de gabinete, visitas a
órgãos públicos e observações “in loco”.
08. DIAGNÓSTICO DOS PROBLEMAS AMBIENTAIS URBANOS DO
BAIRRO DE ROSA DOS VENTOS EM PARNAMIRIM – RIO GRANDE DO NORTE.
William Leonardo Oliveira da Silva
Departamento de Geografia – Programa de Educação
Tutorial (Pet)
O Trabalho Diagnóstico dos problemas ambientais
urbanos do bairro de Rosa dos Ventos em Parnamirim – Rio Grande do Norte,
ainda em andamento, tem por objetivo diagnosticar os problemas de caráter
ambiental-urbano deste bairro, uma vez que estão intrinsecamente associados ao
processo de urbanização e de crescimento demográfico que vem ocorrendo no
município de Parnamirim desde o final da década de 1940; o bairro em estudo,
que começou a se formar por volta dos anos 1980, apresenta a mesma dinâmica
municipal, e, por está em pleno processo de (re)organização espacial possui uma
série de problemas como os associados ao lixo, à drenagem, à poluição sonora
etc. Para tanto foi realizado um estudo que possibilitou representar a
realidade da vivência – enquanto moradia num lugar, e relações que se faz nele
– dos moradores, demonstrando assim os problemas existentes, utilizando
estratégias metodológicas como pesquisa bibliográfica, levantamento estatístico
de informações socioeconômicas, aplicação de questionários à população
residente avaliando o nível de qualidade de vida e a percepção dos moradores
para a existência dos impactos, pesquisas em instituições públicas e/ou
privadas em busca de informações relevantes ao estudo, além de análise crítica
das questões envolvidas no assunto.
09.
ESTUDO DO
PROCESSO DE EVOLUÇÃO DA PAISAGEM URBANA DOS BAIRROS DE CAPIM MACIO E PONTA
NEGRA NA CIDADE DE NATAL
Francisco Ivam Maia Alves
O trabalho intitulado “ESTUDO DO PROCESSO DE EVOLUÇÃO
DA PAISAGEM URBANA DOS BAIRROS DE PONTA NEGRA E CAPIM MACIO” tem como objetivo
identificar os momentos históricos do processo de construção da paisagem urbana
dos bairros de Capim Macio e Ponta Negra localizados na zona Sul de Natal/RN.
Ao longo dos anos a cidade de Natal cresceu e se urbanizou de forma bastante
acelerada acarretando inúmeras modificações no seu tecido urbano e fazendo
surgir novas paisagens, criadas e/ou transformadas pela interação de diversos
agentes políticos, econômicos e culturais, que fizeram com que as mesmas
adquirissem novas formas e funções. Os bairros aqui trabalhados são exemplos
dessas transformações, ganhando um novo valor, um novo sentido e uma nova
função dentro da Capital, onde uma das principais causas foi o desenvolvimento
da atividade turística, que nos últimos anos vem se destacando como umas das
principais atividades da cidade. Capim Macio e Ponta Negra apresentam hoje uma
nova paisagem, com novos elementos, ausentes em tempos pretéritos. Referenciado
nessas constatações o trabalho, ainda em andamento, procurará identificar as
mudanças lá ocorridas no que concerne a sua morfologia, ao seu meio ambiente e
a sua estrutura urbana, dentro da perspectiva da evolução da paisagem,
entendida como sendo dinâmica, e que reflete o hoje e ontem, o visível e o
invisível.
10. OS TERRENOS BALDIOS EM CAPIM MACIO SÃO UM
PROBLEMA?
Leonlene de Sousa Aguiar
Departamento de Geografia
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
O presente trabalho surgiu por acreditar-se que o
acúmulo de lixo em áreas indevidas está se tornando um sério problema,
sobretudo na zona Sul de Natal. No caso, dos terrenos baldios em Capim Macio,
eles são alvo de constantes despejos de resíduos. Caminhões, moradores e
carroceiros descarregam entulhos e lixo nessas áreas. Esta atitude constitui um
crime ambiental podendo trazer problemas relacionados a doenças, a impacto
ambiental, e a alteração da paisagem. Outra abordagem relacionada a estes
terrenos baldios é a questão da violência, já que estes terrenos ficam
desprovidos de iluminação e segurança à noite. Na tentativa de abordar todas
essas questões que vem ocorrendo nos terrenos
baldios do bairro de Capim Macio
na cidade de Natal, o trabalho visa comprovar se eles constituem de fato um
problema inserido no meio urbano das cidades. Geralmente estes terrenos,
conhecidos também como vazios urbanos, são frutos do processo de especulação
fundiária, estes por passarem tanto tempo sem um uso para construção por parte
dos seus donos ou por parte do poder público passam a assumir uma outra função
considerada ilegal e que pode acarretar sérios problemas. O problema é que os
terrenos baldios vêm assumindo o papel de depósito de lixo por causa da
deposição de materiais por parte de carroceiros e algumas empresas, o que pode
implicar num sério problema ambiental. Estes terrenos também não vêm cumprindo
a lei que diz que eles têm que ser cercados, o que acarreta em casos de
violência. Enfim o trabalho tem como objetivo estudar o que, o não cumprimento
das leis ambientais vem propiciando nos terrenos baldios do bairro de Capim
Macio na cidade de Natal, no que se refere ao lixo que é depositado nestas
áreas e a violência que vem sendo proporcionada.
11. EDUCAÇÃO AMBIENTAL – UM INSTRUMENTO VIÁVEL
À EFETIVAÇÃO DO PROGRAMA DE COLETA SELETIVA NO BAIRRO DA CIDADE DA ESPERANÇA –
NATAL/RN
MARIA HOSANA DA SILVA
Aluna do Curso de Especialização em
Meio Ambiente e Políticas Públicas,
UFRN.
Com o intuito de dar um destino final correto para o
lixo e, ao mesmo tempo, inserir no mercado de trabalho os ex-catadores que
atuavam no extinto “lixão”, foi criado e implantado (no mês de outubro do ano
de 2004 -, pela Companhia de Limpeza Pública da cidade do Natal – URBANA), no
bairro da Cidade da Esperança (situado na zona Oeste da cidade do Natal/RN), o
Programa de Coleta Seletiva Modalidade Porta. Porém, tal Programa não está
surtindo efeito, visto que a maioria da população do referido bairro não adotou
o sistema de coleta seletiva, postura esta decorrente da ausência de um árduo
trabalho de Educação Ambiental e, conseqüentemente, da falta de conscientização
dessa população. Diante de tais fatos, este trabalho pretende, por meio de
estudos e visitas in loco, buscar alternativas de soluções para o problema
apontado. A efetivação da proposta ora apresentada justifica-se pela
necessidade de realização de trabalhos educativos na Comunidade em foco. O
objetivo deste trabalho é, pois, promover Educação Ambiental formal para o
desenvolvimento do Programa de Coleta Seletiva Modalidade Porta. Baseado mais
precisamente neste objetivo, foi feito um levantamento fotográfico das
atividades desenvolvidas através do citado Programa, o mapeamento da área, bem
como visita à sede da Associação de Catadores de Materiais Recicláveis do Rio
Grande do Norte (ACRRN) e à URBANA, dados estes que muito subsidiarão o
trabalho proposto.
GT-18: HISTÓRIA, PODER E ESPAÇOS
Coordenador:
Almir de Carvalho Bueno
Departamento de História
e-mail: abueno@ufrnet.br
Local: Setor de Aula II, sala E3
O GT se propõe a discutir
pesquisas e trabalhos referentes a íntima relação entre o conhecimento
histórico e o(s) poder(es) em diferentes tempos e espaços sociais, entendendo
poder em sua concepção mais ampla e não apenas restrita ao político, procurando
abarcar as diversas maneiras pelas quais se dá a legitimação de poderes na
concretude das lutas sociais cotidianas.
Primeiro dia
01: OS MILITARES DE COR EM PERNAMBUCO EM FINS
DO SÉCULO XVIII E INÍCIO DO XIX.
Clécia Maria da Silva. Cleciamaria@yahoo.com.br
Universidade de Pernambuco (UPE)
Prof. Ms. Maciel Henrique Silva. Macielcarneiro@bol.com.br
Centro Federal de Educação Tecnológica (CEFET/PE)
O recrutamento militar no Brasil em fins do século
XVIII e início do XIX é caracterizado por uma complexa rede de negociações,
resistências e compromissos. Isto se deve ao Estado, que não tinha capacidade
de exercer sua autoridade de forma direta por causa das precariedades das bases
materiais e morais da administração patrimonial tendo que para isto delegar aos
notáveis da terra amplos poderes. Dentre estes: privilégios, imunidades e
isenção, principalmente no recrutamento militar conhecido na época como
“tributo de sangue”, o qual isentava as pessoas da mor condição, seus criados e
dependentes. Os que ficavam à margem viam o recrutamento como uma caçada
humana, porque as vilas e cidades ficavam abandonadas, os recrutados se
auto-mutilavam, falsificavam documentos, arrumavam documentos de última hora,
tudo servia de estratégia para evasão militar. Entretanto, a província de
Pernambuco apresentou significativo aumento nas tropas militares,
principalmente nos terços de homens pretos e pardos, que desde o século XVIII
constituíam redes de sociabilidades políticas, as quais congregavam em torno
delas identidades sociais de matizes étnicas e raciais, associando no século
XIX com o nativismo radical, cuja participação foi intensa nos movimentos
ocorridos nos anos de 1817 e 1824.
02: PODER E DISCURSO NA REVOLTA DA PRAIA
(1837-1850).
Nome: Diego Henrique Barros Nery.
Orientador:
Maciel Henrique Carneiro Silva
(CEFET – PE).
E-mail: Macielcarneiro@bol.com.br
Título da
pesquisa: Poder e discurso na
revolta da Praia (1837 – 1850).
Instituição:
UPE – FFPNM.
Este trabalho procura analisar o movimento da
Praieira, ocorrido em Pernambuco (1837-1850), sob a perspectiva das práticas
discursivas, considerando os métodos discursivos utilizados no convencimento
dos diversos grupos, como lavradores meeiros, senhores de engenho, moradores de
engenho, grupos médios urbanos, lideranças políticas, entre outros. Com um
enfoque nos jornais, nos manuscritos e fontes bibliográficas, este trabalho
busca trazer as relações entre os diversos grupos envolvidos, correlacionando
os discursos e práticas ao entendimento do contexto existente no período,
caracterizado pelo esfacelamento gradual do tráfico de escravos e pela formação
do estado nacional. Neste movimento, os grupos que apoiavam tanto os liberais
como os conservadores procuravam lutar por motivos pessoais e políticos, visto
que estes motivos se misturavam. A importância deste trabalho para a historiografia
reside na análise dos meios de persuasão construídos para que cada grupo
participasse. Com o intuito de atingir os objetivos da pesquisa, foi necessário
estabelecer uma articulação entre as lutas armadas ocorridas no campo com os
conflitos político-partidários, entre praieiros e ‘guabirus’ (liberais e
conservadores).
03: A CASA DE DETENÇÃO DO RECIFE: INSTITUIÇÃO
(IN)DISCIPLINAR, ESPAÇO DE (DES)ORDEM.
Flávio de Sá Cavalcanti de Albuquerque Neto –
História/UFPE
A partir do final do século XVIII, a Europa passou
por um processo de reforma penal, a partir da qual o crime deixara de ser uma
“lesa-majestade” ou heresia, como fora durante o Antigo Regime, e a penalidade
ficara, assim, independente do arbítrio do monarca. Crimes e penas eram,
doravante, previstos nas leis, passando as penas a ter a função de reeducar e
reinserir no convívio social o criminoso. No Brasil, a formalização destas
mudanças se consolidou com o Código Criminal de 1830. Em seus artigos nota-se
uma “humanização” das punições, e, no caso da pena por trabalhos forçados, uma
preocupação com a correção do criminoso. Os espaços em que a correção dos
indivíduos seria fomentada foram as penitenciárias, idealizadas, no Brasil, a
partir da década de 1850. Tendo isto em mente, o objetivo deste trabalho é
analisar o funcionamento da Casa de Detenção do Recife, construída entre os
anos de 1850 e 1867, e que fora projetada para ser uma instituição disciplinar
modelo, adequada para a reeducação e reinserção dos criminosos no convívio
social. Porém, por questões operacionais, que serão discutidas nesta
comunicação, todo o aparato disciplinar da Casa de Detenção tornou-se “letra
morta”.
04: A CRÍTICA LITERÁRIA DE LUÍS DA CÂMARA
CASCUDO COMO ARMA DISCURSIVA.
Marília Barbosa de Brito
Graduanda em História – UFRN
Em 1921 Luís da Câmara Cascudo lança seu primeiro
livro: Alma Patrícia. Nele o autor realiza uma critica literária sobre poetas e
jornalistas do Rio Grande do Norte. Uma das coisas que nos chama a atenção é o
publico a quem é endereçado este livro, a elite local, pois, segundo Cascudo,
uma das coisas que faz parte da identidade da elite é fazer poesias, e só ela é
capaz de apreender sua obra. Dessa forma, objetiva-se compreender quais eram os
vínculos políticos de Câmara Cascudo com as elites locais, e observar também
como ele utiliza seu discurso para legitimar seu lugar dentro dessa elite.
Analisar o discurso de Cascudo como aparece na obra, quando ele realça o lugar
de destaque da elite, pensando também na exterioridade do texto, ou seja, quais
eram as relações por trás do texto, é também um dos objetivos desta
comunicação.
05: CARTOGRAFIAS DE UM DISCURSO, ESPAÇOS DE UMA
ESCRITA: O NORDESTINO, O NORDESTE E SUAS INVENÇÕES.
Leonardo Carneiro Ventura – PPGH/CCHLA/UFRN
Olívia Morais de Medeiros Neta – PPGH/CCHLA/UFRN
Os
discursos como produções históricas enunciadoras de poder são construtores de
visibilidades e dizibilidades. O nordestino e o Nordeste são invenções
discursivas, saberes e enunciados que deram corpo a inúmeros discursos para o
homem e a terra hoje denominada Nordeste; estes não são naturais, são produções
imagético-discursivas. Assim, a partir de obras que destacam o Nordeste e o
nordestino buscamos perceber as imagens, os sons e a escrita que corporificam
espaços e signos para estes. Elencamos para nossa análise obras como “A
invenção do Nordeste e outras artes” e “Nordestino uma invenção do falo” de
Durval Muniz de Albuquerque Júnior, para assim discutirmos a noção de invenção
do nordestino e do Nordeste em contraposição as representações de Manuel
Correia de Andrade em “A terra e o homem do Nordeste” e de Ariano Suassuna e o
Movimento Armorial.
Segundo dia
06: ARRUDA BARRETO E A INFLUÊNCIA DO
PATRIOTISMO NA EDUCAÇÃO DOS JOVENS MOSSOROENSES: 1900-1904
Rozélia Alves da Silva – UERN
(INTRODUÇÃO) A partir do final do século XIX, época
da mudança do regime monárquico para a república, a educação brasileira teve
uma grande influência dos ideais patrióticos, devido a concepção dos
republicanos de que a educação serviria como um instrumento de consolidação do
novo regime e de transformação do país. Um exemplo disso é a presença do
patriotismo na prática educativa de Arruda Barreto na formação dos jovens
mossoroenses no período de 1900 a 1904. (OBJETIVOS) Explicitar a presença dos
ideais patrióticos na prática educativa de Arruda Barreto na formação dos
jovens mossoroenses. (METODOLOGIA) Utilizou-se como referência bibliográfica,
entrevistas com pesquisadores sobre a educação de Arruda Barreto (como por
exemplo, Raimundo Soares e Vingt-un Rosado), pesquisa do arquivo do Jornal O
Mossoroense e o Museu. (RESULTADOS) Detectou-se na prática educativa de Arruda
Barreto, atos patrióticos como a exaltação da pátria, culto aos símbolos
nacionais, homenagens aos “heróis nacionais” e desfiles. Como também a formação
de um modelo de homem a ser alcançado: sábio e patriótico, apto às causas
políticas e capaz de realizar qualquer sacrifício em nome do país. (CONCLUSÃO)
A pesquisa mostra que a influência educativa deste paraibano na cidade de
Mossoró no período de 1900 a 1904 foi muito forte, levando os jovens a
conceberem o patriotismo como algo essencial em suas vidas, com a idéia de que
seriam retribuídos ao terem seus nomes na História do Brasil como bravos
defensores da Pátria, sendo lembrados e relembrados pelos cidadãos brasileiros
como “heróis nacionais”.
07: CONSTRUÇÃO DOS HERÓIS REPUBLICANOS
POTIGURES
Consolação Linhares de Carvalho
Graduanda em História/UFRN
Bolsista de Iniciação Científica/ PIBIC/CNPq
O presente trabalho se propõe a estudar as tentativas
feitas pelos republicanos potiguares de legitimar socialmente o novo regime,
ligando o movimento republicano, do final do século XIX, à participação dos
“heróis” do Rio Grande do Norte nas insurreições de 1817 e 1824: André de
Albuquerque Maranhão e Frei Miguelinho. Este trabalho está vinculado ao projeto
de pesquisa do Professor Dr. Almir de Carvalho Bueno, que estuda o processo de
legitimação da República no Rio Grande do Norte. O nosso estudo vem sendo,
inicialmente, orientado pelo levantamento documental realizado no jornal
situacionista, A República, no período que vai de 1889 a 1930. Depois,
analisaremos os discursos dos jornais de oposição e, em seguida a esse trabalho
nos jornais, pretendemos registrar monumentos e espaços públicos no Estado que
celebram a memória desses “heróis”. A análise dessas fontes evidencia que os
discursos dos republicanos buscavam atribuir aos “heróis” uma personalidade que
se enquadrasse nos modelos coletivamente valorizados, associando-os aos ideais
religiosos e enfatizando, com muita freqüência, suas origens potiguares. Assim
tem sido possível reconstituir as estratégias usadas pelos novos donos do poder
político no Rio Grande do Norte para respaldar historicamente o novo regime.
08: A IMPRENSA POTIGUAR COMEMORA A REPÚBLICA
(1890-1896).
Verbena Nidiane de Moura Ribeiro
PPGH/UFRN
Todo regime político recém-instituído necessita de
legitimação popular. Contudo, no Brasil, a República foi instituída sem a
participação do povo, tendo assim o governo que buscar esta legitimação. Uma
das “armas” utilizadas foi o uso de símbolos, mitos, datas comemorativas que
alcançassem o imaginário popular, uma identificação entre o povo e o novo
regime. No Rio Grande do Norte, nos conturbados anos iniciais do regime, entre
1890 e 1896, o governo republicano teve de enfrentar as oposições formadas, que
reclamavam da maneira como os governantes exerciam a República e ainda tinham
que se preocupar com a divulgação do novo regime. Já em janeiro de 1890 o
governo federal instituiu datas que deveriam ser comemoradas em memória do novo
regime. E em agosto do mesmo ano, o governo do Rio Grande do Norte decretou as
datas que considerava caras à República. Os jornais, principal meio de
comunicação do período, foi também o principal veículo de divulgação de idéias
políticas, que também eram perpassadas através dos artigos comemorativos.
Situação e oposição travaram uma batalha nas folhas de seus jornais,
utilizando-se das datas comemorativas para divulgar seus ideais e construir,
cada um a sua maneira, suas memórias do regime republicano, travando desta
forma uma luta pelo poder.
09: DISCURSOS DE UM FATO: PROCLAMAÇÕES DA
REPÚBLICA NOS LIVROS DIDÁTICOS.
Bruna Rafaela de Lima
DEHIS/UFRN
Olívia Morais de Medeiros Neta
PPGH/UFRN
Os livros didáticos constituem-se enquanto fonte
histórica e são entendidos como uma produção histórica de seus autores, em
determinado tempo e contexto histórico. Os discursos produzidos e difundidos
nos livros didáticos marcam concepções de história e veiculam determinadas
visões, daí decorrendo as histórias ensinadas; assim, a partir da análise de
livros didáticos de diferentes épocas (décadas de 60, 70, 80 e 90 do século
XX), esta pesquisa deu visibilidade a Proclamação da República brasileira como
fato histórico ocorrido em 1889, em que se busca destacar pela dimensão
discursiva como tal fato é visto nos livros, considerando seus autores, suas
editoras, o contexto de produção e as concepções de história nos livros
didáticos. Metodologias, escrita, iconografia, atividades propostas, fontes e
tantos outros elementos são por nós elencados para mostrar a construção da
escrita da história como relações de poder e saber que a envolvem. Percebe-se
que autor, obra e contexto constituem uma tríade que expressa elementos da
produção dos livros didáticos e da escrita da história. O fato destacado para a
análise é escrito e representado distintamente a cada década.
10: O RÁDIO COMO IMPORTANTE VEÍCULO FORMADOR DE
OPINIÃO.
Rosângela Monteiro Aragão
PPGH/UFRN
O rádio foi um importante veículo de informação,
entretenimento, lazer e socialização na primeira metade do século XX em Natal.
Mesmo quando a cidade ainda não possuía uma estação local, milhares de
natalenses se reuniam para escutar as retransmissões radiofônicas que ocorriam
no período. As antigas diversões, assistir as retretas militares, as
competições esportivas, apresentações folclóricas, tiveram que ceder espaço às
retransmissões radiofônicas, que ao lado das exibições cinematográficas foram
tomando lugar de destaque no cotidiano social da cidade e assumindo um
importante papel como veiculo formador de opinião e influenciando o
comportamento de seus ouvintes. Durante o período da Segunda Grande Guerra foi
o rádio que possibilitou aos natalenses o acesso rápido às informações sobre o
desenrolar do conflito além de exercer seu poder de persuasão influenciando a
opinião pública em favor dos norte-americanos. Durante as décadas de 1930 e
1940 o rádio influenciou comportamentos, criou novos hábitos de consumo e lazer
além de ter sido um importante aliado a determinados grupos políticos (que
usavam o rádio como veículo de sua mensagem política aumentando seu poder de
alcance).
GT-19:
SOCIEDADE, DINÂMICAS CULTURAIS, MEMÓRIA
Coordenadores:
Vânia de Vasconcelos
Gico
E-mail: gico@digi.com.br
Departamento de
Ciências Sociais
Local: Setor de Aula
II, sala G6
Propõe-se discutir os estudos
e pesquisas sobre memória e sociedade; pesquisas da educação e da saúde em sua
dimensão sócio-politíca-antropológica; análise de obras e correntes de
pensamento representativo do Campo da Ciências Sociais, bem como das Imagens
traçadas nesse percurso, numa perspectiva transdisciplinar.
Primeiro
dia
01: A emergência de
mudanças na formação universitária em saúde: a visão dos alunos da Saúde e
Cidadania/SACI-UFRN (2001-2004)
Proponentes:
Geovânia de Silva Toscano
Aluna do Programa de
Pós-Graduação em Ciências Sociais/UFRN
E-mail:geovania_toscano@ig.com.br
Vânia de Vasconcelos
Gico
Profa. Dra.
Departamento Ciências Sociais
E-mail:
gico@digi.com.br
Pretende-se identificar
as mudanças na formação universitária de estudantes da área de saúde
participantes do Projeto Ensino e Extensão Saúde e Cidadania / SACI da UFRN, no
período de 2001 a 2004. Iniciado em 2002.2, participando professores e
estudantes dos cursos de Fisioterapia, Nutrição, Farmácia, Enfermagem,
Medicina, Odontologia, e Psicologia do Centro de Ciências Humanas. O Programa
PESC/SACI tem como meta fortalecer uma formação geral sólida a partir do
trabalho em equipe interdisciplinar e multiprofissional, de uma pedagogia
problematizadora, na perspectiva da ação-reflexão-ação mediante o diálogo entre
ensino, serviço e comunidade. Desenvolvido
nos bairros da zona Oeste de Natal/RN: Bairro Nordeste, Felipe Camarão,
Guarapes, Cidade Nova e Cidade da Esperança. O embasamento teórico discutido
será sobre Universidade, extensão universitária e educação possibilitando o
diálogo entre os saberes, a partir de aportes bibliográficos como Darcy Ribeiro,
Luiz Antonio Cunha, Cristovão Buarque , José Ortega Y Gasset, Boaventura de
Sousa Santos, Edgar Morin, Humberto Maturana, entre outros. Realizar-se-ão
leituras e análises do projeto da PESC/SACI, relatórios de alunos, textos
produzidos sobre suas experiências, no qual aparecem as falas dos alunos sobre
a contribuição das atividades desenvolvidas na SACI para a formação
profissional. Constata-se que as atividades desenvolvidas pela SACI contribuem
para a ampliação da dimensão social e política da universidade, com a formação
mais ampliada do aluno, aproxima a universidade da comunidade, estabelece a
relação teoria e prática, permite uma formação crítica e social da realidade,
aspectos estes de uma renovação na formação universitária em busca de uma sociedade
menos excludente, cooperativa, cidadã e humana.
02: Rezadeiras e
Programa de Saúde da Família (PSF) – Práticas de saúde sob a visão da população
de Cruzeta/RN.
Francimário Vito dos
Santos
UFRN- Programa de
Pós-Graduação em Antropologia Social
E-mail: ppgas@cchla.ufrn.br
Em pesquisas já
realizadas no município de Cruzêta-RN, na região do Seridó, pudemos perceber
que a prática mágico-religiosa desenvolvida pelas rezadeiras ou benzedeiras de
tradição católica continua latente e resistindo às transformações
sócio-econômicas e culturais. As pessoas tanto utilizam os serviços de saúde da
medicina “popular” quanto da medicina oficial - estabelecendo uma
complementaridade. Nesta perspectiva, buscamos fazer uma análise antropológica
tendo como viés as práticas das rezadeiras e as políticas do Programa de Saúde
da Família (PSF). Este modelo faz parte da medicina tradicional e tem como
proposta atuar junto à comunidade no sentido de implantar uma cultura de saúde
preventiva. E como recomenda o Ministério da Saúde (1997), cada equipe deve ter
no mínimo, um médico, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem e agentes
comunitários de saúde. Podendo ampliar o quadro de profissionais de acordo com
o número de habitantes existentes. Diante do exposto, o nosso objetivo é
entender como as ações destas duas práticas - medicina “popular” (rezadeiras) e
medicina oficial - são vistas e vivenciadas pelas pessoas da comunidade. Que
representações os clientes das rezadeiras, têm sobre o PSF e vice-versa. Apesar
da pesquisa estar em fase preliminar, a análise reflexiva que se fará no
decorrer do mestrado vai discutir tais práticas populares com as políticas de
saúde do PSF, sob o ponto de vista da comunidade. Na obtenção dos dados
acompanharemos as equipes de saúde em visitas às famílias, e na ocasião faremos
entrevistas abertas, aplicação direta de questionários e observações
participantes. O mesmo ocorrerá com clientela das rezadeiras quando estiverem
aguardando a vez de se rezar.
03: Histórias e Causos de Botijas em Carnaúba dos Dantas
Thiago Stevenny
Lopes
Departamento de
História e Geografia CERES/UFRN
Helder Alexandre
Medeiros de Macedo
Programa de
Pós-Graduação em História/UFRN
E-mail: heldermacedo@katatudo.com.br
O Projeto Carnaúba dos Dantas: Inventário do
Patrimônio Imaterial de uma Cidade do Sertão do Rio Grande do Norte - PRONAC N° 043906 abriga este estudo.
Objetiva-se investigar as histórias sobre botijas contadas pelos moradores de
Carnaúba dos Dantas (zona urbana e rural) e como essas histórias vieram a
contribuir para a reafirmação do imaginário dos mesmos narradores. Justifica-se
tendo em vista as discussões que o patrimônio imaterial tem levantado, tanto na
historiografia, como nos estudos patrimoniais, com relação à participação ativa
de grupos minoritários ou marginalizados na construção das histórias locais.
Enfatizamos, também, que a rememoração dessas histórias dá visibilidade a esse
patrimônio - oral, material e imaterial - pertencente aos carnaubenses. Discute-se
como essas histórias vieram a inserir visões fantasiosas de mundo na imaginação
dos moradores do município. A metodologia está baseada na leitura e discussão
do referencial teórico - ancorado no conceito de memória discutido por Jacques
Le Goff, Ecléa Bosi e Maurice Halbwachs - e no de patrimônio cultural, cujos
aportes são levantados por Françoise Choay, Maria Cecília Londres Fonseca,
Carlos Lemos e Roque de Barros Laraia. Seguiu-se o reconhecimento da colônia de
narradores - que agrupa os mais antigos moradores - e coleta das entrevistas,
sendo utilizadas para este trabalho apenas as que já se apresentam digitadas,
revisadas e que se relacionam ao tema em questão. Viajar pelas memórias dos
narradores nos permitiu compreender como as narrativas em torno de tesouros
enterrados, no mundo rural e na paisagem citadina, contribuem para que se pense
a relação entre medo, religiosidade popular e crença na existência do
sobrenatural presentes no tecido mnemônico desses indivíduos.
04: JOÃO DA cOSTA
MACHADO - UM PSIQUIATRA POTIGUAR Humanista a FRENTE DE SEU TEMPO
Juliana Rocha de
Azevedo
Programa de
Pós-Graduação em Ciências Sociais/UFRN
E-mail: julliarocha@yahoo.com.br
Discute-se a trajetória
do psiquiatra potiguar João da Costa Machado, trazendo ao Rio Grande do Norte a
vanguarda dos tratamentos médico-hospitalares na psiquiatria. A sua chegada, na
década de 1930, se constituiu um marco divisor de águas para o entendimento da
loucura no estado. João Machado foi o difusor da Psiquiatria Social numa época
em que a doença mental era vista como degenerescência racial. Seu trabalho foi
constituído de mudanças nos âmbitos: da estrutura manicomial, e das
mentalidades. Sua meta era esclarecer à sociedade o que seria a loucura
mostrando que, os fatores sociais colaboram diretamente para a mudança do
estado psíquico do homem. Era a psiquiatria social derrubando a eugenia
facista. Entre seus feitos destacam-se a fundação da "Sociedade de
Assistência a Psicopatas de Natal" na qual organizou uma ação educativa para
a população com a realização de Semanas de Higiene Mental e publicação mensal
do Boletim de Saúde Mental e criação do Hospital Colônia de Psicopatas, hoje
Hospital João Machado. O hospital foi construído nos moldes de colônia
agrícola, onde uma das finalidades era o tratamento pela laborterapia (terapia
pelo trabalho). Não possuía grades de ferro nem muros internos separando as
enfermarias, pelo contrário elas convergiam e se interligavam, favorecendo a
integração e a convivência entre pacientes, funcionários e corpo clínico. A
idéia era dar continuidade a vida social do paciente. A relação médico-paciente
passava a ser reconhecida no contexto dos laços afetivos e produtivos,
priorizando o respeito humano. Sendo contra os internamentos, ele idealizou os
“hospitais dia” nos quais os pacientes voltariam para casa ao fim do dia, essa
idéia hoje materializou-se nos CAPS (Centros de Atendimento Psico- social).
05: Memória de
Pescadores: a socialização dos saberes na Reserva de Desenvolvimento
Sustentável Estadual - RDS Ponta do Tubarão/RN
Lenice Lins Goulart
Programa de
Pós-Graduação em Ciências Sociais/UFRN
E-mail: lenicelins@digizap.com.br
Vânia de Vasconcelos
Gico
Profa. Dra.
Departamento de Ciências Sociais/UFRN
E-mail: gico@digi.com.br
Discute-se as
representações sociais de moradores da Reserva de Desenvolvimento Sustentável
Estadual – Ponta do Tubarão, através das memórias de mulheres, companheiras de
pescadores, com idade acima de sessenta e cinco anos e possuidoras de um saber
socialmente construído. Especificamente através de relatos orais
autobiográficos, busca-se as representações de suas histórias de vida. A
memória será trabalhada acreditando-se na importância da transmissão cultural e
na vivência dos grupos sociais que refletem seus valores, crenças, hábitos e
visões de mundo. O ponto de partida para análise foi o processo de criação da
RDS. O rito da criação da reserva foi tomado como fato que motivou a pesquisar
a partir da memória de antigos moradores. Outro viés que se deseja conhecer e a
consciência ecológica que a população da RDS possui e como deseja preservá-la.
O processo de criação da RDS foi conduzido por várias instituições de classe,
atores e atrizes sociais, que reagiram aos estrangeiros que ameaçavam o
equilíbrio dos ecossistemas. O objetivo é uma reflexão sobre a Memória Cultural
que revela a socialização dos saberes das mulheres, numa perspectiva
transdiciplinar, unindo os conhecimentos da tradição, a partir da realidade
empírica das comunidades, e o conhecimento científico, compatibilizado-os com o
paradigma emergente em que se leva a acreditar que “todo o conhecimento é
autoconhecimento” expresso por Santos, (2003).
06: A transformação das
representações mortuárias e a constituição de uma nova “sensibilidade”.
Luciana Lima Vasconcelos
Curso de Ciências
Sociais/UFC
E-mail: lulushilu@hotmail.com
Discute-se as
transformações sofridas pelas representações sociais da morte, em cerimônias
fúnebres. Especial destaque será conferido à influência do discurso sanitarista
que estabelece-se em Fortaleza em meados do século XIX, principalmente de 1860
a 1930, instituindo todo um sistema de controle e disciplina social através da
higienização das cidades e medicalização das populações. Observa-se que
qualquer referência à morte passa a ser afastada do nosso cotidiano, por isso
falo da constituição de uma nova sensibilidade. Esta pode ser entendida como o
resultado do desenvolvimento de um maior comprazimento com a dor alheia da
perda, mas também de uma maior “delicadeza”, de uma repulsa frente a qualquer
referência de morte, culminando num processo cada vez maior de “falência
ritualística”, quando se observa uma considerável diminuição dos ritos fúnebres
e uma re-significação dos mesmos. Almejo analisar costumes, hábitos e
representações referentes aos rituais de morte e luto na cidade de Fortaleza, a
partir da experiência individual e de como essa experiência é vivenciada pela coletividade.
Tento compreender o conjunto padrão de atitudes morais que constituem a
“etiqueta do morrer” e do comportar-se frente ao morto, já que existe todo um
sistema de ações esperadas dos indivíduos, no qual o decoro e o comedimento são
atributos essenciais de “civilidade”. Trata-se de um paradoxo exprimido no
dever social de manifestar certo sofrimento ao mesmo tempo em que este deve ser
contido. Se por um lado a distância emocional entre as pessoasaumenta, por
outro, a exigência de solidariedade e demonstração de afeto para com quem sofre
uma perda é eminente. Para coleta de dados realizaremos entrevistas e
observação participante em sepultamentos, velórios e missas de sétimo dia.
07: DELIMITANDO
CARTOGRAFIAS, CRIANDO PAISAGENS: AS CERCAS DE PEDRA NO MUNICÍPIO DE CAICÓ (RN)
José Mário Morais do
Nascimento
E-mail: nascimento.z@bol.com.br
Erivan Ribeiro de
Faria
E-mail: erivan.faria@bol.com.br
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR
DO SERIDÓ/UFRN
O município de Caicó
(RN), localizado na microrregião do Seridó potiguar, possui uma forma peculiar
de delimitação: as cercas de pedra, que tendem a persistir dentro da cultura
das cercanias existentes no Brasil, no estado do Rio Grande do Norte, e mais
especificamente no caso do nosso estudo, na região do Seridó. Estas eram
construídas para fins de delimitação de propriedades particulares, sobretudo,
nas circunscrições territoriais dos currais de gado, tão presentes na citada
região. Na atualidade, a cerca de pedra, no espaço seridoense, vem passando
pelo um processo de resignificação, sendo substituída por outros tipos de
delimitações cartográficas. Objetivamos nesta pesquisa destacar a importância
histórico-cultural das cercas de pedra, identificando os principais fatores que
processaram sua erradicação/substituição nas últimas décadas do século passado
e atual. Como metodologia estamos utilizando a observação “in loco”, bem como
recorrendo a fragmentos de memórias de pessoas mais antigas da cidade e da
região que construíram ou que tinham a cerca como algo presente em seu
desenrolar cotidiano e que, através de entrevistas, cederem estes fragmentos
para a (re)construção da importância da cerca de pedra para aquela dada
sociedade. Desse modo, observamos que a cerca de pedra está sendo
destruída/substituída e que a arte da construção desta tornou-se incomum. Um
dos possíveis fatores que compromete a sua perpetuação é a capacidade
involuntária destas de abrigar o barbeiro, inseto que transmite o mal de
Chagas. Consciente que os valores sociais são (re)criados na escala temporal é
interessante destacar , no momento, a importância cultural das cercas de pedra,
ainda, existentes na paisagem do Seridó.
Segundo dia
08: A narrativa visual
fotográfica na compreensão da sociedade:uma experiência em educação e saúde.
Itamar de Morais
Nobre
E-mail: itanobre@bol.com.br
Vânia de Vasconcelos
Gico
E-mail: gico@digi.com.br
Profa. Dra.
Departamento de Ciências Sociais/UFRN
Discute-se o uso da
fotografia na sala de aula como uma narrativa visual, conferindo-lhe as
qualidades de fonte de informação para a compreensão do contexto sociocultural
do qual foi captada, refletindo sobre a compreensão do seu significado a partir
do entendimento dos signos organizados na sua composição. A experiência que nos
serviu como argumento para esta discussão foi realizada em uma sala de aula com
30 alunos do Curso de Enfermagem, na disciplina de Sociologia da Saúde,
oferecida pelo Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, no ano de 2003. Os dados foram coletados a partir da
observação em sala, dos seminários promovidos e das avaliações utilizando a
imagem fotográfica como mediação no ensino superior na área da saúde.
09: TEMPO DE FESTA: um
estudo sobre a cultura popular no litoral norte paraibano
Gekbede Dantas da
Silva
Luiz Carvalho de
Assunção
E-mail: ppgas@cchla.ufrn.br
Programa de
Pós-Graduação em Ciências Sociais/UFRN
Barra de Camaratuba,
localizada no extremo norte do litoral paraibano, foi à comunidade escolhida
para desenvolvermos uma pesquisa de campo, levando em conta a oralidade, a
memória e as narrativas dos seus moradores. Essas vozes tornam-se essenciais
para a construção da história cultural e a percepção das mudanças decorrentes
da inserção do turismo no local. As mudanças ou
transformações ocorridas causam desestruturação ou uma reestruturação,
substancializada. Ao invés da participação tem-se a apresentação. A festa é
esquematizada e as tradições viram espetáculos. Assim como a festa, os
espaços também mudam. Há interferência na vida dos pescadores e nos seus
espaços: o mangue, o mar, o rio, a caiçara dos pescadores. O turismo torna-se
uma mercadoria intermediadora das relações sociais, dentro de todo esse
processo cultural. O turismo que se pretende desenvolver e implementar na
comunidade precisa ser repensado de forma a beneficiar seus moradores. Essa
comunicação portanto, tem como proposta refletir sobre a relação da comunidade
de Barra de Camaratuba com o turismo, a realização da festa de São Pedro e a
produção de novas formas de sociabilidade.
10: Narradores de Pium:
a festa da padroeira pela memória social
Adriene do Socorro
Chagas
Curso de
Antropologia/UFRN
E-mail: adoraflink@gmail.com
Busca-se entender os
motivos para a emergência de uma festa pela memória. Para tanto concentra-se as
narrativas sobre a festa de Santa Luzia, padroeira de Pium, no município de
Parnamirim-RN, segundo os que a vivenciaram em tempos idos. A memória como
categoria socialmente construída permite compreender determinados processos
sociais, além de contribuir para a visibilidade de uma “história
vivida”.Utilizamos como metodologia a história oral. Nas narrativas colhidas a
referência à dinamicidade espacial e à formação de constituição da prática
religiosa são uma constante. Inferimos que a seleção desta festa religiosa pela
lembrança funciona como um registro sobre um tempo e um espaço grandemente
pertencido aos “primeiros” moradores do local.
11: Trajetória
Educacional de Mulheres Participantes do Programa Universidade Aberta Para a
Terceira Idade - UnATI /UnP
Ana Cristina Cabral
Medeiros
E-mail: anacristina@interjato.com.br
Vânia de Vasconcelos
Gico- gico@digi.com.br
Profa. Dra.
Departamento de Ciências Sociais/UFRN
Discute-se a trajetória
de mulheres participantes da Universidade Aberta para a Terceira Idade – UnATI,
da Universidade Potiguar, sediada em Natal/RN/Brasil, enfocando seu itinerário
educacional. Este estudo integra uma pesquisa mais abrangente intitulada
“Re-invenção da velhice cidadã” em elaboração e constituíndo-se em tese
vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais discutindo os
desafios postos pelo acelerado envelhecimento da população mundial, em
particular a do Brasil, cuja população idosa, em 2003, era de 16,7 milhões de
pessoas, representando 9,6% da população total, com previsão de dobrar nos
próximos 15 anos (IBGE). Foi realizado um estudo transversal, de base
populacional junto às alunas da UnATI-UnP, nascidas na primeira metade do
século XX. Utilizando-se o processo de amostragem, foram entrevistadas 33
mulheres, com nível superior, entre as alunas matriculadas em 2005, que
constituíram a amostra desse estudo. Para a coleta de dados foi utilizado o
Questionário multidimensional BOAS (Brazil Old Age Schedule), acrescido de
questões específicas sobre a trajetória de vida com enfoque na educação. A
análise e a discussão dos dados foi realizada numa abordagem transdisciplinar
numa visão da complexidade, tendo como instrumento principal o conjunto das
idéias de Humberto Maturana sobre a Biologia do Conhecimento. O estudo revelou
que, a trajetória de cada uma dessas mulheres, possui uma potencialidade
transformadora dessa estrutura, pois cada uma delas superou seus problemas de
maneira singular. Revelou, ainda, que para elas a UnATI-UnP representa o espaço
privilegiado de apropriação das experiências vividas, necessária à
transformação que favorece um envelhecimento ativo numa perspectiva de uma
educação para a vida toda.
12: Carnaúba dos Dantas:
a arte do debulhar feijão
Sidney Santos da
Silva
Departamento de
História e Geografia CERES/UFRN
E-mail: sidneysantosilva@yahoo.com.br
Helder Alexandre
Medeiros de Macedo
E-mail:heldermacedo@katatudo.com.br
UFRN-CCHLA-Programa
de Pós-Graduação em História
O Projeto Carnaúba dos
Dantas: Inventário do Patrimônio Imaterial de uma Cidade do Sertão do Rio
Grande do Norte, PRONAC Nº 043906, vinculado ao Ministério da Cultura e
financiado pela Petrobras, coordenado pelo mestrando Helder Macedo, abriga a
pesquisa em questão. Objetivamos compreender quais eram os espaços de
sociabilidade no mundo rural de Carnaúba dos Dantas e como as pessoas se
relacionavam nesses espaços. Justificamos esse trabalho na perspectiva de
valorizar os estudos patrimoniais nos quais se alargam de tal forma que inserem
os estudos da historiografia, como também dar visibilidade a essas histórias
como patrimônio imaterial dos moradores de Carnaúba dos Dantas. O contato com
os narradores nos despertou um interesse pessoal, já que esses eventos nos
remetem a um passado festivo e contagiante. O referencial teórico está ancorado
no conceito de memória discutido por Jacques Le Goff, Ecléa Bosi e Maurice
Halbwachs, e nas discussões sobre Patrimônio Cultural que emergem das obras de
Françoise Choay, Maria Cecília Londres Fonseca, Carlos Lemos e Roque de Barros
Laraia. A sistematização está pautada na leitura e discussão dos textos
teóricos, na etapa de reconhecimento da colônia de narradores, na coleta das
entrevistas gravadas, transcrição e digitação das mesmas, tomada da carta de
sessão e por fim análise das narrativas tendo em vista a base teórica e o
referencial bibliográfico. Quarenta pessoas foram entrevistadas, destas, um
número significativo, percorrendo os caminhos da memória revisitaram as
lembranças das debulhadas como momentos de encontros, de conversas, de
sociabilidades e festividades entre amigos e familiares.
13: ENTRE O ESQUECIMENTO
E A LEMBRANÇA DOS AGRICULTORES NAS CERCANIAS DO MUNDO NOVO.
Jossylúcio Jardell
de Araújo.
Curso de Geografia
CERES/UFRN
Evaneide Maria de
Mélo.
Curso de Geografia
CERES/UFRN
Eugênia Maria Dantas
Profa. Dra. do
Departamento de História e Geografia –DHG/CERES/UFRN.
Palmilhando pelas
veredas do meio agrário seridoense, nos deparamos com um mundo múltiplo
discursivo e efervescente, cujas vivências e lembranças do passado tocam o
presente. Nesta perspectiva, objetivamos compreender as práticas cotidianas
alicerçadas nos saberes e fazeres de um homem singular e plural. Para tanto,
nosso suporte corresponde às narrativas dos agricultores assentados na Fazenda
Mundo, localizado no município de Caicó – RN, que é gerenciado pela Empresa de
Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte – EMPARN. A nossa pesquisa de
campo recorreu metologicamente ao uso da história oral, para as discussões
teóricas nos inspiramos nas leituras de autores como Éclea Bosi, Paul Thompson,
Roberto Lobato Corrêa e Zenny Rosendahl. Com a ida ao campo e a sistematização
das informações, passamos a acreditar que todos os agricultores do Mundo Novo
têm um ponto de intersecção que os unem, que os aproxima, que os liga ao meio
rural num desejo individual, social e coletivo, que expressa o desejo de
permanência nas cercanias agrícolas até os últimos dias de suas vidas.
14: Fragmento de
memória: estudo e documentação do acervo fotográfico do Instituto de
Antropologia Câmara Cascudo/UFRN
Aline Gurgel da
Silva
Graduando do Curso
de História/CCHLA
Wani Fernandes
Perreira
Museu Câmara Cascudo
Objetiva-se registrar a
história do “Instituto de Antropologia Câmara Cascudo”, atual Museu Câmara
Cascudo/UFRN. Escolheu-se um conjunto de fotografias que retrata parte da
trajetória da instituição compreendida no período 1960-1970. De um total de
quinhentas fotos, escolhemos vinte delas para criar uma primeira coleção
museológica. Até o momento estas fotografias representavam uma recordação
coletiva ou individual, revestidas de um valor afetivo - expressado pelos
professores e funcionários entrevistados -, não eram consideradas como fonte de
informação, não se conhecia seu valore documental, nem se constituíam como
acervo museológico. Para transformar este contexto recorremos a um cenário
teórico que desse conta e validasse o valor documental da fotografia
compreendendo-a como uma fonte relevante e indispensável para a história e
pesquisa histórica, tanto quanto os documentos oficiais, atas e jornais, dentre
outros, como defende Jaques LE GOFF (1996); a fotografia representa sempre um
objeto de contexto, um fragmento (SONTAG, 1981); um instrumento de apoio à
pesquisa nos diferentes campos da ciência, um documento visual, um original
fotográfico é uma fonte primaria (KOSSOY, 2001), um objeto de pesquisa
relativamente pouco explorado pelos historiadores (BURKE, 2004). Por se tratar
de uma pesquisa interdisciplinar, contamos com uma co-orientação na área da
documentação e conservação museológicas. Assim após a identificação, uma
primeira catalogação e higienização das fotos, demos então início à uma
sistematização desses registro imagético (LÉVY, 1993) e elaboramos uma Ficha de
Documentação – em processo de revisão e complementação -, até então
inexistente. Pensa-se assim contribuir para o conhecimento e divulgação da
memória da primeira instituição de pesquisa e primeiro museu universitário
ambos pioneiros nestas áreas no Rio Grande do Norte.
GT-20:
MODELOS DE EXPLICAÇÃO NA CIÊNCIA E NA FILOSOFIA
Coordenadores:
Maria da Paz Nunes
de Medeiros
E-mail: mpaz@ufrnet.br
Departamento de
Filosofia
Daniel Durante
Pereira Alves
Departamento de
Filosofia
Local: Setor de Aula
II, sala F5
Visa à análise de variados modos de entender a
realidade, encontrados na história da ciência e da filosofia ou propostos na
contemporaneidade, como modelos de explicação e representação do conhecimento.
Trata de investigações acerca dos fundamentos lógicos e ontológicos dos modelos
e das implicações para estudos interdisciplinares que priorizam entendimentos
mais amplos dos conceitos.Serão consideradas propostas de trabalhos que
discutam:
1. Análises conceituais na ciência, na filosofia;
2. Sistemas de lógica clássica e não-clássicas;
3. Modelagens conceituais e suas implicações para a
pesquisa interdisciplinar.
Primeiro dia
01. A AÇÃO SOCIAL COMO
TEXTO
Prof. Dr. Abrahão
Costa Andrade
UFRN / Departamento
de Filosofia
Relacionar as
características do conceito de texto de Paul Ricoeur às características do
conceito de ação social desenvolvido por Max Weber.
02. CONDICIONAIS
CONTRAFACTUAIS
Adriano Marques da
Silva
UFRN / Departamento
de Filosofia
Sabemos que em sistemas
formais o ‘significado’ dos conectivos lógicos, por ser determinado de forma
funcional-veritativa, é muito mais restrito do que o dos conectivos das
linguagens naturais. Historicamente, as discrepâncias entre o conectivo formal
‘"’ e o ‘se’ foram consideradas as mais sérias, dando
origem a um novo ramo da filosofia da lógica, conhecida como “lógica dos
condicionais” e cujo objetivo central é elucidar as condições de assertabilidade dos condicionais. Os
objetivos do presente trabalho são dois: dar uma breve introdução a um dos
tópicos da lógica dos condicionais, a saber, a interpretação dos condicionais
contrafactuais (do tipo ‘Se tivesse sido o caso que A, teria sido o caso que
B’) e mostrar de que maneira este problema está relacionado a tópicos cruciais
da filosofia da ciência, tais como a definição de lei, confirmação e o
significado de potencialidade.
03. SISTEMAS TUTORIAIS
INTELIGENTES NA WEB: UMA APLICAÇÃO EDUCACIONAL DAS LÓGICAS PARACONSISTENTES
Antonio Júlio Garcia
Freire
UFRN / Programa de
Pós-Graduação em Filosofia
O desenvolvimento do
ensino-aprendizagem sob a perspectiva de uma rede mundialmente conectada, como
a internet, possibilitou o surgimento novas atividades interativas e de
cognição, ao mesmo tempo em que colocou, para educadores, filósofos e
cientistas da computação, problemas e desafios de grande complexidade,
principalmente no que tange ao modo como o conhecimento é representado. Nesse
escopo, os ambientes virtuais de ensino-aprendizagem já evoluíram de forma
significativa, desde o seu aparecimento nos anos 60, passando por sistemas centrados
no paradigma behaviorista (CAI-Computer-Aided Instruction), até às mais
recentes abordagens baseadas em simuladores, micromundos, ambientes de
aprendizagem social e os sistemas de tutoria inteligente na web (STI). Tais
abordagens têm em sua concepção, muito dos progressos na área da IA
(Inteligência Arificial). Nos STI, o conhecimento do processo de raciocínio do
aluno se dá através de técnicas de modelagem qualitativa, simulando o processo
de solução de um problema. Teoricamente, fundamentam-se na Psicologia
Cognitivista, com uma estrutura baseada em módulos e de inspiração heurística.
Além disso, fazem uso de uma modalidade interativa que privilegia o diálogo do
tipo socrático, acrescido da detecção de erros. Sob o aspecto lógico, tais
sistemas são complementados pelos avanços dos sistemas lógicos
paraconsistentes, uma vez que admitem teses contraditórias mas não triviais em
suas estruturas. Utilizam intensivamente os avanços teóricos na área de
aprendizagem de máquina (Machine Learning), através da descrição de
princípios e processos gerais de ensino-aprendizagem em sistemas
computacionais. O objetivo desta comunicação é apresentar um panorama dos
sistemas de tutoria inteligente baseados em interface web, apontando as
eventuais conexões com os princípios da lógica paraconsistente.
04. A noção de
conseqüência lógica nos
contextos informal e
formal
Ângela Maria Paiva
Cruz
UFRN / Base de
pesquisa “Lógica, Conhecimento e Educação”
A Lógica tem sido
definida por vários lógicos contemporâneos como uma área do conhecimento que
trata da noção de “conseqüência lógica”. Essa noção é definida em um sistema
lógico por satisfazer determinadas propriedades. Em Cruz; Dal Pian; Lycurgo
(2002) encontra-se uma análise obtida pela metodologia da “Grade de Repertório”
– proposta por Kelly (1955) -, evidenciando em que medida a modelagem lógica
dessa noção se aproxima dos modos informais de entendê-la e explicá-la. Esse
trabalho tem por objetivo, apresentar os resultados desta análise e discutir
certas propriedades da conseqüência lógica em algumas lógicas.
05. A lógica da dor: um estudo sobre a percepção
da dor como fenômeno
psíquico.
Bertulino José de
Souza
Professor
Universitário - Mestre em Educação UFRN - 2002
A presente proposta
de investigação foi gestada a partir do curso Racionalidade e lógica no
contexto das mudanças epistêmicas. O estudo situa-se no âmbito das
estruturas de pensamento interrogando as crenças nele formalizadas (C). Nesse
contexto, busca na racionalidade, discutindo os diversos graus de credibilidade
(G), uma forma de explicação do referido mecanismo (M – J) e sua compreensão
pela juventude (15 a 17 anos de ambos os sexos), indicando com isso, um estado
epistêmico (K). Trata da questão da dor, investigando na etimologia da palavra,
diferentes orientações, uma das quais, capturando a lógica (no sentido da
estruturação da racionalidade), que permeia a formação dos sujeitos sociais e
lhes imprime uma orientação que durará toda a vida. Para tanto, baseia-se na
Metafísica assim como sugerida no livro IV de Aristóteles e nas proposições de
teóricos como: Cruz (2001, 2004); Epstein(1999), entre outros.
06. O MUNDO DE TARSKI E O ESTUDO DA LÓGICA
David Gomes da Costa
Flammarion Gomes
Mendonça
UFRN / Departamento
de Filosofia
Um dos grandes
problemas que os alunos iniciantes enfrentam ao se deparar com o estudo da
Lógica é a dificuldade em perceber sua real amplitude, já que nem sempre é
possível assimilar de forma clara sua aplicabilidade, bem como de suas fórmulas
e sentenças. Esta comunicação, na tentativa de resolver este problema, introduz
o aluno ao programa de computador Mundo
de Tarski, parte integrante do livro Language,
Proof and Logic, dos professores norte-americanos Jon Barwise e John
Etchemendy, da Universidade de Standford. O programa simula vários mundos, que
podem ser construídos a partir da inserção de três formas geométricas – que
podem assumir três diferentes tamanhos – num tabuleiro. Sobre a disposição
feita pelo aluno, pode-se construir em outra janela sentenças baseadas em
predicações pré-determinadas pelo programa, juntamente com os símbolos
veri-funcionais da lógica clássica e os quantificadores. A pertinência entre o
que aparece no mundo e a sentença escrita pode ser verificada numa terceira
janela, dispondo o programa de um jogo que pode ser utilizado quando ainda
restam dúvidas sobre o valor de verdade da sentença. O objetivo desta
comunicação é justamente dar um panorama do programa, dando vários exemplos
práticos de construção de mundos e sentenças através do seu manuseio, bem como dos
outros recursos citados anteriormente. Desta forma, ao formalizar situações
dadas em um mundo restrito, o aluno terá mais facilidade na formalização de
situações cada vez mais complexas, que extrapolam as limitações do programa.
07. Lógica Lúdica :
aprendendo lógica através de charadas
Prof. Dr.Daniel
Durante Pereira Alves
UFRN / Departamento
de Filosofia
Um interessante e
poderoso recurso didático para a aprendizagem de lógica são as charadas e
adivinhações. Nesta comunicação pretendo, através de alguns exemplos, mostrar
como importantes conceitos da lógica podem ser aprendidos, exercitados e
exemplificados em situações lúdicas de enigmas e adivinhações. Tais situações
motivam os alunos a buscarem saídas intuitivas, chegando, através de suas
próprias pernas, aos antes "complexos" e "inacessíveis"
conceitos lógicos. Usaremos alguns exemplos dos livros de Raymond Smullyan,
eminente lógico, filósofo e matemático norte-americano que se dedica ao
tema."
08. CORPO E
EPISTEMOLOGIA: apontamentos em torno da transversalidade dos saberes
João Carlos Neves de Souza e Nunes Dias
Profª. Drª. Maria da Conceição
de Almeida - orientadora
Grupo de Estudos da Complexidade - GRECOM
UFRN / Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais
Esse trabalho caracteriza-se como um projeto de pesquisa que vem sendo
desenvolvido no programa de pós-graduação strictu sensu - mestrado - em
Ciências Sociais da UFRN, na linha de pesquisa Estudos da Complexidade. Para o
desenvolvimento dessa pesquisa, partimos da compreensão de que há configurações que podem ser reconhecidas como
ciência por apresentarem caracteres de objetividade e de sistematicidade e há
as que não possuem estes critérios, mas que possuem coerência e são
determinadas por sua positividade, condição que não deve ser tratada de forma
negativa, uma vez que significa o reconhecimento de outras configurações do
saber que não apenas o saber científico. Objetivamos, nesse sentido, refletir sobre a
configuração epistemológica dos saberes, apontando na direção de um arranjo
mais flexível do conhecimento, numa configuração transversal dos saberes. Nesse movimento de (re)configuração epistêmica,
torna-se importante compreender que a ciência não é a única forma de
conhecimento existente, bem como reconhecer os limites e relações entre o saber
científico e de outras positividades. Nesse contexto, buscamos evidenciar as
diferentes lógicas e mecanismos de explicação e compreensão que configuram
esses saberes, a partir da produção do conhecimento em torno do corpo e da
gestualidade enquanto indicadores epistêmicos para pensarmos um arranjo
transversal do conhecimento. As concepções sobre o corpo constituem-se como uma
narrativa marcada pelos códigos do conhecimento científico, filosófico,
artístico, social, das tradições, entre outras, nessa escrita epistêmica o
corpo não se separa no espaço e no tempo das marcas da estrutura biológica
humana, ela mesma simbólica, nem dos aspectos sociais, econômicos e éticos. Uma
narrativa que não pretende naturalizar a cultura ou culturalizar a natureza,
indivíduo e sociedade, sujeito e objeto, de modo disjuntivo, mas fazer dialogar
o conhecimento sobre estes domínios do humano e em geral da vida, separado por
um paradigma disjuntor dos saberes humanos.
09.
CONTROLE, RACIONALIDADE E NEUTRALIDADE
CIENTÍFICA
Prof. Josailton
Fernandes de Mendonça
Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte – UERN
A discussão em torno da
racionalidade cientifica deve considerar quais os objetivos estabelecidos para
a ciência. E da mesma forma que a racionalidade envolve tanto grupos como
indivíduos, os objetivos tendem a ressaltar aquele conjunto de valores e regras
fixadas pela comunidade cientifica para a ciência, tanto quanto aquelas regras
fixadas por indivíduos, sobretudo filósofos e cientistas. Igualmente deve ser
considerado que ao longo dos quatro últimos séculos, isto é, a partir da
revolução cientifica moderna a idéia de racionalidade cientifica tende destacar
como valor fundamental da ciência a idéia de controle da natureza. Neste
sentido os objetivos fixados para a ciência de modo geral querem, entre outras
coisas, apontar a identificação dos meios para a realização desse controle.
Assim, talvez, ao invés de falar como Paul Thagard de objetivos epistemicos e
objetivos práticos, fosse mais apropriado descrever a relação entre
racionalidade e objetivo científico em termos de controle teóretico e controle
prático. O que remete a análise da questão da neutralidade e da imparcialidade
cientifica. Aquela uma temática ligada a tese do controle prático e esta última
uma tese ligada a idéia de controle epistemico. Em assim sendo o objetivo do
trabalho é mostrar, tomando como referencia o trabalho de Hugh Lacey e Paul
Thagard, que a racionalidade cientifica fixa objetivos para a ciência de modo a
comprometê-la com o controle prático da natureza.
09. Lógica e Direito
Leonardo Oliveira
Freire
Orientadora: Drª
Ângela
UFRN / Programa de
Pós-Graduação em Filosofia
Ao investigar a Lógica
Jurídica, encontramos uma estrutura que não é simplesmente uma lógica
matemática ou formal, no sentido clássico. O que ocorre é que não se pode
conceber o raciocínio jurídico partindo de premissas absolutas e
incontestáveis, sobretudo porque os juízos jurídicos são invariavelmente juízos
de valor, a saber: o direito como e a moral processando-se com suas estruturas
lógicas. Os procedimentos decisórios e o raciocínio jurídico não obedecem a
esquematismos pré-concebidos ou a qualquer tipo de pré-determinação de seus
conteúdos. Enfim, acima de tudo quando se pensa na aplicação do Direito,
deve-se afirmar que está a utilizar o
Logos do razoável. Devemos entender o Direito a partir da noção de Logos. E este corresponde a razão no
sentido universal como ampla possibilidade de realização da idéia do bem. Assim
o principio axiológico nasce enquanto norma, cuja validade lhe é imanente pela
ordem universal que lhe dá origem. Por exemplo, o juízo negativo: não matarás.
A afirmativa desta lei preconiza um juízo de valor universal, a vida como um
bem inalienável, ou seja, um direito fundamental. No entanto, existem as excludentes
de ilicitude. Tomemos a penas uma delas, o estado de necessidade. Neste
contexto, no qual a vida está em iminente perigo o detentor de direitos e
deveres não seguirá a norma a respeito de conservar sua própria vida, agredindo
a de outrem, contradizendo a norma que estabelece o homicídio como crime. Isso,
porém não torna o sistema ineficaz ou a ação um erro, pois a contradição se
estabelece, mas resolve-se pela concretização do mundo prático, onde a exceção
é devido a própria natureza das possibilidades. Assim a razão amplia a
capacidade de compreensão da lide,
pois o problema não é visto no contexto da lógica aristotélica, onde a
contradição não é aceita mas é tratado a partir de uma lógica mais ampla que
consegue absorver as características do mundo mesmo. Entrando na esfera do
direito enquanto realização efetiva.
10. A razão - um modelo válido de explicação na ciência e
na filosofia?
Maria José da C.
Souza Vidal
UFRN / Programa de
Pós-Graduação em Filosofia
O objetivo desse
trabalho é desenvolvermos uma análise filosófica na perspectiva de penetrarmos
no núcleo da chamada “crise da razão”. Assim como verificarmos a origem dessa
“crise” e como esta se apresenta na contemporaneidade. Na tentativa de
identificarmos quais as suas implicações, no intuito de respondermos a questão
proposta no título desse ensaio, se a razão ainda pode se constituir enquanto
um modelo válido de explicação.
11. A aplicação do
paradigma cibernético nas Ciências Sociais: Um diálogo com o pensamento
complexo de Edgar Morin
Maria de Lourdes de
Medeiros
UFRN / Programa dede
Pós-Graduação em Ciências Sociais – PPGCS
A obra “O Método” de
Edgar Morin pretende desenvolver um novo paradigma científico a fim de
solucionar problemas que ultrapassam os limites dos velhos cânones cartesianos e
religar as diversas dimensões do real, a partir da Teoria Geral dos Sistemas
de Ludwig von Bertalanffy e da revolução cibernética de Norbert Wiener. A
generalização dos conceitos físicos de “sistema” e “máquina” abrange todo ser
que dispõe das propriedades organizacionais de competência, práxis, poíesis e transformação, e dá conta da propriedade generativa da
organização sistêmica e sua evolução na physis, deduzindo daí a originalidade das
máquinas sociais como prolongamentos do princípio de auto-poiésis e de suas potencialidades. A cibernética wieneriana
toma a “máquina” como objeto de uma
ciência geral, desencadeando a revolução
paradigmática que Morin anuncia mediante a analogia
estrutural entre astros, seres vivos, organizações humanas e máquinas artificiais,
e define o circuito recursivo da produção-de-si
como fundamento lógico da generatividade
da linguagem, da cultura, da sociedade e do Estado. Para além dos ganhos
heurísticos dessa revolução, pode-se questionar, seguindo a discussão de Jürgen
Habermas com o sistemismo de Niklas Luhmann, até que ponto a subversão das
barreiras epistemológicas não renova velhos preconceitos naturalistas e o
projeto positivista de uma ciência totalizadora e única.
12. RELEVÂNCIA DE
SOFTWARES NA CONSTRUÇÃO DE PROVAS EM SISTEMAS FORMAIS
Patrick César Alves
Terrematte
Stanley Kreiter
Bezerra Medeiros
UFRN / Base de
Pesquisa “Lógica, Conhecimento e Educação”
As provas
lógico-formais são de grande relevância para os lógicos. Com elas, podemos
provar a validade sintática de argumentos que, às vezes, informalmente, não nos
parecem intuitivos. Ao estabelecer um sistema formal, o lógico decidirá quais
regras ou axiomas (ou ambos) lhes melhor caberá para suas demonstrações. No
presente trabalho, utilizaremos o sistema Fitch como sistema
lógico-formal base para demonstrações lógicas. Apresentaremos o programa de
computador Fitch, parte integrante do livro Language, Proof and Logic,
dos professores norte-americanos Jon Barwise e John Etchemendy, da Universidade
de Standford para ressaltarmos a relevância de softwares na
construção de provas em sistemas formais. Tal programa, com considerável
praticidade, permite a construção de provas formais e a demonstração de
teoremas em linguagem de primeira ordem. Deste modo, utilizamos de uma maneira
didática a lógica e a computação, mantendo uma visão prática do sistema
lógico-formal e suas provas em dedução natural.
13. A INDUÇÃO E SUAS
CRÍTICAS
Stanley Kreiter
Bezerra Medeiros
Orientadora: Profa. Dra. Ângela Maria Paiva Cruz
UFRN / Base de Pesquisa
“Lógica, Conhecimento e Educação”
O processo de
raciocínio pelo qual se infere uma proposição geral a partir de uma ou mais
proposições particulares é geralmente conhecido por indução; com base em um
conjunto finito não-vazio de proposições particulares, que descrevem algum tipo
de fenômeno, a razão humana pode, através do raciocínio indutivo, inferir uma
proposição geral como conclusão. Tal processo do entendimento humano sempre foi
bastante utilizado por todos nós. Em contrapartida, as questões levantadas
contra a utilização da indução como base para o conhecimento são datadas já dos
meados do século XVIII, com Hume. Apesar de todas as críticas levantadas contra
a indução, alguns a defenderam ou tentaram defendê-la tenazmente. Estes, pela
sua postura de defensores da indução, ficaram conhecidos como indutivistas. O
presente trabalho propõe uma explanação acerca da indução e das críticas mais
comuns levantadas contra ela, tomando como base a discussão de Hume e seguindo
até as críticas de Popper.
14. LÓGICAS CLÁSSICAS E
NÃO-CLÁSSICAS E SUAS POSSÍVEIS RELAÇÕES COM A METAFÍSICA
Jorge dos Santos
Lima
Programa de
Pós-Graduação em Filosofia/UFRN
Lógica e metafísica são
indissociáveis. A relação entre elas consiste no fato que a metafísica trata as
questões que a lógica faz referência. No modelo da lógica clássica, utilizamos
o modelo da lógica há pressupostos de natureza metafísica. Reflete-se sobre o
que a coisa é, mas para isso é preciso encontrar um princípio que oriente todo
raciocínio, sendo esta uma questão da lógica. Dessa forma, concordando com
teorias que afirmam a existência de mais de uma concepção de lógica, afirmamos
que as que se fundam no princípio da não contradição, não são as únicas capazes
de dar conta das relações mente-mundo. Também não são as únicas que possuem
questões de caráter metafísico. Algumas, não-clássicas, derrogando o princípio
da não contradição, percebem que o homem não fica impedido de agir
racionalmente, mas sim, seu entendimento de mundo interior e exterior torna-se
muito mais significativo admitindo a contradição. Essa visão no campo das
lógicas não clássicas, através da lógica Paraconsistente e baseando-se nos
argumentos de CRUZ (2003), nos leva a considerar aspectos metafísicos. De
acordo com essa perspectiva, o sujeito possui estado(s) epistêmico(s) onde
ocorre(m) conflitos, gerados pelas possíveiscontradições entre crenças. Ousamos
dividi-lo em três conjuntos para demonstrar como lidamos com crenças
contraditórias: conjunto constituído de crenças aceitas; o constituído de
crenças refutadas; e o de crenças indeterminadas. Observamos, assim, que o
princípio da não contradição pode ser derrogado. Concluímos, afirmando que o
metafísico nesta abordagem, além da tentativa de compreender o ser do mundo a
partir do contraditório e do não contraditório, de tomar decisões baseadas
nestas compreensões, são as relações existentes entre as crenças de um estado
epistêmico qualquer e entre este e mundo.
GT-21: CAMINHOS DO CORPO
Coordenadores:
Edson César Ferreira Claro
E-mail: ecesarclaro@digi.com.br
Teodora de Araújo Alves
E-mail: teodora@ufrnet.br
Departamento de Artes
Local: Sala 19 do DEART
Trata-se de um GT que pretende
atender uma demanda crescente de pesquisas, debates e relatos de experiências
no campo da Corporeidade. Incluindo temas transdisciplinares como arte, cultura
e educação, a proposta expressa a possibilidade de diálogo, do contato entre
pessoas de diversas áreas do conhecimento, da exploração criativa e da
construção de posturas que reconheçam as inter-relações e a característica
interminável do conhecimento (Abreu Jr., 2002). Desse modo, o GT propõe
refletir sobre tais questões, buscando reconhecer a importância do corpo, do
ponto de vista da existência e expressividade humana e portanto da
corporeidade, tantas vezes silenciada no processo de construção do conhecimento
ocidental.
01. CORPOS EM-CENA: UM ESTUDO SOBRE DRAGS
QUEENS
Anne Christine Damásio
Departamento de Ciências Sociais/PPGCS/UFRN
O projeto que pretendemos apresentar surge quando da
observação participante para dissertação do mestrado, intitulada: Ilhas de
Lesbos: uma cartografia do desejo orgíaco feminino em espaços de lazer. Dentro
dos espaços que analisamos nos deparamos com sujeitos que transgrediam
explicitamente e através do corpo a fronteira construída entre sexo/gênero. A
sociedade como um todo, eivada de representações sociais, irá considerar o
corpo sexuado e as práticas sexuais enquanto fundantes no processo de
identificação do humano. Ao observarmos o transgênero percebemos que ele desfaz
as polaridades e hierarquias, revelando o assujeitamento ao “verdadeiro sexo”,
causando claramente um desassossego. A escolha do objeto nos remete, dentre
outras coisas, ao questionamento das supostas evidências identitárias, sociais
e biológicas. Pois percebemos que é a identidade e nesse caso em particular, a
identidade de gênero que institui sua própria imagem.
02. A PERFORMANCE DO CABOCLO DE LANÇA: UM
ESTUDO SOBRE A SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A PREPARAÇÃO CORPORAL DO ATOR
Maria Cristina da Silva Pereira
DEART/UFRN
Essa pesquisa é uma investigação sobre a performance
corporal do caboclo de lança do maracatu – rural pernambucano. Através do
estudo da gestualidade desse personagem buscamos elementos que pudessem
contribuir para a formação do ator, mas especificamente na sua preparação
corporal. Para efeito da pesquisa, nosso principal instrumental metodológico
foi o sistema de analise do domínio do movimento de Rudolf Laban. O material
disponível para as nossas observações foram imagens do objeto de estudo
disponibilizados em fitas de vídeo e CD Rom.
03. POESIA E
SUBJETIVIDADE: REPRESENTAÇÕES POÉTICAS DO
CORPO NA ESCOLA
Cynthia Larissa M. Cortez
Departamento de Pedagogia/UFRN
Teodora Alves/Orientadora/DEART/UFRN
O trabalho aqui inscrito teve início com observações
da prática de ensino/estágio com alunos do primeiro ciclo de uma escola pública
de Natal/RN. Na referida prática buscamos conhecer em primeiro lugar o aluno e
o mesmo conhecer o professor numa relação dialógica em que um não se efetiva
sem o outro. A partir de tal experiência, de caráter prático-investigativo,
objetivamos promover/reconhecer a unidade corpo e mente, através do contato com
a poesia e seu ritmo. Para tanto, optamos pela ampliação do conceito de poesia
como pressuposto para que esse objetivo acontecesse, bem como considerando a
corporeidade como expressão e da formação da subjetividade plural e concreta.
Nessa ampliação do conceito de poesia encontramos através do diálogo com Morin
e outros autores, a necessidade de trazermos para sala de aula uma
“hiperpoesia”, a partir da qual outras interrogações vão perfazendo o caminho.
Nesse sentido, fizemos tentativas em encontrá-la na poesia em movimento.
Seguindo esse caminho, a corporeidade e sua expressão poética foi apresentada
na prática, como representação de poemas e estórias trabalhadas com as
crianças. De um modo geral, vivenciamos/interpretamos/descrevemos sinais das
subjetividades, que demonstraram também o que caracteriza a metodologia da
pesquisa-ação como descritiva. Apresentando a poesia como linguagem diversa e
de múltiplos canais de expressão, realizamos uma revisão bibliográfica, onde
abordamos a questão da poesia como necessidade do jogo social, do mesmo modo
que o movimento. Nesse contexto, tivemos a necessidade de trazer a dança,
também como jogo social em movimento e como um dos possíveis elos para alcançar
a nossa busca pela essência do ser humano, bem como em trabalhar os potenciais
humanos de forma lúdica. Trilhando esse caminho descobrimos também a
necessidade de o professor rever suas próprias atitudes dualistas, as quais
muitas vezes impede um olhar mais efetivo sobre a corporeidade de seus alunos
no processo ensino-aprendizagem. O conteúdo vivencial, se apresenta então como
de essencial relevância, para que possamos, "dançar com o poema jogado em
sala de aula".
04. O EXPERIMENTO COMO CAMINHO PARA O FAZER DA
DANÇA
Emmanuela Regina de Azevedo Costa
DEART/UFRN
Prof Es. Leonardo Rocha da Gama – DEART/UFRN
O Grupo de Dança Experimental (GRUDE) se reuniu pela
primeira vez em 1999, com intuito quase espontâneo de fazer dança. Esta fase de
ação espontânea foi amadurecendo ao longo desse tempo e deu origem a segunda e
atual fase denominada referencialização, nessa etapa o GRUDE passou a buscar o
conhecimento no seu sentido lato. Em ambas as fases o experimentar foi o foco
das ações, seja no fazer da dança enquanto uma experiência, no sentido estrito,
seja na organização do conhecimento que cerca esse fazer e o descobrir de
outras linguagens como poesia e teatro. É objetivo desse trabalho apontar os
caminhos que constituem o experimentar do GRUDE. Entendemos o experimentar não
como uma doutrina, mas, como uma possibilidade para o exercício criativo, uma
ação de conhecer, produzir e expandir a linguagem da dança de uma forma
coletiva. A importância dessa intervenção se constitui principalmente pelo
perfil dos integrantes do grupo: quatro professores de Educação Física e uma
arte-educadora da rede municipal de educação, três alunos de Artes Cênicas, um
de Música e um de Educação Física, todos da UFRN; juntos buscando além do fazer
artístico, ampliar seus conhecimentos e melhorar a qualidade do fazer educativo
no contexto escolar e não escolar através do experimento referencializado. O
experimento parte da aplicação do conhecimento produzido por Laban, Viola
Spolin, Tchkov e Stanislavsk. Esse estudo é realizado através de uma
pesquisa-ação em processo.
05. A DANÇATERAPIA: UM CAMINHO PARA A
CORPOREIDADE
Gabriela Olivar de Oliveira Santos
graduanda do
curso de Comunicação Social – Jornalismo, na UFRN, e Tecnologia em Lazer e
Qualidade de Vida, no CEFET-RN].
O tema corporeidade sucita discussões bastante
pertinentes no que diz respeito ao homem enquanto sujeito (construtor) e objeto
(construído) do mundo em que vive. O assunto deve ser explorado e analisado de
forma interdisciplinar, já que o entendimento do corpo como matéria e espírito,
existência e essência, numa constante dicotomia, só é alcançado com muitas e
diversas reflexões biológicas, culturais e sociais. A presente pesquisa
acadêmica é bibliográfica e trata especificamente da questão da dançaterapia,
uma técnica de autoconhecimento corporal através da dança, como um dos caminhos
para se obter a corporeidade em sua essência. O estudo baseia-se, quase
totalmente, no trabalho de Maria Fux, profissional da dança e uma das
precursoras da técnica. E teve como objetivos específicos caracterizar a dançaterapia;
conceituar a corporeidade; analisar a influência da dança na recuperação da
auto-estima e na melhora da auto-imagem e autopercepção e analisar a influência
da dançaterapia no processo educacional. O estudo despertou grande interesse
pelas várias possibilidades que o corpo oferece enquanto discussão
fenomenológica, que abrange a filosofia, a antropologia e outras ciências. A
relevância pessoal consiste no interesse em aprimorar um repertório sobre
práticas de qualidade de vida através da dança. Socialmente, pode vir a ser uma
vertente para futuras pesquisas que desejem se aprimorar mais na temática da
dançaterapia enquanto caminho para a corporeidade, já que o seguinte trabalho
não constitui uma análise tão profunda do tema. Concluiu-se que a dançaterapia
é um caminho para o entendimento do corpo na medida em que, com os próprios
movimentos, o indivíduo percebe-se e percebe também seu ritmo, sua essência,
seu interior e sua subjetividade. A corporeidade vem de encontro à dualidade
sensível/inteligível imposta, principalmente na sociedade ocidental, e reafirma
o homem como tendo um corpo que pensa, sente, reage, dança, movimenta-se,
vivencia o lúdico e, vale ressaltar, cria símbolos e significados, deixando
marcas para a construção da posteridade, e isso não de forma segmentada, mas
constantemente inter-relacionada.
06. CORPORALIDADE: REPRESENTAÇÕES E SEXUALIDADE
DO CORPO FEMININO
Maria das Dores Honório
Mestranda do Programa de Pós-graduação em Ciências
Sociais/UFRN
Esta comunicação apresenta pesquisa em andamento que
tem como objetivo investigar a construção de representações de corpo e sua
relação com a sexualidade, em adolescentes de 14 a 17 anos, do sexo feminino,
de camadas populares. Partindo da concepção de corpo como uma construção
cultural e social específica de cada cultura, sociedade e/ou classe social,
pretendemos investigar essa construção, localizando significados/representações
do corpo e sua relação com a sexualidade enquanto linguagem na construção de
gênero.
07. UM OLHAR PARA AS RAINHAS DRAGÕES
Pedro Vieira da Costa Filho.
Departamento de Antropologia da UFRN.
O ovo da Rainha Dragão é meu trabalho acadêmico na
graduação em antropologia (urbana e visual). Nele descrevo os seres andróginos
de hábitos noturnos. O interesse dessa pesquisa é dar visibilidade,
principalmente, às drag queens. Andando pelas boates e eventos gay deste 2000,
capto imagens através de fotografias, em Natal. Focalizo na observação e
descrição dos signos e comportamentos que os caracterizam enquanto tribos
urbanas. Esse movimento crescente existente hoje em dia, se dá pelas aberturas
em vários meios sociais, artísticos e políticos mundiais. Na pesquisa exponho a
visualidade drag, com suas características específicas. Defendo o ser drag
queen enquanto uma produção de arte, com peculiaridades nas modalidades do
teatro, da dança e das artes visuais, conectado com o mundo da moda e da
criação artística. O que mais me chama a atenção são as drags com a tendência
top model de ser: cabelos, roupas e maquiagens inspiradas nas modelos e
coleções das famosas passarelas. Ao mesmo tempo em que, também, lançam formas
de ser e de se produzir pois ousar e criar é o tema das drags.
08. COMUNICAÇÃO SEM LIMITES: A CORPOREIDADE DO
ATOR COMO EIXO DO PROCESSO CRIATIVO NA MONTAGEM DO EXPERIMENTO TEATRAL “COMO
ANJOS”
Sandro Souza Silva
Departamento de Comunicação Social /UFRN
Teodora Alves/Orientadora/DEART/UFRN
As transformações culturais que emergiram solidamente
no século XX, dentre outros fatores, limitam a compreensão do fenômeno da
comunicação humana aos meios tecnológicos de transmissão de informação de
massa. "Estes meios são tão poderosos e importantes em nossa vida atual
que às vezes esquecemos que representam uma mínima parte de nossa comunicação
total" (BORDENAVE,1982, p.18). Mas o que seria essa comunicação total?
Como pensar o homem através da comunicação? Podemos nos remeter a um enorme
número de signos, que originam diversas formas de linguagens e que expõem um
universo comunicacional irrestrito que não deve ser confundido nem limitado
pela lógica capitalista do lucro e do consumo. Na contemporaneidade, existe um
culto ao corpo que exalta, em primeiro lugar, a estética e o padrão de beleza
mistificado pela sociedade. Este trabalho apresenta a possibilidade de um
encontro com uma visão diferenciada a respeito do corpo e da comunicação humana
através do teatro. Encontrei nas raízes do trabalho do ator uma descoberta da
corporeidade humana que vem das heranças culturais e se estrutura como técnica
teatral, explorando a comunicação de diversas maneiras e possibilitando
repensá-la e vivenciá-la de forma ampla e direta. A pesquisa traz uma discussão
que parte da realização de um experimento teatral cujo foco principal foi o
trabalho de ator, baseado em estudos a cerca da Antropologia Teatral de Eugênio
Barba e de autores contemporâneos como Artaud, Grotowisk, Burnier e Ferracine,
que propõem uma criação cênica a partir da corporeidade humana, buscando uma
energia e presença capaz de transmitir verdade e “vida” em estado de
representação.
09. MEXE-MEXE: DAS BRINCADEIRAS DE CRIANÇA ÀS
PRÁTICAS TEATRAIS
Weid Sousa da Silva
Departamento de Artes/CCHLA/UFRN
Este projeto, ainda que inicial, trabalha com as
crianças do Curso de Iniciação Artística – CIART/EMUFRN, de faixa etária entre
06 e 10 anos, a partir de brincadeiras pertencentes as suas cultura e
realidade, para a partir deste contato com elementos próprios e/ou conhecidos
delas, perceberem o teatro e suas linguagens. É necessário que a criança se
perceba e não entre em “amarras e couraças” que venham sofrer pela sociedade,
diante desta situação, a escola torna-se um dos lugares mais propício para esta
percepção, por ter contatos, principalmente, com crianças outras crianças, e é
neste espaço lúdico que ela pede para ser livre, poder se expressar e pensar
como criança, percebendo seu corpo e suas sensações. Acredito que as
brincadeiras são formas lúdicas de socialização e quebra de rotina já
estabelecida na vida destas crianças, além de liberta-la corporalmente, sendo
assim mais fácil aderir ao processo teatral, aguçando sua sensibilidade para a
vida.
10. O ESPETÁCULO DOS ``METALEIROS´´ EM
FORTALEZA: CENÁRIOS E ENCENAÇÕES CORPORAIS
Abda de Souza Medeiros
Universidade Federal do Ceará
A apresentação trata da relação entre o rock pesado e
o estilo corporal (gestos, adereços e vestimentas) a partir da pesquisa
realizada com duas bandas de Fortaleza que estão agregadas à Associação
Cultural Cearense do Rock (ACR). A pesquisa foi iniciada em maio de 2001 e se
concluída em novembro de 2004. O trabalho de campo consistiu em idas a shows
das bandas, observação e registro das apresentações, participações nas reuniões
da ACR, conversas informais e entrevistas com os integrantes das bandas. Os
resultados da pesquisa mostraram que o corpo é por eles utilizado como extensão
da música à qual se dedicam e que conformam um estilo de vida próprio.
GT-22: EDUCAÇÃO E SOCIEDADE
Coordenador:
José Willington Germano
E-mail: wgermano@digi.com.br
Departamento de Ciências Sociais
Local: Setor de Aulas II – G5
A educação se constitui um dos
temas mais importantes na agenda pública e no debate acadêmico neste início de
século. Vários são os ângulos da discussão envolvendo questões atinentes a
cidadania, ao mundo do trabalho, a chamada sociedade do conhecimento, a
exclusão social, ao imaginário e a memória sócio-cultural das sociedades.
Pretende-se, pois, discutir no GT a educação sob múltiplos aspectos. compreendendo
as políticas públicas, universidade, práticas educacionais, imaginário social,
história e memória. Será dado especial relevo as práticas alternativas de ação
coletiva no campo educacional, como as redes sociais, que se inserem na
perspectiva de construir uma outra globalização, contra-hegemônica, orientada
ao fortalecimento do espaço público, a cidadania planetária e a cultura
política democrática.
Primeiro dia
01: A ORDEM E O DESEJO: AS RAZÕES DOS CASOS DE
“FRACASSO” DO PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO
Geraldo Magela Daniel Junior
UFRN
Mestrando em Ciências Sociais/PPGCS
Departamento de Ciências Sociais
As ciências humanas designam de processo de
socialização o amplo leque de experiências educacionais pelas quais passam
todos os seres humanos que vivem em sociedade, a fim de internalizarem os
padrões sociais necessários para que se tornem adultos adaptados e funcionais a
seus respectivos universos culturais. O processo de socialização é levado a
cabo por uma vasta gama de instituições e mecanismos educacionais através dos
quais a ordem simbólica (conjunto de representações sociais) é internalizada em
cada indivíduo particular. O êxito do processo de socialização é determinado
pelo grau de simetria alcançado entre o mundo objetivo da sociedade e o mundo
subjetivo do indivíduo. A socialização de êxito é aquela que consegue
estabelecer grande semelhança entre a subjetividade e a sociedade ou, quando
menos, a interiorização, pelo indivíduo, das representações sociais básicas à
manutenção da ordem social. Inversamente, o “fracasso” do processo de
socialização é atestado por um grau elevado de assimetria entre o indivíduo e a
sociedade, principalmente aquela assimetria oriunda da rejeição das
representações sociais básicas. Embora pouco expressivos em termos quantitativos,
casos de “fracassos” do processo de socialização ocorrem, resultando na
constituição de subjetividades culturalmente rebeldes e/ou transgressoras.
Embora a teoria social admita a possibilidade desses “fracassos” da
socialização, ainda não teorizou sobre suas “causas” ou “determinantes”. O
objetivo deste trabalho é encontrar possíveis explicações para os casos de
“fracasso” da socialização. Para tal, conjugará procedimentos teóricos (análise
e síntese das perspectivas teóricas que interpretam a subjetividade como
socialmente determinada) e procedimentos empíricos (entrevistas em
profundidades com indivíduos classificados como rebeldes ou transgressores -
militantes socialistas e anarquistas, artistas e intelectuais contestadores,
prisioneiros civis, homossexuais travestis etc.).
02: A Intimidade Visitada: O sentido de prazer
na vida e obra de Marx, Weber, Freud, Jung, Bachelard e Foucault – Aspectos
gerais de um estudo
Paulo Henrique Façanha de Miranda
Maria da Conceição de Almeida (Orientadora)
O estudo proposto levanta, de maneira preliminar e
geral, qual o sentido de prazer na vida e obra de Marx, Weber, Freud, Jung,
Bachelard e Foucault. O prazer é um acontecimento ao mesmo tempo natural e
cultural. Proponho-me a observar, como este acontecimento pode apresentar-se na
obra dos diversos autores: Como abordam e como desenvolvem seus
pensamentos-sentimentos a respeito do prazer - seja na dimensão dos seus
estudos e/ou na dimensão de suas diversas relações sociais/pessoais -? É
inegável a contribuição, para o pensamento ocidental, desses intelectuais que
fizeram da ciência e da filosofia sua condição de vida. Entretanto, não é
desconhecido do mundo acadêmico o pessimismo teórico (só teórico?) de Weber,
Freud e Foucault e suas agudas analises a respeito da vida moderna. Por outro
lado, é também conhecida a perspectiva aberta e otimista da vida social e da
vida em geral por parte dos estudos de Marx, Jung e Bachelard. Seja por um
aspecto ou por outro há um sentido de prazer na produção e visão de mundo dos referidos
autores. Minha intenção é estudar o sentido de prazer enquanto um assunto de
interesse intelectual para os referidos autores, mas também como eles lideram
com tal sensação, sentimento e sentido em suas vidas. O que escreveram era
aquilo que viviam e sentiam e experimentavam ou ao escreverem buscavam realizar
teoricamente o que na sua vida cotidiana-social-familiar não conseguiam
resolver? É um estudo que pretende cruzar a vida pessoal e intelectual de
pensadores notórios mediados pelo sentido de prazer.
03: A ESCOLA E O FETICHISMO DA NOTA
Sérgio Luiz Lopes
UFRN
Orientador: Prof. Dr. Alípio Souza Filho
A pesquisa se propõe fazer uma arqueologia da nota
como prática escolar, a partir de sua origem na Idade Média até a
contemporaneidade, apresentando as várias mudanças que a mesma sofreu ao longo
desse período. Os objetivos de nossa pesquisa são: investigar, dentro de um
contexto escolar definido, as representações em torno da nota; analisar os
fatores que contribuem para a construção de uma cultura escolar cuja
preocupação primeira é a nota; revelar esse fenômeno em uma escola pública de
ensino médio na cidade de Natal; situar, histórica e criticamente, o homem como
sujeito portador de uma linguagem discursiva, sua relação quanto às
representações sociais, ideologia e o fetichismo da nota. Os tópicos são
possíveis envolvimentos e ramificações dos escritos de Alípio Filho, Monroe,
Mayer, Cambi, Durkheim, Germano, Becker, Manarcorda e principalmente Bourdieu,
Ariès e Foucault. A pesquisa privilegiará o estudo de caso, por considerá-lo o
mais adequado para apreender o fenômeno supra-mencionado – o fetichismo da
nota. Entendemos que através desse procedimento se torna possível retratar a
realidade escolar, desvelando ações e práticas pedagógicas que continuam centradas
na figura do professor. A pesquisa comporta um estudo bibliográfico para a
construção do referencial teórico, relativos à temática. O corpus empírico da
pesquisa está constituída do levantamento de dados realizado em escola pública,
a partir de entrevistas abertas com os professores. As entrevistas estão sendo
analisadas mediante categorias abstraídas da leitura do material coletado e
análise das representações circulantes no discurso dos entrevistados. Esta
pesquisa, eminentemente exploratória, busca a crítica epistemológica da prática
escolar, epistemologia praticamente inconsciente, subjacente ao trabalho
docente. Objetivamos elaborar uma reflexão acerca de como o HABITUS DA NOTA
criou uma dimensão ideológica, envolvendo a todos, de forma que os sistemas de
ensino sedimentaram e transformaram a obtenção de notas em privilégios naturais
e não de construção.
04: entre o púlpito e a cátedra: Padre ANTONIO
VIEIRA E A EDUCAÇÃO COLONIAL
Rodson Ricardo Souza do Nascimento
Doutorando em Educação, Universidade Federal do Rio
Grande do Norte
Orientador: Prof. Dr. José Willington Germano, UFRN
O trabalho pretende analisar a importância da obra do
Padre Antonio Vieira (1608-1697) na formação intelectual e moral das elites do
século XVII. A partir de pesquisa na literatura pertinente e da hermenêutica de
seus textos. Busca-se compreender a relação entre a estrutura retórica de seus
sermões e o contexto social da época, particularmente aqueles produzidos entre
1640 e 1662. Tomando-se como base as noções de “intelectual” e “situação de
vida” (Sitz im Lebem) procura-se explicar a ação educativa do autor.
Verifica-se a existência de uma tensão na sua obra, tanto no âmbito político -
religioso, quanto educacional, no que concerne a visão de homem, tradição e
modernidade.
05: A TESSITURA DO CONCEITO DE
GLOBALIZAÇÃO/GLOBALIZAÇÕES EM BOAVENTURA DE SOUSA SANTOS
Orientando: Alcides Leão
Santos Júnior
Orientanda: Lenina Lopes Soares Silva
Orientador: Prof. Dr. José Willington Germano
Trata-se de uma atividade de natureza teórica
desenvolvida no Grupo de Estudos Boa- Ventura, da Base de
Pesquisa: “Cultura, Política e Educação,” do Programa de Pós-Graduação em
Ciências Sociais, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, coordenado
pelos professores: Dr. José Willington Germano e Dra. Vânia de Vasconcelos
Gico. Nesta atividade, discute-se o conceito de globalização/globalizações que
vem sendo construído por Boaventura de Sousa Santos. Objetiva-se analisar o
referido conceito para compreender seu lugar, importância e desenvolvimento na
composição de suas idéias, enquanto componente epistemológico articulador,
tendo em vista que o conceito em estudo encontra-se entre aqueles que conferem
unidade e coerência lógica a sua obra, permitindo que aflorem, tanto
argumentações explicativas, contextuais e significativas para diferentes
fenômenos e questões sociais tais como: a educação, a crise nas Universidades,
os movimentos sociais e o desemprego, quanto caminhos metodológicos para as
mais diversificadas áreas do conhecimento, dentre eles: a cartografia como
técnica de sistematização e análise de dados e conteúdos de pesquisas.
06: ENTRE UM PEDAÇO DE TAPIOCA E UM GOLE DE
CAFÉ: EDUCAÇÃO DO CAMPO, RELAÇÕES DE GÊNERO E DE TRABALHO NAS CASAS DE FARINHA
DO ALTO-OESTE POTIGUAR
Maria Elis Natália Alves Silva
Aluna do Curso de Pedagogia do Campus Avançado de Pau
dos Ferros/UERN
Maria Euzimar Berenice Rego SILVA
Professora do Departamento de Educação/Campus
Avançado de Pau dos Ferros/UERN
(INTRODUÇÃO) Partindo do estudo das categorias:
relações de gênero (FARIA, NOBRE, 1997; HIRATA, 2000; LOPES, 1994; SCOTT,
1996), educação do campo (ARROY, CALDART, MOLINA, 2004; LACKI, 2004; LEITE,
1999), cultura (SANTOS, 1995; CUCHE, 2002) e relações de trabalho (MARX, 1996),
refletimos sobre os diferentes papéis desempenhados por homens e mulheres nas
casas de farinha de cidades serranas do Alto-Oeste Potiguar, articulando-os com
a análise dos fatores de exclusão de escolaridade no campo. (METODOLOGIA) Para
isso, realizamos pesquisa bibliográfica, documental, observação in loco e entrevistas com
proprietários(as), produtores(as) de mandioca e trabalhadores(as) de 06 casas
de farinha dos municípios: Dr. Severiano, Luís Gomes, Portalegre e São Miguel.
(RESULTADOS) Através das farinhadas visitadas, constatamos, preliminarmente, a
existência de intensas jornadas de trabalho, baixa remuneração e baixo nível de
escolarização, tanto para homens como para mulheres. Embora que, no município
de Dr. Severiano as mulheres sejam mais escolarizadas do que os homens. Observou-se
também que as atividades produtivas são distribuídas segundo o sexo,
refletindo-se na existência de “salários” diferenciados. (CONCLUSÃO) A
existência de baixo nível de escolaridade na população do campo, especialmente
as mulheres nordestinas, tem sido atribuído na literatura feminista e sobre
educação do campo, dentre outros fatores, ao currículo escolar inadequado às
especificidades da vida no campo; à formação inadequada dos(as)
professores(as); a dificuldade das mulheres conciliarem o trabalho domiciliar,
atividades desenvolvidas no mercado de trabalho e o estudo; e a falta de
infra-estrutura das escolas rurais.
07: O TRABALHO NA EDUCAÇÃO E UMA EDUCAÇÃO PARA
O TRABALHO
Osicleide de Lima Bezerra – Mestranda em Ciências
Sociais (PPGCS - UFRN)
Orientador: José Willington Germano – Departamento de
Ciências Sociais (DCS - UFRN)
Nossa proposta busca pensar as representações
elaboradas pelos sujeitos-trabalhadores em torno do trabalho - dimensão central de organização das sociedades
capitalistas. O trabalho aparece
envolto de um conjunto de valores e representações, que perpassam o campo
educacional, via formação escolar, enquanto uma atividade-ação que “dignifica e
moraliza o Homem”. Para pensar isso se propõe algumas reflexões sobre as
relações entre o sistema educacional e o sistema ocupacional. Em determinados
momentos da história brasileira (em 1942; em 1961 e posteriormente em 1971, já
em meio à ditadura militar; e num momento mais recente, com a Lei de Diretrizes
e Bases – LDB, de 1996) podemos delinear algumas problemáticas que se expressam
no caráter das reformas no sistema educacional brasileiro, considerando
interesses gerais assentados no plano do trabalho. Tentamos chamar atenção para
o modo como têm sido instituídas tais transformações no sistema educacional
numa correlação implícita com demandas do sistema ocupacional. Nessas
correlações indiretas e difusas observa-se a formação educacional para o
trabalho destinada à determinada camada da sociedade através da bifurcação
histórica presente nos nossos sistemas de ensino.
08: QUALIFICAR PARA O TRABALHO PRECÁRIO: O
PLANFOR E A FORMAÇÃO PROFISSIONAL PARA A INFORMALIDADE
Francisco José Lima Sales
Doutorando PPGEd-UFRN
Desenvolve-se uma reflexão sobre a natureza do Plano
de Qualificação Profissional (PLANFOR) implementado pelo governo Fernando
Cardoso, no período 1995-2002. Procura-se estudar a intervenção do Estado,
materializada por meio do PLANFOR, que se apresentou como o principal indutor
da promoção de cursos de qualificação profissional de nível básico aos
desempregados, e envolveu um número significativo de organizações e
instituições como Organizações Não Governamentais, empresas, sistema “S”,
sindicatos e centrais sindicais, na promoção da formação dos trabalhadores.
Reflete-se também sobre o processo de articulação entre qualificação
profissional e emprego, em um mercado de trabalho cada vez mais
flexibilizado/precarizado em função das transformações técnico-organizacionais
ocorridas na produção capitalista, que resultaram no agravamento das relações
de trabalho informais. Analisam-se as ações voltadas para a qualificação
profissional, tentando descortinar o caráter de seu uso como estratégia de
combate ao desemprego, erigindo conceitos, como o de empregabilidade, que
redirecionaram a educação dos trabalhadores aos interesses diretos do grande
capital, sob a justificativa das atuais exigências da produção flexível.
Objetiva-se demonstrar que o PLANFOR, por meio de cursos de curta duração,
visava à inserção dos trabalhadores na informalidade. Para alcançar tal
objetivo, o exame das complexas relações que envolvem o objeto de estudo será
realizado por meio da captação das mediações necessárias que possam desvelar a
sua constituição, revelando por sucessivas aproximações as conexões internas,
tão necessárias à configuração das múltiplas determinações dessa totalidade
histórica que é o objeto aqui demarcado. Por fim, uma das características desta
pesquisa é o seu caráter documental. No que se refere a tal caráter, se valerá
da técnica de documentação indireta, quando se recorrerá tanto aos instrumentos
da pesquisa bibliográfica (dados secundários), como aos da pesquisa documental
(dados primários), que possibilitem subsídios teóricos e elementos do real para
a análise e apreensão do objeto estudado.
09: EDUCAÇÃO e TRABALHO SINDICAL NO CAMPO:
olhando a experiência de mulheres da FETAGRI.
Neila Reis
A educação integral, envolvendo o desenvolvimento
intelectual, emocional e afetivo é uma referência atualíssima à humanização do
gênero humano, ocorrendo em diferentes espaços e continuamente no processo
histórico-social. Neste sentido, refletir sobre educação e sociedade,
considerando que a dimensão pedagógica vai além da escola, é significativo para
trazer para a academia o pensamento, as ações e propostas de mulheres da
Amazônia paraense, vinculadas à Federação de Agricultura do Estado do Pará,
visando socializar suas experiências, nas associações, nos sindicatos de
trabalhadores rurais, nas organizações de mulheres e nas unidades produtivas
familiares, em torno de crédito agrícola, previdência social, saúde da família,
agrocoecologia, reforma agrária, violência no campo, a partir de seus
depoimentos no Seminário Estadual de Mulheres da FETAGRI, em julho de 2003. A
importância da atuação das mulheres do campo, para o redimensionamento das
políticas públicas é especial, uma vez que acontecem embasadas nas demandas
sociais do coletivo de muitas Vilas Rurais, para os sujeitos históricos do
campo. Além disso, ocorrem em movimento para transformar as relações sociais e
as políticas compensatórias, feitas, na maioria das vezes, de maneira
centralizadora e não atendendo as necessidades básicas dos trabalhadores do
campo de cada região. Nesse cenário, no tempo histórico analisado das últimas
décadas, as mulheres camponesas têm tido uma participação qualificada, não só
para buscar um crédito para si, como também, buscar o direito social de
participação na legislação, nos programas e nos projetos de desenvolvimento do
campo (como exemplo, PROAMBIENTE, PROTEGER, PRONAF), entre esses, discutem e
solicitam uma outra educação para seus filhos. Assim, os temas discutidos nas
oficinas temáticas deste evento, pelas mulheres da FETAGRI têm um caráter
pedagógico e, muito mais, têm relevância sócio-educativa para o debate
acadêmico.
10: TÍTULO: A DESIGUALDADE SOCIAL COMO ELEMENTO
DIFERENCIADOR NA FORMAÇÃO DE MONITORES PROFESSORES DO MST.
Maria José Nascimento Soares
Professora do Departamento de Educação da
Universidade Federal de Sergipe
Orientadora: Profª Drª BETÂNIA LEITE RAMALHO
UFRN-PPGED
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)
organiza trabalhadores para conquistar direitos sociais, mediante a promoção de
cursos de formação e escolarização, com a intenção de formar o novo homem que
se consolidará no coletivo. Na perspectiva de explicitar a práxis dos monitores
professores envolvidos no MST, especialmente no Estado de Sergipe, surgiram
questionamentos a respeito da diferenciação e peculiaridade dessa ação docente.
Este estudo trata de aspectos relevantes do caminhar de um processo educativo
diferenciado, que se desencadeia num grupo bastante singular, qual seja: áreas
de assentamentos. Temos a pretensão de realçar os fatores significativos que
fundamentam a ação docente, os quais surgem a partir do entendimento por parte
dos monitores professores da discrepância social e econômica, visto que eles
tomam como bandeira de luta a superação da gritante desigualdade social entre
os homens, presente no contexto atual. O objetivo deste estudo é de desvelar as
estratégias metodológicas que os monitores professores adotam para
operacionalizar os princípios educativos propostos pelo MST, numa perspectiva
de entender seus pressupostos e motivações para re-significar e re-dimensionar
propósitos definidos anteriormente no planejamento, com a postura de um
“idealizador, transformador sócio político da sociedade” (Gauthier, 1996). A
estratégia metodológica para a estruturação dessa pesquisa é a associação de
momentos no campo empírico (análise dos diários de campo; realização de
entrevistas; análise de relatórios técnicos e pedagógicos) para uma reflexão
teórica numa direção empírico-teórica simultaneamente, viabilizando assim, a
possibilidade de sistematizá-la sem perder de vista, no âmbito da investigação,
as contribuições e as contradições presentes no projeto de educação do MST.
11: AVALIAÇÃO DAS AÇÕES DE QUALIFICAÇÃO
PROFISSIONAL NO ÂMBITO DO PLANO TERRITORIAL DE QUALIFICAÇÃO DO ESTADO DO RIO
GRANDE DO NORTE - PLANTEQ- RN / 2003
Autores:
Profa. Dra. Denise Câmara de Carvalho ( Mestrado em
Serviço Social/UFRN),
Profa. Dra. Dinah dos Santos Tinoco
(PPGA/DEPAD/UFRN),
Profa. Ms. Antônia Agripina Alves de Medeiros
(Associada do Depto de Serviço Social /UFRN)
Profa. Ms. Vanusa Alves Resende (Depto de Economia da
UERN)
A qualificação profissional no Estado do Rio Grande
do Norte como nos demais estados brasileiros passou por mudanças com a
implantação do Plano Nacional de Qualificação – PNQ, criado em substituição ao
PLANFOR (Plano Nacional de Formação Profissional). O
PLANFOR, ao longo de sua atuação se concretizava nos diversos estados por
intermédio dos Planos Estaduais de Qualificação-PEQs. No Rio Grande do Norte o
PEQ teve inicio em 1996 vinculado à Secretaria de Estado do Trabalho e Ação
Social - SETAS, em 1999 passou a vincular-se a Secretaria do Trabalho da
Justiça e da Cidadania. Após evidenciar dificuldades quanto a aplicação desse
recurso em alguns PEQs, o Governo do Presidente Luis Inácio Lula da Silva
extinguiu o PLANFOR e conseqüentemente o PEQ e criou, em 10 de julho de 2003 um
novo plano de qualificação – PNQ, o qual busca promover tanto a integração
entre as políticas publicas quanto a articulação das medidas de qualificação
profissional no país em prol da universalização do direito dos trabalhadores à
qualificação. Partindo dessas mudanças imposta às políticas de qualificação,
este trabalho tem como objetivo
avaliar as Ações de Qualificação do PlanTeQ/RN 2003 face as diretrizes do Plano
Nacional de Qualificação – PNQ. Em termos metodológicos utilizou-se de pesquisa
documental e de pesquisa de campo mediante entrevistas com os envolvidos
diretamente no processo (tais como: executoras, educadores e educandos). Dos
principais resultados observou-se que as novas diretrizes do PNQ foram
incorporadas aos Planos de Ações das entidades executoras, apresentando avanços
em termos de concepção, mas que apresenta dificuldades quanto aos recursos
financeiros disponíveis e ao processo de mudanças de orientação. Como também,
dificuldades quanto as estruturas e procedimentos institucionais como as
referentes ao funcionamento dos Conselhos, que dificultam e atrasam o alcance
dos seus objetivos e resultados.
12: PAZ NAS ESCOLAS: UMA PERSPECTIVA FRENTE À
VIOLÊNCIA NO MEIO ESCOLAR
Autora: Jane Cristina Guedes da Costa – Departamento
de Serviço Social
Orientador: Prof. Dr. João Dantas Pereira
Universidade Federal Do Rio Grande Do Norte - UFRN
A experiência escolar marca profundamente a vida dos
sujeitos. Nesse espaço desenvolvem-se capacidades como: ouvir, interagir,
participar, colaborar, entre outros. Destarte, a escola é afetada pelo contexto
histórico, social, moral e cultural da violência. “Violência nas escolas”
tornou-se um marco dentro da atuação da UNESCO (Organização das Nações Unidas
para a Educação, a Ciência e a Cultura) no Brasil, na medida em que chamou a
atenção de pesquisadores, acadêmicos e formuladores de políticas públicas para
uma problemática que, quando presente nas escolas, prejudica seu funcionamento,
impedindo que ela cumpra sua função institucional, ensinar crianças e jovens. “Paz
nas escolas: Uma perspectiva frente à violência no meio escolar” é um projeto
que vem sendo desenvolvido no Mestrado em Serviço Social. O objetivo deste
trabalho é entender o fenômeno da violência e mais especificamente no ambiente
escolar, além de analisar seus desdobramentos e o papel do assistente social
neste contexto. Inicialmente, realizaram-se pesquisas bibliográficas. Para a
consecução dos objetivos propostos serão realizadas: aplicação de questionários
e observação participante. É uma articulação das abordagens extensiva e
compreensiva dada a natureza do fenômeno. O trabalho de pesquisa encontra-se em
fase de elaboração de questionários e aplicação do pré-teste, visando a
construção definitiva do instrumento de coleta de dados: Paralelamente, estão
sendo feitas leituras sistemáticas do rol de literatura especializada, neste
caso em particular, das publicações da UNESCO. Os dados disponíveis sobre a
incidência da violência nas escolas exigem, sobretudo políticas públicas de
prevenção e implementação de parcerias com Organizações Governamentais e Não
Governamentais que desenvolvem estudos sobre esta temática. Os resultados,
ainda que insípidos, apontam uma luz no fim do túnel no que se refere a
implementação de uma cultura de paz nas escolas em detrimento de uma cultura da
violência há muito instalada no nosso país.
13: DIREITOS HUMANOS: NO ESPAÇO ESCOLAR,
REALIDADE OU UTOPIA?
Autor: Ana Cristina Petter Gitaí ( aluna especial do
mestrado)- UFRN
Professora: Ana Tereza Lemos – Nelson
Departamento Ciências Sociais - UFRN
Disciplina: Política Global Dos Direitos Humanos
O presente trabalho é um estudo que está sendo
realizado nas cidades de Natal e Parnamirim, onde aborda a violência doméstica
cometida contra crianças e adolescentes oriundas de famílias de baixa renda.
Pretendemos investigar a postura social que a Escola toma diante do binômio:
família e violência doméstica. O espaço escolar se revela como a extensão do
“Lar”, onde se alicerça a construção de saberes, onde focaliza, num constante
exercício, uma cidadania fundamentada num princípio maior, o combate a
discriminação, a promoção da igualdade entre as pessoas e a proteção dos
direitos humanos da criança e do adolescente e a afirmação que estes direitos
sejam indivisíveis e interdependentes. Quando pesquisamos dados sobre crianças
e adolescentes, nos assustamos com o índice de violência doméstica que permeia
a classe “infância feliz” e isso nos faz repensar sobre o papel da Escola como
agente de socialização e interlocutora de ações pertinentes à defesa dos
direitos humanos no espaço escolar e junto aos conselhos tutelares e DCA.
Quando falamos em direitos humanos, queremos chamar a atenção para a relação
entre Escola - família - violência e como estas se dimensionam diante de um
contexto que vem crescendo cada vez mais. A violência que crianças e
adolescentes sofrem em seus lares. Embora estudos científicos procurem
desvendar questões sobre cultura , gênero e violência, cidadania, percebemos
uma sociedade onde homens e mulheres se enfrentam em experiências conflitantes
que muitas vezes, recebem participações externas como alcoolismo, desemprego,
dificuldades financeiras. Estas influências externas estimulam o comportamento
agressivo dos homens e mulheres que por sua vez recai sobre as crianças apresentando
assim, um recorte triste e cruel. Percebemos, em nossa pesquisa, que um número
expressivo de Escolas são indiferentes a este problema social e esta
indiferença gera invisibilidade. Dentre muitos autores que participam na
composição da pesquisa, destacamos: Norma Takeuti,, Orlando Miranda, Heleieth
I.B. Saffioti, Alípio de Sousa, Boaventura santos, Pierre Bourdieu e outros.
14: ITINERÁRIOS DA ADOÇÃO NO BRASIL:
o Estado como modelador das relações familiares
Autora: Juliana Alves de Oliveira – Aluna do Programa
de Pós-graduação em Ciências Sociais do Centro de Ciências Humanas, Letras e
Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Orientador: Doutor José Antonio Spinelli Lindoso –
professor e Pesquisador do Departamento de Ciências Sociais e do Programa de
Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte.
A presente pesquisa é um estudo sobre o universo
adotivo brasileiro. Referido universo é constituído, em termos de adoções por
brasileiros, por pessoas que, a fim de adotar, conseguem uma criança: a) de
modo particular e formalizam esta ação num cartório (modalidade conhecida,
internacionalmente, como “adoção à brasileira”); b) também de modo particular,
denominada de “pronta”, formalizam essa ação no Juizado da Infância e
Juventude; c) buscando-a junto ao Juizado. Essa modalidade adotiva é conhecida
como “cadastral”. Entre as modalidades supracitadas, apenas duas geram
registros oficiais (“pronta” e “cadastral”), ou seja, somente duas delas são
lícitas. O que faz pensar em DaMatta (1997) e nas relações que ele descreve
para dar conta dos “indivíduos” que fazem fila contrapondo-os as “pessoas” que
preferem “dar um jeitinho” para resolverem seus assuntos públicos. Escolhi
pesquisar sobre os brasileiros que, tendo outras alternativas adotivas, optaram
pela realização dessa sua experiência absolutamente em respeito a legislação.
Busquei compreender o que os motivava a optar pela modalidade “cadastral”.
Nesse sentido foi realizada uma pesquisa preliminar por estudo quantitativo
através da aplicação de questionário sob 86% dos processos de “adoção
cadastral” (1997-2001) no Juizado da Infância e Juventude de Fortaleza – CE e,
também, por estudo qualitativo através de entrevistas semi-diretivas e
semi-estruturadas com 40% dos adotantes cadastrais, que possibilitou a
construção de um perfil destes adotantes (64% tinha entre 30-50 anos; 100% eram
considerados inférteis até o período da adoção; 52% tinha, no mínimo, nível
médio; 75% tinha envolvimento religioso ativo; 55% tinha per capta superior a
01 salário mínimo e 82% gozava de imóvel próprio). A pesquisa também indicou
que as variáveis, nível de escolaridade e religião, pareciam exercer uma maior
influência sobre a escolha dos adotantes.
15: TÍTULO: AS ESTRATÉGIAS FORMATIVAS PARA A
DOCÊNCIA NO INTERIOR POTIGUAR: QUE SABERES? QUE COMPETÊNCIAS?
Nome do proponente: SORANEIDE SOARES DANTAS FREIRE
VILLA FLOR
Departamento de Ciências Sociais e Humanas – DCSH –
CERES
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN
O estudo se propôs a discutir a formação e
profissionalização do professor no contexto do conhecimento da sociedade
moderna e da noção de competência como um novo conceito pedagógico na
prática da formação. Os modelos formativos tradicionais não conseguem atender
às condições reais de trabalho, acentuando o despreparo técnico e pedagógico
para atuar efetivamente na construção do conhecimento. O problema também é
evidenciado pela ausência de uma política de aperfeiçoamento e fortalecimento
da docência para atuarem competentemente, de forma que as crianças aprendam
mais na escola pública. (Ramalho, 2003; Gauthier, 1998; Alarcão, 1996;
Perrenoud, 2002 e Schön, 2000). O objetivo central foi analisar, sob a perspectiva
crítica-reflexiva, o desenvolvimento de práticas formativas de professoras,
tendo em vista a construção de um novo paradigma emergente para a formação do
ensino, tanto em seu aspecto teórico quanto operacional. Adotou-se como
categoria de análise a competência profissional para a ação, tomando como
referência à ação multiplicadora da prática educativa num contexto real.
Elege-se o Programa Integrado para o Desenvolvimento da Educação Infantil no
Rio Grande do Norte, que busca a construção permanente de um núcleo de reflexão
sobre os saberes e fazeres da docência. Propõe uma metodologia diversificada,
pautada em atividades de extensão em articulação com o ensino e a pesquisa.
Optou-se por um procedimento metodológico, de caráter qualitativo, que possibilitasse
a organização das estratégias formativas para o ensino. Os resultados obtidos
indicam que o agir competente atende a capacidade de saber, saber-fazer e saber
ser (DELORS, 2000). Ademais, reafirma a necessidade do pensamento crítico e
acentua a dimensão coletiva de atividades dos professores em formação, tomando
como base o elemento identificador desta atividade pedagógica: a ação
multiplicadora da prática educativa.
GT-22: EDUCAÇÃO E SOCIEDADE
Coordenador:
José Willington Germano
E-mail: wgermano@digi.com.br
Departamento de Ciências Sociais
Local: UFRN
A educação se constitui um dos temas mais importantes
na agenda pública e no debate acadêmico neste início de século. Vários são os
ângulos da discussão envolvendo questões atinentes a cidadania, ao mundo do
trabalho, a chamada sociedade do conhecimento, a exclusão social, ao imaginário
e a memória sócio-cultural das sociedades. Pretende-se, pois, discutir no GT a
educação sob múltiplos aspectos. compreendendo as políticas públicas,
universidade, práticas educacionais, imaginário social, história e memória.
Será dado especial relevo as práticas alternativas de ação coletiva no campo
educacional, como as redes sociais, que se inserem na perspectiva de construir uma
outra globalização, contra-hegemônica, orientada ao fortalecimento do espaço
público, a cidadania planetária e a cultura política democrática.
Segundo dia
16: ESCOLA PROFISSIONAL FEMININA DE NATAL, UM
ESPAÇO PARA A EDUCAÇÃO.
Fabiana Ferreira Batista
Departamento de Educação – CCSA.
O presente trabalho é parte da monografia intitulada Escola Profissional Feminina de Natal, um
espaço para a educação, orientada pela Professora Doutora Maria Arisnete
Câmara de Morais, que trata do processo de criação e desenvolvimento de uma
entidade publica profissional, situando a participação de Maria Eutália Menezes
Ribeiro como diretora desta escola. A sua prática educativa ganhou forma e expressão
potiguar entre os anos de 1950 e 1960, período este marcado pelo acentuado
debate em torno da Lei de Diretrizes de Bases de Educação, votada em 1961,
principalmente, no que diz respeito ao controle da gestão de educação em nosso
país. Realizei um levantamento de dados, através de fontes bibliográficas,
acervo da família, visitas ao Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do
Norte, Arquivo Público do Estado, Escola Estadual Padre Monte, entrevistas com
ex-alunas e professoras da Escola Profissional Feminina. Percebi que estudar
sobre a formação dessa escola e vida dessa professora, se justifica pela
importância de analisar o papel que a sociedade de sua época havia estabelecido
para a mulher.
17: O I CURSO DE CONFERÊNCIAS DO ATHENEU
(1943): RESGATE DE UMA MEMÓRIA
Edilma da Silva Cortez
Eva Cristini Arruda Câmara Barros
Depto. de Ciências Sociais e Humanas / UFRN
O Atheneu Norte-Riograndense foi palco, no ano de
1943, do I Curso de Conferências do
Colégio Estadual, idealizado pelo então diretor Alvamar Furtado de
Mendonça. Este evento constou de quatro conferências proferidas, nas noites de
01, 17, 24 de julho e 05 de agosto, por alunos daquele estabelecimento, a
saber: Rivaldo Pinheiro (Retrato de uma
hora de transição), Antônio Pinto de Medeiros (Conversa sobre Anatole France), João Wilson Mendes Melo (Presença de alguns mortos) e Luiz Inácio
Maranhão Filho (Lembrança de Zaratustra).
Todos eram alunos do 2º ano do Curso Clássico, com exceção de Antônio Pinto,
estudante do 1º ano do Curso Científico. Muito embora a sociedade natalense
estivesse envolvida com o desenrolar da 2ª Guerra Mundial, as Conferências do
Atheneu obtiveram grande repercussão, tendo sido prestigiadas por intelectuais,
jornalistas e políticos e rendido 38 inserções na impressa periódica da época
nos meses de junho, julho e agosto daquele ano. Passados 62 anos da realização
desse ciclo de conferências, o mesmo ainda não recebeu um tratamento
teórico-metodológico necessário à elucidação de questões tais como: por que
realizar as conferências; em que contexto esse evento está inserido; como
justificar, entre outros aspectos, a repercussão que recebeu na imprensa; quais
os sentidos emanados dessas matérias; como ocorreu o processo de seleção dos
conferencistas e dos temas; quais os seus objetivos; qual público visava
atingir; quais as representações construídas a partir desses discursos; que
práticas culturais foram ou não instituídas; que identidades ajudaram a
elaborar de si próprios e do Atheneu; quais trajetórias idealizadores e conferencistas
traçaram após sua participação no evento, dentre outras. Nesse sentido, o
presente trabalho constitui-se em uma proposta de estudo e um esforço no
sentido de resgatar essa memória adormecida do Atheneu, com vistas a favorecer
a reconstituição de fragmentos da história dessa instituição.
18: Educação e política: o ideológico e o
pragmático na 12ª legislatura de Sergipe
Helcimara de Souza Telles, Dra em Ciência Política,
coordenadora do projeto de pesquisa
Jonatha E. F. dos Santos, bacharelando em Ciências Sociais (UFS) e bolsista
PIBIC/CNPq
Esta
comunicação apresenta resultados parciais da pesquisa intitulada “Políticas Educacionais em Sergipe: um
diagnóstico dos ensinos médio e fundamental – 1991/2002”, financiada pela
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Sergipe – FAP/SE e CNPq/MTC, através
do Programa Primeiros Projetos - PPP. Nesta parte, será apresentada uma
interpretação das indicações para a educação, que foram apreciadas
no legislativo sergipano, no período compreendido entre 1991-1995, durante os
trabalhos da 12º legislatura. A Assembléia Legislativa é composta pelos
deputados, eleitos por um período de quatro anos; tem sua sede na capital do
Estado e o recinto normal de seus trabalhos no Palácio Governador João Alves
Filho. A Assembléia exerce a sua função legislativa através de proposições,
como os projetos de lei, moção, indicação e emendas. A “indicação” é uma proposição que sugere aos poderes do Estado
medidas de interesse público que não caibam em projetos de iniciativa da Assembléia.
No decorrer da coleta de dados, ficou evidente a existência de interesses que
se voltaram para a construção e a reforma de escolas públicas. Observou-se que
há uma quantidade majoritária de indicações
que objetivam apenas mudanças quantitativas, em detrimento do reordenamento das
políticas educacionais. Por detrás do conteúdo desta proposição, observou-se um
comportamento baseado na personalização das práticas políticas e na relação
instrumental dos representantes com a educação. Pôde ser notado que a atuação
dos deputados estaduais no legislativo, no que tange ao tema da educação,
orienta-se mais por um movimento pragmático de apropriação da educação para a
maximização de suas bases eleitorais, do que por questões de natureza
ideológica.
19: POR UMA CULTURA SUSTENTÁVEL: PRÁTICAS
SÓCIO-EDUCATIVAS NO PROJETO CANUDOS
Lúcia de Fátima Vieira da Costa
Mestre em Ciências Sociais; professora substituta do
Departamento de Ciências Sociais-UFRN
Departamento de Ciências Sociais-UFRN
Base de Pesquisa “Cultura, Política e Educação
Discute as práticas sócio-educativas desenvolvidas no
Projeto Canudos (PROEX-UFRN), implementado no período de junho a dezembro de
2004, em Bento Fernandes/RN, município constituído por assentamentos rurais
organizados e comunidades agrárias. A proposta do Projeto era estabelecer a
integração de atividades sócio-econômicas e sócio-educativas, que permitissem o
desenvolvimento de uma cultura sustentável. Neste sentido, as atividades
produtivas existentes no município – piscicultura, avicultura, apicultura,
entre outras – serviram de alicerce para as atividades sócio-educativas, que se
destinaram à formação pedagógica de alfabetizadores de jovens e adultos,
principalmente, e tiveram, como enfoques da prática educativa: “Qualidade de
Vida”, “Desenvolvimento Local”, “Organização Política” e “Geração de Renda”. O
processo de formação pedagógica dos educadores, bem como as atividades
sócio-econômicas, priorizavam aspectos da organização social como discussões coletivas sobre as possibilidades e
limitações dessas atividades, formação de cooperativas, controle do meio
ambiente, qualidade de vida, distribuição de renda. As ações do Projeto,
portanto, tiveram como base as concepções de cidadania e desenvolvimento
sustentável e buscaram viabilizar aproximações entre a organização social e o
processo educativo como meios de promover uma cultura sustentável.
20: POLÍTICAS PÚBLICAS DE INFORMAÇÃO E O
CONTROLE SOCIAL DE PROGRAMAS PARA BIBLIOTECAS ESCOLARES E O LIVRO DIDÁTICO
Aquiles Sá Xavier de Lira – Graduando em
Biblioteconomia UFPB
Jemima Marques de Oliveira – Prof. Ms. Departamento
de Biblioteconomia UFPB jemamar@yahoo.com.br
Trabalho de Conclusão de Curso que investiga as
Políticas Públicas de Informação no Brasil , e o monitoramento de Programas,
Planos e Projetos que objetivam a criação de bibliotecas e acervos nas escolas
públicas, em especial o Programa de Leitura É PRA LER da Secretária de Educação
do Município de João Pessoa desenvolvido nos anos de 2003-2004. O acesso a
informações , o desenvolvimento e disponibilização de conteúdos que estabeleçam
a comunicação com a sociedade apesar de ser dever legal do Estado, ainda não é
suficiente para o exercício do controle social autônomo das ações públicas que
envolvam políticas de geração, uso e transferência de informação. O programa
municipal examinado, embora tenha se configurado como uma política pública, não
apresenta possibilidades de avaliação nem de monitoramento pois com a mudança
de governo todas as informações anteriores foram deletadas e até mesmo a equipe
executora não possui documentos referentes ao planejamento da política, embora
este tenha sido parte do Programa Nacional Biblioteca na Escola. Comparando
dados apresentados na imprensa à época divulgando o Programa, foi possível
identificar que das intervenções inicialmente planejadas, apenas quatro se
efetivaram consumindo cerca de um milhão e quatrocentos mil reais em recursos.
Conclui pela necessidade de maior transparência dos poderes públicos municipais
com o planejamento e desenvolvimento de suas ações, principalmente aquelas
desenvolvidas em parceria com o Governo Federal, disponibilizando informações e
promovendo a participação cidadã dos atores sociais envolvidos no monitoramento
das ações públicas.
Proponente:
Luciane Terra dos Santos Garcia
Autora:
Luciane Terra dos Santos Garcia
Programa de
Pós-graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Este trabalho tem como objetivo analisar a elaboração
do projeto político-pedagógico da Escola Municipal Ascendino de Almeida,
situada na zona sul de Natal (RN), como uma aprendizagem da participação no
âmbito escolar. Utilizamos como procedimentos de pesquisa: entrevistas
semi-estruturadas, análise de documentos e revisão da literatura.
Historicamente, no contexto da democracia, os sujeitos sociais foram
considerados inaptos a tomarem decisões importantes na sociedade, devendo
deixá-las a cargo de representantes hábeis que decidem em seu nome. Entretanto,
a representação democrática vem apresentando problemas que podem ser minorados
com uma maior participação política dos atores sociais. Para tanto, torna-se
necessário que esta seja aprendida, sendo o contexto escolar um local
privilegiado desse aprendizado. A participação dos atores escolares na
elaboração do projeto pedagógico é uma oportunidade para as pessoas refletirem
acerca da educação que pretendem instituir, sendo importante que toda comunidade
escolar esteja nela envolvida, a fim de que este ideal se mantenha vivo no
cotidiano escolar. A participação, neste contexto, permite que os sujeitos se
comprometam com a execução do que definiram, podendo se tornar uma postura
perante a vida.
22: Um Olhar Sobre as Imagens
Sandra Maria Rëgis de Sousa Lins
E-mail: sandrarlins@ig.com.br
Profª: Patrícia Carla de Macedo Chagas (orientadora)
Departamento de Educação/ UFRN
Este trabalho faz parte de um projeto desenvolvido,
através de oficinas pedagógicas, em oito turmas de alfabetização de Jovens e
Adultos do Programa Geração Cidadã, uma parceria da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte e a Prefeitura Municipal do Natal. Considerando as
particularidades desse grupo, buscamos levar para esses alunos assuntos que
tornassem as aulas mais dinâmicas e prazerosas, utilizando como fonte de
aprendizagem o não-verbal, através de imagens fixas. O objetivo desse trabalho
é despertar nos educandos um novo olhar diante das imagens, percebendo o teor
de suas mensagens, carregadas de valores sociais, políticos, econômicos e
culturais, de uma determinada sociedade, em distintas épocas. Para a realização
desse estudo, utilizamos como metodologia à seleção e coleta de várias imagens
fotográficas antigas e recentes, cartazes, panfletos, outdoor, elaboração de
desenhos livres e discussões sobre a linguagem não verbal. Como culminância, os
partícipes apresentaram seminários explicativos das temáticas trabalhadas e de
suas interpretações acerca do que foi exposto. O resultado desse trabalho
favoreceu aos educandos outras interações e socializações com o não-verbal,
possibilitando uma nova compreensão diante da linguagem imagética, contribuindo
para a educação do olhar, dando-lhe contornos críticos. Ademais, favoreceu a
construção e reconstrução do conhecimento dos alfabetizandos, enriquecendo na
multiplicidade de experiências e situações captadas do cotidiano, aprimorando a
leitura e a interpretação do mundo.
23: EDUCAÇÃO E COMUNICAÇÃO: CAMINHOS
ENTRELAÇADOS
Denise Cortez da Silva Accioly
Departamento de Educação - UFRN
O presente trabalho tem como objetivo refletir sobre
a relação educação/comunicação, denominada por alguns autores de comunicação
educativa, educomunicação ou educação para os meios. O texto aborda o assunto a
partir do pensamento de Paulo Freire, um dos primeiros educadores a traçar um
conceito de comunicação e sua ligação com a educação. Também recorre aos
estudos de Mario Kaplún, considerado um dos mais destacados estrategistas
latino-americanos no campo da interação educação/comunicação, cujo núcleo
ideológico fundamental do seu pensamento é baseado nos pressupostos teóricos de
Paulo Freire. No seu livro Extensão ou Comunicação, Freire estabelece uma noção de comunicação que se insere no agir
pedagógico libertador. Para ele a comunicação é “co-participação dos sujeitos
no ato de pensar”. De acordo com o autor a educação é comunicação, é diálogo,
na medida em que não é a transferência de saber, mas um encontro de sujeitos
interlocutores que buscam a significação dos significados. Mário Kaplún
denomina a inter-relação comunicação/educação de comunicação educativa, cuja
função é dar à educação um suporte capaz de qualificar os docentes para que
possam adquirir uma competência necessária ao uso adequado dos meios de
comunicação. A troca de experiências entre educandos e educadores é condição
básica para aquisição do conhecimento. Educar-se é, sobretudo, envolver-se em
uma rede de interações. Essa opção tem seu correlato na comunicação entendida
como diálogo em um espaço entre o emissor e o receptor, que também reflete o
pensamento de Paulo Freire.
24: A ROTINA COMO EIXO DE INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO
DE CRIANÇAS COM NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS
Marianne da Cruz Moura
Prof. ª Dr.ª Denise Maria de Carvalho Lopes
Departamento de Educação
Base de Pesquisas Processo de Aprender e Ensinar na
Educação Infantil.
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Este trabalho vincula-se ao projeto “O atendimento à
criança de 0 a 6 anos na grande Natal: em busca de um perfil”, desenvolvido
pela Base de Pesquisas “Processos de Aprender e Ensinar na Educação Infantil”,
vinculada ao Departamento de Educação (DEPED) da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte (UFRN). Propõe-se a analisar os modos de participação de
crianças com necessidades especiais diversas incluídas em salas de ensino
regular na rotina diária. Considerando-se a rotina (organização dinâmica do
tempo e das ações da criança na instituição educativa) como um eixo
estruturador do trabalho pedagógico e possibilitador da função educar-cuidar da
Educação Infantil, busca-se identificar as dificuldades/necessidades percebidas
na inclusão dessas crianças na rotina fazendo uma reflexão acerca dos aspectos
que devem ser considerados para um melhor atendimento das necessidades
educacionais especiais no sentido de uma inclusão efetiva. A pesquisa assume os
princípios qualitativos de investigação com caráter exploratório, envolvendo o
estudo bibliográfico e sessões de observações, do tipo não-participativa em
salas de aula do Núcleo de Educação Infantil. Os dados obtidos ainda em
processo de análise, apontam para a necessidade de adaptação/flexibilizações na
organização do cotidiano das crianças como forma de garantir uma inclusão que
respeita as diferenças e cria condições de educação.
25: SONHOS REVOLVIDOS, ESPERANÇA INCRUSTADA NOS
MODOS DE FAZER DOS EDUCADORES
Marinalva Pereira de Araújo (autora)
Pedagogia-graduanda
Departamento de Estudos Sociais e Educacionais-DESE
Maristela Pereira de Araújo( co-autora)
Antônio Lisboa L. de Souza (orientador)
Quando os sonhos parecem perdidos, a maré traz
perspectivas de articulação nos fazeres que valorizam a aprendizagem escolar,
sob conversas que dão lugar às vozes caladas num silêncio de uniformidades. Os
diálogos dos educadores vêm constituir o curso de pedagogia realizado através
do Programa de formação em nível superior dos professores da Educação Básica
(PROBÁSICA). No compromisso de observarmos os efeitos desta formação,
detemo-nos na turma de 1998, perscrutamos os discursos colhidos em
questionários, sentamos em conversas informais e finalmente analisamos as
opiniões, ancorados nos teóricos: Edgar Morin, Paulo Freire e Perrenoud.
Relações travadas inferem a polifonia dialógica que faz bater e culminar em
conflitos, por excelência condutores da construção mediante interesses
coletivos dos profissionais. O diálogo como instante de reflexão sobre
competências, ocasião onde se traçam marcas que aventam mudança nos modos de
fazer, na relação com todos os membros da comunidade escolar. Emergem dos
escombros ânsias de maior participação e de continuidade da formação. A
formação em pedagogia-PROBÁSICA transcende ao mero diploma e constrói ímpetos
de reflexão do educador sobre suas ações, deixando florescer um mar de
possibilidades na produção do conhecimento pedagógico, onde o ensino passa a
ser cerne de inquietações, onde o professor abre-se à invenção e à construção
nos diálogos, rumores de inovação nas ações educativas.
26: CRECHES E PRÉ-ESCOLAS: ESPAÇOS DE VIVÊNCIA
PARA A INTEGRALIDADE NA ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA.
Rosalba Pessoa de Souza Timoteo
Doutora em Educação. Professora da Disciplina
Enfermagem na Atenção à Saúde da Criança e do Adolescente
Sara Lira Silva da Costa
Acadêmica do 8º período do Curso de Enfermagem da
UFRN. Bolsista PIBIC / CNPQ.
A convivência nos espaços da saúde e educação tem nos
mostrado a pouca articulação entre esses setores, dificultando a realização de
ações conjuntas impulsionadoras de mudanças de hábitos e condições de vida e
saúde das crianças do bairro de Felipe Camarão em Natal/RN. Essa preocupação
somada as demandas oriundas das pré-escolas e do serviço de saúde, nos
mobilizou a realizar o presente estudo com o fito de colaborar com a
aproximação desses espaços e subsidiar discussões e construções coletivas com
vistas intersetorialidade como a melhoria da saúde e educação da criança desse
bairro. Assim, durante os meses de outubro de 2004 a janeiro de 2005, foi
realizado, por acadêmicos de enfermagem da UFRN que cursavam a disciplina
“Enfermagem na Atenção à Saúde da criança e do adolescente”, um mapeamento de
dez instituições educacionais do bairro, utilizando-se um formulário aplicado
aos diretores, com o objetivo de obter dados sobre a infra-estrutura, recursos
humanos e organização das instituições, realizar ações de promoção e proteção à
saúde nas creches e escolas e conhecer as expectativas das instituições quanto
à participação do serviço de saúde na vida da escola. Os resultados apontaram
as diferenças organizativas, econômicas e infra-estruturais das instituições
independentemente da sua natureza jurídica; os recursos humanos em sua maioria
não estão preparados para lidar com crianças; inexistência de ações
sistemáticas para promoção e proteção à saúde da criança; e, a necessidade de
ações conjuntas, tendo a unidade de saúde como responsável para a viabilização
dessas ações voltadas à saúde da criança. Assim, compreendemos que é preciso
ter uma ação mais efetiva dos serviços de saúde junto aos espaços de inserção
da criança, e a escola é um deles, com vistas a assegurar uma atenção mais
integral à sua saúde, e assegurar a efetivação das políticas públicas previstas
no Sistema Único de Saúde-SUS.
27: Viagens pedagógicas e reformas de ensino:
uma análise de seus registros nos jornais (sergipe, primeiras décadas do século
XIX)
Maria Neide Sobral da Silva
Doutroranda do Programa de Pós-graduação da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, da linha de Pesquisa “Cultura,
Política e Educação” (Bolsista da CAPES)
Marlúcia Menezes de Paiva (Orientadora)
Viagens pedagógicas realizadas pelos chamados
“missionários do progresso” (HERSCHMANN; KROPF; NUNES, 1996), especialmente
para São Paulo, objetivavam buscar referencia no modelo de ensino adotado
naquele estado, para a realização de reformas na Instrução Pública de Sergipe.
Essas viagens, com maior ou menor repercussão, eram acompanhadas, divulgadas e
discutidas nos jornais locais, em forma de propaganda de determinado partido
político que estivesse no poder ou, em alguns casos, tornavam-se motivo de
conflito, gerando matérias em jornais da oposição. Num ou noutro caso,
procuramos analisar a forma como os jornais locais davam importância às
referidas viagens (pelo número de matérias ou notas publicadas) e como
traduziam as possíveis inovações nas reformas ou medidas adotadas em
conseqüência da realização das mesmas. Esse estudo tem como objetivo, portanto,
acompanhar e analisar os registros das seguintes viagens: de Carlos da Silveira
(São Paulo a Sergipe, em 1911), convidado pelo governo sergipano para assumir a
direção da Escola Normal e da escola-modelo anexa e, quase de imediato, a
Diretoria da Instrução Pública de Sergipe; de Abdias Bezerra (Sergipe a São
Paulo, 1923) que, no retorno, elaborou um novo regulamento de ensino, efetivado
pelo Decreto nº 836, de 11 de setembro de 1924; de José Augusto da Rocha Lima
(Sergipe a São Paulo), com o objetivo de adequar os métodos e processos
pedagógicos lá adotados à realidade sergipana e, no mesmo ano, de Penélope
Magalhães que fez esse mesmo itinerário, com passagem no Rio de Janeiro, para
estudar os jardins de infância. Consultamos fundamentalmente jornais
digitalizados do Instituo Histórico e Geográfico de Sergipe e alguns CDs do
Arquivo Público de Sergipe para a realização desse estudo.
28: O nacionalismo de Djalma Maranhão
Pablo Cruz Spinelli (PIBIC/CNPq-UFRN)
Orientador: Prof. Dr. José Willington Germano
Este trabalho aborda o pensamento de Djalma Maranhão,
prefeito de Natal (1961-64), procurando identificar o seu ideário nacionalista
presente na “Campanha de Pé no Chão se Aprende a Ler” e em outras iniciativas
de seu governo. Maranhão dizia querer “emancipar a economia do país, a
valorização do trabalho, o respeito à dignidade da pessoa humana e às
liberdades democráticas”. Posicionando-se como um nacionalista de esquerda,
favorável à reforma agrária e à industrialização nacional, busca romper com a
dominação imperialista. Entretanto, não faz reverência ao caráter conservador e
de dominação de uma classe sobre outra no capitalismo industrial. Conforme o
contexto de intensa crise político-econômica das classes dominantes nordestinas
e por meio de Comitês nacionalistas (onde discutia com as populações locais sobre
a campanha eleitoral bem como os problemas locais e nacionais), que Maranhão
logo se constitui como “o prefeito do subúrbio”, visto que não mostrou vínculo
ao pólo dominante da sociedade natalense da década de 60. Assim, as camadas
populares se politizaram local-regional e nacionalmente consubstanciando em
reivindicações e organização dos trabalhadores urbanos e rurais (Ligas
Camponesas). Por conseguinte, com o nascimento de movimentos e Campanhas de
Educação e Cultura Popular, oriundas de instituições da sociedade civil e até
mesmo por ramificações do aparelho do Estado é que floresce em março de 1961 a
“Campanha de Pé no Chão” pretendendo erradicar o analfabetismo, levantando a
bandeira de luta contra a miséria, a espoliação e “por uma escola brasileira consciente,
crítica e demonstrativa”. Dessa
maneira, estimula as manifestações populares como resgate da tradição popular
da cidade do Natal. Todavia, com o advento do Golpe Militar de 1964, “a
campanha” foi eliminada e teve seus
participantes perseguidos, presos, depostos e até torturados.
29: Origem e Primeiros Passos da UNE
(1937-1945)
Thalita Costa da Silva
Orientador: Prof. José Willington Germano
O presente trabalho aborda a origem da UNE em 1937,
em pleno Estado Novo, assim como os primeiros anos de sua existência,
procurando destacar os conflitos internos do movimento estudantil, a sua
relação com o Governo Vargas e suas principais lutas no período,como a
implantação do “ensino popular obrigatório”, as atuações contra as potências
nazi-fascistas por ocasião da II Guerra Mundial, exigindo um posicionamento do
governo brasileiro, bem como a sua participação em favor da redemocratização do
Brasil no pós-Guerra.
30: OS GRUPOS ESCOLARES SOB VALORES CÍVICOS,
MORAIS E PATRIÓTICOS: A CONSTRUÇÃO DE CRIANÇAS-MODELO NA PRIMEIRA REPÚBLICA
Gracielle Cristine Farias MOURA
Eva Cristini Arruda Câmara BARROS (orientadora)
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Departamento de Ciências Sociais e Humanas
Campus de Currais Novos
E-mail-ninf85@bol.com.br
Este trabalho é produto do Projeto de Pesquisa
denominado Grupo Escolar Capitão Mor Galvão: a institucionalização de uma
cultura escolar no município de Currais Novos (1911-1929), vinculado à Base de
Pesquisa Cultura e Educação no Seridó Norte Rio Grandense. Trata-se de um
estudo sobre a proposta e o desafio de uma higienização de costumes mediante a
disseminação dos valores de moral, civilidade e patriotismo dentro dos grupos
escolares, em conseqüência do percurso à instauração de um novo plano
pedagógico no âmbito da Primeira República. Para tanto, partiu-se da análise
dos materiais requeridos e utilizados por esse novo modelo de escola mediante a
observação de exemplares textuais inerentes às anotações feitas por diretores,
inspetores e professores em documentações como inventários ou diários de classe
do Grupo Escolar Capitão Mor Galvão (1911-1929). Os ideais cívicos, morais e
patrióticos, situados neste período como prenúncios de uma nova cultura
escolar, são representados nos conteúdos programáticos das disciplinas
escolares; nos jogos recreativos; nos passeios; nas festas; na imagem física
dos alunos e na materialidade e estrutura arquitetônica dos suntuosos prédios
dos grupos escolares e, por fim, são simbolizados através dos hinos nacionais;
estaduais; municipais e escolares bem como pelo hasteamento de bandeiras,
preparando e produzindo a construção de crianças-modelo como espelho e como
reflexo do ideário republicano.
GT-23: SOCIOLOGIA ECONÔMICA
Coordenadores:
Edmilson Lopes Júnior
E-mail: edmilsonlj23@yahoo.com
Departamento de Ciências Sociais
Marconi Gomes da Silva
E-mail: marconi.br@ufrnet.br
Departamento de Economia
Local: Auditório de Psicologia (Tarde)
O GT reunirá trabalhos que
analisem fenômenos econômicos a partir de uma perspectiva sociológica,
especialmente aqueles que busquem articular as ferramentas
teórico-metodológicas fornecidas tanto pela sociologia da cultura quanto pela
chamada Nova Sociologia Econômica. Identificamos os seguintes temas como
constituintes de nossa pauta: a) a análise teórica de categorias e conceitos
sociológicos – tanto clássicos quanto contemporâneos - dedicados à análise da
vida econômica; b) a articulação entre interesses e ação coletiva; c) a
instituição social de mercados específicos; d) os elementos culturais
fornecedores de sentido para o consumo na contemporaneidade; e) instituições,
política e mercado; e e) estudo dos fundamentos sociológicos das formas
coletivas da ação econômica, temática que se desdobra nos seguintes itens:
processos contemporâneos de descentralização do trabalho, economia solidária,
marcas territoriais de qualidade e organizações de micro-finanças, dentre
outros.
01. A RACIONALIDADE ECONÔMICA DIANTE DA VIDA
COTIDIANA: O CASO DO PLANEJAMENTO FAMILIAR E SEUS DISCURSOS ACRÍTICOS EM
POLÍTICAS SOCIAIS
Jean Henrique Costa
Mestrado em Geografia –UFRN
Esta proposta de trabalho, ausente inicialmente em
seu conteúdo de grandes inovações, é uma tentativa de análise relacional, no
sentido de que os fatos em geral, ou seja, as heterogêneas realidades sociais,
“são na medida em que estão” num patamar de relações com as demais esferas
sociais, “durkheimianamente” fixadas ou não, no qual as mesmas podem e até
possuem suas dinâmicas e estruturações próprias, mas não se constituem
absolutamente como autônomas. Pierre Bourdieu, para exemplificarmos e
“sentarmos” numa teoria, que em nosso caso, constitui uma escolha totalizante,
possui tal compromisso com esta possibilidade de apreensão/compreensão do mundo
social vivido. Tal reflexão relacional nos oferece condições de prosseguirmos,
com vistas aos objetivos aqui estabelecidos. Ver-se-á demograficamente nosso
objeto de estudo numa análise sociológica da vida econômica quanto à constituição
familiar contemporânea. Tal modelo de análise é então aplicado neste trabalho
sociológico, ao se situar um aspecto pertinente na dinâmica demográfica de
nossa sociedade, mas que, sob um rótulo ideológico de aparente importância, é
distorcido de suas reais necessidades analíticas e práticas. É o caso do
planejamento familiar e o seu sentido acrítico em realidades como o Brasil, nas
quais as condições objetivas, ou seja, a relativa queda nas taxas de
fecundidade, vêm contribuindo cada vez mais para a redefinição de sua
necessidade enquanto práxis teórica e social, aonde, inversamente, tal
contribuição analítica não vem ocorrendo de maneira geral. Tentar-se-á, então,
fazer a relação entre “um certo” sentido de planejamento familiar que abarca
algumas práticas e discursos já efetuados no Brasil, baseados em elementos por
nós denominados de “conspiratórios” e “vitimizadores”, de maneira geral; o seu
redefinido significado proposto neste ensaio e algumas críticas feitas à
ideologia capitalista do controle da natalidade enquanto diminuição das mazelas
sociais entre as populações mais pobres.
02. O TRABALHO VOLUNTÁRIO: UMA FACE DA ECONOMIA
SOLIDÁRIA
Marcos Antonio Gomes Pena Júnior
PEP – UFRN
Françoise Dominique Válery
PEP – UFRN
As ações sociais fora do âmbito do Estado não são um
fenômeno recente. A sociedade civil denomina-se assim para representar o lócus social que tem suas ações
norteadas não pelo estado nem pela iniciativa privada, mas pelas iniciativas
individuais de caráter público, a representação da economia solidária. Estas
iniciativas encontram sua maior expressão quando norteadas pela o interesse de
apoio social às classes e populações excluídas e é dentro dessa iniciativa que se
percebe a realização de trabalhos voluntários. A finalidade da presente
discussão é esboçar um quadro teórico que fundamente a participação popular às
questões do trabalho voluntário, caracterizando um espaço econômico de
solidariedade. Analisam-se textos que tratam da evolução do conhecimento acerca
do terceiro setor e do voluntariado aí colocado. Conclui-se que em decorrência
da atual crise mundial do trabalho e da precarização das condições de vida de
boa parte da população, o trabalho voluntário é um caminho alternativo viável à
consecução de atividades geradoras de melhores condições de vida à boa parte da
população que necessita de apoio externo a si.
03. BARRACRÉDITO: MICROCRÉDITO,
MUDANÇA SOCIAL E ECONÔMICA NA COMUNIDADE DO CAÇA E PESCA
Manuella de Souza Oliveira
PIBIC/CNPq Ciências Sociais - UFC
A presente pesquisa tem como objetivo analisar as
mudanças ocorridas na comunidade do Caça e Pesca localizada em Fortaleza-CE,
após a implementação de um Programa de Crédito Solidário (no formato do
microcrédito) denominado Barracrédito. Este programa foi criado e gerenciado
por um grupo reduzido de pessoas e não está vinculado a nenhuma instituição
pública ou privada. Este se caracteriza por conceder empréstimos de valores
pequenos a pessoas de baixa renda que, em geral, vivem na economia informal.
Analisando através disso, em que medida a comunidade se liga ao Barracrédito de
tal maneira que possa surgir certa dependência e certeza quanto à ajuda
financeira que estará sempre lá quando precisarem. Segundo Muhammad Yunus,
“microcrédito é muito mais do que dar e receber o crédito, é também mudança
social”. Tomarei como princípios metodológicos leituras bibliográficas,
pesquisa de campo, internet, jornais, entrevistas feitas com os criadores do
Barracrédito, como também com os moradores da comunidade em questão e banco de
dados feito com as fichas preenchidas pelas pessoas que pedem o crédito,
servindo para analisar algumas questões como: Quais as mudanças que ocorreram
na comunidade do Caça e Pesca? Como os moradores lidaram com essas mudanças?
Qual o olhar dos moradores e por que pedir empréstimo ao Barracrédito e não aos
bancos convencionais? Quais as atividades que mais realizam? Além de outras
questões que vão surgir no decorrer da pesquisa
04. FAMÍLIA E TV: CONSTRUINDO MAIS DO QUE UMA
RELAÇÃO DE DOMINAÇÃO E SUBORDINAÇÃO
Mônica Costa de Oliveira Zacarias
Ciências Sociais-UFRN
A indagação central deste trabalho é investigar a
relação social entre a Televisão e a Família, a partir das ressignificações dos
indivíduos sobre as mensagens televisivas e os discursos que eles próprios
fazem sobre família. Tentar-se-á, para isso, responder a questões como: 1) De
que forma princípios, valores e crenças construídos e repassados dentro da
Família medeiam a mensagem dos Meios? 2) Qual é o lugar da identidade cultural
familiar ou, dito de outra forma, ainda existe uma cultura familiar capaz de
forjar uma identidade neste momento de profundos intercâmbios culturais? 3)
Qual é o papel dessa identidade enquanto mediação na produção de sentidos? Para
tanto foi estabelecido como meta o estudo das representações que os sujeitos
constroem sobre Família, a descrição das práticas sociais dentro e fora da
Família, a percepção do confronto e/ou a confirmação dos valores defendidos
pelo sujeito nos seus discursos sobre as mensagens televisivas. Foi elaborada e
aplicada uma pesquisa qualitativa através de entrevistas com todos os membros
de treze Famílias oriundas de Natal/RN, pertencentes à Classe Média.
05. EVOLUÇÃO DO EMPREGO FORMAL NAS METRÓPOLES
NORDESTINAS (1996/2003)
William Eufrásio Nunes Pereira
Economia/Ciências Sociais-UFRN
Nos últimos anos a questão do emprego tem se
acentuado principalmente, nas grandes cidades, devido às elevadas taxas de
desemprego fruto de diversos fatores estruturais e conjunturais. Este trabalho
não tem por intuito estudar os fatores responsáveis pelo desemprego, mas tão
somente analisar a evolução do emprego formal nas metrópoles nordestinas,
procurando perceber que segmentos do mercado de trabalho apresentaram maior
crescimento relativo e absoluto. Partindo-se da concepção de que o aglomerado
urbano metropolitano apresenta normalmente um núcleo e uma periferia, se
utiliza os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do
Ministério do Trabalho e Emprego, de forma desagregada - nas duas esferas -
visando perceber quais os rumos do emprego formal assumiu nos últimos oito
anos. Assim, pretende-se nesse trabalho apresentar e avaliar comparativamente a
evolução do emprego formal nos núcleos das metrópoles frente a sua periferia.
Busca-se perceber se nos últimos anos o emprego formal das metrópoles
nordestinas cresceu mais no núcleo ou na periferia e quais os setores que
apresentaram variação positiva ou negativa. Este trabalho se estrutura assim em
quatro partes, além dessa breve introdução. A segunda procura apresentar
sucintamente o processo de urbanização no Brasil, fornecendo alguns dados e
informações sobre o processo de institucionalização das metrópoles brasileiras.
A caracterização das metrópoles nordestinas visa ambientar o leitor para uma
exposição acerca da evolução do emprego formal nessas metrópoles e encontra na
terceira parte deste trabalho. Por fim, a quarta parte consta de uma breve
conclusão acerca das informações dos dados apresentados. O período de estudo
deste trabalho refere-se aos últimos oito anos (1996-2003) e os dados
apresentados constam do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (CAGED) do
Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE) do Brasil.
06. SETOR TERCIÁRIO E MERCADO DE TRABALHO
BRASILEIRO: UM CONTRAPONTO ENTRE REALIDADE NACIONAL E O LOCAL
Ricélia Maria Marinho da Silva
Geografia-UFRN
Este trabalho tenta promover uma articulação entre o
setor terciário, o mercado de trabalho brasileiro e suas às exigências,
principalmente no que tange a qualificação da mão-de-obra. Sendo assim, o
objetivo é estudar como se estrutura e se amplia o setor terciário brasileiro
para então fazer a relação com o setor terciário que se desenvolve e se amplia
no município de Bayeux-PB. Assim, recorre-se à literaturas que versam sobre o
desenvolvimento do capitalismo no Brasil, as ações governamentais, e
particulariza o mercado de trabalho brasileiro. Ao estudar o mercado de
trabalho brasileiro Theodoro (2004) aponta que é possível verificar a existência
de importantes marcos temporais, e com base nisso subdividi-se o mercado de
trabalho em três momentos: um período que se estendeu da escravatura aos anos
30, um segundo, dos anos 40 a 70, e um terceiro dos anos 80 aos dias atuais,
dando um destaque à década de 90. Estes recortes históricos além de ajudar
entender as especificidades do mercado de trabalho e o setor terciário, eles
também apontam para as raízes da informalidade no Brasil.
07. O MERCADO EM WEBER: ESPAÇO DE PODER E
DOMINAÇÃO
Marconi Gomes da Silva
Economia/Ciências Sociais-UFRN
Objetiva-se empreender uma discussão sobre “O
mercado” segundo uma perspectiva weberiana. A instigação à realização desse
esforço de interpretação foi provocada pela leitura do capítulo sexto do livro Economia
e Sociedade de Weber, de leitura bastante complexa, sobretudo em função do
seu caráter inacabado. Além desse capítulo foram utilizados como referências
importantes à formulação de tal “perspectiva”, os capítulos econômicos da
citada obra, notadamente os do capítulo 2 da primeira parte, bem como alguns
trabalhos da área da ciência econômica. Então, é importante destacar que a
“perspectiva” adotada é a de que o mercado é, por excelência, um espaço que
envolve relações de poder e dominação marcadas pela presença decisiva “do
dinheiro”, portanto, é algo bem distante da perspectiva dominante por longo
período na teoria econômica, segundo a qual o mercado caracteriza-se por
relações simétricas entre distintos agentes econômicos.
GT-24:
LETRAMENTO E GÊNERO NA CONTEMPORANEIDADE
Coordenadores:
Maria do Socorro
Oliveira
E-mail: msroliveira@yahoo.com
Alzir Oliveira
E-mail: alzir@digizap.com.br
Departamento de
Letras
Local: Setor de Aula
II, sala C3
Os novos estudos de letramento
têm focalizado esse fenômeno como um complexo multifacetado, constituído como
uma prática social mediada por gêneros discursivos. Em razão disso, este Grupo
de Trabalho (GT) tem como objetivo aprofundar a discussão a respeito dessa
prática discursiva, explorando a forma como esta é determinada pela cultura,
pelas estruturas sociais, pelas atividades em que se insere e pelas relações de
poder que a atravessam. Nesse sentido, serão aceitas comunicações que tratem de
leitura, escrita e oralidade, em contextos diversos. Serão, também, focos de
discussão construtos teóricos relacionados a esses temas (por exemplo: a nova
retórica, comunidade discursiva, metáfora e pedagogia, ação comunicativa,
textualização, interação), bem como a questão da formação do professor e de
outros agentes de letramento.
Primeiro dia
01. LETRAMENTOS
MÚLTIPLOS: UMA EXPERIÊNCIA DE INTERCÂMBIO CULTURAL
Maria do Socorro
Oliveira – UFRN/DL/PPgEL
Esta comunicação tem
como objetivo apresentar um Programa de Intercâmbio de professores em formação,
desenvolvido através de um acordo de cooperação firmado entre a UFRN e a
Universidade de San Diego, na Califórnia. O foco está centrado na questão dos
letramentos múltiplos, pretendendo-se examinar os diversos mundos de letramento
e as formas usar a linguagem para comunicar, compartilhar conhecimento,
desenvolver a comunidade e celebrar a sua história. Nesse sentido foram
desenvolvidas várias atividades, relacionando linguagem, história, cultura e
memória. A experiência aponta para a importância do desenvolvimento da
consciência crítica do professor e de outros agentes de letramento em face da
questão dos fundos de conhecimento dos alunos no processo de letramento
acadêmico
02. A DIMENSÃO RETÓRICA
DO GÊNERO
Alzir Oliveira –
Doutorando do PPgEL/DL/UFRN
Maria do Socorro
Oliveira – Orientadora (DL/UFRN)
Tanto a Retórica, em
sua versão moderna denominada Nova Retórica, quanto a teoria dos gêneros
discursivos têm como fundamento uma visão de linguagem que ultrapassa de muito
a língua em si, envolvendo o uso e, conseqüentemente, tudo o mais que lhe diz
respeito. Buscamos aqui estabelecer os fundamentos da concepção sócio-retórica
dos gêneros tal como preconizada por Miller (1984) e por outros autores que
seguem na sua esteira, tais como Swales (1990) e Bhatia (1993), tendo como
ponto de partida a teoria dos gêneros de Bakhtin (1992).
03. A CIDADE COMO UM
ESPAÇO DE LEITURA E ESCRITA: RÁXIS DE UMA PROFESSORA-AGENTE DE LETRAMENTOS
Glícia Marili
Azevedo de Medeiros Tinoco
UFRN/UNICAMP
Diferentemente do que
se pode observar na maioria das escolas brasileiras e em determinados
documentos que sustentam a necessidade de um projeto de educação para a
cidadania, entendida como algo a se conquistar no futuro, há professores que já
atuam em uma práxis de cidadania dentro do ambiente de ensino-aprendizagem.
Esse fazer pedagógico emancipatório utiliza a linguagem para motivar os alunos
a analisar situações-problema, lançar opiniões, defender pontos de vista,
produzir projetos de ação, avaliar propostas e colocá-las em votação. Trata-se
de utilizar a leitura e a escrita para o exercício político de todos os dias,
de lutas cotidianas de resistência e de reivindicação. É desse fazer pedagógico
de uma professora-agente de letramentos (KLEIMAN, 2004) que nos ocuparemos
nesta comunicação, por meio da análise de um projeto de ensino a partir do qual
eventos de letramento são desenvolvidos em função dos propósitos comunicativos
dos agentes envolvidos: professora e alunos.
04. O ENSAIO JORNALÍSTICO
COMO UM GÊNERO DISCURSIVO RECORRENTE
Maria Assunção Silva
Medeiros
Doutoranda do PPgEL
/DL/UFRN
Maria do Socorro
Oliveira – Orientadora (DL/UFRN)
Ao analisar os ensaios
de Roberto Pompeu de Toledo, publicados na revista Veja, partimos da definição
de ensaio proposta por Severino (2000:153) visto que percebemos claramente a
liberdade que o autor demonstra ao defender seus posicionamentos sem aquela
preocupação de se apoiar em rigoroso e objetivo suporte teórico que envolva
documentação empírica e bibliográfica como exigem outros gêneros discursivos
tais como os artigos científicos, dissertações e teses acadêmicas. Realmente,
são perceptíveis aqueles gêneros que são mais livres e que admitem
reestruturações e usos muito mais criativos do que outros. Entretanto, Bakhtin
(1992) aconselha que para alguém usar criativamente os gêneros é necessário que
tenha um bom domínio sobre eles. Reconhecemos que Roberto Pompeu de Toledo,
além de já ter publicado livros, revela, nos ensaios publicados semanalmente na
revista Veja, erudição e uma acentuada tendência literária. Para esse trabalho
escolhemos apenas um ensaio, cujo título é: “Discurso da esperança contra o
medo”, publicado no dia 15 de junho de 2005 na revista citada anteriormente.
Uma das características marcantes nos ensaios de Roberto Pompeu de Toledo e que
reafirma a idéia de liberdade do autor são os subtítulos que mostram de forma
resumida o tema que será tratado. Nesse ensaio que nos propomos analisar o
subtítulo é: “Dedicado ao Presidente Lula, sem ônus, e com carinho, para tirar
proveito da presente conjuntura”. Gostaríamos de salientar que para os termos título
e subtítulo vamos denominá-los, de acordo com a abordagem sócio-retórica
proposta por Miller (1984) e que influenciou a proposta de análise de gênero de
Jonh Swales (1990) de movimentos retóricos, ou seja, esse é um modelo de
análise que tomará por base os movimentos retóricos através dos quais o autor
expressa suas intenções ou propósitos comunicativos.
05. Práticas de Escrita
e Cultura: um estudo sobre o gênero cartões de saudação em língua inglesa.
Silvana Moura da
Costa
Doutoranda do PPgEL
/ DL/UFRN
Maria do Socorro
Oliveira – Orientadora (DL/UFRN)
Esta comunicação tem
como objetivo analisar “cartões de
saudação”, prática sócio-cultural bastante produtiva, usada por povos
falantes de língua inglesa, especificamente, britânicos e americanos. Os dados
a serem analisados foram produzidos por falantes nativos dessa língua,
coletados através de correio tradicional e eletrônico. Metodologicamente, a pesquisa
é de natureza documental, sendo informada teoricamente por estudos que
consideram a noção de “gênero” como uma ação social (Miller, 1984; Bazerman,
1993, 2003). Dentro desse quadro teórico, cada comunidade lingüística é, em
geral, produto de sua história e apresenta características peculiares, o que
vai construir a base de sua evolução cultural e social. Interpretar o que uma
comunidade lingüística expressa através de escritos autênticos recorrentes
possibilita compreender os traços culturais que caracterizam essa prática.
06. A METÁFORA NAS
HISTÓRIAS DE VIDA: IMPLICAÇÕES PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES
Cristiane Soares
Guerra Pereira
Bolsista do
PPPg/DL/UFRN
Maria do Socorro
Oliveira – Orientadora (DL/UFRN)
Nesse trabalho,
discutimos a metáfora não sob o ponto de vista poético, mas como uma
necessidade de singularização do sujeito. Para autores como Lakoff (2002) e
Johnson (2002), a metáfora está infiltrada na vida cotidiana, não somente na
linguagem, mas também no pensamento e na ação. De acordo com essa idéia,
realizamos um estudo que tem por objetivo analisar as metáforas ligadas ao
cotidiano do letramento de professores. O corpus analisado é constituído
de histórias de vida, na forma de narrativas escritas produzidas por
professores integrados ao Programa de Formação Básica (PROBÁSICA), desenvolvido
no pólo de Santa Cruz (Natal/RN). A análise dos dados coletados evidencia que a
metáfora estrutura o pensamento e o modo como o sujeito concebe a sua
realidade. As conclusões indicam que nas histórias de vida narradas há um
partilhamento de medos, problemas, conflitos vividos e conquistas alcançadas,
que se apresenta relevante para a compreensão do letramento do professor.
07. AS REPRESENTAÇÕES
CONSTRUÍDAS PELO PROFESSOR ACERCA DO PAPEL DE ESCRIBA DE DIÁRIOS DE MEMÓRIAS EM
EVENTOS DE FORMAÇÃO CONTINUADA
Ana Maria de
Oliveira Paz
Doutoranda do PPgEL/UFRN
Maria do Socorro Oliveira – Orientadora (UFRN)
Em se tratando de
prática de escrita configurada através de relatos ou descrições de fatos
perpassados ou não por comentários reflexivos da parte do autor, a escrita
diarista ultrapassa os limites das produções meramente técnicas elaboradas pelo
professor com vistas a atender às exigências burocráticas do exercício da
docência, apresentando-se como uma nova situação de produção textual a ser
implementada pelos professores em eventos de formação continuada. Nessa
perspectiva, se constitui foco de nosso interesse as representações construídas
pelo professor frente à nova tarefa de produção textual, bem como de que
modo essas representações interferem na atuação do professor ao assumir o
papel de escriba. Para tanto, tomaremos como suporte teórico os fundamentos
estabelecidos por Moscovici (1978), Abric (1994), Jodelet (1994; 2001), dentre
outros autores vinculados à Teoria das Representações Sociais. A pesquisa
proposta assume uma perspectiva que se adequa aos moldes das investigações de
caráter interpretativista, enquadrando-se no paradigma de pesquisa próprio da
Lingüística Aplicada.
08. LEITURA DIALÓGICA E
ATIVA: O DIÁRIO COMO FACILITADOR DESSA INTERAÇÃO
Sibéria Maria Souto
dos Santos
DL/UFCG
A prática de elaboração
de diários é antiga, inclusive com finalidades didáticas. Grandes pensadores
como Gide, Maiakowski, Virgínia Woolf, Elias Canetti, Wittgenstein, Anais Ninn
declaravam que o uso do diário proporcionou a eles um desenvolvimento de seus
trabalhos intelectuais. Entretanto, houve um tempo que esse gênero foi
esquecido, desprezado, não chamando a atenção dos pesquisadores. Atualmente,
estudiosos se voltaram mais à pesquisa dos diários como instrumento valioso de
reflexão dos indivíduos no processo de ensino-aprendizagem, pois os diários se
apresentam como uma ferramenta para a reflexão de práticas docentes e do
ensino-aprendizagem de atividades relacionadas à linguagem. Eles não registram
apenas a expressão do que se pensa, mas também a forma de descoberta dos
próprios pensamentos; são um instrumento de pesquisa interna, um balanço das
próprias ações, um julgamento de si. Apoiados em estudos como os de Machado (1998)
e (1999), Zalbaza (1994) e Kleiman (1998), pretendemos investigar os diários
produzidos por alunos de Língua Inglesa Instrumental I e II, da Universidade
Federal de Campina Grande. Nosso objetivo principal é identificar quais os
tipos de informações estão presentes nos diários desses alunos e como o diário
de leitura se apresenta como uma ferramenta que leva o aluno a uma leitura
sociointeracional. Esse gênero permite ao aluno registrar seus pensamentos e
impressões sobre os textos lidos, seus problemas de compreensão, suas
interpretações etc.
09. A ABORDAGEM DO
GÊNERO TEXTUAL NAS ORIENTAÇÕES PARA A REESCRITA NO ENSINO MÉDIO
Germana Correia de
Oliveira
Mestranda do
PPgEL/UFRN/CNPq
Symone Nayara
Calixto Bezerra – UFCG/CAPES
Os atuais estudos sobre
o ensino da escrita têm apontado como práticas ideais aquelas conduzidas de
modo que os alunos reconheçam a importância social do gênero textual,
enfatizando os aspectos discursivos que lhe são subjacentes e reforçando a
importância de um trabalho sócio-histórico de produção de textos em sala de
aula. Dentro desta perspectiva, este estudo visa identificar que traços
discursivos do gênero textual são contemplados pelo professor na orientação
para a reescrita. Para tanto, analisamos os “recados” avaliativos escritos por
um professor do 3º ano do Ensino Médio com relação às produções textuais
elaboradas por seus alunos, às quais foram submetidas à reescrita. Como suporte
teórico para nossas análises utilizamos alguns estudos recentes sobre gênero e
didática da escrita (Bakhtin (1997), Bronckart (1999), Schneuwly (1994), Dolz e
Schneuwly (1996), Swales (1990), Bathia (1993), Menegassi (2000) e Rocha
(2003)). A análise interpretativa dos dados nos revelou que o professor
informante ainda não contempla satisfatoriamente os traços discursivos
peculiares ao gênero textual estudado, não sugerindo aos alunos um trabalho de
reescrita que vise adequar os textos produzidos à situação comunicativa em que
se inserem, realizando, no entanto, uma atitude de privilégio aos elementos
estruturais dos textos dos alunos.
10. AS CHARGES
ELETRÔNICAS DO CHICO (CARUSO) COMO SUPORTE PARA O TEXTO DE OPINIÃO
Suzana Maria de
Queiroz Bento
PROLER – Campina
Grande – PB
O presente trabalho
pretende discutir as CHARGES ELETRÔNICAS do CHICO CARUSO apresentadas no Jornal
Nacional da TV Globo, como suporte para formar opinião. Essas charges são a
reprodução animada do trabalho de CHICO publicado no jornal impresso “O Globo”,
do estado do Rio de Janeiro. Atualmente, em plena fase da então intitulada “cultura
eletrônica”, a Charge “constitui-se na ilustração de um fato contado
inteiramente numa forma gráfica” ( Fernando Moretti, 2001). Marcuschi (2002:19)
defende que “os gêneros surgem emparelhados a necessidades e atividades
sócio-culturais, bem como na relação com inovações tecnológicas”. Em seu
trabalho para a televisão, CHICO procura retratar principalmente fatos
políticos, caricaturando pessoas públicas, na maioria das vezes,
individualizando-as. Foram analisados vários vídeos contendo esse gênero midiático
e apresentados a dez leitores assíduos de jornais e revistas, dez pessoas não
escolarizadas e dez estudantes da 6ª série para verificarmos o grau de
compreensão dessas pessoas em relação ao conteúdo que as respectivas CHARGES
estavam querendo repassar e como esses conhecimentos interferem ou não na
produção de textos de opinião orais ou escritos dessas pessoas. Nas primeiras
análises, constatamos que é preciso que o expectador esteja por dentro dos
fatos e notícias “quentinhos” do cenário nacional e internacional, pois muitas
pessoas ao verem a exibição das CHARGES no vídeo, riem mais pela animação e
movimentos dos personagens do que pelo conteúdo crítico deste tipo de gênero e
por isso se restringem a dar uma opinião mais consistente e embasada no que
realmente as charges estão querendo repassar. O trabalho com charges
eletrônicas deveria ser realizado efetivamente nas salas de aula como uma
possibilidade de os alunos compreenderem melhor a realidade e tornarem-se
leitores proficientes.
Segundo dia
11. A INTERAÇÃO EM SALA
DE AULA: ASPECTO LINGUÍSTICO E ASPECTO PEDAGÓGICO.
Lucineide Socorro
Dantas da Silva
PIBIC/CNPq /UFRN
Marise Adriana
Mamede Galvão – Orientadora (DCSH / CERES /UFRN)
A incessante busca por
novas técnicas de ensino reflete a grande necessidade de inovação da educação.
Em meio a tantas evoluções, a tradicional aula expositiva recria seu perfil. O
professor, peça chave nessa prática, renuncia ao seu papel de porta-voz do
saber e passa a dividir com o aluno a responsabilidade de mediar conhecimentos.
Essa exposição da vivência dos alunos transporta-os para além dos limites do
conteúdo restrito da aula e até da proposta pedagógica. As diversas vozes que
compõem um evento educacional direcionam essa perspectiva. Buscando dados que
subsidiem essa proposta, observamos e gravamos a aula de Psicologia aplicada à
Educação – curso de Administração/DCSH/CERES/UFRN. Para efetivarmos essa
análise, baseamo-nos nos estudos de FREIRE e SHOR (1986), FREI e FAUNDEZ
(1985), SAVIANI (1983), BARROS (1991) e VAN LIER (1990). Nesse âmbito,
esperamos contribuir para reflexões sobre a importância da interação em sala de
aula.
12. A REFERENCIAÇÃO
ANAFÓRICA EM ARTIGOS DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA.
Lidiane de Morais
Diógenes
Orientador: Prof.
Dr. Luis Passeggi
Mestranda do
PPgEL/DL/UFRN
Com esta pesquisa,
objetivamos analisar os processos de referenciação anafórica em artigos
científicos, observando, ainda, como os autores organizam as informações em
seus textos. Para isso, discutimos os conceitos de informação dada e informação
nova (TOMLIN et al., 2000). Segundo os estudos de Koch (2002), partimos de uma concepção interacional da
língua, que compreende o texto como o próprio lugar da interação, uma vez que o
sentido é construído na interação texto-sujeitos. A partir dos estudos
de Koch (2004), definimos nossas categorias de análise (anáfora
correferencial/anáfora não-correferencial). A pesquisa caracteriza-se como uma
pesquisa documental, com objetivos descritivos e exploratórios. Quanto à forma
de abordagem, a pesquisa mostra-se de cunho qualitativo, com algumas
quantificações de maneira a organizar os dados a serem interpretados. O corpus é construído por cinco artigos
científicos publicados na revista DELTA (Documentação de Estudos em Lingüística
Teórica e Aplicada), extraídos de três números especiais. A seleção dos artigos
focalizou aqueles escritos por autores brasileiros reconhecidos no campo da
lingüística, e que, após uma primeira triagem, nos pareceram exemplificar
melhor o assunto abordado. A metodologia de análise seguirá os seguintes
passos: identificação das ocorrências de referenciação anafórica; quantificação
destas ocorrências e a interpretação das regularidades identificadas. Num
primeiro momento, podemos observar que o tipo de anáfora mais utilizado foi a anáfora
por repetição parcial, uma vez que a anáfora retoma parcialmente um termo já
introduzido no texto. A presente pesquisa encontra-se em andamento e
acreditamos que a mesma possa contribuir para uma melhor descrição dos
mecanismos lingüísticos utilizados no artigo científico e, do ponto de vista
prático, para o ensino de técnicas de leitura direcionadas para esse gênero
textual.
13. RESISTÊNCIA E VOZ EM
JOÃO COTA: O PAPEL DO CONTADOR DE HISTÓRIA E A ORALIDADE NA SALA DE AULA
Arandi Robson
Martins Câmara
Especialização em
Leitura e Literatura/UnP
Dilma Cléa Barbosa
Gomes da Silva
Especialização em
Psicopedagogia/UnP
Pesquisadores do
GPCP (Grupo de Pesquisa sobre Cultura Popular)
Podemos encontrar
espaços onde brotam e emanam manifestações culturais capazes de resistir,
preservar e legitimar a cultura local. Seu João Cota é um símbolo de
resistência a esse modelo de mundialização, através de suas narrações orais.
Este trabalho tem o objetivo de legitimar o papel do contador de histórias,
João Cota, como uma atividade de transmissão de memória capaz de ocupar um
lugar relevante na transmissão escrita literária de leitura em sala de aula,
tornando possível o diálogo entre o que o aluno estuda como normativo e
codificado com o não normativo e o não codificado. Além disso, faz-se
necessário aplicar a performance de Zumthor e Graciela Ravetti na reconstrução
desse contador de história, haja vista, que o corpo em performance pretende
atuar como mobilizador de margens, de territórios, de saberes engavetados, procurando
resgatar as forças que resistem as infinitas formas de encarcerar a liberdade,
a resistência e a voz.
14. CONCEPÇÕES DE
LETRAMENTO DOS ALFABETIZADORES DE JOVENS E ADULTOS: UM ESTUDO DE CASO DO
PROGRAMA GERAÇÃO CIDADÃ
Rute Régis de
Oliveira – DEPED/UFRN
Maria Estela Costa
Holanda Campelo – Orientadora (DEPED/UFRN)
As questões que
motivaram a realização do presente trabalho tiveram origem durante uma
significativa experiência que vivenciamos no período de março de 2002 a
novembro de 2003, como alfabetizadora de jovens e adultos do Projeto Redução do
analfabetismo, hoje Programa Geração Cidadã. Essa experiência nos colocou
diante da problemática em desenvolver uma proposta de alfabetização sob a ótica
do letramento, com base em nossa formação durante o curso de Pedagogia e pelas
vivências nas capacitações do referido Programa. Assim sendo, decidimos que a
temática da nossa Monografia do final do curso de graduação versaria sobre o
letramento na alfabetização de jovens e adultos. E aí, nos deparamos com uma preocupação
que passou a se constituir na Questão de Pesquisa do nosso trabalho; e essa
questão, assim, se configura: ‘será que os alfabetizadores do Programa Geração
Cidadã têm clareza acerca dos pressupostos teórico-metodológicos de uma
proposta de alfabetização na perspectiva do letramento?’. Tomando, pois, a
questão de pesquisa como referência, definimos os Objetivos do nosso trabalho
monográfico: a) investigar as concepções dos alfabetizadores do Programa
Geração Cidadã acerca dos pressupostos teórico-metodológicos de uma proposta de
alfabetização na perspectiva do letramento; b) contribuir para um maior
conhecimento do nosso objeto de pesquisa e do campo empírico onde foi feita a
investigação. Para a concretização do estudo de caso, trabalhamos com o questionário,
a entrevista semi-estruturada e a análise documental. Da análise dos dados
emergiram as categorias concepções teóricas dos alfabetizadores e prática
pedagógica dos alfabetizadores de jovens e adultos.
15. LETRAMENTO E
ALFABETIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: COMO PENSAM E AGEM OS ALUNOS
Saimonton Tinôco da
Silva
DEPED/UFRN
Denise Maria de
Carvalho Lopes
DEPED/UFRN
O presente trabalho
objetiva analisar os motivos e as expectativas de alunos alfabetizandos jovens
e adultos em relação ao seu retorno à escola e à aprendizagem da língua
escrita. Partimos da consideração de que estas concepções são relevantes ao
processo de ensino-aprendizagem, posto que os usos e funções da escrita são
aspectos constitutivos de sua natureza sócio-funcional e que as idéias iniciais
dos alunos são ponto de partida para novos conhecimentos. O estudo assumiu as
características de uma pesquisa exploratória (Gonsalves, 2001) e envolveu
entrevistas com sessenta alunos do Projeto GerAção Cidadã – Reduzindo o
Analfabetismo (MEC/UFRN/SME-RN). Dos sujeitos entrevistados, foram selecionados
dezenove respostas mais significativas às questões propostas. A partir da
análise das informações obtidas foi possível constatar que esses alunos não
vêem a escrita apenas com uma função acadêmica, portanto, restrita à escola.
Demonstraram compreender que a escrita está presente em diversas situações do
dia a dia, assumindo funções e usos diversos e importantes em sua vida
cotidiana, embora seja da competência da escola sistematizá-la enquanto objeto
de conhecimento em suas dimensões de sistema relevância desta questão na
formação e atuação de professores alfabetizadores. e prática cultural. Suas
respostas revelaram, ainda, que o aprendizado efetivo da escrita serve também
para constituí-los/efetivá-los enquanto atores sociais, pois aumenta sua
auto-estima e suas possibilidades de socialização e inserção social. Estes
resultados, ainda que iniciais e provisórios, apontam para a importância desta
questão converter-se em conteúdos na formação e atuação de professores
alfabetizadores.
16. A UTILIZAÇÃO DAS
DIFERENTES TIPOLOGIAS TEXTUAIS COMO PROPOSTA DE FORMAÇÃO DE ALFABETIZADORES DE
JOVENS E ADULTOS.
Marta Carola Coelho
de Brito
DEPED/UFRN
Patrícia Carla de
Macedo Chagas – Orientadora (DEPED/UFRN)
Este trabalho faz parte
de um projeto desenvolvido através da prática pedagógica que pertence a um
trabalho de formação continuada com alfabetizadores do programa: Alfabetização
Solidária no Município de Montanhas-RN. A análise contempla e considera as
particularidades desse grupo de professores. Essa proposta de formação tem como
objetivo possibilitar ao alfabetizador e alfabetizando um contato com as formas
de escrita da qual a sociedade faz uso, bem como, promover o aperfeiçoamento
prático dos alfabetizadores quanto ao trabalho com as diferentes tipologias
textuais na sala de alfabetização de alunos jovens e adultos, ao visar também,
formar indivíduos que participem das relações sociais as quais lhe são impostas
aos possibilitar a fazer uso desses instrumentos nos diferentes segmentos de
sua vida. Diante disso, surgiu a idéia de trazer para o espaço formador,
situações concretas de leitura e escrita, com as quais a clientela dos
alfabetizandos sinta necessidade de interagir em sua vida social e cotidiana
como, no trabalho, no supermercado, na rua e nos mais diversos espaços sociais.
O resultado desse trabalho favorece e busca apresentar aos alfabetizadores a
construção do conceito de letramento, e análise do texto como unidade mediadora
significativa no processo ensino-aprendizagem na prática com a alfabetização.
17. ALFABETIZAÇÃO E
LETRAMENTO: REFLETINDO SOBRE SUAS ESPECIFICIDADES E RELAÇÕES.
Giane Bezerra Vieira
DEPED/UFRN
Partindo do pressuposto
de que o letramento é uma questão central no debate educacional na atualidade,
o presente trabalho discute as especificidades e relações dos conceitos de
letramento e alfabetização à luz de referenciais que verticalizam estudos sobre
essa temática. Busca-se em SMOLKA (1991), KLEIMAN (2000), SOARES (2003), BAKHTIN
(1997) e CURTO (2000) as dimensões técnicas, cognitivas e culturais da
alfabetização e do letramento. Parte-se da concepção de letramento como
atividade simbólica, como discurso e interação entre sujeitos concretos que
constróem significados de acordo com as relações que mantêm com a língua.
Realça-se os aspectos constitutivos dos dois conceitos, sua simultaneidade e
interdependência e sua importância para a pedagogia. O processo de aquisição da
leitura e da escrita na perspectiva do letramento proporciona à criança
significativas mudanças nos seus processos cognitivos e discursivos. Essa
pesquisa bibliográfica possibilitou a compreensão de que os usos sociais da
leitura e da escrita são fatores indispensáveis para o desenvolvimento dos
processos de socialização e comunicação humana. A síntese entre alfabetização e
letramento se expressa na indissociabilidade entre o ler e o escrever e a
utilização efetiva dessas habilidades em práticas sociais concretas.
18. ALFABETIZAÇÃO E
LETRAMENTO: ASPECTOS CONCEITUAIS E IMPLICAÇÕES PEDAGÓGICAS
Edileide Gonzaga de
Lira
DEPED/UFRN
Francinaide de Lima
Silva
DEPED/UFRN
Giane Bezerra Vieira
(Orientadora)– DEPED/UFRN
O presente artigo traz
uma análise sobre os conceitos de alfabetização e letramento e suas implicações
para a prática pedagógica através de uma pesquisa de campo e de um estudo
bibliográfico. Essa análise é feita tendo por base Curto (2000), Ferreiro
(2001, 2002, 2003), Ribeiro (2001) e Soares (2000, 2003, 2004), referencial
teórico estudado na disciplina Processo de Alfabetização, e a concepção de uma
professora de educação infantil a respeito de tais conceitos. Visto que os
conceitos de alfabetização e letramento são amplamente discutidos e várias são
as teorias que lançam luz a esses processos os quais auxiliam o trabalho
pedagógico, no sentido de evitar o fracasso escolar .Verificou-se através dessa
articulação de perspectivas a consonância entre o dizer da professora de
alfabetização de crianças e a definição desses processos feita pelos teóricos
estudados na disciplina, para os quais a alfabetização é um processo de
aquisição da língua oral e escrita e o letramento é o conjunto das práticas
sociais de uso da leitura e da escrita. Evidenciou-se, ainda, através da
observação da aula ministrada pela educadora, a aplicação prática dos conceitos
em estudo. Dessa forma, acreditamos que o ensino aprendizagem eficaz seria a
articulação de conhecimentos e metodologias, fundamentadas em diferentes
ciências, e sua tradução em uma prática docente que integre as várias facetas,
articulando a aquisição do sistema de escrita que é favorecida por ensino
direto, explícito e ordenado (processo de alfabetização), com o desenvolvimento
de habilidades e comportamentos ao uso competente da língua escrita nas
práticas sociais de leitura e de escrita (processo de letramento).
19. ALFABETIZAÇÃO E
LETRAMENTO: DOIS PROCESSOS PARALELOS
Liliane Gomes da
Silva
DEPED/UFRN
Maria Monique da
Silva Dantas
DEPED/UFRN
Giane Bezerra Vieira
(Orientadora) – DEPED/UFRN
O presente artigo
constitui-se na sistematização de estudos realizados a respeito das concepções
sobre alfabetização e letramento, baseado em alguns autores, como Curto (2000),
Ferreiro (2001, 2003), Soares (2000, 2003, 2004) e Kleiman (1995) e a fala de
uma professora alfabetizadora. Orientada metodologicamente pelo programa da
disciplina Processo de Alfabetização e por uma entrevista semi-estruturada,
podemos perceber, que existe uma articulação entre as concepções da professora
e dos autores lidos. Para eles, alfabetização é o processo de aquisição da
linguagem oral e escrita e o letramento é o uso que o sujeito faz daquele
código que ele adquiriu nas suas práticas sociais, ou seja, o uso do código
falado e escrito.Constata-se também que a discussão sobre alfabetização e
letramento no Brasil vem se tornando algo muito abrangente e de grande
relevância, pois esses processos estão interligados, embora sejam distintos. As
possibilidades de aplicação e reconhecimento da ligação desses dois processos
viabilizam o desenvolvimento das capacidades de interpretação da criança em
relação ao estabelecimento de diferentes significados nas suas práticas
cotidianas. Dessa forma, acreditamos que os profissionais que atuam na área de
educação devam estar comprometidos com a formação de seus alunos no sentido de
continuarem a refletir sobre a proposta do letramento e da alfabetização na sua
prática pedagógica.
GT-25: METAFÍSICA E TRADIÇÃO
Coordenadores:
Markus figueira da Silva
Juan Adolfo Bonaccini
E-mail: markus@cchla.ufrn.br
Departamento de Filosofia
Local: Setor de Aula II, sala E4
O GT Metafísica e Tradição é
composto por professores e alunos do Curso de Filosofia e do Programa de
Pós-graduação em filosofia da UFRN. Conta também com a participação de
professores e alunos de outros cursos, ligados à Base de Pesquisa GEMT. Seu
maior objetivo é congregar, discutir e divulgar toda a produção acadêmica na
área da Metafísica no âmbito da UFRN, além de fomentar a participação e
integração de outros membros da comunidade científica desta universidade.
Primeiro dia
01. A morte como limite natural para o desejo
dentro do pensamento de Epicuro
Everton Rocha
O exame da natureza, ou physiologia,é a principal ferramenta utilizada pelo sábio que busca
conhecer a constituição das coisas. Fazendo uso dela, Epicuro separou
diferentes categorias de desejos, seguindo basicamente dois critérios, a saber:
se são naturais e se podem ser encarados como necessários. No homem há um
patamar de desejo que corresponde aos desejos necessários para a sobrevivência
do corpo, ao analisar os limites desse composto chamado homem, Epicuro
ressaltou a importância de delimitação dessas necessidades fundamentais. Para
evitar a morte é preciso tratar da manutenção desses desejos, que nos apontam a
carência de alimentos, de água, certas condições ambientais. Aquilo que é
necessário encontra-se em abundancia na natureza, assim acreditava Epicuro,
essa perspectiva ressaltava a postura de sustentar a felicidade como possível,
entendida como ausência de dor no corpo e perturbação na alma. A nitidez em
relação a simplicidade do que é necessário a continuidade da vida é um bem
produzido pelo exame da natureza, que aponta um outro caráter aos desejos ao
mostrar que muitos deles se sustentam sobre opiniões vazias. O desejo de
imortalidade é um exemplo emblemático de afastamento e esquecimento em relação
a nossa própria condição natural. O distanciamento diz respeito a alienação no
que refere-se ao próprio corpo como composto vivo em equilíbrio transitório, o
esquecimento pode ser encarado como produto desse afastamento, a medida que os
desejos são sustentados por opiniões que negam a morte como limite
incontornável. A morte surge como fim do equilíbrio chamado vida, surpreendente
por estar completamente fora da experiência, mas que precisa ser assimilada
pelo sábio, visto que tratar desta questão é imprescindível para desfrutar da
tranqüilidade e do prazer inerentes a uma vida preenchida pelo exercício da
sabedoria prática.
02. Mito: razão e fantasia n'A República de
Platão
Enoleide Farias
Aluna especial Mestrado em Filosofia - UFRN
Ao estabelecer as partes da alma e, a partir dessa
classificação, a ordenação política n'A República, Platão propõe excluir do seu
estado ideal o poeta criador de mitos, capaz de enganar quantos lhe ouvem,
portanto, alguém cuja existência parece dominada pela parte concupiscente da
alma. Assim, renega a poesia mimética e seus autores, referidos como meros
imitadores, incapazes de colaborar na construção da cidade justa, por ele
pensada como possível, apenas, a partir de um rigoroso método educacional. O
trabalho busca entender como o filósofo, mesmo criticando o mito, o utiliza
como recurso dialógico na construção do seu texto. É, pois, n'A República onde
se encontra o mais comentado mito filosófico, a Metáfora da Caverna. Os
argumentos são construídos a partir de uma leitura d'A República, apoiados nas
considerações apresentadas por Vernan, Rodrigues e Nunes acerca dos mitos
presentes na filosofia pré-filosófica, na filosofia e na linguagem
contemporânea.
03. Deus e o Mundo: Participação e Criação em
Escoto Eriúgena
Íris Fátima da Silva - PPGFIL - Mestranda
Em que consiste a participação? Instigado pelo
problema da criação, que circula todo o livro III do periphyseon, cujo
argumento principal anela a obra dos seis dias Eriúgena entende que deve evitar
a confusão entre Deus e o mundo e ao mesmo tempo a separação entre um e outro.
O mundo é criado e eterno, era e não era, procede de Deus, mas é distinto de
Deus, é a antinomia que porta consigo o ato criativo e que Eriugena tenta
resolver e conciliar; o mundo procede de Deus porque é uma participação de
Deus. A palavra participação, no entanto pode gerar equívoco, necessitamos,
entretanto melhor definir o seu significado. Para Eriúgena a participação é
atividade, causalidade, criação, a dificuldade está no determinar a essência
desta atividade ou causalidade por evidenciar-se a natureza da relação entre a
causa e o efeito, entre o mundo e Deus. Nada no sistema eriugeniano é imóvel
tudo é dinamicidade, visto que o princípio da realidade não é o Ser, mas o Ato;
por isso o seu monismo se diferencia essencialmente do monismo grego.
04. EPICURO E O TÝCHE
Maíra Bezerra da Costa
O termo Týche significa acaso enquanto noção
necessária para pensar a questão do conhecimento, sendo a ciência em Epicuro o
desvelamento do limite do individuo, que ao conhecer a natureza conhece a si
mesmo. Esse desvio ou parênklises, como é conhecido o acaso, ocorre como
necessidade ativa para que existam corpos, quando na queda os átomos desviam-se
e chocam-se com outros, nisso nascem os compostos. É extremamente importante
para o exercício da prática da sabedoria conhecer para não temer o
desconhecido. A mudança de curso espontânea e sem explicação do átomo justifica
a liberdade individual, abolindo toda a determinação exterior que fantasia
através das opiniões vazias, originando homens fracos, ansiosos e dependentes
da providencia divina. O týche relativisa o conhecimento por causa do movimento
atômico que afeta elementos e compostos. Na constante mudança as possibilidades
e as dúvidas são muitas, mas o homem precisa ser capaz de construir a sabedoria
de acordo com sua maneira de ser, em uma realidade formada por partículas que
materializam para não abrir espaço para os mitos, enfatizando que tomar
atitudes próprias ou não esperar pelos Deuses era facil.
05. Entre Apolo e Dioniso: análise nietzschiana
da tragédia
Joana Brito de Lima
Trata-se de uma pesquisa em desenvolvimento a
respeito da análise nietzschiana da tragédia grega clássica. Procurando os
elementos definidores da arte trágica grega nos dramaturgos clássicos, como
Eurípides, Ésquilo e Sófocles, além de buscar inspiração na mitologia,
notadamente pela escolha dos deuses gregos Apolo e Dioniso como referenciais
teóricos, Nietzsche elabora em O Nascimento da Tragédia uma teoria do
trágico fundamentada sobre a oposição e complementaridade entre apolíneo e
dionisíaco, racionalismo e instinto, e a rejeição do pessimismo
como afirmação da vida. Nosso objetivo é pensar a teoria da tragédia
elaborada por Nietzsche, na qual Dioniso representa o excesso e Apolo a medida,
aspectos incorporados ao herói trágico a representar a limitação humana diante
das Moiras do destino.
06. O uso das palavras phýsis, kósmos
e lógos pelos estóicos gregos
Thiago Barbalho
Para compreender a physiología estóica é
preciso, antes de tudo, traçar os conceitos que, ao longo da tradição
filosófica, foram se confundindo, fato que dificulta o entendimento do
estoicismo como sistema filosófico. O trabalho fará, portanto, um contorno ao
redor de três termos fundamentais para a doutrina estóica: phýsis, kósmos
e lógos, com ênfase no caráter divino esboçado nas noções ontológicas de
todos eles.
07. Da Ética a Nicômaco: conhecimento x ação
Sheila Mendes Accioly
Este artigo discute as relações entre conhecimento
(saber) e ação (fazer) na obra aristotélica Ética a Nicômaco. Propõe que entre
as dimensões da teoria e da prática há uma cisão, passível de unificação na
dimensão estética.
Segundo dia
08. A Teoria do Conhecimento de Benedictus de
Spinoza: considerações a partir do Tratado da Correção do Intelecto
Ana Carolina Nogueira Guedes
Universidade Estadual do Ceará (graduação)
Prof. Dr. Emanuel Angelo da Rocha Fragoso
Nossa intenção com o presente trabalho é a de
expormos, por meio de uma detalhada descrição seguida de uma análise, os
argumentos propostos por Benedictus de Spinoza em sua crítica e subseqüente
reforma do método pelo qual o intelecto melhor se dirige ao verdadeiro
conhecimento das coisas. Para tal, inicialmente, faremos a exposição, seguida
de uma análise mais detalhada e comparativa, dos modos de conhecimento conforme
descritos por Spinoza nas três obras em que nosso autor trata desse tema, o Breve Tratado, o Tratado da Correção do Intelecto e a Ética. A partir da leitura dessas obras, procuraremos explicitar a
descrição spinozista dos modos de conhecimento, evidenciando a alteração da
terminologia da primeira à terceira obra, dos termos “modos de conhecimento”,
empregado nas duas primeiras, aos termos “gêneros de conhecimento”, empregados
por Spinoza na Ética. Também
evidenciaremos a opção de Spinoza pelo conhecimento do terceiro gênero, ou
conhecimento intuitivo, pois é este o tipo de conhecimento que possibilita ao
homem atingir a beatitude. Por absoluta necessidade do sistema, abordaremos
também a questão do método desenvolvido por Spinoza, o método geométrico ou
euclidiano, e qual a sua importância dentro da reforma do conhecimento, bem
como sua importância dentro do sistema considerado em sua totalidade. Por fim,
faremos uma apresentação por meio de uma “introdução” presente em nosso texto,
na qual evidenciaremos a importância do Tratado
da Correção do Intelecto para a fundamentação epistemológica da Ética.
09. Os modos de conhecimento segundo Benedictus
de Spinoza
Isabel Maria Pinheiro Arruda
Mestranda em Filosofia – UECE
Bolsista da FUNCAP
Orientador. Prof. Dr. Emanuel Angelo
da Rocha Fragoso
Esta pesquisa tem como finalidade descrever os modos
do conhecimento na filosofia de Benedictus de Spinoza. Esta questão é abordada
em três obras, o Tratado da Reforma da
Inteligência – TIE (1662) o Breve
Tratado – KV e a Ética (1677). Iniciaremos nossa
exposição pelos modos de conhecimento no TIE, no qual o conhecimento não é mais
apresentado como o resultado de uma influência da coisa sobre a mente. No TIE o conhecimento é o meio pelo qual o
homem alcançará a beatitude, ou seja, é através do conhecimento que o homem
alcança a perfeição, aqui entendida como “o
conhecimento da união da mente com a natureza inteira”. No § 19 desta obra
Spinoza distingue quatro modos de percepção: o primeiro se baseia numa
percepção que temos pelo ouvir dizer ou por algum outro sinal designado
convencionalmente, no segundo, há uma percepção adquirida por experiência vaga,
no terceiro há uma percepção na qual a essência de uma coisa se conclui de
outra e finalmente, há uma percepção em que uma coisa é percebida só pela sua
essência ou pelo conhecimento de sua causa próxima e, é denominado conhecimento intuitivo. No KV, Spinoza
inicia demonstrando alguns conceitos ou a consciência do conhecimento de nós
mesmos e das coisas que estão fora de nós. Na Ética, Spinoza modificou a nomenclatura utilizada em suas obras
anteriores no que se refere ao conhecimento passando a adotar o termo “gêneros
de conhecimento”, devido à natureza do conhecimento verdadeiro. A descrição e
análise dos mesmos se encontram na Parte 2 deste livro, cuja denominação é as
seguintes: conhecimento do primeiro gênero, do segundo gênero e, finalmente o
terceiro gênero. Sendo este último necessariamente verdadeiro, pois procede de
uma idéia adequada de um atributo de Deus.
10. Heidegger e a Questão da Técnica.
Alan Marinho Lopes.
Orientador: Oscar Bauchwitz.
A proposta de meu trabalho é efetuar uma investigação
acerca da segunda fase do pensamento de Martin Heidegger, precisamente o
momento em que ele resolve abordar e problematizar a técnica moderna. Colocando
o Dasein (ou ser-aí) de “Ser e Tempo” como ponto de partida, o raciocínio será
desenvolvido a partir de um argumento embrionário encontrado na obra principal
e desdobrado em textos como “A Questão da Técnica” e “Língua de Tradição e
Língua Técnica”. Pretendo, junto de Heidegger, desvelar a técnica em sua
essência não técnica, e será explicitado, também, que onde está o perigo e
alienação, pode residir salvação.
11. Hegel e o Ceticismo
Oscar Cavalcanti de Albuquerque Bisneto.
Orientador:
Prof. Dr. Juan Adolfo Bonaccini
O presente trabalho tem por objetivo encetar uma
discussão em torno da problemática da possibilidade do conhecimento, tendo por
norte três posturas filosóficas: uma cética, cujo principio basilar se assenta
numa recusa geral do conhecimento; outra, parcialmente cética, é o pensamento
kantiano, cujo pensamento se coloca a meio caminho entre o ceticismo e a
metafísica dogmática; e, enfim, a postura de Hegel, para quem a possibilidade
do conhecimento, alçando para além do dogmatismo, se afirma como total. Sendo
que, ao fim da discussão, após pesar os principais argumentos de cada uma das
três vertentes, forçoso será concluir a favor de uma das posturas, notadamente
a do ceticismo.
12. O conceito de atributo em Espinosa
Wander Resende
Trata-se da articulação do conceito de atributo
exposto na obra “A Ética” de Espinosa. A exposição visa a explicitação deste
conceito em relação à noção de substância ali apresentada.
13. O Devir em Hegel
Bartira Calado
Dentro do sistema hegeliano, o devir tem um caráter
importantíssimo, pois – representando a lembrança do movimento efetuado pela
consciência, durante o seu processo de descobrimento – garante que a verdade
seja percebida na sua totalidade, passando a ser encarada não mais como um alvo
que pode ser alcançado de imediato ou por uma revelação, mas essencialmente
como algo que demanda desenvolvimento para mostrar-se. Este trabalho pretende
fazer uma pequena, mas significativa exposição, sobre como o vir a ser na
história da humanidade corresponde à própria manifestação do Absoluto – que se
faz mundo para conhecer-se; de como é imprescindível ao sistema de Hegel a
adoção de uma lógica polivalente, para que, dessa maneira, seja evidenciado o
valor e a necessidade da série sucessiva de figuras que compõem a vida do Todo;
analisa-se também, o papel que a negatividade assume dentro do processo
dialético, permitindo e determinando o surgimento dos estágios do saber. E por
fim, esclarece sobre a necessidade do Absoluto ser entendido não como
substância, mas sujeito.
14. A relação entre o mundo sensível e o
inteligível na filosofia de Plotino
Assileide de Melo Dantas.
Orientador: Prof. Dr. Oscar Federico Bauchwitz
Nas Enéadas, Plotino apresenta como tese fundamental
a distinção entre o mundo inteligível e o mundo sensível. Distinção esta que
apresenta um grave problema, tendo em vista que o sistema plotiniano se
pretende essencialmente monista. Ou seja, se partirmos do pressuposto segundo o
qual o sistema de Plotino é monista, como de fato o próprio pretendia, a
distinção entre os dois mundos necessita de uma justificativa. O presente
trabalho, portanto, visa a uma apreciação da resposta oferecida por Plotino no
que respeita especificamente à passagem (processão) ontológica da dimensão do
incorpóreo para a do corpóreo, pois, segundo Plotino, apenas há uma única
realidade, a saber, o Uno, do qual todas as coisas procedem. Dessa forma, os
dois mundos, o sensível e o inteligível, participam desta única realidade, e a
processão do incorpóreo para o corpóreo se afigura como necessária. E do
resultado de tal processão fica eliminado o caráter dualista, uma vez que a
matéria é tida como não subsistente, o que acaba por garantir que o sistema
plotiniano deve, sim, ser considerado monista, pois o mundo sensível não foi
produzido do nada.
15. "Hegel e o Ceticismo".
Juan Adolfo Bonaccini
Depto. de Filosofia
A relação de Hegel com o
ceticismo está longe de ser clara. A par de existirem alguns poucos trabalhos
sobre o assunto, e de Hegel abordar o tema em várias obras, não está bem
determinado se Hegel possui uma teoria global sobre o ceticismo ou se apenas é
um mero crítico de posturas céticas clássicas na antiguidade e na modernidade.
O presente trabalho pretende primeiro sugerir que apesar de Hegel ser um
crítico ferrenho do ceticismo moderno (por ex. em Sobre a relação do Ceticismo com a Filosofia, nas Preleções sobre História da Filosofia,
na Enciclopédia das Ciências Filosóficas),
a sua crítica não se restringe a esta ou aquela forma de ceticismo. Sustenta-se
que a posição de Hegel se funda numa teoria geral do saber da consciência que
compreende o ceticismo como uma pretensão de verdade que implica a absolutização
de um de seus saberes parciais e pretende refutá-lo mediante a descrição do
modo como ele mesmo seria auto-refutativo (sobretudo na Introdução à Fenomenologia e no início da Ciência da Lógica). A partir de essa
análise são tecidos comentários sobre a fecundidade de um tratamento análogo
como estratégia a ser recuperada para refutar posturas céticas em outros
âmbitos do conhecimento filosófico. Por fim, atesta-se a atualidade do
pensamento de Hegel em face do problema filosófico do ceticismo.
16. UMA
“TEORIA DAS FORMAS” CHINESA: O SURPREENDENTE “PLATONISMO” DE CHU HSI
Edrisi Fernandes (GEMT/UFRN)
Chu Hsi (1130-1200) é certamente
o maior pensador chinês dos últimos mil anos, pela relevância e pela duradoura
influência de seus escritos, capitais para o estudo do Neo-confucionismo,
corrente de pensamento que, notadamente pela assimilação de elementos
metafísicos antes encontradiços apenas no Taoísmo e no Budismo, buscou
neutralizar a debilitação do Confucionismo. Uma das coisas que mais chama a
atenção de pensadores ocidentais que se debruçam sobre os escritos de Chu Hsi é
a notável semelhança entre as noções chinesas de Li (“princípio”) e Ch’i
(“força material”) e suas relações ontológicas, e as noções platônicas das
“idéias” e dos “entes” que “representam” aquelas mediante “participação”.
Passagens de Chu Hsi serão lidas e contextualizadas em articulação com o
pensamento de! Platão (ao qual Chu Hsi, segundo consenso geral, não teve
acesso), para indicar afinidades insuspeitadas do pensamento de filósofos tão
distanciados no tempo, no espaço e no universo das culturas, mas
surpreendentemente próximos no continente das idéias.
17. Os fundamentos da técnica e
da informação em Ser e Tempo
Soraya Guimarães da Silva
Extraído do capítulo dedicado à obra Ser e Tempo, de
Martin Heidegger, da dissertação ainda sem título definido, mas que investiga a
tecnologia da informação a partir da essência da técnica e de uma ontologia da
informação, estudo completamente baseado no pensamento do filósofo alemão, o
trabalho pretende abordar brevemente duas reflexões a cerca do tema geral
proposto para a pesquisa de mestrado e que estão contidas nas investigações
feitas em Ser e Tempo: a relevância do modo da ocupação [Besorgen] na questão
da técnica e a gênese da informação do conceito de Compreensão [Verstehen] e
Interpretação [Auslegung].
GT-26: IDENTIDADE E ETNIA
Coordenadores:
Liliane Cunha de Souza
E-mail: lilivertov@yahoo.com.br
Departamento de Antropologia
Luiz Antonio de Oliveira
E-mail: luizantov@yahoo.com.br
Departamento de Antropologia
Local: Setor de Aulas II, sala D3
O presente Grupo de Trabalho
pretende reunir professores, pesquisadores e alunos de pós-graduação e
graduação, das áreas de antropologia e história, que trabalham sobre a temática
das identidades diferenciadas. Os assuntos a serem abordados deverão tratar da
questão étnica e das identidades culturais, preferencialmente no Rio Grande do
Norte, dentro das perspectivas etnográfica e historiográfica, em diferentes
contextos urbanos e rurais. Os principais objetivos do GT são: levantar
questionamentos sobre as marcas memoriais e o devir dos grupos; reunir
pesquisadores interessados na temática; apontar para novas problemáticas e
perspectivas teórico-metodológicas de pesquisas sobre etnicidade, bem como
propor a investigação sistemática de grupos étnicos presentes no Nordeste e no
estado do Rio Grande do Norte.
Primeiro dia
01. Parque das Dunas: reminiscências de povos
sem história
Abrahão Sanderson Nunes F. da Silva
Mestrando em Arqueologia no Programa de Pós-Graduação
do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (USP)
A região concernente ao município de Natal, mesmo com
uma documentação escrita e uma presença vestigial passíveis de reconhecimento,
possuí indícios que apontam para o esquecimento da etnia Potiguar. Neste caso
específico, podemos exemplificar a ocorrência dessa situação através da
importância outorgada ao Parque das Dunas, uma área considerada patrimônio do
estado devido apenas aos seus atributos ecológicos. Contudo, essa iniciativa
não contempla os materiais representativos das ações concretas de determinados
grupos humanos, em nosso caso específico os indígenas potiguares, responsáveis por
uma cultura material presente nesse local e que mesmo costeando um dos
principais acessos turísticos da cidade e, em meio aos acréscimos urbanísticos
de uma zona em pleno crescimento comercial e residencial, está bastante
distante da memória e da identidade dos natalenses.
02. Etnicidade, indigenismo e as razões do
Estado: entendendo os processos de emergência étnica no Nordeste indígena
Prof. Dr. Carlos Guilherme do Valle
Departamento de Antropologia (DAN/UFRN)
Ao longo de boa parte do século XX, casos de
emergência étnica ou etnogênese irromperam no Nordeste brasileiro, sobretudo
nos últimos 25 anos. Estados como o Ceará e agora o Rio Grande do Norte, se
eram antes conhecidos pela ausência de índios, têm assistido o paradoxo do
reaparecimento de povos que eram dados como desaparecidos ou supostamente
estavam diluídos na população regional. Caracteristicamente conflitivos por
meio das relações interétnicas entre índios e “não-índios”, a destacar os
interesses fundiários em jogo, estes processos de emergência étnica não têm se
concretizado sem a intervenção de agentes e instituições variadas, que vão
desde o órgão indigenista oficial, a FUNAI, a missionários e pesquisadores,
conformando um campo social bastante heterogêneo e atravessado por tensões
políticas, além das convergências e contradições no conjunto de suas idéias e
práticas. Ao considerar tais pontos, este trabalho pretende discutir os
impasses mais recentes que envolvem o indigenismo, em particular na sua
atualização no Nordeste, atravessado por pressões e demandas étnicas, mas
igualmente condicionando os processos de etnogênese segundo suas próprias
idéias e diretrizes conceituais. Por meio de uma abordagem histórica e
antropológica, espero refletir sobre alguns pontos centrais envolvidos nos processos
de emergência étnica. Estes pontos tocam em questões teóricas igualmente
importantes, especialmente a tensão entre abordagens essencialistas e
construcionistas da idéia antropológica de cultura.
03. A Arquidiocese de Fortaleza e a questão
territorial Tapeba
Igor de Meneses Soares
Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ciências
Sociais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (PPGCS/UFRN)
Em meados dos anos 80 do século XX, no instante em
que nos deparamos com a realidade de um grupo étnico estabelecido na região
Nordeste – os Tapeba – são perceptíveis os conflitos existentes, centralizados
prioritariamente em duas questões: a identidade e a terra. Referimo-nos a todo
um processo de mobilizações e reivindicações dos indígenas que vêm configurar a
idéia de etnia e “luta”. Luta seria o termo apropriado, utilizado pelos índios
Tapeba, a fim de denotar os esforços convergidos para fins que motivaram o
início das referidas manifestações. Os variados processos envolvendo os índios
Tapeba que tiveram continuidade estavam freqüentemente, direta ou
indiretamente, ligados à questão territorial. Eram associados à invasão de
propriedades, a violências ou formas de intimidações que objetivavam a
imposição de uma condição de insegurança e medo a fim de excluir os indígenas
da posse de uma determinada porção de terra. Partindo dessa idéia, explicitamos
a motivação que nos impele à realização deste trabalho. Uma vez que nos
deparamos com uma intensa participação da Arquidiocese de Fortaleza em todo o
processo de reconhecimento da identidade étnica dos índios Tapeba, bem como das
referidas questões territoriais, acreditamos ser fundamental recuperar a ação
da Igreja nesse processo. A representatividade política que a Arquidiocese de
Fortaleza assume possibilita a consolidação de um movimento social. Buscamos
analisar as motivações que levaram a Arquidiocese de Fortaleza a desenvolver
intensa apoio aos índios Tapeba, utilizando para tal fim algumas entrevistas
realizadas com antigos integrantes da Pastoral Indigenista, índios Tapeba, bem
como documentos escritos, formulados a partir dos esforços empreendidos pelos
membros da Arquidiocese de Fortaleza e jornais que estavam atentos, noticiando
esse contexto em questão.
04. Identidade e diferença
Rita Gomes do Nascimento
Mestranda do PPGEd da UFRN
Bolsista da FUNCAP
A trajetória de constituição das identidades étnicas
indígenas está marcada pelas ações desses grupos em se afirmarem enquanto tais,
em busca do (auto) reconhecimento, tanto, particularmente, para si mesmos, quanto,
no geral, frente à sociedade nacional. Tal movimento vai se corporificando na
(re) elaboração de práticas culturais visando a economia de ganhos simbólicos (Bourdieu,1998), precisamente através
da “luta” empreendida entre estes e as instituições de Estado na demarcação de
direitos sociais. Compreendemos os processos identitários como uma construção
social, ou seja, como “identificações” em curso, pois participamos da concepção
de que a identidade não é algo fixo, invariável, (pré) determinado, mas sim,
que vai se constituindo historicamente, sendo, portanto, modificada conforme “o
sujeito é interpelado ou representado, a identificação não é automática, mas
pode ser, ganhada ou perdida” (HALL,1997). Neste artigo apresentamos as
histórias de três grupos indígenas, sobre os sentidos que atribuem à
constituição de seus processos identitários. Para a execução deste trabalho,
guiadas pela análise compreensiva do discurso oral (Kaufman,1999), tomamos como
unidade de referência principal as falas de 08 (oito) entrevistados,
participantes do Curso de Formação de Professores Tapeba, Pitaguary e
Jenipapo-kanindé, sendo 01 (um / a) professor / a e 01 (uma) liderança de cada
uma dessas etnias e 02 (dois) membros da Associação de Professores Indígenas
Tapeba (APROINT), entidade proponente do Curso. Ao longo de seus discursos
percebemos uma seqüência temporal e situacional, atribuídos as categorias medo e preconceito, saltadas de suas falas. Inicialmente, tais
categorias, implicam na negação de suas identidades, usadas ora como
impedimento, ora como explicação para o não - ser – índio. Mais adiante, em
outro contexto, medo e preconceito, aparecem com a conotação de superação numa
situação e / ou num tempo de assunção identitária, precisamente quando estes
grupos decidem afirmarem-se etnicamente, realizando “a viagem da volta”, alusão
à expressão de Oliveira (1997), presente em seus estudos sobre os povos
indígenas do Nordeste Brasileiro.
05. Memória, organização política e etnicidade:
os Eleotérios - Catu/RN
Claudia Maria Moreira da Silva
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em
Antropologia Social da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (PPGAS/UFRN)
Situado entre os Municípios de Canguaretama e
Goianinha o Catu dos Eleotério, conforme é identificado na região, fica
distante da capital Natal em 79 Km. A área que abrange a localidade constitui
parte da microrregião Litorânea Sul do Estado. A partir do final dos anos 90
uma parcela dos Eleotério, família que se diz ocupar o local tradicionalmente e
que originou o povoamento, passou a se mobilizar afirmando uma “descendência
indígena”, e a reivindicar o reconhecimento étnico enquanto coletividade. Nesse
contexto passaram a procurar articulações junto ao povo Potiguara no Estado da
Paraíba. Este estudo possui como objetivo compreender como está sendo
reelaborada a identidade indígena, nesse contexto, onde articulam memória com
organização política e se mobilizam pela reapropriação das matas e antigos
modos de vida. As Entrevistas até então realizadas sinalizam que os Eleotério
passaram a se auto identificar indígenas, ressaltando uma história comum. As
narrativas possuem como suporte referências a memória de parentes que habitavam
as matas e memórias de eventos vivenciados que circunscrevem toda sua
construção sobre a ocupação antiga do território que no atual momento histórico
se encontra sob controle oficial de empresas que promovem o cultivo da
cana-de-açúcar.
06. Identidade Étnica entre os Xukuru do
Ororubá – A Festa de Nossa Senhora das Montanhas na Vila de Cimbres.
Ana Sávia Farias Ramos
Aluna do curso de graduação em Ciências Sociais da
UFCG
O presente resumo é baseado em um primeiro exercício
etnográfico realizado entre os Xukuru do Ororubá, povo indígena cuja terra está
localizada no município de Pesqueira, interior de Pernambuco. O trabalho
etnográfico foi realizado a partir de observações feitas no dia 2 de julho de
2004 durante a festa de Nossa Senhora das Montanhas, uma festa popular que
acontece anualmente na Vila de Cimbres, terra indígena Xukuru, e que cuja abrangência
ultrapassa os limites étnicos proporcionando a confluência entre índios e
não-índios. A partir da observação da festa de Nossa Senhora das Montanhas
enquanto uma situação representativa do processo de afirmação da identidade
étnica que se deu em um contexto de ação política em função da reivindicação do
direito às terras identificadas como terra indígena Xukuru, pretende-se tratar
da afirmação da identidade indígena deste povo através da observação da
utilização do espaço durante a festa, como uma forma de se perceber o lugar
ocupado pelos índios em três momentos principais; a missa, o toré e a
procissão. Partindo da percepção de que a afirmação da identidade indígena
Xukuru se dá através da comunicação de um discurso que os expressa como etnicamente
distintivos, observou-se que durante a festa de Nossa Senhora das Montanhas foi
também através das “tradições” que este discurso foi expresso, e que por meio
da prática das “tradições” os índios Xukuru marcaram sua distintividade em meio
aos festejos populares, portanto, é também objetivo deste trabalho tecer
considerações acerca do discurso comunicado através das “tradições” percebendo
os significados atribuídos a estas pelos índios Xukuru.
07. FESTA E PODER: O CICLO FESTIVO-RELIGIOSO
DOS FULNI-Ô
Eliana Gomes Quirino
Mestranda em Ciências Sociais pelo Programa de
Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte (PPGCS/UFRN)
O grupo está situado entre o agreste e o sertão de
Pernambuco, mais precisamente no município de Águas Belas. São, em média, 4.300
índios que apresentam como signos de identificação étnica: o Yaathê, língua
específica do grupo que continua sendo utilizada no cotidiano; o Ouricuri,
termo que designa o ritual, o lugar e o período de reclusão que acontece
durante a primavera; o Toré dança comum aos índios do Nordeste. Tratamos de
escolher as festas religiosas – a abertura do Ouricuri; a festa da padroeira da
aldeia, Nossa Senhora da Conceição; festas juninas – para trabalhar situações
de poder e etnicidade. Buscaremos fazer uma análise conjunta dos temas: festas
– religiosidade – etnicidade. Estas festas supracitadas, onde se tem a presença
garantida de regionais, do poder local e do órgão indigenista oficial por
convite e permissão dos próprios índios para circularem no espaço aldeão, podem
ser visualizadas como campo de demonstração dos sinais de identificação,
tomados como bandeiras étnicas. Também podem ser vistas como um campo de
forças, disputas e conquistas associadas à mobilização étnica Fulni-ô. Há
autores que defendem que a festa é uma inversão da ordem, uma negação da
estrutura social, política e econômica vigente, como se ela representasse uma
descontinuidade em relação ao cotidiano. Todavia, nos afastamos de concepções
como estas para adotarmos a idéia de que a festa, mesmo sendo um momento de
diversão, de descontração coletiva, não chega a superar as normas da vida
cotidiana. Portanto, preferimos defender que a festa, sobretudo a festa
religiosa, é “uma recriação das normas da vida diária”. O nosso campo empírico
nos conduz a essa perspectiva teórica, nos faz entender a festa, com sua
natureza comunicativa, como uma continuidade da vida cotidiana. As festas
Fulni-ô buscam informar e reforçar a posse sobre o território e a identidade
étnica; renegar o passado da desconstrução étnica; reiterar as formas de (re)
construção identitária.
Segundo dia
08. A Linguagem do Corpo
Nury Isabel
Jurado Herrera
Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências
Sociais da Universidade Federal de Rio Grande do Norte(PPGCS/UFRN)
"O corpo não é uma máquina como nos diz a
ciência, nem uma culpa como nos faz crer a religião. O corpo é uma festa".
Eduardo GaleanoA noção do corpo tem transformado consideravelmente o panorama
Antropológico nas últimas décadas, um dos primeiros pilares que ínsita olhar o
corpo como uma linguagem além do visual encontra-se no estudo clássico de Mauss
sobre as técnicas corporais, segundo Lévi-Strauss, Mauss abriu às investigações
etnográficas um novo território: o das técnicas do corpo. Baseada na obra de
Jacques Galinier, “La otra mitad Del mundo. Cuerpo y Cosmos en los rituales
Otomíes”, pretendo discutir neste trabalho o uso da linguagem do corpo como uma
forma de interpretação das relações cosmológicas nas sociedades primitivas.
09. Identidade e etnicidade no Marabaixo:
uma abordagem etnomusicológica
Ms. Sheila Mendes Accioly
Prof. Decom/UFRN
Ms. Sandro Guimarães de Salles
Prof. CPM/PE
Os primeiros negros chegaram ao Macapá no século
XVIII, vindos de Belém, do Rio de Janeiro, Pernambuco, Bahia e Maranhão, para a
construção da Fortaleza de São José. Além destes, aportaram, no município de
Mazagão, várias famílias negras fugidas das guerras entre mouros e cristãos,
travadas no norte da África. O Marabaixo nasce do encontro entre estas diferentes
etnias e os colonizadores brancos, interagindo dentro de um mesmo contexto
social. Símbolo de identidade social e etnicidade do povo do Amapá, este
folguedo consiste em uma manifestação musical elaborada a partir das
referências do catolicismo popular. Nele, os aspectos lúdicos, religiosos e
transgressores transpõem os limites entre o lícito e o não lícito, entre o
sagrado e o profano. Na vila do Curiaú, comunidade rural a oito quilômetros da
capital, esta tradição se mantém, por vezes vinculada a práticas
afro-religiosas. No contexto urbano, ela é praticada em Macapá, notadamente nos
bairros do Laguinho e Favela. A música do folguedo consiste em cânticos
acompanhados de membranofones, feitos em madeira esculpida. Sua coreografia,
seguindo a tendência da maioria das danças religiosas afro-brasileiras, é
circular e em sentido anti-horário. O aspecto religioso aparece, ainda, na
presença de uma bebida ritual denominada “gengibirra”. Nosso trabalho busca
compreender, dentro de uma perspectiva interpretativa, a importância do
Marabaixo enquanto elemento de identidade social e etnicidade, partindo de uma
abordagem etnomusicológica.
10. Negros na cidade da liberdade? A construção
da identidade negra em Mossoró-RN
Francisco Carlos de Lucena
Mestrando do Programa de Pós-Graduação em
Antropologia Social da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (PPGAS/UFRN)
Existe em Mossoró um contexto social interessante
para se refletir acerca do processo de construção da identidade negra. Esta
cidade se proclama a pioneira do Brasil a libertar seus escravos. Para a
história local, tal fato acontecera em 30 de setembro de 1883 cinco anos antes
da sansão Lei Áurea. Este feito é comemorado anualmente com grandes
festividades artísticas e culturais organizadas pelo poder público local,
vangloriando o heroísmo do povo mossoroense. Além dos eventos festivos,
encontram-se em Mossoró diversos marcos que relembram a abolição da escravidão
na cidade. São nomes de bairros como o bairro Abolição I, Abolição II, um
Shopping com o nome de Liberdade e uma rádio por nome de libertadora. Estes
referenciais, arquitetados pela elite política local, se direcionam no sentido
de construir um discurso acerca do espírito libertário do mossoroense. Há
também em Mossoró um movimento negro por nome de Raízes que busca afirmar a
negritude na cidade. Podemos perceber, então, que existe em Mossoró um contexto
histórico e social que põe em relevância a figura do negro com um dos
referencias da história local. Esta pesquisa pretende apreender como os negros
mossoroenses se autopercebem e percebem a negritude dentro de um contexto que
tenta se afirmar como a “terra da liberdade”. Nosso trabalho está ancorado nas
discussões de Antonio Alfredo Guimarães, Carlos Hasenbalg, Livio Sansone,
Stuart Hall e Florestan Fernanades sobre as relações raciais brasileiras.
11. Negros do Riacho: memórias contadas e
silenciadas
Joelma Tito da Silva
Bolsista Propesq
UFRN/CERES, Campus de Caicó
Prof. Ms. Joel Carlos de Souza Andrade
DHG/CERES/UFRN
Entre lembranças e esquecimentos caminham
cotidianamente os negros do Riacho, comunidade rural localizada no município de
Currais Novos/ RN. O grupo começa a se formar no final do século XIX, quando o
ex-escravo Trajano “Passarinho” e parentes próximos teriam se apossado das
terras do Riacho dos Angicos, casando-se e constituindo famílias que deixaram
descendentes e deram substância à manutenção daquele espaço em torno da
comunidade. No trabalho direto com as fontes o nosso olhar sobre os moradores
do Riacho efetiva-se a partir da entrevista oral, que possibilitou uma leitura
histórica a partir de imagens presentes na memória, em silêncios e vozes que
delineiam as singularidades inseridas no cotidiano do grupo.
Teórico/metodologicamente desenvolvemos discussões acerca da memória, da oralidade
e da arte da narrativa e questões referentes ao cotidiano inspiradas nas
discussões de Michel de Certeau. Na prática da pesquisa com os negros do Riacho
lemos silêncios, interpretamos dizeres - histórias contadas – identidades
sentidas e refeitas nas tramas incertas da memória, tecendo espaços a partir da
arte de narrar e lembrar.
12. Auto-afirmação e Reconhecimento: A Busca da
Identidade Étnica
Wellington de Jesus Bomfim
Mestrando do Programa de Pós-Graduação em
Antropologia Social da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (PPGAS/UFRN)
Este resumo introduz a discussão sobre Identidade
Étnica enquanto uma categoria auto-atributiva que se remete a elementos do
passado, de uma história comum de cada grupo, concepção esta presente nos
processos de titulação das terras dos “remanescentes de quilombos”. Com a
Constituição de 1988, no Artigo 68, percebemos a necessidade de um laudo
antropológico que comprove a ligação destas comunidades com os eventos de
quilombagem. Em 2003 o Congresso aprova o Decreto 4.887 de 20 de novembro de
2003, onde apresenta a auto-identificação como critério fundamental para o
reconhecimento de direito às terras. Levantamos este fato para discutir as
implicações desta nova legislação no tocante as declarações de pertencimento
ressaltadas por estes grupos, perante este quadro. Para tanto nos valemos de
algumas publicações que destacam este procedimento em determinados agrupamentos
localizados em diferentes regiões do Brasil. Nos baseamos na concepção de
Frederik Barth (2000) acerca de grupos étnicos que se relaciona diretamente com
a prerrogativa legal, assim como a idéia de memória coletiva de Maurice
Halbwachs (1990) para analisar os fatores de identidade coletiva (Michel
Pollak, 1987) presentes em tais grupos. Foi possível perceber que algumas
implicações são comuns nessas comunidades: a coesão do grupo, o reconhecimento
de descendência, aderência do grupo ao lugar e lembranças de um passado
próximo. Contudo, trata-se de um debate em andamento que carece de alguns
aprofundamentos, e possíveis esclarecimentos.
13. Judeus Retornados: Identidade e
Representações Sociais.
Prof. Ms. Thadeu de Sousa Brandão
Faculdade Câmara Cascudo - RN
O presente trabalho preocupa-se em compreender o
processo de construção e efetivação da identidade social dos indivíduos
pertencentes à Comunidade Judaica de Natal/RN. Assim, propomos o estudo dessa
“comunidade” que transita em torno do Centro Israelita de Natal, um velho
prédio em escombros, mas sacralizado como local de culto, tentando perceber
como se efetiva a construção da identidade do grupo enquanto judeus e enquanto
indivíduos pertencentes a uma sociedade mais ampla e que, acredito, tende a
englobá-los. Do mesmo modo, analisar as relações que são construídas a partir
desse centro, que se torna espaço privilegiado de sociabilidade para a
comunidade. Para tanto, partimos do conceito de comunidade presente na obra de
Ferdinand Tönnies, assim como os conceitos de Representações Sociais presentes
em Durkheim e Mauss e em Peter Berger e Luckman. Nosso caminho
teórico-metodológico pauta-se na perspectiva da etnografia densa, tal qual
pensada por Clifford Gertz. Nosso eixo central tenta dar conta das motivações
que levam a um indivíduo (os bal-teshuvah
– “aqueles que retornam”) a se converter a uma religião “fechada” (no
sentido de não proselitista) como o judaísmo.
14. O Grupo Calon em Natal: construção de
identidade cigana e espaço
Andria Carla Araújo da Silva
Departamento de Geografia (Bolsista PET)
Estudo sobre como os ciganos Calon na cidade de Natal
constroem seu espaço mantendo sua identidade; mostrado através de trabalho de
campo, entrevistas e levantamentos bibliográficos. Apresenta caráter
etnográfico no que se refere à vida semi-sedentária deste grupo residente na
Zona Norte de Natal, analisando as relações de espacialidade do grupo, mediante
as referências identitárias que os tornam unidos quanto ao aspecto dos seus
símbolos e elementos culturais, e distinguindo-os da porção majoritária em que
estão inseridos. Será exposto como os ciganos estão fixados na localidade
habitada, e fazendo alguma possível relação com as suas condições sociais, não
desprezando a forma como eles são vistos pela população local. Será explorado o
espaço produzido por eles, onde através de suas dimensões simbólicas e
estéticas fica notória a forma como se dá a dinâmica identitária, levando em
consideração que o espaço se constitui em um dos principais elementos de
estruturação da realidade humana, determinando dentro das práticas sociais a
sua organização, definidora das relações entre as pessoas, grupos, atividades e
conceitos. Serão abordados elementos formadores da identidade cigana, onde
alguns são considerados “herança” proveniente dos ciganos há anos atrás, como a
prática da leitura de mãos, e alguns outros elementos pertencentes ao costume
cigano que tiveram o sentido modificado ao longo dos tempos, como o casamento
de um cigano com um não-cigano.
GT-27:
A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA GEOGRAFIA
Coordenadora:
Maria do Socorro
Costa Martim
E-mail: smartim@ufrnet.br
Maria Francisca de
Jesus Lírio Ramalho
Departamento de
Geografia
Local: Setor de Aula
II, sala D2
O objetivo do Grupo de
Trabalho "A educação ambiental na Geografia" é, proporcionar
discussões sobre o tema entre os participantes, de modo que essa integração
crie condições de troca de experiências, contribuindo para o enriquecimento de
propostas de modo exeqüível.Sabe-se que a educação ambiental, necessariamente,
não é exclusividade da geografia, contudo, por ser o profissional, enquanto
licenciado ou bacharel, a tratar das questões ambientais onde existe o
envolvimento das pessoas, interagindo em uma constante busca para o equilíbrio
sociedade/natureza, faz-se imprescindível a sua atuação à luz da legislação
ambiental brasileira.
Primeiro dia
01: O CURSO
UNIVERSITÁRIO FREQÜENTADO ESTÁ RELACIONADO COM O POSICIONAMENTO AMBIENTAL DOS
ESTUDANTES?
Ana Beatriz Bezerra
Cortez
Bolsistas de
Iniciação Científica (Curso de Psicologia/UFRN)
Grupo de Estudos
Inter-Ações Pessoa-Ambiente/UFRN
E-mail: bia_psique@hotmail.com
Prof. Dr. José Q.
Pinheiro (Orientador)
O objetivo do trabalho
é analisar o posicionamento ambiental de estudantes universitários, para
verificar se esse posicionamento tem relação com o curso universitário
freqüentado. O estudo de Ewert (2001) mostrou evidências de que estudantes de
diferentes disciplinas acadêmicas revelam níveis diferenciados de compromisso
ambiental e expressam crenças diferenciadas em relação ao ambiente.Trata-se
assim de um estudo exploratório realizado a partir do banco de dados de um
trabalho mais amplo que está sendo realizado por nosso grupo de pesquisa. Foram
aplicados questionários em 355 alunos universitários, atingindo cursos de todas
as áreas de conhecimento. Procuramos por diferenças nas médias dos seguintes
fatores: Ecocentrismo e Antropocentrismo (Escala de Thompson & Barton,
1994); na questão que perguntava se o respondente teve ou tem algum tipo de
cuidado ambiental e no item que pedia um tipo de contato para uma possível
participação em uma campanha ecológica. Constatamos que alunos do curso de
Enfermagem e dos de Biologia/Ecologia obtiveram escores altos em Ecocentrismo.
Por outro lado, cursos como odontologia e direito apresentaram resultados diferentes
aos primeiros, tendo obtido médias baixas em Ecocentrismo e altas em
Antropocentrismo. Com relação às demais variáveis investigadas, cuidado e
contato, foi encontrado que cursos como enfermagem, serviço social e pedagogia,
a maioria dos respondentes afirmam ter cuidado e deixam algum tipo de contato.
Já cursos como matemática e odontologia mostram índices diferentes, já que a
maioria afirma não ter cuidado e não deixa contado. Pode-se observar que estes
últimos apresentam um posicionamento ambiental diferente dos primeiros,
sugerindo que “curso freqüentado” pode ser uma das variáveis responsáveis por
tal diferença no posicionamento dos alunos. Esses resultados, assim como
escores intermediários que serão oportunamente apresentados, permitem concluir que
o posicionamento ambiental pode ter ligação com o curso universitário,
justificando atenção para com esse aspecto por parte de pesquisas futuras sobre
o tema.
02: EXPLORAÇÕES VISANDO
O DESENVOLVIMENTO DA NOÇÃO DE COMPROMISSO AMBIENTAL
Mônica de Oliveira Link
Prof. Dr. José
Queiroz Pinheiro
Grupo de Estudos
Inter-Ações Pessoa-Ambiente – UFRN
Educação ambiental e
outras iniciativas que visam proteger o ambiente têm crescido nas últimas
décadas, em conseqüência do esforço empreendido por vários setores da sociedade
com o intuito de reduzir o impacto humano sobre seu entorno, ao mesmo tempo as
pessoas têm procurado se adaptar a estilos de vida compatíveis com o cuidado
com o ambiente sem perder o conforto e qualidade de vida. Compreender como elas
reagem a essa nova forma de viver tem sido o objetivo de muitas pesquisas e
nosso grupo realizou um programa de pesquisa onde utilizamos a Escala Novo
Paradigma Ecológico (NPE) para identificar e descrever o compromisso das
pessoas com o ambiente, base para uma conceituação de conduta sustentável. Os
15 itens dessa versão revisada foram traduzidos para o português e realizada
sua análise semântica, assegurando a inteligibilidade da redação final.
Empregamos quatro níveis de concordância (estilo Likert) e mantivemos a estruturação
dos itens conforme a sintaxe original. Junto a ela, foram incluídas outras três
escalas, a saber: Coletivismo e Individualismo, Ecocentrismo e
Antropocentrismo, e inventário de Zimbardo de perspectiva temporal (IZPT), além
de um questionário que continha itens sobre a situação sócio-demográfica dos
respondentes e questões abertas sobre alguns aspectos de seu comportamento
pró-ambiental como definição de desenvolvimento sustentável, participação em
eventos relacionados ao meio ambiente e deixar contato. Responderam ao
questionário 355 universitários, de diversos cursos, da cidade de Natal, RN;
229 mulheres e 126 homens, sendo de universidade pública e de particulares, com
média de idade de 22,7 anos. Apesar das diversas tentativas de análises fatoriais,
a escala NEP não se mostra muito adequada a nossa realidade cultural, uma vez
que seus resultados não foram os esperados de acordo com a literatura e o
estudo realizado aponta recomendações para usos futuros da Escala NPE. E essa
inadequação que pretendo discutir.
03: DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL: OXE!? O QUE É ISSO?
Hugo Juliano Duarte
Matias
Bolsistas de
Iniciação Científica, PIBIC-CNPq (Curso de Psicologia/UFRN)
E-mail: hugo_jdm@yahoo.com.br
Prof. Dr. José Q.
Pinheiro (Orientador)
Grupo de Estudos
Inter-Ações Pessoa-Ambiente/UFRN
Desenvolvimento
Sustentável (DS) é um conceito complexo, porém muito importante na história do
crescente movimento de preocupação com a crise ambiental pela qual passamos, sendo,
por isso mesmo, bastante divulgado pela mídia em todo o mundo, estando presente
nos debates acadêmicos, no discurso político, etc. Isso se deve ao fato de que
Desenvolvimento Sustentável é aceita por políticos, cientistas e
ambientalistas, como a mais efetiva estratégia de enfrentamento da crise
ambiental de que dispomos. É por isso que propomos, para esta comunicação, uma
reflexão sobre o conhecimento que a população local possui sobre essa idéia, a
partir de um estudo, realizado com estudantes universitários da cidade de
Natal/RN. Solicitamos deles uma definição de DS, junto com informações
sócio-demográficas, auto-relato de cuidados pró-ambientais, informações sobre
disposição e forma de contato para participar de campanhas ecológicas, e
utilizamos escalas de predisposição pró-ambiental e perspectiva temporal, tudo
isso parte de um projeto mais amplo. Depois da realização de uma análise do
conteúdo dessas definições, comparando-as com uma definição simples e muito
aceita do que seja DS, pudemos ver que as definições dadas pelos universitários
contêm poucos temas daqueles que compõem a noção de DS, mostrando o
desconhecimento do seu caráter multidimensional. Além disso, constatamos a
ocorrência de um tema, que é contrário à noção de DS, como parte da definição
dada. Contudo, pudemos ainda relacionar a ocorrência de alguns temas que fazem
parte da noção de DS com outras variáveis concernentes ao comportamento
pró-ambiental (gênero, cuidado ambiental, etc.). O quadro esboçado com esses
resultados mostra que aquilo que os universitários conhecem de DS é uma idéia
empobrecida, possivelmente, pela mediação dos meios de comunicação de massa,
que provavelmente tem implicações sobre a mentalidade da população, de modo que
torna mais difícil a consecução dos objetivos essenciais do Desenvolvimento
Sustentável.
04: O CUIDADO AMBIENTAL
COMO UM INDICADOR DE COMPORTAMENTO PRÓ-AMBIENTAL
Thiago F. Pinheiro
Bolsistas de
Iniciação Científica (Curso de Psicologia/UFRN)
Prof. Dr. José Q.
Pinheiro (Orientador)
Grupo de Estudos
Inter-Ações Pessoa-Ambiente/UFRN
E-mail: thiagopinheiro@hotmail.com
O comportamento
pró-ambiental tem se destacado ultimamente nas pesquisas e no interesse das
pessoas preocupadas com os níveis atuais de destruição do meio ambiente. O
cuidado ambiental, aspecto importante do posicionamento pró-ambiental, no
entanto, tem sido pouco estudado. Com a intenção de investigar o posicionamento
das pessoas em relação a cuidar ou não do ambiente e o tipo de ação que elas
qualificam como atividade de cuidado ecológico, nosso grupo de pesquisa aplicou
um questionário em 355 universitários da cidade de Natal, RN, como parte de um
projeto de pesquisa mais amplo. A prática de cuidado com o ambiente se mostrou
associada com variáveis das escalas utilizadas no estudo maior, indicadoras de
um posicionamento pró-ambiental, como Ecocentrismo (Escala de Thompson &
Barton) e Pró-Ecologismo (Novo Paradigma Ecológico). O não cuidar, por sua vez,
associou-se com os fatores Apatia Ambiental e Individualismo. A resposta de
prática do cuidado ambiental, portanto, mostrou-se consoante com a postura
pró-ecológica medida por escalas sugeridas pela literatura, configurando-se
como indicadora adicional da disposição ao comportamento pró-ambiental. A
análise de conteúdo das práticas relatadas como atividades de cuidado ambiental
revelou que a maior parte das expressões do cuidado apresentam aspectos
lingüísticos que sugerem positividade e implicação do sujeito na ação. Além
disso, a maioria das atividades de cuidado foi apresentada como sendo atual,
espontânea e dispendiosa de esforço. Tais aspectos relacionais são
configuradores de um ambientalismo que parece genuíno e implica
responsabilidade e comprometimento. Este estudo forneceu informações
importantes sobre a clara associação do cuidado ambiental com formas
tradicionais de investigação do posicionamento pró-ambiental das pessoas.
Considerando que o indicador estudado seja uma forma de comportamento
auto-relatado, que se aproxima mais do comportamento real do que as
tradicionais medidas disposicionais internas, sugerimos maior atenção ao tema
em estudos futuros sobre o ambientalismo das pessoas.
05: INDICADORES DO
VÍNCULO AMBIENTAL DE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS NA CIDADE DE NATAL
Fernanda Fernandes
Gurgel
Aluna do Doutorado
em Psicologia UFRN/UFPB
Orientador: José
Queiroz Pinheiro
Grupo de Estudos
Inter-Ações Pessoa-Ambiente – UFRN
Atualmente é de grande
relevância o estudo de temas relacionados ao meio ambiente e, principalmente,
que tentem compreender as formas do relacionamento pessoa-ambiente associadas à
grave crise ecológica que enfrentamos. Isto porque os problemas ambientais são
problemas humano-ambientais, pois a ação do homem está na raiz de sua grande
maioria. Num dos nossos mais recentes trabalhos investigamos características
associadas a uma atuação responsável em relação ao meio ambiente, levando à
compreensão dos motivos que contribuem para uma “Vínculo ambiental”.
Participaram da pesquisa 355 universitários de Natal, RN, alunos de diversos
cursos de universidades pública e particular, sendo 229 mulheres (64,5%) e 126
homens (35,5%) e a média de idade de 22,7 anos (DP = 5,05). Utilizando uma
estratégia multimétodos, que nos permitiu uma melhor aproximação do fenômeno
estudado, investigamos algumas das diversas dimensões que caracterizam o
Vínculo Ambiental, segundo a literatura da área, tais como: ambientalismo
antropocêntrico e ecocêntrico, individualismo e coletivismo e perspectiva
temporal .Os
resultados confirmam estudos anteriores, realizados em 1999, no sentido de um
claro pró-ambientalismo dos estudantes universitários. Mas é necessários
destacar o efeito do “modismo
ambiental”, pois ser a favor das causas ambientais é algo valorizado
socialmente, o que provoca o efeito de contaminação dos resultados por
desejabilidade social. Os resultados desse estudo chegam a ser desanimadores,
no sentido de que os estudantes desconhecem até mesmo o conceito de
Desenvolvimento Sustentável e que seus motivos para preservação do meio ambiente
visam as vantagens que podem obter a partir da extração de recursos da
natureza. Diversos focos de investigação dessa temática estão sendo realizados
em colaboração com colegas e que acrescentam informações importantes àquela
constatação, no sentido de identificar valores diversos para as dimensões
componentes do ambientalismo dos respondentes. Destacamos ainda a importância
de compartilharmos e utilizarmos amplamente o conhecimento das diversas áreas
que trabalham com a temática ambiental (Arquitetura, Ciências bio-ecológicas,
Geografia, Urbanismo, Antropologia, psicologia etc.).
06: A GEOGRAFIA, O MEIO
AMBIENTE E O LIXO
Mariete de Araújo
Freitas
Especialista em
Geografia
O presente trabalho
envolve as questões ambientais, as quais pode proporcionar algumas mudanças na
geografia do lugar, causando, dessa forma, conseqüências desfavoráveis ao Meio
Ambiente. No desenvolver do trabalho, utilizou-se uma forma inteligente e
tomou-se como base a utilização de três palavras iniciadas com a letra R: Reduza
o lixo, consumindo menos e fazendo a coleta seletiva, separando plásticos,
metais, papel e vidros; Reutilize o lixo orgânico transformando-o em
adubo de boa qualidade e utilize os demais resíduos para o trabalho artesanal; Recicle
o que for possível, evitando desperdícios na comunidade onde vive, garantindo,
dessa forma, mais qualidade de vida para as gerações presente e futuras. Por
isso, tendo a escola como ponto de partida, numa junção professor/aluno/aluno
para realizar uma ação mais efetiva através da educação ambiental, buscou-se a
sensibilização das pessoas em relação ao problema do lixo. Diante disso,
acredita-se que haja maior clareza e que essas pessoas atinjam um maior nível
de conscientização.
07: EDUCAÇÃO AMBIENTAL:
CONFORTO TÉRMICO EM PRAÇAS DE NATAL/RN
Érika Danielle de
Oliveira – Bolsista PIBIC – Geografia UFRN (Apresentadora)
Ana Mônica de Britto
Costa – Geografia - UFRN
Bernardete de
Lourdes Queiroga – Geografia – UFRN (Apresentadora)
Fernando Moreira da
Silva – Prof. Dr. Geografia - UFRN
Kelly Stefany Diniz
de Lima – Geografia - UFRN
Maria do Socorro
Costa Martim – Profª. Drª. Geografia - UFRN
Rodrigo de Freitas
Amorim – Bolsista PROEX - UFRN
Uma das preocupações
atuais em sala de aula é a forma como se dá a educação ambiental para um
efetivo desenvolvimento sustentável. Nesse contexto, surge uma variável que tem
relação direta com a qualidade de vida, o conforto térmico. Conforto térmico é
a satisfação térmica relacionada ao ambiente em que estamos inseridos. O mesmo
pode ser usado para o desconforto térmico, onde o corpo humano é uma máquina
térmica que constantemente libera energia e qualquer fator que interfira na
taxa de perda de calor do corpo afeta sua sensação de temperatura. Além da
temperatura do ar, outros fatores significativos controlam o conforto térmico
do corpo humano: umidade relativa, vento e radiação solar. O objetivo da
pesquisa é comparar o conforto térmico entre as praças Augusto Leite e André de
Albuquerque, ambas possuindo características geográficas distintas, e assim
poder dar subsídios aos educadores de nível médio, quanto às condições de
conforto ambiental em praças, freqüentadas essencialmente por jovens e jovens
estudantes. A metodologia utilizada constitui-se de verificações de
temperaturas em cinco pontos espaciais das praças, que foram feitas a partir
das 9hs da manhã até 16hs, em dias astronomicamente favoráveis. Os termômetros
ficaram dentro de um abrigo meteorológico, protegidos da radiação solar, e
coletados a cada 30 minutos. A fundamentação física foi o Índice de Temperatura
e Umidade (ITU). Os resultados obtidos demonstram que o ITU, nas duas praças,
apresentam um valor que causa uma sensação de desconforto, com índice variável;
apresentando na praça Augusto Leite um nível confortável e na praça André de
Albuquerque, desconfortável, apesar de a mesma possuir uma maior cobertura
vegetal e estar situada próximo ao mar e ao rio Potengi. Os resultados, também,
mostram que é possível levar ao conhecimento de estudantes secundaristas o
comportamento da relação praça versus qualidade de vida.
08: O ESTUDO DA
PERCEPÇÃO PÚBLICA FRENTE AOS PROBLEMAS AMBIENTAIS NA CIDADE DE NATAL/RN
Camila Dantas
Bolsista do PET –
Geografia, UFRN
E-mail: camiladantas128@hotmail.com
A pesquisa intitulada
“O estudo da percepção pública frente aos problemas ambientais na cidade de
Natal/RN” objetiva avaliar como se encontra o nível de percepção ambiental dos
moradores da cidade de Natal/RN, procurando identificar os principais problemas
ambientais dos bairros, e traçar o perfil socioeconômico dos entrevistados,
assim como oferecer uma análise comparativa do nível de percepção ambiental nas
diferentes zonas da cidade; entendendo-se por percepção ambiental a maneira
como os indivíduos vêem, compreendem e se comunicam com o ambiente. Para tal,
foi aplicado formulários contendo questões que possibilitavam apreender o nível
de entendimento da população acerca das questões ambientais. A amostra
compreendeu três bairros das quatro zonas administrativas da cidade,
totalizando um número de cento e vinte questionários aplicados. Os resultados
obtidos permitirão uma reflexão sobre o pensamento ambiental dessas pessoas,
constituindo-se, inclusive, num subsídio para possíveis programas de educação
ambiental voltados para os problemas locais, podendo com isso, proporcionar um
melhor êxito nos resultados propostos.
09: EDUCAÇÃO AMBIENTAL
PARA OS PROFESSORES DE ENSINO FUNDAMENTAL DA REDE PÚBLICA DE ENSINO DE
CAICÓ/RN.
Cleane Garcia de
Medeiros (Apresentadora)
E-mail:cleane@bol.com.br
Danielle Góis de
Oliveira (Apresentadora)
E-mail:daniellelabesa@bol.com.br
Diógenes Félix da
Silva Costa
E-mail:diogenesgeo@yahoo.com.br
Gênison Costa de
Medeiros
E-mail: genisoncosta@yahoo.com.br
José Mário Moraes do
Nascimento
E-mail: nascimento.z@bol.com.br)
Marcos Antônio Alves
de Azevedo
E-mail:geomarconio@bol.com.br
Milton Araújo de
Lucena Filho
E-mail: miltonfilhocaico@hotmail.com
Verônica Vera da
Silva
E-mail:veronicavera@bol.com.br
Alunos integrantes
do Laboratório de Ecologia do Semi-árido – LABESA
Coordenador: Prof.
Renato de Medeiros Rocha (renatocaico@yahoo.com.br)
A cidade de Caicó-RN
está localizada na mesoregião do Seridó Ocidental, área hoje indicada como um
dos pólos avançados de desertificação no Brasil, onde a problemática ambiental
urge uma providência(s) imediata(s), trazendo à tona a necessidade de se
implantar ações que (propiciem) à população dessa região, e do município em
particular, uma consciência ambiental que possibilite a mesma viver em harmonia
com o seu meio. Procurando formar multiplicadores da consciência ambiental, a
Prefeitura Municipal de Caicó/RN em conjunto com o Laboratório de Ecologia do
Semi-Árido-LABESA, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte-UFRN,
elaboraram um curso de Educação Ambiental para os professores do ensino
fundamental da rede pública de ensino desse município, com intuito de
sensibilizar estes profissionais acerca da sua importância na formação de uma
consciência ambiental nos seus educandos, levando-os a ter um maior cuidado com
o meio ambiente e, por conseguinte, com todos os elementos que nele se inserem.
Com base nessa prerrogativa, desenvolveu-se um curso de Educação Ambiental com
estes profissionais durante os meses de setembro a dezembro de 2004, onde foram
abordadas todas as peculiaridades ambientais da região onde o município está
inserido, ressaltando-se a importância do bioma caatinga para composição do
ecossistema local e quais as implicações que sua alteração pode acarretar para
o meio ambiente local e regional, como também se explanaram temas referentes à
problemática ambiental nessa região e no próprio município, envolvendo as
questões ambientais, políticas, econômicas e culturais do Seridó Potiguar. A
partir destas ações, espera-se haver ampliado a consciência ambiental nos
docentes e que os conhecimentos e metodologias adquiridos durante o referido
curso sejam empregados em sala de aula junto à comunidade local do município.
10: HÁBITO ALIMENTAR E
PRODUÇÃO DE LIXO EM ESCOLA: UM ESTUDO DE CASO
Augusto de Souza
Marinho
A pesquisa faz,
atualmente, um estudo de caso com estudantes do curso médio da rede privada de
ensino em Natal, buscando resposta para o seguinte problema central: Como
condutas de educação alimentar refletem em condutas de preservação ambiental
entre estudantes? O diagnóstico foi feito através da observação direta do comportamento
alimentar apresentado pelos estudantes na escola, frente ao modelo de oferta de
alimentos e a carga de resíduos sólidos ali gerada. Utilizando-se do método
sistêmico, o estudo envolve a aplicação de questionários e execução de
entrevistas com os estudantes, diretores, coordenadores, professores e
funcionários da unidade educacional. Trabalha-se com a hipótese de que a
reeducação alimentar em uma unidade educacional pode reduzir o resíduo derivado
dessa atividade e aumentar o envolvimento dos adolescentes com as questões
ambientais. O objetivo é apresentar a possibilidade de implantação de
alternativas alimentares que contribuam para a manutenção da saúde, redução da
produção de lixo e ampliação da consciência ecológica entre os escolares. Os
resultados até agora btidos, apontam para uma demanda significativa, entre os
estudantes, por alternativas alimentares, também os diretores das unidades
educacionais vêem interesse em implantar programas de conscientização quanto à
produção e destinação de lixo na escola. Assim, a intervenção envolve a
exposição de painéis com tabelas nutricionais adequadas para cada fase escolar,
valores calóricos dos alimentos comercializados; o delineamento de um cardápio
alternativo com baixo número de produtos industrializados e preços competitivos
com os do cardápio convencional; apresentação, em aulas expositivas, dos
problemas ambientais locais e soluções possíveis. Por fim, a avaliação será
feita através da análise comparativa dos resíduos produzidos antes e depois da
intervenção, dimensionamento do grau de satisfação dos estudantes através de
questionários e contabilidade direta do consumo de produtos do novo cardápio.
11: INFLUÊNCIA DA AÇÃO
ANTRÓPICA NO PERFIL PAISAGÍSTICO DO BAIRRO DE FELIPE CAMARÃO – NATAL / RN
Sandra Maria de Lima
Bezerril (Apresentadora)
Mestranda do
Programa de Pós Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente PRODEMA/ UFRN
Maria Iracema
Bezerra Loiola;
Profa. Dra.
Departamento de Botânica, Ecologia e Zoologia/Centro de Biociências- UFRN
Maria do Socorro
Costa Martim
Profa. Dra.
Departamento de Geografia/Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes- UFRN
A rápida urbanização
por qual passou o Brasil, nos últimos 50 anos, trouxe uma série de problemas
relacionados principalmente com a provisão de habitações para as classes de
renda baixa, assim como a qualidade dos espaços urbanos dessas habitações.
Seguindo o modelo de urbanização periférica predominante no país, a cidade do
Natal também apresenta áreas de expansão onde os processos de segregação social
e parcelamento do solo contribuiu substancialmente para a formação de espaços
de pobreza que são denunciados principalmente pelo número de loteamentos
irregulares ou clandestinos. Situado na zona oeste da cidade, o bairro de
Felipe Camarão encontra-se dividido em dois territórios: Camarão I que ainda
abriga remanescentes da antiga comunidade peixe boi e o Camarão II que é
formado pelos conjuntos habitacionais Promorar Vida Nova e Jardim América. São
áreas periféricas que quando loteadas ofereceram terras mais baratas que foram
ocupadas ao longo dos anos de forma desordenada, ocasionando uma série de
alterações no ambiente local traduzidos principalmente pela falta de estrutura
física e pela pressão sobre os recursos naturais. Entre as inúmeras alterações observadas
“in loco”, a análise da cobertura vegetal sugere modos variados de
interferência antrópica responsáveis por uma cadeia de impactos significativos
nas dunas, no mangue e na área habitada. A dinâmica ocupacional consolidada
como conseqüência de todos os fatores supracitados é um forte indicador da
superexploração detectada nas áreas verdes. Os adensamentos de moradias figuram
como elementos da paisagem, reduzindo o domínio das zonas de proteção ambiental
e transformando-as em pressionados remanescentes que para preocupação das
entidades relacionadas à preservação dos recursos ambientais não são percebidas
pela comunidade como bens coletivos. Deve-se ressaltar que a implantação de
estratégias para transformação do espaço implica na socialização de uma ética,
até então, despercebida pela maioria das pessoas.
12: DOAÇÃO DE SANGUE: UM
TRABALHO DE DESMISTIFICAÇÃO NA COMUNIDADE DE PONTA NEGRA
Suzana da Cunha
Joffer
Luana Gleyce Souza da
Silva
Departamento de
Serviço Social/UFRN
Trata-se de um trabalho
desenvolvido a partir de uma experiência de estágio curricular realizada no
Hemocentro Dalton Barbosa Cunha. O trabalho tem como finalidade refletir sobre
o processo de doação de sangue e sua importância para a sociedade, enfocando os
aspectos culturais que permeiam essa questão. Procura-se entender os fatores
que contribuem ou dificultam o processo de doação. Dessa forma, foi descrito
todo o funcionamento da instituição ressaltando as suas esferas física e
política, fazendo uma analise de suas diversas faces e principalmente
enfatizando a inserção do profissional do Serviço Social dentro dessa realidade
e sua relação com os usuários da instituição. Diante da problemática da
carência de doadores, principalmente advindos dos segmentos das classes média e
alta, foi desenvolvido na Comunidade de Ponta Negra o Projeto “Doação de
Sangue: Um Ato de Cidadania”, que teve como objetivo à construção de uma
consciência voltada para a doação sanguínea voluntária e regular, bem como a
desmistificação dos mitos, medos e preconceitos contidos no imaginário popular,
através de palestras educativas e uma pesquisa social, procurando assim
entender a influência que a cultura exerce na sociedade e na decisão do ato da
doação de sangue.
GT-28: SUBJETIVIDADE E DESENVOLVIMENTO HUMANO
Coordenadoras:
Elza Dutra
E-mail: dutra.e@digi.com.br
Suely Alencar
E-mail: sueholanda@digizap.com.br
Departamento de Psicologia
Local: Auditório de Psicologia (Manhã)
O Grupo de Trabalho aqui
proposto tem como objetivo a apresentação e discussão de estudos que promovam
uma articulação mais efetiva e sistematizada em torno da temática:
subjetividade e desenvolvimento humano. Tal tema vem sendo abordado pelas
pesquisadoras deste grupo por meio de duas principais perspectivas
teórico-metodológicas: a fenomenológica-existencial e a psicanálise,
aprofundando estudos voltados para a relação entre subjetividade,
autodestrutividade e processos psicossocias, além daqueles que se debruçam
sobre as aplicações do pensamento freudo-lacaniano ao campo da educação e da
clínica psicológica e psicanalítica.
Primeiro dia
01. “O Médico Diante do Paciente Suicida”
Beatriz Furtado Lima-UFRN
E-mail: beatrizflima@terra.com.br
Autores: Beatriz Furtado Lima, David Emmanuel M.
Ferreira, Juliana Gouveia, Luciana Fernandes Matias, Maíra Trajano Costa,
Mariliz Viegas Nôga, Renata Oliveira, Vera Saraiva
Orientadora: Profa. Dra. Elza Dutra-PPGPSI/UFRN
O suicídio é um assunto complexo, multifatorial,
carregado de preconceitos e causador de grande impacto psico-social. Lidar com
o suicídio pode gerar sentimentos de frustração e impotência nos médicos, pois
podem se sentir fracassados na sua atuação profissional. Este trabalho teve
como objetivo investigar como os médicos lidam com pacientes suicidas, tendo em
vista que se tratam de profissionais que lutam para salvar vidas. A pesquisa
foi realizada em janeiro de 2004 com médicos de três hospitais de Natal,
totalizando 54 questionários com 25 questões abertas e fechadas. As perguntas
focalizaram aspectos da profissão, sentimentos em relação à morte e aos
pacientes suicidas e outras questões sobre suicídio (encaminhamento, causas,
sinais, prevenção). Na análise dos dados, criamos categorias para representar e
correlacionar as respostas das questões abertas. Percebemos que a maioria dos
médicos se sente reflexiva diante de pacientes suicidas. Encontramos uma
contradição e certa resistência ao dizerem que lidar com a morte influencia de
alguma forma sua vida, levando-os a valorizá-la mais, e ao relataram que lidar
com pacientes que tentaram se matar não causa nenhuma influência em suas vidas.
Questionados sobre o que acham que leva alguém a cometer suicídio, responderam
que as principais causas são distúrbios psiquiátricos, problemas familiares,
problemas amorosos ou dificuldades interpessoais. Citaram comportamentos
agressivos, depressão e tristeza como os mais freqüentes sinais que poderiam
indicar um possível ato suicida. Os médicos supõem ser possível a prevenção do
suicídio, mostrando-se condizentes com a concepção de suicídio como uma doença,
o que os levam a encaminhar tais pacientes a psiquiatras. Concluímos que a
morte e o suicídio são temas difíceis e delicados, em especial para os médicos,
os quais lutam pela vida constantemente, sendo assim seria interessante para
eles um suporte psicológico para melhor lidarem com essas questões e com seu
trabalho.
02. O FANTASMA NAS FANTASIAS DA MORTE:UM ESTUDO
QUALITATIVO DOS TESTEMUNHOS DE ADEUS
Beethoven Hortencio Rodrigues da Costa- UFRN
O objetivo principal desse estudo consiste em
compreender o que mais se repete nos testemunhos de adeus (cartas, bilhetes ou
fitas de áudio deixados pelos suicidas) e quais fantasias se mostram nesse
discurso, focalizando a enunciação. Considerando os textos contidos nestes
testemunhos como mensagens a serem lidas, como lê-las? A partir da teoria (ato
de ver) psicanalítica com Freud e Lacan, pode-se ter uma leitura possível destas,
considerando as questões da angústia, melancolia, fantasias, pulsão de morte,
etc. Não respondendo a questão, mas recolocando-a. Uma leitura se faz através
da sua articulação com uma teoria, precisando que ela também seja lida, ou
seja, ela também requer de nós o esforço, dedicação, atenção, amor e o tempo
para lê-la adequadamente. A apresentação desta pesquisa vai na direção de
demonstrar o início do caminho dessa articulação, como um relato de experiência
e discussão por onde ‘melhor’ posso continuar. A morte do suicida, como bem
disse Rubem Alves, pede para ser lida, “(...) no corpo do suicida encontra-se
uma melodia para ser ouvida. Ele deseja ser ouvido. (...) O seu silêncio é um
pedido para que ouçamos uma história cujo acorde necessário e final é aquele
mesmo, um corpo sem vida”. Testemunhar essa morte consiste em escrever o texto
que o suicida escreve em ato, nesse aspecto, o testemunho que ele escreve de
próprio punho pode ser a maneira mais próxima de ouvir a melodia que o Sujeito
vinha construindo. Por outro lado a morte nos proíbe de representá-la e como
diz Lacan é outro nome para o Real – o que é impossível de ser representado –
mas pode ser contornado. O silêncio pode ser a única maneira de testemunhar
essa morte, mas se deve continuar mesmo que impossível, que é o que propõe a
Psicanálise: Um tratamento do Real pelo simbólico.
03. Caracterização do perfil da população
atendida pela CACC- Durval Paiva nos anos de 1995 a 1998
Proponentes:
Cynara Ribeiro e Ana Paula
Ribeiro-UFRN
Autoras: Aline Maia
Ana Paula Ribeiro
Cynara Ribeiro
Lívia Ottaviani
Juliana Santos
O presente trabalho é um recorte de uma pesquisa
maior, que está em andamento e que visa apresentar um perfil demográfico da
população atendida pela Casa de Apoio à Criança com Câncer Durval Paiva. Esta
instituição atende, desde 1995, a crianças e adolescentes portadores de câncer
e doenças hematológicas no intuito de proporcionar-lhes melhores condições de
tratamento. E o recorte aqui apresentado abrange apenas o período de 1995 a
1998. A realização desta pesquisa é fruto de uma parceria entre a Universidade
Federal do Rio Grande do Norte e a instituição acima citada e se justifica por
tratar-se de um primeiro levantamento do perfil da população atendida pela
CACC- Durval Paiva, desde sua fundação, há 10 anos. A partir desse levantamento
pode-se correlacionar os dados com os obtidos em outras pesquisas realizadas em
instituições que se propõem ao mesmo fim - acolher crianças e adolescentes
portadores de câncer e doenças hematológicas. Abre-se também a oportunidade de
investigar as possíveis demandas da instituição que possam viabilizar a
realização de projetos de intervenção, por este grupo e/ou outros grupos.
04. O DISCURSO DO PORTADOR DE HIPERTENSÃO
ARTERIAL, UMA FALA SOB-TENSÃO ONDE O DITO FICA NÃO DITO (NÃO EXPRESSADO),
COMPLEXIDADE E SUBJETIVISMO, UMA REFLEXÃO ANALÍTICO-CRíTICA DOS ESTILOS DE
VIVER, ADOECER E MORRER.
Everaldo Tõrres Barbosa-UFRN -Doutorando do Programa
de Pós-graduação em Ciências Sociais da UFRN.
Orientação: Profa. Dra. Norma Missae Takeuti (UFRN)
A clínica ao lidar com o seu objeto, investiga um
conjunto numérico de indivíduos, não os considerando sujeitos. Não olhando para
os seres de cultura Descartes pensava o indivíduo como lugar da verdade; Freud
o pensava como construto de cultura, fruto de “Totem e Tabu” e um eterno
desamparado em seu “Mal-estar na civilização”, um sujeito caminhado sobre o fio
da navalha entre os registros da pulsão e do social. É somente nos últimos anos
do século XIX e nos primeiros do século XX que o império da consciência sofre
uma transformação com o surgimento do conceito freudiano do inconsciente,
provocando assim uma clivagem na teoria cartesiana da subjetividade. Assim, a
psicanálise opera um descentramento da consciência como lugar privilegiado do
conhecimento e da verdade. A partir da psicanálise que sustenta a importância
da relação do homem com o seu desejo, o cogito não é mais o lugar da verdade,
mas o lugar de seu desconhecimento. Considerando que o doente de hipertensão
arterial não fala a sua fala, pois ela não é própria, é que ela não está sendo
expressão, objetivação, problematização de sua experiência, de seus temas
geradores e conseqüentemente, não tem um posicionamento em face dele que
represente um desdobramento em termos de ação e de novas experiências, (FREIRE,
1980). Existe uma opressão hospedada no portador de HAS, hospedando a doença,
cuja sombra o doente introjeta, são eles e ao mesmo tempo são o outro. O
não-dito é um silêncio. E as novas perspectivas, aquilo que não contém, ou o
que não pode ainda conter, deve indicar o espaço apropriado para o humano.
Hipertensão arterial é a condição em que a força exercida pelo sangue contra as
paredes dos vasos sanguíneos (pressão sanguínea) ultrapassa o padrão aceito
como normal.
05. O adolescente surdo: Uma mudança
silenciosa.
Lyna Maria Ferreira Malheiros-UFRN
Orientadora: Profa. Dra. Elza Dutra-PPgPsi/UFRN
O surdo vive em silêncio e não escuta nada. Seu
problema não é apenas o de não poder ouvir, mas também o de ser diferente da maioria,
que pode. No mundo dos ouvintes o surdo é um estrangeiro e tende sempre a se
adaptar às contingências desse mundo. Como todo estrangeiro, quando em um
ambiente diverso daquele de seu costume, sua comunicação com os outros é
prejudicada. Sendo assim, a forma como vai lidar com os significados desse
mundo é bem particular e muito diferente em significantes. O presente trabalho
visa questionar esse mundo em que vive o surdo e, em especial, a maneira como o
adolescente surdo vivencia esse mundo nesse período específico. Por ser uma
época marcada por transformações físicas e psíquicas bastante importantes, o
adolescente irá buscar uma identidade. É esse confronto da crise de identidade
versus a confusão de identidade que, segundo Erick Erickson, faz com que o
adolescente se torne um “adulto com um senso de identidade coerente, e um papel
valorizado pela sociedade”. Como seria então para alguém, nesse momento, lidar
com a sociedade sem compartilhar com essa sua linguagem? Como é, para ele,
surdo, buscar uma identidade em uma sociedade de ouvintes? Procuro analisar,
então, como o adolescente surdo se insere nessa sociedade, ou até mesmo fica à
margem dela num momento de mudanças tão marcantes, como é a adolescência.
06. “Expressão de sentimentos: o maior segredo
da arte do contar”
Nara Juscely Minervino de Carvalho Marcelino
UnP – Universidade Potiguar
Numa sala de aula, com aproximadamente trinta alunos,
é difícil despertar em toda a turma o interesse pela leitura prazerosa, no
entanto não é impossível. Um professor que ama a leitura, que sente alegria em
contar histórias e, no uso da performance, dá vida aos personagens, certamente
conseguirá trazer para a sua classe o prazer do texto ouvido e,
conseqüentemente, a busca pelo livro. O trabalho “Expressão de sentimentos: o maior segredo da arte do contar”
procura mostrar que uma história narrada com amor e com performance pode
despertar o empenho do ouvinte em buscar, ele próprio, o livro, além de
apresentar uma gama de possibilidades de que o professor dispõe quando pretende
fazer uso da narrativa, dando maior especificidade à importância de se
transmitir o texto com sentimento, com amor.
07. Poesias suicidas
Rafael Figueiró- UFRN
Orientadora: Profa. Dra. Elza Dutra-PPgPsi/UFRN
O presente trabalho tem a intenção de discorrer sobre
dois poetas que cometeram o suicídio ( Jim Morrison e Florbela Espanca), bem
como analisar suas poesias do ponto de vista da fenomenologia, atentando para
os sentimentos do poeta expressos na obra, sua dor, seu sofrimento e o seu modo
de estar no mundo. As poesias são, dessa forma, encaradas como textos
narrativos onde podem ser percebidos como relatos de um sujeito diante do
fenômeno “existir”. Sem querer testar nenhuma hipótese, o autor deste trabalho
parte do pressuposto que a arte, particularmente a poesia, diz muito do autor;
e, em se tratando de artistas que se suicidaram, a poesia tende a mostrar seu
sofrimento e suas angústias, dando sinais de um possível suicídio futuro. A
partir disso, algumas poesias são analisadas e discutidas, com o objetivo de
compreender como os autores experienciam suas realidades e seus sofrimentos,
tentando dessa forma perceber qual sentido a vida e a morte têm para os mesmos.
08. Bareback: Uma roleta russa na qual o vírus
da Aids é a bala no tambor da armav
João Thiago de Oliveira Pinto- UFRN
Orientadora: Profa. Dra. Elza Dutra –PpgPsi-UFRN
A Aids surgiu como epidemia no início dos anos 80.
Durante toda a década de 80 e boa parte de 90 ficou conhecida como uma doença
que matava de forma cruel, o que acabou se tornando um estigma para quem a
portasse. Durante anos pacientes soro-positivos viram amigos, parentes e
cônjuges se afastarem e os deixarem na mais completa solidão. A Aids já não
matava apenas fisicamente. Havia uma morte social. Foi também nos anos 90 que
teve início um movimento que ia de encontro a toda uma nova forma de fazer sexo
que se promoveu após a Aids. Os praticantes do bareback (prática onde há a
exclusão voluntária da camisinha), pregavam o não uso de prevenção à Aids na
busca de um maior prazer e contato mais profundo com o parceiro. Muitos
praticantes ainda levam essa prática a outros extremos: buscam o contágio pelo
vírus da Aids. Esse grupo mais extremista tem um linguajar próprio e encontros,
nos quais o sexo ocorre com vários parceiros, sem o uso de preservativo, na
busca do contágio pela Aids, numa verdadeira roleta russa sexual. Esse tipo de
ação nos leva a refletir sobre as condutas suicidas e se esse ato suicídio não
significa apenas o momento do desfecho final, com a morte física. Questionamos
se os comportamentos expressos pelos praticantes do bareback podem ser
entendidos como comportamentos autodestrutivos, como propõe Cassorla (1991),
resultado de uma cultura autodestrutiva, uma existência tóxica. “A existência,
quando é tóxica, implica um projeto de morte, ou seja: viver suicidando-se.” (Kalina & Kovadloff).
GT-29: MUNDO RURAL: ESTRUTURAS E DINÂMICAS SOCIAIS
Coordenadores:
Aldenor Gomes
E-mail: aldenor@ufrnet.br
Fernando Bastos
E-mail: fbastos@ufrnet.br
Departamento de Ciências Sociais
Local: Setor de Aula II, sala A2
O meio rural brasileiro sempre esteve,
conceitualmente, associado ao espaço do vazio, à ausência de serviços, à
pobreza generalizada. Pensado assim, enquanto espaço residual do mundo
modernizado, o meio rural era visto como o espaço do atraso e, diante da sua
frágil estrutura social, cultural, demográfica e econômica, seu desenvolvimento
estava à mercê de políticas sociais compensatórias. Havia um preconceito tão
forte quanto à fragilidade econômica do meio rural que os focos de dinamismo
quando aí surgiam eram comumente relacionados aos efeitos de políticas de
urbanização da região. Isto posto sem uma relativização do que venha a ser essa
urbanização do rural, acaba-se por reforçar a idéia de desvalorização do rural,
campo bastante propício aos interesses conservadores nacionais, principalmente
em relação aos intentos do que sempre se colocam contra qualquer alteração da
estruturação fundiária. Contrariamente a essa posição surge a idéia de
valorização do espaço rural redefinindo o seu papel no paradigma atual de
produção pós-fordista, de cuja dinâmica dependerá o surgimento de alternativas
para fazer frente às seqüelas herdadas pelo esgotamento do modelo urbano de
desenvolvimento, tais como: desemprego, violência urbana, depredação do meio
ambiente, etc. De posse dessas análises, salvo pequenas divergências quanto às
estratégias de implementação, podemos concluir que se estabelece um consenso no
sentido de apontar que a ausência de condições mínimas de sociabilidade e de
lazer nas localidades rurais ou em pequenas cidades do interior (dadas as
dificuldades de definição no Brasil dos espaços rurais) tem contribuído para
aumentar a expulsão de contingentes populacionais do campo, com ênfase nos
segmentos mais jovens.Daí, porque, a adoção de políticas públicas para o meio
rural precisa ser complementada por ações capazes de criar oportunidades de
ocupação no campo e/ou nas pequenas e médias cidades circunvizinhas, tendo como
pré-requisito básico o desenvolvimento de programas de alfabetização rural e de
requalificação profissional para aquela população, além do reconhecimento e
valorização das diferenças de gênero, geração raça e etnia.
Primeiro
01. O que Pensam os jovens do Campo:
perspectivas atuais e futuras da juventude rural no municípios do Oeste
Potiguar
Autor: João Freire Rodrigues
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
Um dos desafios apresentados à sociologia rural na atualidade
é justamente pensar a ruralidade enquanto categoria social, principalmente
levando-se em conta as novas ruralidades, ou seja, as novas configurações por
que passa o espaço e a vida rural. A questão que se coloca com maior
visibilidade é a de como as populações rurais se percebem enquanto atores
dentro um contexto que já não se diferencia tanto das influências urbanas, ou
já não se consegue delimitar uma fronteira tanto conceitual como espacial
totalmente rígida entre o rural e o urbano. Neste trabalho, pretendemos
analisar as perspectivas atuais e futura da juventude rural no município de
Apodi, localizado no Oeste do Rio Grande do Norte. Este município de economia
essencialmente agrícola, é um dos dez municípios mais populosos do estado,
contando com uma população rural superior à urbana. O que significa que a
maioria dos jovens apodienses ainda vivem no meio rural. Procuraremos analisar
as condições sociais e as trajetórias dos jovens rurais, e como estes se
diferenciam dos jovens urbanos. Isto é, como os jovens se percebem enquanto
habitantes do espaço rural, quais as suas demandas, seus projetos de futuro. Se
eles têm como ideal a permanência no campo, a migração para a cidade, como
pensam o mercado de trabalho, quais as oportunidades encontradas no campo, a
busca de alternativas para o futuro.
02. ORGANIZAÇÃO NO MEIO RURAL: Analisando
Aspectos da Ação Coletiva entre Pequenos Proprietários de Lajes, RN.
Andrea Maria Linhares da Costa
Professora Substituta do DCS/UFRN
Considerando-se a centralidade do fator organização
na dinamização dos processos sociais e oportunidades econômicas, o presente
trabalho busca fornecer elementos para a compreensão de alguns dos entraves e
dificuldades em relação à constituição de experiências associativas entre agricultores
do sertão semi-árido do Rio Grande do Norte.
03. Nova organização comunitária rural: a
experiência do Seridó em seus aspectos sócio-político e econômico (1987 a
2002).
José Lucena de Medeiros
Mestrando em Ciências Sociais-UFRN
Hipoteticamente há uma mudança em construção no modo
de vida do campo seridoense. A partir do momento que surge a oportunidade do
homem rural iniciar uma nova forma de
lidar com questões históricas do semi-árido, ele se dispõe a trilhar o caminho
da organização comunitária na intenção de modificar um cenário composto de
escassez de ordens diversas. A pretensão central da pesquisa é
demonstrar que existe melhoria na qualidade de vida das famílias rurais que se
envolvem no processo de construção da organização de suas comunidades, através
de associações comunitárias, principalmente, em seus aspectos sócio-político e
econômico. Compreender os (distintos) significados da organização comunitária
rural no Seridó, na trajetória dos programas de desenvolvimento rural,
destacando possíveis mudanças ocorridas a partir dela, é o objetivo principal
do trabalho. O fenômeno de organização comunitária dos municípios seridoenses
necessita ser sistematizado e analisado para, se confirmado (ou não) sua
positividade, poder servir de instrumento colaborador nos estudos e
planejamentos à melhoria de qualidade de vida de comunidades em situação de
pobreza. A pesquisa será caracterizada pelo estudo de caso de natureza
qualitativa. Para uma melhor compreensão do objeto, além do contato com a
literatura que se relaciona com o tema, se faz necessário buscar fontes
documentais diversas como: artigos em revistas e jornais, fotografias, vídeos,
documentos de associações comunitárias, ferramentas da história oral
(entrevistas), além do uso da Internet e outros instrumentos que poderão servi
de apoio técnico à pesquisa.
04. ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL: UM
NOVO OLHAR PARA O DESENVOLVIMENTO DO MEIO RURAL BRASILEIRO
Joaquim Pinheiro de Araújo
Doutorando em ciências Sociais/UFRN
Dando ênfase a uma nova concepção de atividade
agrícola e no visível questionamento da experiência do que se tornou conhecida
como a Revolução Verde, procura-se afirmar as possibilidades que a reforma
agrária e a agricultura de base familiar pode ocupar para o desenvolvimento do meio
rural brasileiro a partir de uma efetiva prioridade do poder público em colocar
em prática um novo modelo de Assistência Técnica e Extensão Rural. Essa
proposta está ancorada na permanência da atualidade da reforma agrária
vinculada a uma política de crédito, infra-estrutura, comercialização,
políticas sociais, entre outras ações para que a Agricultura Familiar ocupe seu
devido espaço na agenda nacional. Por isso, a nossa abordagem sobre a
possibilidade de uma nova Assistência Técnica e Extensão Rural está intimamente
vinculada à contraposição do modelo tecnicista da Revolução Verde e a um olhar
positivo para o meio rural brasileiro, valorizando a agroecologia, a segurança
alimentar, o associativismo, a cultura camponesa, a inclusão das mulheres e
jovens nas ações cotidianas e nas tomadas de decisão. O que se pretende, é
analisar a importância, nesse novo contexto de aumento do número de
assentamentos e maior visibilidade da Agricultura Familiar de uma assistência
técnica com caráter humanista, pública, gratuita e com controle social. Uma
proposta utópica, não no aspecto do irrealizável, mas no sentido necessário,
possível e transformador.
05. Quais as fronteiras entre o Velho e o
Novo Rural ?
Laeticia Medeiros Jalil
PET/Departamento de Ciências Sociais/UFRN
Como podemos definir o Novo Rural? Quais são
conceitos que baseiam as discussões sobre este Novo Rural? Podemos dizer que é
mesmo um novo espaço de relações sociais e produção econômica? E o Velho Rural,
já que supomos que existe um Novo Rural, onde fica? Quem são os atores desta
transformação? Onde estão, no rural ou no urbano? Quais os “olhares” que
estamos dando para esta transformação? Como
falar entre o Velho e o Novo Rural, Rural e Urbano como espaços à definir
fronteiras, em plena discussão da mundialização/globalização ? Devemos manter a
dicotomia rural/urbano num mundo onde todas as fronteiras estão sendo
questionadas, e conceitos como nacionalidade e identidade perdem sua relação
com o espaço físico e passa a ocupar um espaço virtual, simbólico, que se faz
em relação ao outro, na linguagem, nas trocas simbólicas? Pretendo trazer para o grupo a
discussão da construção simbólica das relações sociais, compreendendo a
subjetividade como integrante destas relações e considerando o indivíduo (ou os
atores) como construtores destes espaços e que dividem com outros, símbolos,
que os fazem pertencem a estes grupos culturais. Como isso se dá na construção
deste novo espaço social que chamamos de Novo Rural ? Nessa perspectiva, o
discurso é concebido como uma prática realizada por indivíduos que, através
dele, se constituem sujeitos, agindo sobre si e sobre aqueles com quem
interagem, construindo a sua realidade social, que se materializa em espaços e
relações políticas e econômicas. De que forma estas construções estão
influenciando para a elaboração e discussão epistemológica do Novo Rural?
Estamos dando ouvidos para os homens e mulheres rurais, ou nosso olhar
urbano/acadêmico constrói um Novo Rural, bem como construímos e estamos
desconstruindo o Velho Rural?
06. SITUAÇÃO DA (IN)SEGURANÇA ALIMENTAR E
NUTRICIONAL DAS FAMÍLIAS DE UM ASSENTAMENTO RURAL NO RIO GRANDE DO NORTE.
Islandia Bezerra da Costa Teixeira
Nutricionista. Especialista em Saúde Pública\
FACISA\CBPEX. Aluna Especial do Programa de Pós Graduação em Ciências
Sociais/UFRN.
E-mail: islandia@ufrnet.br
Análises fundamentadas apontam para um fato: as
políticas públicas implementadas nas últimas décadas para promoção do
desenvolvimento rural no Brasil ou foram insuficientes, ou não foram
efetivamente focadas no objetivo de generalizar melhorias substanciais na
qualidade de vida e nas oportunidades de prosperidade das populações que
habitavam o interior brasileiro. Josué de Castro sempre mostrou, exaustivamente,
a influência dos fatores sócio-econômicos sobre os próprios fatores biológicos
de nossa população, através da deficiência alimentar e da primazia dos
interesses privados, junto à incapacidade equilibrante das instituições
políticas. E como as causas sociais são sempre correlativas essa “deficiência
alimentar“, causada primacialmente por fatores políticos-sociais, veio afetar
indiretamente essas estruturas políticas, sempre intimamente ligadas às
subestruturas econômico-sociais. Para garantir a
Segurança Alimentar e Nutricional da população, é necessário um diagnóstico que
apresente os grupos mais vulneráveis, apontando para algumas alternativas de
superação do problema. Assim, pode-se dizer que o diagnóstico da
realidade é uma ferramenta útil para a gestão de políticas públicas e ações
governamentais sendo, portanto uma etapa imprescindível no processo de
transição, isto é, entre o momento atual e o futuro, também sugere índices
objetivos e tecnicamente justificados a partir dos quais se poderá vir a pautar
a gestão de suas políticas. O objetivo precípuo deste estudo é diagnosticar a
situação alimentar e nutricional de um assentamento rural no Estado do Rio
Grande do Norte, associando a este o estado nutricional de crianças e
adolescentes.
Segundo dia
07. Pacto Territorial no meio rural: A proposta
do PRONAF
Ivaneide Oliveira da Silva
Mestranda em Ciências Sociais/UFRN
E-mail: ivanneideoliveira@yahoo.com.br
As políticas de promoção econômica, desde os anos 90,
diante da necessidade de flexibilização das ações do Estado, adotaram a
participação de atores e o controle social no processo de construção do
desenvolvimento local. O PRONAF - Programa Nacional de Fortalecimento à
Agricultura Familiar - consiste em uma das estratégias de interferência do
Estado que se propõe a ultrapassar as questões específicas do mundo rural, no
intuito de abranger a dimensão territorial do desenvolvimento, enfocando ações
que estimulam a prática cooperativa entre os agentes locais. A presente
proposta de trabalho visa identificar os avanços e retrocessos do PRONAF, na
organização de um pacto territorial, considerando seus mecanismos de
administração de conflitos de interesses, entre os diferentes atores, e sua
capacidade de estimular a construção de novas relações entre os governantes e
governados. Compreendendo as ações do PRONAF enquanto um processo, que parte da
superação de suas medidas instrumentais em busca da construção de elementos
mais substanciais de intervenção no desenvolvimento local, consideramos sua
trajetória de atuação no município de São Paulo do Potengi –RN, a partir da
criação e implementação do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural, bem
como das mudanças no seu arranjo institucional. Através de um estudo documental,
pesquisa bibliográfica e realização de entrevistas, apontamos algumas hipóteses
para a realização da análise dos avanços e retrocessos do programa na
articulação dos atores locais de construção do pacto Territorial. Justifica- se
a escolha do município em função de ser um dos primeiros
no estado a participar do PRONAF institucional e pelo seu histórico de
conquistas sociais.
08. BENEFÍCIOS SÓCIO-ECONÔMICOS E EFEITOS DA
TILÁPIA DO NILO (Oreochromis niloticus)
SOBRE A QUALIDADE DA ÁGUA EM AÇUDES DO SEMI-ÁRIDO NORDESTINO, BRASIL.
Proponentes: Jandeson Brasil Dias
Mestrando do PRODEMA/UFRN
José Luiz de Attayde
Departamento de Botânica, Ecologia e Zoologia/DBEZ/
UFRN
Autora: Ivaneide Alves Soares da Costa
Departamento de Microbiologia e Parasitologia/DMP/UFRN
Devido às adversidades climáticas do semi-árido
nordestino, a população local tem na prática da açudagem o principal mecanismo
para retenção de água para os longos períodos de estiagem, sendo os mesmos
utilizados para diversos fins como: irrigação, dessedentação de animais, pesca
e abastecimento público. A pesca é uma importante fonte nutricional e
atualmente sua intensificação, como a tilapicultura, é vista como ferramenta
para desenvolvimento sócio-econômico da região, porém os riscos ambientais associados
a esta prática são muitos, dentre os quais podemos destacar a deteriorização da
qualidade da água, que põe em conflito a atividade da pesca com o uso dos
açudes para fins de abastecimento público. Com isso, os objetivos deste
trabalho são: verificar os efeitos da tilápia do Nilo sobre a qualidade da água
(turbidez, transparência, biomassa e densidade algal) e confrontar os
benefícios sócio-econômicos da pesca da tilápia com os custos para manter o
padrão de potabilidade da água dos açudes dominados por tilápias. Para avaliar
o efeito da tilápia sobre a qualidade da água. foi realizado um experimento
entre junho e julho de 2004 em 20 enclosures distribuídos aleatoriamente entre
5 tratamentos com diferentes densidades de tilápia. Os benefícios da pesca da
tilápia, assim como os custos ambientais sobre a qualidade da água, serão
mensurados para valores de comércio e posteriormente realizado uma análise de
custo-benefício. Os resultados preliminares mostraram que os ‘enclosures’ com
tilápia apresentaram maior turbidez, menor transparência da água e maior
densidade de algas. Portanto, podemos concluir que a tilápia do Nilo afeta a
qualidade da água, podendo vir a encarecer seus custos de tratamento para
abastecimento público.
09. Produção agrícola e globalização da
economia: o lugar da agricultura familiar na fruticultura globalizada
José Nunes da Silva
Agrônomo, Mestre em Extensão Rural/UFV, Doutorando em
Sociologia/ PPGS/UFPE.
No final do século XX e início do século XXI
intensificou-se uma nova fase do capitalismo mundial consolidada como um
processo de globalização. Neste processo rápidas transformações refletem nos
diferentes setores da economia como resultado de correlações de forças entre
diferentes atores sociais em contextos específicos colocando na pauta do debate
um conjunto de dualidades que se apresenta como objeto para a Sociologia Rural,
tais como a relação local vs global,
sociedade vs natureza e
homogeneização vs resistência. Neste
contexto torna-se fundamental entendermos como este processo reflete na
agricultura familiar envolvida na fruticultura no nordeste brasileiro.
Objetivamos entender as estratégias dos agricultores familiares para se
inserirem no mercado global. Os espaços escolhido para a análise foram os Pólos
Petrolina/Juazeiro (PE/BA) e Açu/Mossoró (RN), por serem áreas dinâmicas da
fruticultura nacional e por contarem com significante produção científica
publicada. Nesta análise conclui-se que para a agricultura familiar da região o
processo de globalização apresenta-se como desafiador, à medida que requer uma
inserção numa neo-modernização produtiva, tecnológica e, sobretudo,
informacional, que causa dependência entre grupos. Como processo ambíguo que é,
a globalização abre perspectivas para esta mesma agricultura familiar, expressas
pelas oportunidades de ocupação de nichos e janelas de mercados para produtos
específicos. A demanda por estes produtos específicos, “bons produtos”,
“produtos saudáveis”, combinada com o savoir-faire
particular dos agricultores familiares sinaliza para uma excelente oportunidade
de inserção no mercado global. É essa ambigüidade da globalização que a
caracteriza como um processo que longe de homogeneizar economias, culturas e
sociedades, contribui para resignificação de tradições, ruralidades, modos de
vida, reforçando identidades e abrindo espaço para que a categoria “agricultor
familiar”, utilizando-se de modus
operandi estratégico, se reproduza em conjunturas diversas em todo país,
constituindo-se num dos principais atores do campo brasileiro na atualidade,
convivendo com todas as dualidades colocadas pelas novas relações local vs global.
10. O AMBIENTE INSTITUCIONAL PARA FINANCIAMENTO
DO PRONAF B NO RN.
Fernando Bastos Costa
Doutorando em Ciências Sociais/ UFRN
E-mail: fbastos@ufrnet.br
O PRONAF foi concebido com o propósito de corrigir as
distorções no campo, decorrência da modernização. O PRONAF B, particularmente,
pretende inserir um maior contingente das famílias rurais que trabalham a terra
ou praticam outras atividades de maneira precária. A hipótese central deste
trabalho é que apesar de todas as mudanças ocorridas nas normas de crédito no
sentido de reduzir os obstáculos para acesso dos outsiders, permanece o mesmo arranjo institucional que deu apoio à
modernização e cristalizou estruturas que reforçam essa exclusão. Esta pesquisa
teve o propósito de estudar o ambiente institucional que faz a mediação desta
política publica no RN, realizada em treze municípios, através da aplicação de
190 questionários, diretamente com esses agricultores mais pobres,
beneficiários e não. Além disso, foram feitas 46 entrevistas com mediadores
locais, da AT, do sindicato rural, do banco e do CMDRS. Os resultados
demonstram que esta política, como outras, depende de mediações que transcendem
a racionalidade dos marcos legais.
11. (RE)VISITANDO O PÓLO FRUTICULTOR IRRIGADO
DO RN
Aldenor Gomes da Silva
Prof. do Programa de Pós-Graduação em Ciências
Sociais/URFN
Levantamento da realidade atual de produção e
exportação de frutas irrigadas no Pólo Fruticultor Açu/Mossoró, objetivando
fazer uma análise do processo de exclusão/inclusão dos pequenos produtores
daquela região e desvendar os meandros das recorrentes crises daquele setor,
tais como: falências/substituição de grandes empresas, desemprego, desgaste da
infra-estrutura, etc.
GT-30: ESTUDOS SOBRE MULHER E RELAÇÕES DE GÊNERO
Coordenadoras:
Vanilda Vasconcelos da Silva
e-mail: vanildadiniz@yahoo.com.br
Maria Francinete de Oliveira
E-mail: france@ufrnet.br
NEPAM (Núcleo de Estudos e Pesquisas na Área da
Mulher e Relações de Gênero)
Local: Setor de Aula II, E1
O NEPAM faz parte de redes
(regional, nacional e internacional) que estudam e desenvolvem ações com
mulheres e relações de gênero. Com o presente GT pretende-se socializar as
pesquisas, concluídas ou em andamento, que privilegiam a temática Mulher como campo de investigação,
envolvendo ou não as relações de gênero. Portanto, apresenta-se como uma
proposta transdisciplinar de interação do conhecimento, aceitando-se trabalhos
produzidos sobre a temática, em diversos ramos do saber. Neste sentido, o GT
contribuirá para a pesquisa “A mulher como objeto de investigação” na UFRN,
desenvolvida pela equipe de pesquisadoras (es) do NEPAM.
Primeiro dia
01. A violência Sexual Infanto-Juvenil
Renata Rocha Leal de M. P. Pinheiro
Departamento de Serviço Social.
Orientador: Prof. Dr. João Dantas Pereira.
Universidade Federal do Rio Grande do Norte -UFRN
A análise da Violência Sexual sofrida por crianças e
adolescentes, enquanto uma das expressões das relações econômicas, de gênero,
raça e cultura que configuram a estrutura material e simbólica de uma
sociedade. É abordada ao longo deste trabalho, através de uma reflexão sobre a
crise sócio-econômica mundial e sua relação com a violência sexual, suas
características e especificidades e, finalmente, onde a proposta metodológica
foi realizada através de uma pesquisa documental em documentos oficiais e
textos jornalísticos sobre a temática tendo como fonte privilegiada de dados o
Programa Sentinela-Natal/RN, enquanto um Programa Federal voltado à violência
sexual infanto-juvenil, que atua no município de Natal/RN. Nesse sentido,
pretende-se, com essa discussão, estabelecer subsídios para melhor compreensão
da Violência Sexual infanto-juvenil e seu relacionamento direto com a crise
econômica, a desestruturação familiar, entre outros fatores sócio-econômicos
conjunturais. Segundo o autor Vicente Faleiros estas violências sexuais contra
crianças e adolescentes constituem-se um fenômeno complexo, cuja compreensão
deve ser situada no contexto histórico, econômico, cultural, jurídico,
político, psicossocial que configuram a estrutura da sociedade brasileira
estabelecendo seus valores e suas relações de gênero, de sexualidade, de raça e
de poder. Finalmente, o Brasil só estará combatendo esse tipo de crime, quando
cada um dos atores social, estiver de fato fazendo a sua parte, derrubando
tabus, encarando a corrupção, etc., cujo alvo são crianças e adolescentes
desprotegidos e muitas vezes ignorados pela sociedade brasileira.
02. AIDS E MULHER : UMA QUESTÃO DE GÊNERO?
Rosa Cristina Pereira Paixão
Graduada em Enfermagem, Especialista em Saúde
Pública, aluna especial do Programa de Pós-graduação em Enfermagem (Mestrado) -
UFRN
NEPAM/CCHLA/UFRN
O presente trabalho tem como objetivo relatar nossa
experiência de um grupo de profissionais que trabalham em um programa de Doença
Sexualmente Transmissível e HIV/AIDS da Secretaria Municipal de Saúde de
Juazeiro-BA, assim como, relatar o sentimento expresso pelas mulheres após o
recebimento do resultado da testagem sorológica positiva para HIV, analisado-os
na perspectiva de gênero. Tomando como base os dados notificados no município,
no período compreendido entre o ano de 1987 ao ano de 2003, com 4 casos em 1987
e 32 casos em 2003,podemos afirmar que houve um acréscimo significativo no
número de casos notificados. Com relação ao trabalho da equipe ele acontece da
seguinte forma: aconselhamento coletivo, aconselhamento individual pré e pós
testagem sorológica, consulta médica, consulta de enfermagem, acompanhamento
psicossocial, oferecimento da testagem sorológica para HIV e Sífilis,
fornecimento da medicação antiretroviral, realização de palestras educativas
nas escolas e comunidade, acompanhamento das pessoas que vivem com HIV/AIDS,
entre outras. Observamos que, de um modo geral, a equipe “sofre” ao ter que
revelar um resultado positivo. Este sofrimento é revelado em palavras e expressões
faciais. Ele torna-se maior quando estão envolvidos gestantes e crianças. As
mulheres demonstram seus sentimentos também com palavras, expressões e
lágrimas. Observamos o sentimento de revolta com relação ao parceiro, e de
culpa e preocupação com a soro positividade das crianças. Analisando nossa
experiência na perspectiva de gênero podemos inferir que vários fatores
contribuíram para a feminização da AIDS, quais seja a compreensão da ciência,
no início da epidemia, que a vagina possuía capacidade de autodefesa, era uma
doença de grupos de riscos (homossexual masculino, usuários de drogas
injetáveis, prostitutas e hemofílicos) e a falta de autonomia da mulher quanto
a sua sexualidade imposta pela construção das identidades de gênero.
03. TÍTULO: MULHERES PROFESSORAS DA PROVÍNCIA
MARISTA DO BRASIL NORTE.
Iran de Maria Leitão Nunes
Orientadora: Profª Dra Betânia Leite Ramalho
UFRN/PPGED
O estudo tem por objetivo identificar e configurar o
ingresso das mulheres professoras nos Colégios da Província Marista do Brasil
Norte, através do registro da trajetória das pioneiras, ou seja, as professoras
contratadas pelos Colégios Maristas em foco, no primeiro ano da presença
feminina em seus corpos docentes. Em nosso objeto de estudo há convergências
das questões relativas à educação e as que se referem à História da Igreja, para tanto, buscamos os aportes de Giorgio (1990) e
Martina (1996). Nos apoiamos ainda nas produções da Teologia Feminista, como as
de Zanlochi (2001), visto que a História precisa ser
compreendida também a partir da relação entre perfis de comportamentos
femininos e masculinos “construídos social, cultural e historicamente”
(BOURDIEU, 1999, p.34), colocando em relevo a categoria gênero, na tentativa de
“desnaturalizar as diferenças de comportamento e de estatuto social de homens e
mulheres, bem como da divisão social (sexual) do trabalho” (CARVALHO, 2003, p.
58). Visto que este processo se realizou em um espaço masculino e
religioso, onde a pessoa mulher era minoria e não participava das decisões: o Instituto
Marista, buscamos sua história e de seu fundador em autores como: Furet (1989),
Balko (1979), Emile (1988), Martins (1989) e Zind (1988). Esse percurso lento, silencioso e pouco visualizado da
presença da mulher leiga em institutos religiosos masculinos, e sua decorrente
atuação, nos suscita evidenciarmos este processo de exclusão partindo das
contribuições de Perrot (1991; 1992) e Scott (2002). Assim, a realização
dessa pesquisa histórica visa a contribuir para dar visibilidade à atuação das
mulheres de forma plural, visto serem elas diferentes em sua condição social,
credo religioso, etnia e história de vida, nos variados espaços e tempos
históricos.
04. A MULHER NA CÃMARA MUNICIPAL DE NATAL
(1984-2004)
Aluizia do Nascimento Freire
Orientadora:
Profª Drª Maria Francinete de Oliveira
Instituição:
NEPAM/CCHLA/UFRN
O Rio Grande do Norte é reconhecido como o primeiro
Estado brasileiro a ter mulheres a frente de cargos políticos, como exemplo: a
primeira prefeita eleita em 1928, Alzira Soriano; a primeira Deputada Estadual,
Maria do Céu Fernandes; e a primeira eleitora Celina Guimarães. Entretanto,
durante muito tempo a participação feminina na política foi sub-representada
devido aos Sistemas de Gênero. Assim, somente em 1996 é que foi instituída a lei
de cotas ( nº 9.504), que estabeleceu o percentual mínimo de 30% de
participação política partidária para as mulheres..Portanto, traçamos como
objetivo da presente pesquisa analisar a participação de Mulheres na Câmara
Municipal de Natal , no período de 1985- 2004 e sua sub-representação. A
pesquisa em questão é do tipo descritiva e analítica, usando-se como
instrumento para analise os documentos existentes na Câmara e Tribunal Regional
Eleitoral, da referida cidade A investigação feita até o momento presente
revela que nestes setores não há registros atualizados, nos forçando a fazer um
verdadeiro serviço de “garimpagem” entre os vários arquivos existentes nas
instituições. De acordo com as informações de funcionárias e funcionários da
Câmara, até o momento, só houveram sete mulheres eleitas como vereadora. Este
dado revela a sub-representação feminina desvelando a cultura da mulher
potiguar como pioneira dos seus direitos políticos e civis e, revelando a
cultura de gênero que fortalece e determina o lugar da mulher ao espaço
privado. Concluímos, afirmando que apesar do Estado ser governado, na
atualidade, por uma mulher, não há nenhuma representação na Câmara Municipal do
Natal.
05. “Doação de Sangue: Um trabalho de
desmistificação na comunidade de Ponta Negra”
Suzana da Cunha Joffer
Luana Gleyce Souza da Silva
Departamento de Serviço Social
Trata-se de um trabalho desenvolvido a partir de uma
experiência de estágio curricular realizada no Hemocentro Dalton Barbosa Cunha.
O trabalho tem como finalidade refletir sobre o processo de doação de sangue e
sua importância para a sociedade, enfocando os aspectos culturais que permeiam
essa questão. Procura-se entender os fatores que contribuem ou dificultam o
processo de doação. Dessa forma, foi descrito todo o funcionamento da
instituição ressaltando as suas esferas física e política, fazendo uma analise
de suas diversas faces e principalmente enfatizando a inserção do profissional
do Serviço Social dentro dessa realidade e sua relação com os usuários da
instituição. Diante da problemática da carência de doadores, principalmente
advindos dos segmentos das classes média e alta, foi desenvolvido na Comunidade
de Ponta Negra o Projeto “Doação de Sangue: Um Ato de Cidadania”, que teve como
objetivo à construção de uma consciência voltada para a doação sanguínea
voluntária e regular, bem como a desmistificação dos mitos, medos e
preconceitos contidos no imaginário popular, através de palestras educativas e
uma pesquisa social, procurando assim entender a influência que a cultura
exerce na sociedade e na decisão do ato da doação de sangue.
06. A FEMINIZAÇÃO E A RELIGIÃO NOS PROGRAMAS
PARA A 3ª IDADE:
Ana Paula Santos de Souza
Liana Sílvia Nunes de Carvalho
Maria Francinete de Oliveira
Departamento de
Enfermagem/NEPAM/UFRN
A partir da década de 1980 surgiu no Brasil um novo
paradigma sobre a velhice. Uma forma encontrada para dar visibilidade e cor a
essa fase da vida foi a criação dos chamados Programas para a 3ª Idade. Assim, para conhecer os objetivo e o
perfil das pessoas atendidas por esses programas, utilizamos questionários, cadastros da Secretaria Municipal de
Trabalho e Assistência Social (SEMTAS) e informantes chaves. Identificamos 130 Programas. Destes, 50 estão vinculados
a ATIVA (Associação de Atividade de Valorização Social) e 67 ao MEIOS
(Movimento de Integração e Orientação Social). Com relação a idade há uma
juventude própria desses Programas promovida pelas pessoas de meia idade.
Muitos nomes são escolhidos como uma forma de “negar” a velhice, por exemplos:
“Melhor Idade”, “Feliz Idade”. Assim, ela se distancia cada vez mais da
doença e se descobre uma nova forma de viver com prazer. Os objetivos mostram ainda que estes
programas alimentam e são alimentados por uma visão de velhice dissociada da
doença e da inutilidade. Entretanto, excluem as pessoas idosas com limitação
física. Ou seja, apenas as pessoas saudáveis participam deles. Quanto ao sexo,
as mulheres dominam. De acordo com o último Censo brasileiro as mulheres
imperam, principalmente, nas últimas décadas da vida. Daí uma boa justificativa
para tornar os programas mais atraentes para os homens. Encontramos um com 100%
de mulheres e outro com 98%. Entendemos que a participação mais efetiva dos
homens reduz a mortalidade entre eles e, conseqüentemente, o número de mulheres
viúvas. A maioria dos programas é espaço para orações ( católica), limitando ou
impedindo a participação de pessoas que separam essas atividades. O que foi
exposto mostra a necessidade de se compreender as relações de gênero própria dessa
fase da vida para que homens e mulheres possam ter uma velhice tranqüila e
feliz.
07. ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE GÊNERO NAS
MULHERES-ALUNAS DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
Thalyta Mabel Nobre Barbosa (Apresentadora)
Assistente Social, Mestranda do Programa de
Pós-Graduação em Serviço Social da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(UFRN)
Dalenir Francisca Praxedes Izidoro – Assistente
Social
Danielle de Sousa Barbosa – Assistente Social
Para as mulheres o século XX foi o século no qual
organizaram-se como sujeitos políticos em contraposição as opressões e
privações, visualizado a partir dos movimentos feministas e de mulheres.
Alcançaram conquistas como direito de freqüentar ás escolas, ás universidades,
o voto, inserção no mercado de trabalho, liberdade sexual e reprodutiva,
exercício da cidadania no âmago familiar e social, enfim a igualdade de
direitos. A fim de apreender essa realidade empírica tivemos uma aproximação
com as mulheres da alfabetização do Centro Social Luís da Câmara Cascudo –
CSLCC – localizado em Natal-RN. O CSLCC possui a tarde, turno escolhido para
realizarmos as entrevistas, vinte e três (23) alunas. Realizamos a entrevista
semi-estruturada com doze (12) dessas alunas o que corresponde a
aproximadamente 52,17%. Para a efetivação da entrevista utilizamo-nos de
categorias próprias do referencial teórico-metodológico do Assistente Social,
como também do nosso projeto profissional adotado, ao tentar compreender o
universo vocabular das alunas do CSLCC, os seus valores, as suas representações,
o seu significado do contexto sócio-econômico e cultural. Isso aliado aos seus
gestos, expressões e sentimentos, permitiu-nos elaborar um perfil
sócio-econômico destas mulheres. Ou seja, a partir desses dados, foi possível
perceber o que as alunas da EJA conhecem sobre o Feminismo, Patriarcado e
Direitos Humanos. Percebemos que a maioria das mulheres entrevistadas
compreende a educação de forma restrita como para somente a possibilidade de
ler e escrever. Contudo, apesar do aumento do feminino em todos os níveis
educacionais; da inserção da mulher em diversos campos profissionais; do
desvendamento da sexualidade feminina; da conquista dos direitos; faltam
estratégias para modificar as relações de gênero de forma a atingir um maior
número de mulheres, levando as mesmas a reflexão e a compreensão do papel da
mulher na sociedade machista.
08. TRAJETÓRIA E ASCENSÃO FEMININA NOS
NEGÓCIOS: UM ESTUDO TEÓRICO
Kali Micheline de Oliveira
Maria Francinete de Oliveira
NEPAM/CCHLA/UFRN
O presente artigo descreve, de forma sucinta, a
trajetória da mulher no mundo dos negócios; discorre também sobre a liderança
na atualidade e analisa a inter-relação existente entre as diferenças na
administração feminina e masculina. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica,
cujos dados foram organizados em partes distintas mas, correlatas. Inicia-se a
exposição com algumas das “ancestrais”. Seguindo o percurso da história, vem as
mulheres que se dividiam, dentro da própria casa, entre o trabalho produtivo e
o reprodutivo, Posteriormente apresenta-se um novo estilo de liderança exigido
pelas empresas e o papel que deve desempenhar o líder para conseguir uma maior
eficácia e crescimento econômico da empresa e, por último, mostra-se as
diferenças entre a gestão feminina e a masculina, segundo o modelo de Marylin
Loden. Com o conteúdo selecionado para a exposição teórica foi possível
identificar que as mulheres sempre estiveram presentes no mundo dos negócios,
sobressaindo com dignidade e destreza e sem as limitações que a cultura põe a seu
sexo. Observa-se ainda que, mesmo diante de todo o desenvolvimento social e
econômico e com as quedas de determinados paradigmas, as mulheres ainda
caminham de modo lento na acessão profissional.
09. Notas sobre o “ideal de amor romântico” e a
dominação masculina.
Vergas Vitória Andrade da Silva
Graduada em Ciências Sociais pela Universidade
Federal do Rio Grande do Norte e mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em
Ciências Sociais – UFRN.. E-mail: vergasvitoria@yahoo.com.br
Orientadora: Norma Missae Takeuti
Departamento de Ciências Sociais – UFRN e
Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais – UFRN.
O ideal de amor romântico consagrou-se como uma das
marcas registradas da cultura ocidental, tornando-se uma norma de conduta
emocional produtora de sentidos e comportamentos. A experiência amorosa
constitui-se num valor central no imaginário social, visto que, dentre outras
coisas, a expectativa romântica de realização amorosa surge como garantidora de
“completude” e “felicidade”. Estudos como o do sociólogo Anthony Giddens
revelaram que o surgimento do ideal de amor romântico afetaram sobremaneira as
mulheres a partir do final do século XVIII. O amor romântico tornou-se
essencialmente “feminilizado” em nossa cultura e muito de suas demandas levavam
muitas mulheres a práticas submissas. A experiência do sofrimento amoroso
feminino, por exemplo, decorrente das contradições geradas pelo ideal de amor
romântico, esta envolvida com questões culturais e históricas, ou seja, com
questões relativas a dimensão de gênero (“dominação masculina”) e das
representações construídas pelas mulheres acerca do ideal amoroso ocidental.
Neste sentido, o presente trabalho visa discutir como o sofrimento amoroso
gerado em relacionamentos afetivo-sexuais estão implicados e relacionados com a
“dominação masculina”.
10 -MULHERES JORNALISTAS: Das lutas iniciais ao apogeu nas
redações
Cleidiane Vila Nova Santos
Rita de Cássia Machado Amaral.
Instituição:CCHLA-UFRN
Este trabalho tem como objetivo levar à tona as lutas, as
barreiras e os preconceitos que foram quebrados para que a mulher tenha
conquistado seu espaço na sociedade, no mercado de trabalho e sobretudo no
jornalismo. Tentamos aqui desfazer o estigma atrelado ao Jornalismo realizado
por mulheres, ao qual se credita a efetuação de um trabalho puramente destinado
a periódicos fúteis e alienados. Essa característica tende a ser abolida à
medida que se toma conhecimento da real participação da mulher nesse mercado, a
qual vem desempenhando seu papel de forma cada vez mais competente e abalizada.
11. A QUESTÃO DO GÊNERO EM EMPERATRIZ PORCINA
DO POETA POPULAR BALTASAR DIAS
Profª Drª MARIA FRANCINETE DE OLIVEIRA
UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Natal, RN
Considerando-se o gênero segundo Teresa de Lauretis
como um conjunto de efeitos produzidos pelas personagens através de seus
comportamentos e suas relações sociais, verificar-se-á nessa comunicação os
processos de construção ou desconstrução das personagens na obra Emperatriz
Porcina, para constatar a sua posição enquanto classe ou grupo. Nessa obra,
as personagens são construídas através de traços relacionados à sua conduta
moral, arraigada a uma sociedade tradicional, com resíduos fortemente
medievais. São, portanto, seres ficcionais que atuam com representação concreta
da sociedade de sua época.
12. CENTRO DE REFERÊNCIA “MULHER CIDADÔ: um
órgão em defesa da mulher vítima de violência doméstica.
Veralucia Raposo da Fonseca
Centro de Referência Mulher Cidadã – Natal/RN
O Projeto Centro de Referência “Mulher Cidadã” é uma
iniciativa da Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social de Natal –
SEMTAS, desenvolvida pelo Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres e das
Minorias - CMDMM, que se integra ao programa de Combate à Violência Contra a
Mulher da esfera federal. Em Natal, a maioria da população pertencente ao sexo
feminino (377.962 em 712.317 habitantes / IBGE – 2000). O perfil mais
característico das natalenses segundo registros do CMDMM, indicam que a maioria
estão na faixa etária entre 25 e 50 anos, mantêm união conjugal de pelo menos
um ano, não concluíram o ensino fundamental, possuem renda inferior a um
salário mínimo e situam-se em sua grande parte no mercado informal. Constituem,
portanto, um segmento carente de acesso a direitos e em situação de
vulnerabilidade social. É para responder a essa demanda que se propôs a
implantação e implementação do Centro de Referência “Mulher Cidadã”, oferecendo
ao Estado do Rio Grande do Norte, a partir de Natal, uma central de atendimento
as mulheres, com prioridade as que se encontram em situação de violência de
gênero, realizando ações de acolhimento, atendimento, encaminhamento e
acompanhamento psicológico, social e jurídico a cada caso em particular,
buscando assim a promoção social da mulher e conseqüentemente de sua família.
Nesta perspectiva, o trabalho é desenvolvido de forma conjunta e integrada com
a educação, saúde, trabalho, previdência, habitação, cultura, esporte e lazer.
Há uma rede de cidadania formada por entidades governamentais e não governamentais
comprometidas com a eficácia e efetividade dos serviços prestados atuando em
parceria estreita e direta com o Centro de Referência. Espera-se, dessa forma,
contribuir para que as mulheres possam refletir conscientemente sobre seus
conflitos, bem como garantir e/ou resgatar sua cidadania, intervindo no meio
familiar e social em defesa de seus direitos.
13. MULHERES QUE CUIDAM DE MULHERES
Karlanaizyl Catarina Brito de Góis ( relatora)
Maria Francinete de Oliveira
Keila Marise Lopes de Oliveira
Elisângela Bezerra de Araújo
Instituição: Departamento de Enfermagem/NEPAM/UFRN
A presente pesquisa foi planejada com o objetivo de
delinear o perfil e o cotidiano de um grupo de mulheres que cuidam de mulheres
idosas, em uma instituição asilar, na cidade do Natal, RN. O principal
instrumento utilizado foi a observação indireta e não sistematizada. Essa
observação foi registrada, por um período de três anos, em três situações:
visitas a instituição, prática da disciplina Saúde do Idoso e durante a
execução do Projeto de Extensão “Assistência a mulher idosa em situação
asilar”. As cuidadoras observadas possuem uma baixa escolaridade, pertencem as
camadas sócio-econômicas mais baixas e são chefes de família. Cuidar de
mulheres tão pobres e excluídas quanto elas além de significar a falta de
oportunidade para um melhor emprego, significa, mais ainda, o lado humano do
cuidar. É possível, que esse cuidar humanitário e esse analfabetismo funcional
sejam a causa da baixa consciência política quanto aos seus direitos enquanto
trabalhadoras. Reconhecem que exercem a função de cuidadoras e de serventes;
queixam-se de dores na coluna, nos braços e do excesso de trabalho. Reconhecem
a importância do descanso e do alongamento após o esforço físico, mas o
trabalho não permite essas atividades. Cuidar de mulheres idosas, na maioria
totalmente dependente, exige delas habilidade, destreza, conhecimento sobre
posturas que não afetam sua coluna, sobre agravos (doenças) e contaminações,
sobre higiene e, principalmente, sobre o próprio processo do envelhecimento.
Entretanto as cuidadoras observadas demonstraram ter um baixo ou nenhum
conhecimento sobre estas questões.
14. DESENHANDO O CORPO, PINTANDO O FEMININO:
Elizângela Azevedo
UFRN
A partir de análises feitas in locu sobre o
comportamento dos membros da Igreja Presbiteriana do Brasil – instituição
evangélica de vertente calvinista – percebe-se que são criados vários discursos
que moldam o “ser” feminino como seres criados para o lar e demais tarefas
domésticas. A imagem de mulher do final do século XX construída pela Igreja,
onde o período estudado abrange os anos de 1990-2000, é de um “ser” mulher que
mantém um equilíbrio e sabe conciliar seu papel no lar, no trabalho e nas
demais tarefas exercidas na sociedade, para que colabore com a manutenção da
ordem social prevista desde os tempos dos personagens bíblicos. A Igreja
Presbiteriana do Brasil é organizada internamente por sociedades internas, que
são elas: União Presbiteriana de Homens (UPH), União Presbiteriana de Crianças
(UPC), União da Mocidade Presbiteriana (UMP) e Sociedade Auxiliadora Feminina
(SAF), onde a última é o nosso objeto de pesquisa. Segundo Joan Scott, pensamos
gênero como uma categoria relacional construída socialmente, e nos baseamos em
Susan Bordo, onde buscamos compreender o papel sutil e inconsciente
desempenhado por nossos corpos na simbolização e reprodução do gênero. Como
metodologia, além das fontes hemeroráficas, que sejam as revistas da SAF
analisadas, realizamos também entrevistas orais.
15. Importância da Concepção Cultural nas
Diferenças Entre Feminino e Masculino.
Evaneide Lúcia Pereira César de Souza
Pós Graduação em Ciências Sociais- UFRN – Nível:
mestrado)
O presente estudo propõe discutir a questão da
existência de diferenças entre os espaços sociais destinados a homens e
mulheres. Busca explicitar que as justificativas para a existência de tais
diferenças, na maioria das vezes recaem sobre a natureza dos corpos - feminino
e masculino apenas como biológico - e que relegam a importância da cultura, bem
como da diversidade cultural, na definição desse processo.
16. Estudo das razões da esterilização feminina
na cidade de Natal
Lorena Lima de Moraes
Departamento de Ciências Sociais/UFRN
Segundo Perpétuo (1996), o uso da esterilização era
mais priorizado nas mulheres brasileiras de renda mais alta, com alto nível de
educação, nascidas em capitais, com 10 a 15 anos de vida marital e tendo 4
filhos nascidos vivos. Por volta da década de 80, as mulheres de classes menos
favorecidas vão tomando espaço no índice de opção pelo método irreversível
(Arruda et al, 1987; Ferraz, et al, 1992; Berquó, 1993). Perpétuo (1996) afirma
também, que tem havido significativo aumento de mulheres mais jovens e com
menor número de filhos propensas a esterilização. Tendo em vista a Região
Nordeste, os dados da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS- 1996)
mostram que as mulheres unidas do Rio Grande do Norte ocupam o segundo lugar na
opção pela esterilização com 43,86 % dentre os outros métodos, só ficando atrás
de Pernambuco que apresenta 44,86 %. Outros estados da mesma região como Ceará
e Bahia, também mostram altos índices nessa opção, com 31,25 % e 40,57 %
respectivamente. Portanto, tendo como base tais
constatações, esta pesquisa tem como objetivo divulgar e analisar as razões que levam as mulheres natalenses unidas, em idade reprodutiva (15 a 49
anos) e pertencentes a diferentes estratos
sociais a optar pelo método da
esterilização.
17. DE SEDUZIDAS A SEDUTORAS: TECENDO
ESTERIÓTIPOS FEMININOS NAS DÉCADAS DE 1900 - 1930.
Edivalma Cristina da Silva
Iranilson Buriti de Oliveira
Campus de Caicó: Departamento de História e Geografia
- DHG
Licenciatura Plena e Bacharelado em História
A instauração do Regime Republicano no Brasil (1889)
levou a reformulação dos conceitos de família, honra, feminilidade e
moralidade. Emergem estes esteriótipos de mulheres disciplinadas, vigiadas e
territoralizadas pelos discursos, inserindo-as em modelos femininos, ora, como
honradas, pura, virgem, servidora da prática e seduzida, ora, como leviana,
frívola, sedutora, burladora da ordem familiar. Neste viés, buscou-se analisar
os discursos (jurídicos, médicos, literários e religiosos) a cerca do ser
feminino no interstício de 1900 a 1930 a partir da análise de Processos Crimes
de defloramento e crimes de sedução, bem como no Jornal das Moças. Esta análise
tem como fio condutor Michel Foucault que tecendo uma rede discursiva referente
ao corpo, poder, saber, disciplina e sexualidade possibilitou perceber dois
esteriótipos femininos seridoense/RN nas décadas estudadas: Mulheres seduzidas
e mulheres sedutoras, tecidas pelas linhas da justiça e pintadas pelas tintas
dos literatos.
18. ASSENTAMENTOS RURAIS E AS RELAÇÕES SOCIAIS
DE GÊNERO: INVISIBILIDADE DO TRABALHO FEMININO.
Janaína Souza Fernandes da Rocha
Iara Cristina Lima da Fonseca
DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA/CCHLA/UFRN
Uma das principais características do mundo
capitalista é a constante mudança que ocorre na forma de uso e ocupação dos
territórios. Tais transformações são observadas em países, à medida que o
intenso processo de concentração populacional se acentuou como é o caso do
Brasil, onde necessariamente as formas antigas cederam seu lugar para as novas.
Dependendo da intensidade de como ocorreu essa substituição muitas áreas
transfiguraram-se, modificando não só a paisagem, como também a forma de
interação social. A fim de visualizar essas transformações tomamos como
referência as relações sociais de gênero nos assentamentos rurais brasileiros,
onde a partir desse contexto o trabalho tem como objetivo analisar tais
processos de mutações, á medida que se percebe certa estratificação no tocante
aos gêneros, pois os aspectos sócio-culturais nos possibilitam identificar
algumas características peculiares que esses atores (assentados/das) fazem do
seu entorno. O trabalho justifica-se à partir de observações no que se refere
às construções de novas relações entre homens e mulheres que remete ao esforço
de mudança da ordem social como um todo, apontando aspectos de uma análise mais
abrangente, correlacionando fatores ligados ao cotidiano dos assentados de
acordo com a estrutura familiar, educação, saúde, lazer, religião, entre
outros. Sendo utilizados como procedimentos metodológicos, a observação “in
loco” das áreas, assim como aplicação de formulários, através dos quais foram
coletadas informações da população local.
19. Uma análise da participação da mulher no
jornal “A Republica”
Verônica Gomes de Miranda
Orientadora: Prof. Vanilda Vasconcelos da Silva
A presente pesquisa teve como objetivo
(re) construir certos fatos nos campos, social, político, cultural, referentes
a historiografia potiguar contada a partir da perspectiva dos artigos
publicados pelo jornal "A República, durante seus 98 anos de atividade
-1889-1987). Isto significa dizer que trata-se de uma pesquisa documental e
descritiva-analítica coletada nos arquivos do referido jornal. Para análise
selecionamos dados referentes a participação política da mulher , suas atividades
sociais e culturais, assim como, identificar sua postura e o vestuário a partir
de fotos publicadas.. A pesquisa mostra a relevância do jornal para os(as)
norte-riograndeses, apresentando-se um referencial teórico construído a partir
de fragmentos jornalistícos, dando as pessoas a oportunidade de, através da sua
leitura, entender o imaginário de uma sociedade, num período de nove décadas de
atuação.
20. Anjos & Súcubos: Ambigüidade e
Ambivalência nas Representações da Mulher
Thiago Leite de Barros
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes
Departamento de Ciências Sociais
Muitos âmbitos da cultura ocidental representam o
feminino com o caráter de ambigüidade e ambivalência. A mulher, sendo um dos principais símbolos a encarnar o feminino, é
uma personagem inconstante e contraditória. Geralmente se concebe que há, pelo
menos, dois tipos ideais de mulher (que podem ser vistos nas dicotomias pura e
impura, esposa e amante, mãe e meretriz, santa e puta, e mesmo na tríade hindu
Parvati-Durga-Kali etc.). Esses tipos podem classificar uma hierarquia entre as
mulheres, como podem ser facetas (antagônicas) que um mesmo indivíduo pode
apresentar, dependendo da situação. Seja imaginando paradoxos na personalidade
feminina, seja opondo tipos virtuosos e perversos, a representação do feminino
e da mulher como ambíguos, ambivalentes, inconstantes e contraditórios serve
para justificar o lugar inferior e submisso das mulheres e o papel controlador
e de maior poder dos homens sobre elas.
21. IMPRENSA FEMININA:Da aceitação
preconceituosa ao seu ápice
Ana Caroline Medeiros Lacet
Professora: Vanilda Vasconcelos da Silva
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Centro de Ciências humanas, letras e artes – CCHLA
Departamento de Comunicação Social – Jornalismo
Este trabalho irá tratar da mulher como objeto de
estudo no campo profissional. Irá abordar sobre o papel da mulher, desde a
época em que se tinha a visão que ela servia apenas como “dona de casa”, para
cuidar da casa e dos filhos, até os dias atuais nos quais vem se destacando e
mudando o conceito conferido à mulher de “sexo frágil”. Atualmente as mulheres
vêm, a cada dia mais, lutando e obtendo crescimento contínuo e considerável na
área profissional, muitas até ocupando lugares de grande destaque e servindo de
comentários exemplares, não só para profissionais da área, como também diante
dos olhos de toda a sociedade. Entretanto, apesar da classe feminina estar cada
vez mais presente nos lugares que antes só os homens poderiam ocupar,
infelizmente até hoje vemos que ainda existe certo tipo de preconceito por
parte de alguns em vários ramos profissionais. Por exemplo, a mulher muitas
vezes possui a mesma competência que a do homem (ou até mesmo melhor), no
entanto, perde de ser promovida para cargos maiores por ser vista como um “sexo
frágil”, ou mesmo acontece dela ocupar o mesmo cargo que o de um homem, no
entanto, por infelicidade de certos pensamentos machistas, recebe salários
bastante inferiores. Ao ser apresentado, este trabalho terá como objetivo
destacar a importância do papel feminino não só na imprensa, mas também em todo
o campo profissional, mostrando como a mulher conseguiu conquistar esse espaço
dentro de nossa sociedade atual.
22. Alguns mecanismos lingüísticos organizadores
de texto publicitários.
Elis Betânia Guedes da Costa
Kaline Juliana de Souza Feitosa
CERES-UFRN
O trabalho em questão, resulta de um projeto de
pesquisa desenvolvido no Campus de Currais Novos, envolvendo alunos de Letras e
Administração. Neste estudo, objetivamos investigar a questão da linguagem na
construção de gêneros em texto publicitários. Partindo desse pré-suposto
fundamentamo-nos em vários autores entre eles: CITELLE (1990); SANT’ANNA
(2002); e SILVA (2004). O “corpus” se constitui de oito propagandas coletadas
aleatoriamente revistas informativas entre os anos de 1994 e 2004; já que nesta
fonte, não há uma referencia explicita ao sexo do destinatário, possibilitando
uma amostragem geral, que não favorece diretamente a nenhum grupo. Para tal
analise, seguimos uma abordagem qualitativa de natureza interpretativista.
Dessa forma, estabelecemos como hipótese que em tais textos a representação
feminina será inferiorizada perante a figura masculina. Sendo assim, ao fim da
analise, contatamos que a hipótese inicial foi confirmada, uma vez que a imagem
da mulher apesar de não ser excluída deste universo textual é retratada como um
personagem que venha complementar o contexto.
23. O POPULAR E AS REPRESENTAÇÕES DE GÊNEROS NO
CONTO “O VAQUEIRO QUE NÃO SABIA MENTIR”
Ananília Meire Estevão da Silva - PIBIC/CNPQ
Márcia Tavares Silva - Orientadora
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
CERES/ DCSH/ Campus de Currais Novos
amletras@yahoo.com.br
A Novelística Popular Medieval se destaca no campo
literário mundial e se perpetua até os dias atuais por meio da memória popular
e do registro da oralidade pela escrita. Sendo sabedores deste fato,
buscaremos, através da análise do conto “O vaqueiro que não sabia mentir” - Bazar do Folclore (2001) de Ricardo Azevedo
- demonstrar as possíveis similaridades e divergências entre os personagens
masculinos e femininos, no concernente às representações de gêneros dos mesmos,
sua caracterização, bem como sua repercussão na literatura oral e escrita. Para
tal baseamo-nos em estudos de COELHO (1991), CASCUDO (1978), AYALA (1995) e
AMARILHA (2002).
24. VIOLÊNCIA DE GÊNERO E SUA TRANSVERSALIDADE
NO COTIDIANO INSTITUCIONAL DOS SERVIÇOS DE SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA, NO
MUNICÍPIO DE NATAL.
Carmen Oliveira Medeiros Melo (Mestranda)
ORIENTADOR: Prof. Dr.George Dantas de Azevedo
Pós-Graduação em Ciências da Saúde/ Centro de
Ciências da Saúde
INSTITUIÇÕES: Universidade Federal do Rio Grande do
Norte/ Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Unidade Básica de Saúde de Felipe
Camarão, Unidade Mista de Saúde de Felipe Camarão, Centro de Saúde Reprodutiva
Leide Morais, BEMFAM-Bem-Estar Familiar no Brasil, Maternidade Escola Januário
Cicco.
OBJETIVO: analisar a ocorrência da violência de
gênero no cotidiano institucional dos serviços de atenção à saúde sexual e
reprodutiva, enquanto construção social e expressão das relações de poder.
METODOLOGIA: foi realizada uma pesquisa piloto, através da aplicação de 52
questionários em usuárias das 5 instituições que compõem o universo
pesquisado.O número de questionários aplicado em cada campo de pesquisa
contemplou cerca de 10% do nº total de instrumentos a serem utilizados até a
finalização da investigação, através de amostragem estratificada, de acordo com
os seguintes critérios de inclusão: estar cadastrada a um dos programas das
supracitadas unidades de saúde, ter demostrado capacidade cognitiva adequada
para responder questões pertinentes ao instrumento utilizado e apresentar
disponibilidade voluntária em participar da investigação. A pesquisa foi
analisada e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFRN (processo nº 003/
2005).RESULTADOS: as 52 entrevistadas possuem idade entre 14 a 59 anos, sendo a
média de idade de 34,5 anos. Observou-se uma prevalência de 50% de pardas e
mestiças. 65,4% estão na condição de casada ou vivendo em união consensual.A
média de anos de estudo foi de 7,78. Percebem 1,64 salário mínimo por família.
62,7% tiveram que comparecer mais de uma vez à unidade de saúde para conseguir
atendimento. 53,8% presenciaram algum fato que as deixaram indignadas e 55,8%
em algum momento, sentiram-se frustradas na sua expectativa de um bom
atendimento.CONCLUSÕES: os resultados parciais permitem conceber pelos dados
sócio-demográficos das envolvidas, que a discussão de gênero faz emergir outras
diferenças como a raça/ etnia, classe social e geração. Quanto ao atendimento
nas unidades de saúde, há sentimentos de indignação e frustração por parte das
usuárias, o que leva a deduzir que há violências durante as abordagens de saúde
sexual e reprodutiva, quando da interação usuária/ profissional (is) de saúde.
25. (IN)VISIBILIDADE DAS MULHERES NA ECONOMIA
SOLIDÁRIA NO RIO GRANDE DO NORTE: REALIDADE E PERSPECTIVAS
Françoise Dominique Valéry
Programa de Engbenharia da Produção – PEP da UFRN /
NEPAM
Sempre houve muitas dificuldades em trazer a tona as
atividades desempenhadas pelas mulheres, até no setor formal da economia, mas
também no setor informal ou no âmbito doméstico. Principalmente porque não
havia, por parte de estudiosos e outros responsáveis, um esforço sistemâtico em
tira-las da invisibilidade onde estão relegadas historicamente. No entanto, a
partir dos anos 70 do século XX, a multiplicação dos estudos sobre “mulheres e
trabalho” contribuiu para a construção de um vasto campo de estudo, hoje
consolidado, que evidenciou as diferentes modalidades de participação das
mulheres tanto na vida econômica do país como na esfera da vida privada. Nos
ultimos anos, segundo pesquisas realizadas por organismos oficiais (IBGE etc),
dados estatísticos mostram que, de um lado, a participação das mulheres no
mercado de trabalho se consolida em todos os campos de atividades, e de outro
lado que as mulheres, sendo um terço dos chefes de família no Brasil, sofrem o
violento impacto da reestruturação produtiva e partem, individualmente ou
coletivamente, para uma vasta gama de atividades, afim de prover a subsistência
de suas famílias. A questão que se coloca é portanto a seguinte: onde estão
essas mulheres? Quantos são? Que tipos de atividades desenvolvem? Em que quadro
organizacional? Com que resultados? No busca de uma resposta, a Secretaria
Nacional de Economia Solidária (MTE), montou um vasto projeto de investigação
para tira-las da invisibilidade. No Rio Grande do Norte, os primeiros
resultados evidenciam a variedade de atividades e a complexidade das questões
relacionadas à trabalho, associativismo e cooperativismo, emprego e desemprego,
educação e formação profissional, cidadania e direitos sociais, dentre outras
reflexões sugeridas pelos resultados preliminares desta pesquisa. Ao apresentar
essas reflexões, pretende-se focalizar as dimensões de cor, geração e gênero,
para fazer uma análise da situação das mulheres na chamada “economia
solidária”.
26. Relações de gênero na agricultura familiar:
o caso do Pronaf Mulher no Assentamento Milagres (Apodi/RN)
Cleudia Bezerra Pacheco – NEPAM/CCHLA/UFRN
Maria Aparecida Ramos da Silva – NEPAM/CCHLA/UFRN
O trabalho tem como objetivo verificar as mudanças
que estão ocorrendo na vida das mulheres que participam do Programa de
Fortalecimento da Agricultura Familiar - Pronaf, no Assentamento Milagres, em
Apodi. O assentamento foi escolhido por ter sido o local onde o Pronaf Mulher
foi lançado nacionalmente no dia 8 de março de 2005, como parte das
comemorações do Dia Internacional da Mulher, e contou com a presença do
Presidente da República Luís Inácio Lula da Silva. O Pronaf Mulher tem como
proposta inverter a lógica do modelo familiar tradicional – sendo o homem o
chefe da família – e garante a inclusão da mulher no crédito agrário,
possibilitando a realização de investimentos e o desenvolvimento de atividades
econômicas. Esta pesquisa pretende identificar se o Programa vai contribuir
para mudar as representações tradicionais da imagem da mulher no campo e as
mudanças no imaginário da população em relação à participação feminina na renda
familiar.
27.
MULHER NOVA, BONITA E CARINHOSA [...]: UMA LEITURA DE GÊNERO
Otêmia Porpino Gomes
Instituição: NEPAM/CCHLA/UFRN
Entre muitas oportunidades e instrumentos para a
prática da leitura, na perspectiva de gênero, escolhemos a música da autoria de
Otacílio Batista e Zé Ramalho: “Mulher nova, bonita e carinhosa faz o homem
gemer sem sentir dor”, que trata sobre a intervenção da mulher em três grandes
momentos históricos. Compreendendo a questão de gênero como uma construção
social, cristalizada pela cultura através de suas instituições dominantes,
elegemos como objetivo da presente pesquisa, identificar estratégias que possam
contribuir para a melhoria na qualidade do estudo de gênero, utilizando este
tipo de manifestação cultural. A letra da música mostra a preocupação dos
autores em associar a beleza e a juventude feminina a destemida força e poder
masculino. Com isto mostra quais as tarefas que as sociedades exigem das
mulheres: nas relações político-sociais, no cotidiano familiar, no trabalho e
na apresentação de sua representação física. Desta forma, as tarefas de leitura
crítica de músicas que costumamos ouvir estão inseridas na necessidade de uma
aprendizagem. Neste entrelaçar de música, letra, história e gênero; nos
apropriamos de estudos realizados por autores populares nordestinos, expressos
em uma manifestação artística que é também uma prática de comunicação social,
que tem um eixo comum, mas que passa por modificações de acordo como cada
público a que pode ser direcionada e a cada espaço que seja apresentada. Como
também pode ser usada na educação formal escolar ou na educação informal
adquirida através de leituras do mundo, como este tipo de canção temática.
28. Mortalidade
materna: causas e conseqüências
Giordana de Oliveira
Alves.
Depto. de Serviço
Social/ UFRN
A relação mulher e
saúde é um dos temas alvo de estudos nas diversas especialidades, e em todas,
temos que levar em consideração o aspecto social. Por tal motivo, a presente
pesquisa visa uma análise inicial sobre mortalidade materna no mundo, no Brasil
e no Rio Grande do Norte, enfocando as causas principais que são falta de
assistência com boa qualidade, pré-natal mal-feito, hipertensão, hemorragias,
infecções; logo após trataremos um pouco da AIDS no Brasil e no mundo,
mostrando dados de uma realidade em que o número de casos tem diminuído, mas
não igualmente para homens e mulheres, já que o meio de prevenção mais comum é
a camisinha, e é um método que dá privilégio aos parceiros do sexo masculino. E
por fim o aborto inseguro, onde no Caribe e América Latina associa-se 21% das
mortes femininas à gravidez, parto e pós-parto, conseqüência disto sendo o
aborto realizado sob condições sanitárias precárias, pois a legislação dos
mesmos proíbe o aborto; No Brasil, no ano de 2000, dados do SUS calculam que de
700 mil a 1,4 milhão de abortos clandestinos ocorreram, sendo muitos destes
espontâneos (não provocados), Concluindo nesta análise que, o aumento decorre
de problemas sociais como a pobreza, desigualdade, exclusão, gravidez
indesejada, práticas sexuais inseguras, etc. No Rio Grande do Norte, um dos
quatro Estados do Nordeste que tem hospitais que realizam aborto legal em
vítimas de violência sexual, em 1998, 6,3% das mortes maternas foram por causa
do aborto, e em 2000, houveram 3.136 internações com este diagnóstico.
29. Crimes de sedução na
cidade do Natal: honra sexual e identidade nacional no Estado Novo.
Allan da Silva
Rodrigues
Departamento de
História
O objetivo desta
comunicação é divulgar a pesquisa, em andamento, desenvolvida no Curso de
Especialização em História “Arquivo, Memória e História”, que tem como tema
“Crimes de sedução na cidade do Natal: honra sexual e identidade nacional no
Estado Novo”. O estudo insere-se nas relações de gênero, articulando História e
Direito na discussão das idéias jurídico-penais deste período de autoritarismo
no Brasil, principalmente com a imposição de uma nova legislação penal (Código
Penal de 1940). Nesta comunicação compreendemos a honra sexual como sinônima à
honra feminina, pois o que está em jogo tanto nos processos de defloramento
como nos de sedução é a virgindade feminina. Considerando a honra feminina como
contributiva para a construção da honra das famílias. A honra da família será
destaque na legislação civil e criminal do Estado Novo, quando o poder de
Vargas se consolida e ele vincula moral pública e valores da família à honra
nacional. Sendo redefinidas as relações de gênero, família e crimes sexuais nas
leis brasileiras, um processo que se inicia nas primeiras décadas do século XX.
Procuraremos avaliar a honra feminina e sua contribuição para a construção de
uma honra nacional adequada às mudanças políticas, econômicas e sociais
advindas do Estado Novo que intervém na sociedade com a elaboração de uma
legislação civil e criminal que fere individualidades defendidas pelo anterior
estado liberal. E para isso, será fundamental a análise do discurso
jurídico-penal dos processos de sedução em Natal: como os juízes, promotores,
advogados, réus e vitimas entendiam a honra feminina e a sua relação com uma
identidade nacional que busca legitimar e tornar naturais as instituições
autoritárias a partir da noção de honra sexual: a formação da honra nacional e
sua vinculação à honra da família, esta última sob a influência da honra
feminina.
GT-31: A NATUREZA NAS CIDADES
Coordenador:
Luiz Antonio Cestaro
E-mail: cestaro@cchla.ufrn.br
Departamento de Geografia
Local: Setor de Aulas V, sala G2
A análise do ambiente urbano
numa abordagem sistêmica exige o envolvimento de outros atributos, além do ser
humano. Os demais seres, que voluntária ou involuntariamente fizeram das
cidades seu habitat, influenciam direta, ou indiretamente, na qualidade de vida
do ser humano.O Grupo de Trabalho “A Natureza nas Cidades” pretende convergir
para a discussão investigadores das diversas áreas de conhecimento envolvidos
com os demais habitantes urbanos, principalmente plantas e animais, e suas
relações com o homem e com o ambiente urbano.
Somente
terça-feira 05/07
01. INVENTARIO FLORISTICO DE PLANTAS EXÓTICAS
NO CAMPUS CENTRAL DA UFRN, NATAL-RN.
Rubens Teixeira de Queiroz
Mestrando em Ciências Biológicas
Maria Iracema Bezerra Loiola
Professora do DBEZ/UFRN
Plantas exóticas são todas aquelas que foram
introduzidas (intencional ou acidentalmente) pelo homem em determinada região,
em ambientes adversos do seu centro de origem (Rizzini, 1997). No Campus
Central da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, localizado no município
do Natal (5º50’25”S e 35º12’08”W), verificou-se a presença de um número
considerável de espécies introduzidas em toda a sua área de abrangência. O
objetivo deste trabalho foi realizar um estudo sobre a flora exótica da área e
através deste levantamento fazer a identificação das espécies, como subsídio
para proposta, no futuro, de um plano de arborização com plantas nativas para o
Campus da UFRN. Foram realizadas coletas semanalmente, durante os meses de
março/2003 a junho/2004, para a aquisição de material botânico, fotografias e
observação dos indivíduos. Para cada espécie foram obtidas cerca de cinco
amostras com flores e/ou frutos e anotadas em caderneta de campo, informações
sobre o hábito, altura e cor das partes vegetativas e reprodutivas. Após o
processo de herborização e secagem das amostras botânicas (Mori et al.1989),
procedeu-se a identificação através de literatura especializada e/ou por
comparação com plantas já existentes no Herbário UFRN do Departamento de
Botânica, Ecologia e Zoologia/CB. A coleção resultante foi inserida no acervo
do Herbário UFRN. Foram registradas 80 espécies, pertencentes a 68 gêneros e 38
famílias. As famílias que se destacaram pela riqueza de espécies foram
Leguminosae (9 gêneros, 10 espécies); seguida de Euphorbiaceae (6 gêneros e 7
espécies) e Convalaricaceae (2 gêneros, 5 espécies). Os taxa com maior
ocorrência em número de indivíduo foram: Senna siamea (Lam) Irwin & Barneby
(Leg. Caesalpinioideae), Cocos nucifera L. (Arecaceae) e Trandescantia spathacea
SW. (Commelinaceae).
02. ARBORIZAÇÃO URBANA EM NATAL
Mariluce dos Santos Santos Souza (Apresentadora)
Marcelo e Silva Monte
Kelly Stefanny Diniz de Lima
Luiz Antonio Cestaro
Departamento de Geografia – UFRN
O trabalho tem por objetivo principal analisar a
atual situação da arborização existente nas ruas e canteiros centrais da cidade
do Natal, mais especificamente, a arborização do Conjunto Residencial Cidade
Satélite.A pesquisa foi realizada a partir de um levantamento bibliográfico e
de campo onde foram observados alguns parâmetros importantes, tais como:
diâmetro do tronco; altura das árvores; estado fitossanitário; existência de
poda ou não; presença de cupins; sinais de vandalismo e adequabilidade aos
locais onde foram plantados. Através da análise quantitativa e qualitativa,
foram encontrados 796 indivíduos, desse total 29,69 % apresentaram diâmetro
entre 5 e 20 cm; 76,78% das árvores apresentaram altura média variando entre 2
e 6 cm e 27,97 % possuíam o diâmetro de copa entre 5,05 e 7,14m. No que se
refere ao estado fitossanitário, 65,67% das àrvores registradas apresentaram
estado regular e 30,59% encontravam-se em estado saudável. Muito dos problemas
encontrados, refletem um pouco a realidade da arborização urbana existente em
Natal/RN, que são gerados, em sua grande maioria, pelo plantio inadequado
causando danos aos equipamentos urbanos, tais como: fiação elétrica,
sinalização, postes de iluminação além de vários outros.Todos os cuidados,
relativos á arborização, são de grande importância na prevenção de problemas
conflitantes entre as árvores e os equipamentos urbanos, que muitas vezes levam
o componente arbóreo a ser sacrificado. Para que possamos reverter esta
situação é preciso estabelecer parcerias entre o poder público e a comunidade,
caso contrário, os possíveis benefícios da arborização não poderão ser
atingidos.
03. A COBERTURA VEGETAL NO CAMPUS CENTRAL DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE EM NATAL
Marcelo e Silva Monte (Apresentador)
João Damasceno Filho
Luiz Antonio Cestaro
Departamento de Geografia – UFRN
Este estudo objetiva apresentar um diagnóstico da
arborização e analisar a distribuição espacial das árvores no Campus Central da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte em Natal. O trabalho foi realizado
no período de novembro de 2004 a janeiro de 2005, sendo considerados todos os
indivíduos arbóreos, independente da altura, plantados nas dependências do
Campus. Para cada indivíduo foram estimados: diâmetro do caule, altura da
árvore, estado fitossanitário e a adequação do indivíduo ao local onde foi
plantado. O Campus Universitário apresentou um total de 3733 árvores
distribuídas em 88 espécies, numa densidade de 30,3 indivíduos/ha. As cinco
espécies mais abundantes foram: coqueiro (Coccos
nucifera), com 520 indivíduos, cássia-amarela (Senna siamea) com 491 indivíduos, cajueiro (Anacardium occidentale) com 444 indivíduos, mangueira (Mangifera indica) com 306 indivíduos e
eucalípto (Eucalyptus cf. citriodora) com 268 indivíduos. Mais da
metade das espécies (47) ocorreu com uma população menor do que cinco
indivíduos, os quais estão distribuídos esparsamente pelo Campus. Cerca de
33,4% das árvores apresentam diâmetro do tronco superior a 20cm, indicando uma
população antiga, e 1,4% das árvores apresentam o diâmetro de tronco inferior a
5cm indicando um baixo índice de reposição. 86% das árvores têm altura média
entre 2 e 6m, 74% dos indivíduos apresentam estado fitossanitário regular e 10%
estão infestados com erva-de-passarinho e/ou por cupim. A maior parte das
árvores está plantada próximo aos edifícios e nas vias de acesso, com uma
deficiência de plantas nos estacionamentos e nos setores de aulas. Há
necessidade de uma maior atenção para com a arborização do Campus Central da
UFRN, preocupação compartilhada pela equipe que elabora o Plano Diretor do
Campus.
GT-32:
POLÍTICA, CULTURA E SOCIEDADE
Coordenadores:
José Antonio
Spinelli
E-mail: spinellih@uol.com.br
João Emanuel
Evangelista
E-mail: jemanuel@ufrnet.br
Departamento de
Ciências Sociais
Local: Setor de Aula
II, sala G4
Este GT tem como objetivo
apresentar trabalhos que tenham como recorte as interfaces entre política,
cultura e sociedade. Neste sentido acolhe temáticas variadas, abrangendo as
áreas de Estado e sociedade civil, políticas públicas, poder e cultura
política, educação e cultura, sociedade e práticas culturais, política e
movimentos sociais, mídia e eleições, mídia e cultura, mídia e educação.
Primeiro
dia
01: ILHA DOS INDIVÍDUOS:
A CONSTRUÇÃO SOCIAL DA FORTALEZA MODERNA DIANTE DA VIOLÊNCIA URBANA
João Batista de
Menezes Bittencourt
Norma Missae Takeuti
(orientadora)
‘Com a crise instaurada
pela modernidade, fez-se necessário repensar a questão da violência, tanto no
nível de representações, como das abordagens desenvolvidas pelas ciências
sociais (Wieviorka, 1997). Pretendo através de um estudo de campo em um bairro
de classe média/alta da cidade de Fortaleza, entender a construção de um
pensamento baseado na exclusão e no “evitamento”, e como o mesmo acaba se
tornando uma regra social partilhada entre esses moradores. Envolta numa
atmosfera de medo e insegurança, a sociedade produz de forma compulsiva,
discursos e práticas segregacionais, que tem colaborado diretamente para a
ineficácia das políticas de segurança pública e consequentemente para a
intensificação da violência urbana em níveis alarmantes. Os apelos “calorosos”
da sociedade civil para que haja uma solução imediata do problema, se assenta
sobre uma forte carga emocional, reflexo do clima de tensão e medo
característicos das metrópoles (Simmel, 1950). Grande segmento da população
acredita que a maneira mais adequada de coibir a ação dos transgressores da lei
e minimizar a violência urbana, é reprimindo de forma mais agressiva possível
esses indivíduos, pois segundo os mesmos, a lei é muito generosa com os
“criminosos”. Os representantes do Estado, pressionados pela opinião pública, acabam
assimilando o discurso da população, e também agindo “emocionalmente”,
confundindo o papel de cidadão com o de autoridade. Hannah Arendt (1969), nos
mostrou que o aumento da ineficiência da polícia está acompanhada do aumento da
brutalidade policial, e ao que tudo indica, o uso da força violência/legítima
nas sociedades contemporâneas, tem se revelado meio insuficiente e ineficaz
para combater a violência urbana.
02: VIOLÊNCIA E
CONSOLIDAÇÃO DEMOCRÁTICA: UM ESTUDO SOCIOLÓGICO SOBRE O PROCESSO DE TRABALHO
POLICIAL
Cristiane do Socorro
Loureiro Lima
Segundo o Plano
Nacional de Segurança Publica a segurança e “um bem por excelência democrático,
legitimamente desejado por todos os setores sociais, que constitui direito
fundamental da cidadania, obrigação constitucional do Estado e responsabilidade
de cada um de nós”. A constituição de 1988 reconheceu os direitos á vida, à liberdade e á
integridade pessoal, e considerou a tortura e a discriminação racial como
crimes. No entanto, apesar do
reconhecimento formal desses direitos, a violência oficial continua a ser usada
pelas elites como forma de manter a ordem social, constituindo-se como foco da
repressão policial as chamadas “classes perigosas”, ou seja, os “excluídos” do
trabalho, de moradia, de saúde, de educação e de outros direitos. Cabe citar episódios como Carandiru-SP (1992), Vigário Geral –RJ
(1993), Corumbiara- RO (1995), Eldorado dos Carajás-PA (1996), Diadema-SP
(1997), alem dos “recem-descobertos” grupos de extermínio, formados na sua
maioria por policiais. Enfim, os agentes de segurança tornam-se instrumentos de
insegurança da população. Neste contexto emergem propostas de maior regulação
da ação policial e reforma do aparelho policial com objetivo de melhoria dos
meios e métodos de atuação para exercício de suas funções, mas considera-se que
um estudo sobre a ação policial deve buscar o entendimento do tema,
articulando-o com a questão da ampliação dos direitos de cidadania e dos
espaços de liberdade democrática. Logo, o trabalho aqui proposto objetiva
analisar as relações entre processo de
trabalho policial e a consolidação democrática do Estado Brasileiro,
desvendando os valores presentes neste universo e sua significação na ação
profissional. Utilizando um olhar privilegiado sobre as dimensões da violência, da cidadania, da democracia
e dos Direitos Humanos.
03: SOBRE AS FORMAS DE
DOURAR CORRENTES: TÁTICAS PARA SE LEGITIMAR A TORTURA NAS CULTURAS
David Loiola Rego
O presente trabalho tem
como objetivo de mostrar o verdadeiro caráter de argumentos e/ou raciocínios
concebidos com o objetivo de produzir a ilusão da verdade, combater
argumentações que aparentam veracidade, mas que cometem voluntária ou
involuntariamente incorreções lógicas, principalmente, naquilo que se diz
respeito à defesa do Artigo 5º da declaração universal dos direitos humanos ao
afirmar que “ninguém será submetido à tortura nem a penas ou tratamentos
cruéis, desumanos ou degradantes”. Tem-se portanto como principal objetivo
analisar práticas de torturas em diversas culturas, buscando denuncia-las,
retirando-lhe a máscara do relativismo absoluto e, mostrando uma ideologia
fatalista, imobilizante, que, com ares de pós-modernidade, insiste em
convercer-nos de que nada podemos contra a realidade social que, de histórica e
cultural, passa a ser ou virar “quase natural”.
04: MÍDIA, SENSAÇÃO DE
INSEGURANÇA E CULTURA DE VIOLÊNCIA: DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS PARA UMA POLÍTICA
PÚBLICA DE SEGURANÇA NO RN
Marcos Baptista
Mendes
Apesar das diversas
pesquisas voltadas ao estudo da violência e da criminalidade apontarem o Rio
Grande do Norte e, em especial, a cidade do Natal, como redutos onde se pode
gozar relativa tranqüilidade, percebe-se a ocorrência de uma crescente sensação
de insegurança entre a população. A partir de uma breve análise sobre as
recentes transformações no sentido geral da violência, do entendimento sobre o
papel socializador das emoções e sobre como os meios de comunicação utilizam-se
desse poder, contribuindo na construção do imaginário popular relativo à
segurança, o trabalho aponta para a ação da mídia e para a ocorrência dos
pequenos delitos no cerne das comunidades, como os principais agentes
promotores e difusores da insegurança subjetiva que aflige a sociedade
potiguar, ao mesmo tempo em que sugere novas perspectivas teóricas para o
estudo da relação entre o fenômeno da violência e a questão local, bem como,
para o estabelecimento de políticas públicas de segurança que, ao exemplo da
idéia de polícia comunitária, aproximem e integrem em sua elaboração e
desenvolvimento os diversos segmentos e atores sociais.
05: O MOVIMENTO DE
CRIAÇÃO DOS SINDICATOS RURAIS NO SERIDÓ
Maria Auxiliadora
Oliveira da Silva
A partir da década de
60, vinham surgindo no Seridó os sindicatos rurais, que contavam com o apóio da
Igreja Católica. As tentativas de organização dos trabalhadores do campo pela
Igreja Católica, em decorrência da exploração sofrida, marcam toda a história
do movimento sindical na região. Os sindicatos além de pouca aceitação por
parte dos políticos, que em sua maioria eram proprietários de terra, tiveram
muitas dificuldades para trabalhar, pois suas condições financeiras eram muito
precárias e, quando veio o golpe militar, a situação agravou-se cada vez mais.
Os sindicatos passaram por momentos muitos difíceis, pois sindicalistas foram
presos, perseguidos, o que levou alguns a saírem da cidade para não serem
presos. Devido a toda essa perseguição, os sindicatos “fecharam suas portas”
por um longo tempo, mas reunindo-se na clandestinidade. Em Caicó dos 200
associados que faziam parte do quadro social, ficaram apenas 18. Mesmo com
muitas dificuldades, essa diretoria continuou o seu trabalho em favor do
trabalhador rural não só em Caicó, mas nas outras cidades do Seridó, como
Jucurutu, Cruzeta, Parelhas, São João do Seridó, São João do Sabugi e outras,
articulando, organizando, mobilizando, levando a mensagem aos poucos
sindicalistas e aos trabalhadores, para que se unisses e criassem o seu
sindicato.
06: O PARTO DOS
CAMINHOS: FORMAÇÃO DOS SINDICATOS RURAIS NO RIO GRANDE DO NORTE (1960 – 1964)
Ruy Alkmim Rocha
Filho
O presente trabalho
procura abordar os movimentos dedicados à reivindicação por terra e direitos
sociais para os trabalhadores do campo, no período que vai de 1960 a 1964. Para
compreender esta problemática no Rio Grande do Norte, é necessário considerar
as ligações entre a Igreja Católica e os sindicatos, bem como a atuação do
Partido Comunista Brasileiro e ainda outros movimentos sociais no estado. Os
contextos políticos local, nacional e internacional tiveram importância
considerável para a organização dos trabalhadores rurais potiguares. Os
Sindicatos Rurais Potiguares surgem no ano de 1961 – após um massivo trabalho
de organização a partir do Serviço de Assistência Rural – e se expandem pelo
Estado até meados de 1962. Em 1963 são observados os primeiros grandes
conflitos e as maiores manifestações, aludindo a uma crescente
representatividade do movimento. As correntes progressistas conquistavam maior
influência nos destinos políticos do Rio Grande do Norte, diante da integração
entre Sindicatos, projetos educacionais e políticos progressistas. Mas o golpe
militar impediu que as esperanças se transformassem em fatos.
07: O RÁDIO E A IGREJA
DE NATAL
Márcio Cézar da Silva
Pinheiro
O rádio foi utilizado
como instrumento de comunicação pela Igreja Católica de Natal, nas décadas de
60 e 70, através do Movimento de Educação de Base – MEB, como forma de
organizar as comunidades rurais, através de seus trabalhadores e suas famílias
para realização de seu trabalho de “catequese” e reforçar a doutrina da Igreja
no meio rural. A Igreja despertou para a importância desse meio de comunicação
em 1944 com o Papa Pio XII, mas foi em 1958 que Dom Eugênio Sales, então Bispo
de Natal, conheceu uma experiência na Colômbia de escolas radiofônicas e trouxe
para Natal. Com o argumento que a população brasileira tinha uma grande
quantidade de analfabetos, principalmente a região nordestina e as comunidades
rurais estavam completamente isoladas, a Igreja elaborou um plano de
alfabetização que iniciou em Natal, mas foi encampado pela Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil –CNBB, criando o Movimento de Educação de Base - MEB, onde
a Igreja Católica tornava as escolas radiofônicas um centro de uma irradiação
do trabalho educativo. Com a estrutura formada a Igreja de Natal discutia a
idéia de empreender, através das escolas radiofônicas que era de grande
importância para seu trabalho doutrinário. Era necessário somente “plantar a
semente” e criar as condições nas próprias comunidades para o desenvolvimento
do trabalho e a formação de líderes rurais e o rádio seria fundamental nesse
momento. A Igreja na década de 60 tinha uma atuação forte através do Movimento
de Natal e começava a definir suas prioridades e assumir novos compromissos
sociais. Propostas com educação, desenvolvimento econômico e mudanças
estruturais, sem fugir da linha da Igreja. Além dos grupos já formados de
alfabetização existia grupos de audiências que se reuniam exclusivamente para
ouvir os programas de rádios – as informações passadas através da equipe
técnica existente.
08: O MOVIMENTO DE LUTAS
DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO DO RIO GRANDE DO NORTE: UM ESTUDO SOBRE A
TRANSFORMAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO DE PROFESSORES EM SINDICATO
José Maximiano dos
Santos
O movimento de lutas
dos trabalhadores em educação do Rio Grande do Norte que resultou na
transformação da Associação de Professores em Sindicato, surgiu em 1989, em
Natal, a partir das necessidades imediatas do magistério, onde se afirma que,
através do qual poderia-se construir um Sindicato único para representar e
defender os interesses dessa categoria de profissionais junto aos servidores
públicos estaduais. É importante ressaltar que esse movimento estava inserido
no contexto nacional, a partir da realização dos congressos de unificação dos
trabalhadores em educação, que reivindicavam basicamente a qualidade do ensino
público e a democratização das escolas públicas, frente aos sucessivos governos
tradicionais. O movimento, por está inserido também no contexto do capitalismo
no Brasil, em 1990, resistia com o apoio da CUT (Central Única dos
Trabalhadores) às políticas neoliberais implementadas pelo governo Collor, que
não correspondiam mais ás expectativas da nação brasileira, entregando,
inclusive o patrimônio e as riquezas nacionais às grandes empresas nacionais e
estrangeiras, que por sua vez repercutiam no contexto local. A partir das
políticas autoritárias e antidemocráticas, impostas pelo governo de Geraldo
Melo no RN, sendo justificadas pela repressão policial às lutas democráticas dos
servidores públicos e pelos descumprimentos de acordos firmados com os
trabalhadores da educação, por exemplo, o não pagamento da gratificação dos
especialistas em educação e o processo de democratização da escola pública, já
se percebia intensamente a ascensão desse processo de transformação da APRN –
Associação de Professores do RN em Sindicato.
09: ELEIÇÕES PARA O
GOVERNO DO RN 2002 – A COBERTURA DO DIÁRIO
DE NATAL/O POTI: OS DISCURSOS, AS MANCHETES
Emanoel Francisco
Pinto Barreto
O objetivo do trabalho
é analisar a cobertura do Diário de Natal/O Poti relativo à campanha governamental no Rio Grande do Norte em
2002. A análise baseou-se no marco teórico do newsmaking, na hipótese do
agenda setting e no enquadramento (framing) dos fatos, além de
entrevistas com a equipe que cobriu a campanha. Constatou-se que o jornal não
cumpriu com seus princípios de imparcialidade e isenção. Além de ser constatado
um processo de distorção involuntária dos fatos, pela prevalência de atores
econômica e politicamente poderosos, tidos previamente pela cultura
jornalística como mais relevantes, o jornal publicou, sem avisar aos leitores,
material das assessorias desses candidatos. Inexistiu jornalismo
investigativo/interpretativo. Predominou o político como formulador primário da
mensagem.
10: MÍDIA E ELEIÇÕES: UM
ESTUDO SOBRE A COBERTURA DO JORNAL O MOSSOROENSE NAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS DE
2004 EM MOSSORÓ/RN
Lerisson Christiam
Nascimento
O presente trabalho tem
por objetivo descrever a forma como o caderno Política do jornal O
Mossoroense, com sede em Mossoró/RN, tratou os candidatos à Prefeitura
Municipal desta cidade nas eleições de 2004. Os candidatos foram Larissa Rosado
(a época no PMDB hoje PSB), Fátima Rosado (PFL), Francisco José (PSB) e
Crispiniano Neto (PT). Analisamos 215 matérias veiculadas entre os dias 01 de
julho e 03 de outubro de 2004, através do modelo teórico-metodológico do Enquadramento,
com as subclassificações (episódico, corrida de cavalos, temático,
personalista), procuramos identificar ainda a visibilidade (número de
citações do nome do candidato) e a valência (positiva, negativa, neutra)
com a qual o candidato foi identificado. O tipo de enquadramento mais
identificado foi o episódico (88,2%), Larissa Rosado teve grande visibilidade
(73,1%) e foi tratada de forma muito positiva, 94,4% das situações em que seu
nome apareceu foram em situações positivas, 5,6% neutras e nenhuma negativa. Em
66% das situações em que apareceu, Fátima Rosado teve enquadramento negativo.
Francisco José aparece negativamente em 42,8%. Crispiniano Neto foi poupado,
66,7% das situações em que apareceu foram neutras e 30% positivas. A cobertura
foi polarizada entre Larissa Rosado, apoiada pelo grupo controlador do jornal,
e por Fátima Rosado, apoiada pela então prefeita de Mossoró/RN, Rosalba
Ciarlini (PFL). Larissa Rosado apareceu como candidata da oposição. O jornal
contribui para a formação de uma imagem pública dos candidatos na qual Larissa
Rosado estaria preparada para administrar a cidade, resolver seus problemas e
promover o desenvolvimento; enquanto que Fátima Rosado não estaria preparada e
daria continuidade a administração da prefeita Rosalba Ciarlini, qualificada
pelo jornal como deficiente.
11: CULTURA POLÍTICA E
RECEPÇÃO NO HORÁRIO GRATUITO DE PROPAGANDA ELEITORAL
Gustavo César de
Macedo Ribeiro
Em seu atual estágio, a
pesquisa de recepção dos Horários Gratuitos de Propaganda Eleitoral (HGPEs)
precisa ser pensada frente à compreensão hegemônica de que os meios massivos,
na contemporaneidade, assumem papéis que sobrepujam dinâmicas próprias à
política. Desta forma, tal tipo de pesquisa assume os propósitos críticos da
reposição dos sujeitos, e sua capacidade de interpretação de sentidos,
formulação de discursos e símbolos. Neste sentido, compreender quais (e como)
os elementos da visão de mundo dos eleitores-telespectadores orientam suas
leituras dos programas do HGPE, indagando sobre a cultura política na qual
estão imersos, é o nosso principal objetivo. Para tanto, lançamos mão, durante
as últimas eleições municipais na cidade de Natal-RN, de uma pesquisa baseada
na utilização da técnica de grupos focais. Neles, os participantes foram
divididos através de diferentes critérios, tais com idade, ocupação, gênero e
orientação religiosa (todos estes participantes, porém, tinham em comum a
proveniência das classes populares). Ao cabo, os programas eleitorais (exibidos
e comentados pelos participantes dos grupos focais) funcionaram como “temas
geradores”, na acepção dada por Paulo Freire, que levaram os entrevistados a
indagações mais amplas sobre política. Neste sentido, cumpriram o papel de
interpeladores, no sentido que Jesus Martín-Barbero dá ao termo, à vivência
cotidiana dos indivíduos e sua relação com a política (ou as representações que
elaboram sobre a mesma). Para eles, são estes símbolos advindos de uma vivência
específica em relação à política, e não aqueles que permeiam os programas, os
elementos decisivos para a compreensão destes mesmos programas.
12: A COBERTURA DO
DIÁRIO DE NATAL PARA AS ELEIÇÕES MUNICIPAIS DE 2004 EM NATAL/RN
Vitória Régia Arruda
Moreira
O trabalho versa sobre
a cobertura das eleições para prefeito da cidade de Natal/RN em 2004, na mídia
impressa. Tem como objetivo mostrar qual foi o conteúdo e o espaço concedido
aos principais candidatos no primeiro turno, analisando se o discurso de
neutralidade e imparcialidade corresponde à prática jornalística do jornal
Diário de Natal, bem como as nuances provocadas pelas pesquisas de opinião. O
método de análise adotado baseia-se no conceito de enquadramento (framing),
aplicado em planilha desenvolvida por pesquisadores brasileiros que estudam as
relações entre mídia e política (GEMP).
13. A identidade e a
identificação partidária na modernidade tardia
Anderson Cristopher
dos Santos
A convivência entre
quatro tempos no mundo sociológico, a saber: o pré-moderno, o moderno, a
modernidade tardia e o pós-moderno refletem a realização dialética das idéias
sociais no que é material. A despeito do tempo espacializado, a discussão sobre
a modernidade tardia nesse trabalho tem como interpretação vetorial (esfera +
campo + interesse social) sua tônica. A passagem cada vez mais radical das
relações de parentesco para as de confiança, segundo Giddens, é o cerne da
reflexividade na modernidade tardia, em intimidade com o desenvolvimento
capitalista atual. O político-partidário não escapa das mudanças na identidade,
não há o fim dos partidos, mas reconfiguração de suas estruturas, de maneira
dialógica/reflexiva com a base popular na sociedade brasileira, afetando de
maneira central a “ideologia” do partido político. Como prefácio a uma
necessária reflexão, o trabalho se refere à teoria em seu trato genérico, sem
analisar um partido político em especial. Além de Giddens, para se referir ao
caso brasileiro, a idéia de destradicionalização se apoiará na velocidade e
mestiçagem vetorial, trazendo Gilberto Freyre de forma marginal, como devido
cuidado à autenticidade teórica.
14: MÍDIA E POLÍTICA NO CARNAVAL FORA DE ÉPOCA DE CAMPINA GRANDE
Sebastião Faustino
Pereira Filho
O trabalho sugerido tem
sua base de pesquisa nas imagens midiatizadas na Micarande, carnaval fora de
época de Campina Grande, Paraíba. Como elas são publicizadas ou omitidas, seu
uso e abuso, e como determinados sujeitos políticos se apropriam e fazem uso
delas perante os meios de comunicação e das pessoas no espaço de realização da
festa. Consolidando na construção do sujeito mitiático termo que
designamos para significar a criação do mito através da mídia. Considerando
também, como os meios de comunicação processam a mediação das imagens, fatos e
personagens de relevante importância no evento.
15: ELEIÇÃO E PESQUISA
ELEITORAL
Ana Patrícia Dias
Ao longo do tempo, as
campanhas eleitorais mudaram de estilo, a luta pelo voto transferiu-se para o
recesso das casas, onde os meios de comunicação eletrônicos atingem massas
eleitorais que praça nenhuma comportaria. Como arsenal moderno dos períodos
eleitorais têm destaque as pesquisas de sondagens de opinião sobre a intenção
do voto. Tal ferramenta vem tomando cada vez mais expressão com o
desenvolvimento dos meios de comunicação de massa. Essa tendência é facilmente
identificada nos anos em que se processam os pleitos para cargos proporcionais
e majoritários. Esta realidade, portanto, tem consagrado as pesquisas
eleitorais como um “milagre estatísticos” que tudo pode e decide. O estudo tem
sido conduzido na cidade de Natal, encontra-se em sua fase primeira, com o
acompanhamento e levantamento das pesquisas divulgadas pela imprensa escrita
sobre as eleições municipais do ano de 2004. Nele, pretende-se avaliar se elas
podem ser consideradas um dispositivo neutro e objetivo para responder a uma
interrogação eleitoral.
16: AS ESTRATÉGIAS
POLÍTICAS DOS PRINCIPAIS CANDIDATOS À PREFEITURA DE NATAL RN NAS ELEIÇÕES
MUNICIPAIS DE 2004.
Paula Domitilla da
Silva Bezerra
O trabalho proposto é
parte constitutiva de uma pesquisa mais ampla em desenvolvimento que vem sendo
realizada pelo Grupo de Estudos Mídia e Poder vinculado à Base de Pesquisa
Cultura, Política e Educação, acerca do Horário Gratuito de Propaganda
Eleitoral brasileiro (HGPE) nas eleições municipais de Natal do Estado do Rio
Grande do Norte. Seu objetivo é analisar quais foram as estratégias utilizadas
pelos principais candidatos à prefeitura de Natal RN em 2004 – a candidata do
PT Fátima Bezerra, o candidato do PFL Ney Lopes, o do PSDB Luiz Almir e o do
PSDB Carlos Eduardo - na propaganda política veiculada no Horário Eleitoral
(HGPE), durante o período do primeiro turno. Para isto, será analisado o
conteúdo dos programas dos candidatos em termos dos apelos contidos nas
mensagens desses programas, a partir de metodologia desenvolvida pelo
pesquisador Mauro Pereira Porto (UnB) para estudo dos programas dos candidatos
no HGPE nas eleições presidenciais de 2002. A aplicação desta metodologia
permitirá trazer à tona as estratégias adotadas pelos candidatos, a partir dos
conteúdos dos respectivos programas e dos resultados eleitorais obtidos.
17: A EMANCIPAÇÃO COMO
SLOGAN. O PROTESTO COMO NOTÍCIA. O ESPETÁCULO E AS MÍDIAS COMO ESTRATÉGIAS DE
COMUNICAÇÃO DA CAMPANHA “GREVE DO VOTO”.
Glícia Pontes
No ano de 2004, em
Fortaleza, o Grupo “Crítica Radical”, composto por ex-partidários do campo da
esquerda e pela ex-prefeita petista Maria Luiza Fontenelle, realizou um
movimento de contraposição às eleições municipais chamado de “Greve do Voto”.
Durante a campanha, a política foi classificada como uma das categorias
sustentadoras do capitalismo. Para tornar pública essa interpretação, o Grupo
utilizou formatos publicitários, marcas, jingles
e spots; e encenou espetáculos de rua
autodenominados de “circo eleitoral”. Esse trabalho analisa essas mensagens,
dando enfoque às estratégias de comunicação e aos “efeitos de mídia” obtidos a
partir destas. A principal proposição discutida é a utilização de mecanismos de
visibilidade pelos movimentos de contestação ao sistema capitalista no contexto
das transformações da política na era da comunicação de massa.
Segundo dia
18: A REFORMA DO ESTADO
NO CONTEXTO DO REORDENAMENTO ECONÔMICO E AS POLÍTICAS EDUCACIONAIS.
Luzimar Barbalho da
Silva
O trabalho consiste
numa reflexão acerca da Reforma do Estado no contexto do reordenamento do
sistema de produção e da redefinição das políticas educacionais. A
reestruturação do processo produtivo, fruto da incorporação das novas
tecnologias no processo de trabalho tem levado a uma superação gradativa do
modelo Taylorista/Fordista como fator de regulação da produção, dando origem a
novos modos de regulação baseado nos sistemas flexíveis de fabricação. Para
Antunes (1995), os anos de 1980 constituem-se em uma década de grande salto
tecnológico com a aplicação da automação, da robótica e da microeletrônica no
processo de produção, de maneira que o Fordismo e o Taylorismo já não eram
únicos e se mesclavam com outros processos produtivos. O cronômetro e a
produção em série e em massa são substituídos pela flexibilização da produção,
pela especialização flexível e pela desconcentração industrial, dando origem
aos novos padrões de gestão da força de trabalho, como os Círculos de Controle
de Qualidade, a gestão participativa, a Qualidade Total, presentes no
diferentes países. A produção nesta tendência organizacional do trabalho é
variada, diversidade e pronta para suprir o consumo, com melhor aproveitamento
possível de tempo de produção. No campo da política vivia-se o Estado da
social-democracia, em que o Estado agüentava a carga de um crescente
descontentamento, garantindo alguma espécie de salário social adequado para
todos ou engajar-se em políticas redistributivas ou ações legais que
remediassem ativamente as desigualdades, combatessem o empobrecimento e a
exclusão social, verificando-se a atuação do Estado do bem-estar social. Este
processo aliado à globalização impõe a redefinição das funções do Estado,
reduzindo seu tamanho através de programas de privatização, terceirização e
publicização, emergindo o Estado Mínimo. Para Bresser Pereira (1998) o papel do
Estado na área do financiamento é supletivo, criando estratégias para diminuir
desigualdades e iniqüidades do sistema.
19: (RE)SIGNIFICANDO
RELAÇÕES DE GÊNERO NO COTIDIANO ESCOLAR
Kátia Patrício
Benevides Campos
Este estudo, objeto de
pesquisa do trabalho de mestrado – UFRN, 2005, consiste em construir um quadro
das concepções de gênero presentes na prática docente de profissionais da
Educação que atuam no Ensino Fundamental, nas séries iniciais. Nesse contexto,
apontando para uma investigação em torno da relação gênero e educação, numa
perspectiva de construção social. Pretendemos analisar os modos de produção
discursiva de docentes sobre o professor e a professora, bem como a mediação
pedagógica desses indivíduos na construção de relações de gênero. Assim,
objetivamos: identificar como são enunciados nos discursos dos (as) docentes os
significados do ser professor e professora, de corpo e sexualidade; analisar
como se dá a mediação pedagógica de professores (as) na produção das relações
de gênero no cotidiano escolar; e, analisar o processo de problematização das
concepções e práticas sociais de gênero dos sujeitos docentes a partir de uma
intervenção. Desse modo, os sujeitos da pesquisa serão constituídos por
professores e professoras da Rede Municipal de Campina Grande-PB com os quais
utilizaremos questionários, entrevistas (individuais e coletivas) e observações
do cotidiano escolar. O valor social desta pesquisa pode ser observado na
importância de compreender e problematizar concepções dos docentes sobre gênero
enquanto instância de formação política do educador. A intervenção nos
possibilitará ainda problematizar perspectivas de gênero, podendo contribuir
com a redefinição das formas como as relações sociais são construídas nos seus
fazeres pedagógicos. Além disso, a explicitação da análise da trajetória de
problematização destas concepções de gênero possibilita a incorporação dos
resultados desta pesquisa na instância de formação de professores (ras) e na
(re) orientação de propostas políticas relativas ao campo do gênero.
20: A ORDEM E O DESEJO:
AS RAZÕES DOS CASOS DE “FRACASSO” DO PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO
Geraldo Magela Daniel
Júnior
As ciências humanas
designam de processo de socialização o amplo leque de experiências educacionais
pelas quais passam todos os seres humanos que vivem em sociedade, a fim de
internalizarem os padrões sociais necessários para que se tornem adultos
adaptados e funcionais a seus respectivos universos culturais. O processo de
socialização é levado a cabo por uma vasta gama de instituições e mecanismos
educacionais através dos quais a ordem simbólica (conjunto de representações
sociais) é internalizada em cada indivíduo particular. O êxito do processo de
socialização é determinado pelo grau de simetria alcançado entre o mundo
objetivo da sociedade e o mundo subjetivo do indivíduo. A socialização de êxito
é aquela que consegue estabelecer grande semelhança entre a subjetividade e a
sociedade ou, quando menos, a interiorização, pelo indivíduo, das
representações sociais básicas à manutenção da ordem social. Inversamente, o
“fracasso” do processo de socialização é atestado por um grau elevado de assimetria
entre o indivíduo e a sociedade, principalmente aquela assimetria oriunda da
rejeição das representações sociais básicas. Embora pouco expressivos em termos
quantitativos, casos de “fracassos” do processo de socialização ocorrem,
resultando na constituição de subjetividades culturalmente rebeldes e/ou
transgressoras. Embora a teoria social admita a possibilidade desses
“fracassos” da socialização, ainda não teorizou sobre suas “causas” ou
“determinantes”. O objetivo deste trabalho é encontrar possíveis explicações
para os casos de “fracasso” da socialização. Para tal, conjugará procedimentos
teóricos (análise e síntese das perspectivas teóricas que interpretam a
subjetividade como socialmente determinada) e procedimentos empíricos
(entrevistas em profundidades com indivíduos classificados como rebeldes ou
transgressores - militantes socialistas e anarquistas, artistas e intelectuais
contestadores, prisioneiros civis, homossexuais travestis etc.).
21: ESTADO DE BEM-ESTAR
SOCIAL: UMA ANÁLISE A RESPEITO DO SEU PROCESSO DE CONSTRUÇÃO E CRISE EM UMA
PERSPECTIVA COMPARADA
Aline Amorim Melgaço
Guimarães
O presente trabalho vem
propor uma reflexão a respeito do processo de construção e crise do modelo de
institucionalização de políticas sociais, principalmente pelos países de
capitalismo avançado, conhecido por Estado de Bem-Estar social. Propomos
apresentar uma breve discussão a respeito de duas correntes marxistas que
concorrem na explicação do surgimento do Estado de Bem-Estar Social e em um
segundo momento tratar a respeito da suposta crise enfrentada pelo Estado de
Bem-Estar-Social tendo em vista argumentos econômicos, políticos e
sociológicos. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho consiste em tomarmos conhecimento a
respeito de algumas das principais discussões teóricas que buscam abarcar tais
fenômenos.
22: A SOCIAL-DEMOCRACIA
NO BRASIL
Raimundo França
O intuito deste
trabalho consiste num esforço de compreensão teórico acerca da Social-Democracia e Welfare State, analisando suas semelhanças e
diferenças, bem como tentando detectar suas possíveis inferências à realidade
política brasileira. Para isso, recorremos a uma discussão da Social-Democracia
a partir de Adam Przeworski, que aponta para o sentido histórico da
social-democracia; em seguida, procuramos fazer uma problematização do conceito
de Welfare State e Social-Democracia, partindo de um conjunto de autores que
resgatam um pouco essa aproximação e, por último, analisamos até onde seria
possível falar de Social-Democracia e política de Bem-Estar no Brasil.
23: SOBRE INIQUIDADE EM
SAÚDE
Maria do Socorro
Quirino Escoda
O artigo discute a
conceituação, a natureza e a extensão das iniqüidades em saúde como extensão
das extremas desigualdades sociais do processo de desenvolvimento brasileiro.
Utiliza dados dos dois últimos relatórios anuais sobre o índice de
desenvolvimento humano; os relatórios de avaliação da Organização Mundial de
Saúde sobre a equidade nos sistemas de saúde além de avaliações de entidades e
de experts em política de saúde. Das considerações gerais destacam-se que: a
equidade - mesmo posta como princípio doutrinário, revolucionário e
constitucional na assistência à saúde - assim como a universalidade e a
integralidade constituem-se doutrina sem eficácia; as estratégias da política
pública de saúde trazem o vício da focalização, reproduzem as iniqüidades,
desmontam as citadas postulações jurídico-doutrinárias e a possibilidade de
avanço social na assistência à saúde.
24: REFLEXÕES SOBRE A INSTITUIÇÃO
FILA NA SOCIEDADE BRASILEIRA
Julimar Pereira de
França
A fila é uma
instituição social bastante importante, pois está presente na vida de todas as
pessoas. Nesse sentido, mesmo sendo um fenômeno micro social, o seu estudo pode
revelar muitas contradições da nossa sociedade. Nosso objetivo consistiu na
observação do funcionamento e organização de algumas filas, procurando captar
nestes aspectos importantes da cultura política e organização social
brasileira. Para isso, estudamos uma bibliografia que tinha como base autores
como: Sérgio Buarque de Holanda, Gilberto Freyre, Caio Prado Júnior, Roberto da
Matta e outros. Ademais, realizamos observações participantes em filas de
diversos órgãos públicos e privados dentre os quais bancos, correios, casas
lotéricas e postos de saúde. Assim, ficou constatado que, este é em tese um
espaço eminentemente democrático, pois todos os seus participantes devem
obedecer às mesmas regras, contudo, numa sociedade como a nossa em que a
existência de privilégios é algo culturalmente arraigado, o princípio da igualdade
que deveria existir nesse espaço é quebrado quando “supercidadãos” infringem
com a cumplicidade das autoridades as normas organizadoras. Além Disso, a fila
é a celebração implícita de um contrato social, todavia, como na sociedade
brasileira a relação social se sobrepõe aos contratos é normal a maioria dos
cidadãos está sempre procurando um conhecido nas filas para facilitar seu
trabalho. Nesse sentido, quando o contrato é rompido e alguns cidadãos tentam
reivindicar seus direitos numa fila, quase sempre são mal vistos, pois a
cidadania é vista como uma questão negativa. Apesar de ser um aspecto
micro-social a fila é uma instituição social que merece ser mais observada,
pois seu estudo revela contradições seculares como: o personalismo, o
patrimonialismo, a inversão público/privado e a negação da cidadania.
25: OS CRIMES ELEITORAIS
NO SERIDÓ NA REPÚBLICA VELHA
João Batista Lucena
de Assis
Este trabalho é o
resultado final da dissertação de Mestrado sobre o tema: Os Crimes Eleitorais
no Seridó na República Velha. O período ao qual a pesquisa se detém, está entre
1889 e 1930 e na especificidade da pesquisa o período entre 1894 e 1897. O
aporte teórico recorre à literatura sobre a constituição e consolidação da
República no Brasil, abordando temas como: sistema político, oligarquias e
coronelismo, assim como a legislação eleitoral em suas partes penais. A
pesquisa busca esclarecer questões pontuais como: definições de crime e fraude
eleitoral, e a diferença entre crime e fraude eleitoral. O objetivo é empreender
uma análise que identifica a cultura política e as relações de poder,
relacionando as lideranças envolvidas nos processos crimes, apresentando os
motivos de tais atos. Por ser de caráter documental e histórico, o material
empírico é os processos crimes pertencentes ao acervo histórico do LABORDOC –
CERES/UFRN Campus de Caicó. A justificativa é explorar um tema pouco trabalhado
na história do RN e do Seridó. Sua originalidade está na análise dos processos
crimes.
26: PARAHYBA,1930, A
REVOLUÇÃO E O INCONSCIENTE POLÍTICO: CONFRONTOS
Dinarte Varela
Bezerra
Tomando por base a
proposição metodológica apresentada n’O inconsciente político: a narrativa
como ato socialmente simbólico, na qual Fredric Jameson afirma que todos os
textos literários ou culturais podem e devem ser lidos como resoluções
simbólicas para contradições sociais insolúveis. Procuramos mostrar em nossa
pesquisa a Revolução de 30 como um conflito ideológico que vem se desenrolando
pela hegemonia dos acontecimentos políticos na Paraíba, desembocando em prática
cultural e acirramentos na mídia, a Revolução de 30 apresenta-se como sintoma
de um inconsciente político e de uma contradição social insolúvel.
27: O GOVERNO LULA À LUZ
DO DEZOITO BRUMÁRIO DE LUÍS BONAPARTE
Anna Waleska Nobre
Cunha de Menezes
Partindo do texto de
Karl Marx, intitulado O Dezoito Brumário de Luís Bonaparte este trabalho
tem por tema as relações de alianças políticas no Brasil dos dias de hoje. A
problemática em análise enfoca como a luta de classes pode levar a estratégia
política de um grupo ou partido a um impasse. Deste modo, procura-se demonstrar
a tese de que a política é um jogo de combinações cujas condições de
possibilidades são limitadas. O objeto desta análise se traduz no dilema: como
garantir a governabilidade de um país baseado em uma aliança realizada entre
grupos políticos que representam classes opostas? Para tanto, apoiado na
perspectiva histórico-dialética, este trabalho constitui um estudo de caso do
governo Lula, analisado através das compreensões de Estado (República
burguesa), classe, segmento de classe e da relação entre o parlamento e o
executivo, contidos na obra supracitada.
28: O PAPEL DOS
CONDICIONANTES HISTÓRICOS E ESTRUTURAIS NA ORGANIZAÇÃO DOS PARTIDOS MARXISTAS E
DE ESQUERDA
Francisco Wellington
Duarte
O fim do “socialismo
real” e o surgimento de regimes – em sua maioria - com forte conotação
nacionalista no antigo “bloco soviético” , trouxe à tona elementos que exigem
um aprofundamento dos estudos acerca do papel dos partidos marxistas (e de
esquerda), tanto quanto ao seu papel na transformação do sistema capitalista,
quanto à tática e estratégia utilizadas para atingir tal objetivo. Esse artigo
tem como objetivo iniciar um processo de discussão acerca da importância dos
condicionantes históricos e estruturais numa determinada formação social e como
estes elementos influenciam a formação e estruturação dos partidos localizados
no campo da esquerda política. Tomou-se como foco de análise a Albânia, cujo
partido dirigente sempre foi considerado o exemplo mais ortodoxo do stalinismo.
Para possibilitar um aprofundamento do processo analítico optou-se por buscar
ultrapassar a tradicional abordagem, quer na esquerda quer na direita, que o
exemplo albanês não passou de uma “cópia radical do stalinismo ortodoxo”, e
buscou-se identificar como o desenvolvimento das relações sociais na Albânia e
como elas acabaram por influenciar o movimento comunista e – posteriormente – a
constituição do partido comunista local. Concluiu-se que há elemento
suficientes para colocar em discussão o papel dos condicionantes históricos e
estruturais na formação da sociedade moderna albanesa e como eles determinaram,
em última instância a estruturação e organização do partido comunista local, o
que implica na necessidade de considerar, para efeito de pesquisa no campo da
análise, todos os elementos que determinam uma formação social, a fim de
compreender sua dinamicidade e, por conseguinte, qual o papel que estes
aspectos têm na formação dos partidos marxistas (e de esquerda) e como, a
partir daí pode-se entender a tática e estratégia de tais formações políticas
no processo de transformação da sociedade capitalista.
29: TRANSPARÊNCIA
ELEITORAL
Andressa Morais
Buscando revelar
algumas das muitas corrupções que não se apresentam como verdadeira
transparência diante da população, este trabalho foi elaborado com o desafio de
apresentar uma reflexão sobre o quadro político eleitoral do Rio Grande do
Norte, tendo como objeto de estudo o município de Carnaúba dos Dantas. O
trabalho apresenta-se uma análise jurídica e sociológica da política eleitoral
do município. Buscando imparcialidade mostrar-se-á de perto como as bandeiras
dos "bicudos" e "bacuraus" predominam sobre a democracia,
levando em conta questões como legitimidade, a virtú, a fortuna e o estado de
natureza do homem. Havendo uma exemplificação dentro da disputa eleitoral, onde
o principal objetivo é o alcance do poder. Contudo o principal objetivo deste
trabalho é de alguma maneira denunciar a verdadeira realidade política
brasileira, onde ainda aparece um "coronelismo" e voto de cabresto,
com compra de votos, domínio e manipulação do voto. Toda a analise do trabalho
vigente foi pesquisado com a ajuda de conceitos estudados em sala de aula,
anexos como fita K7 tendo em seu conteúdo entrevistas, cópias de pedidos de
notificação, mandados de notificação contra Zeca Pantaleão (prefeito vigente),
mandato de intimação de Maria das Vitórias e fotos de propagandas eleitorais
irregulares.
30: EXPANSÃO
SOCIOESPACIAL DO CIBERESPAÇO NA CIDADE DE NATAL
Jaderson Gomes Pessoa
(jadersongp@yahoo.com.br)
Na pesquisa Expansão
Socioespacial do Ciberespaço na Cidade de Natal, em desenvolvimento, estuda-se
a nova dimensão de relação social ocasionada pelo ciberespaço, tentando
identificar representações culturais acarretadas aos usuários por este tipo de
fenômeno. A pesquisa objetiva estudar o perfil – conjunto de valores, estilos e
formas de pensar – dos usuários natalenses do ciberespaço atualmente,
verificando a identificação ou representação que eles possuem com essa nova
forma de dimensão social. O tempo advindo das novas tecnologias é marcado pela
interatividade on-line que alteram nosso sentido cultural. O ciberespaço é uma
dimensão de sociedade em rede, onde os fluxos definem novas formas de relações
sociais, é também uma nova expressão material dos avanços da sociedade
contemporânea. Este espaço virtual está em vias de globalização planetária e
constitui um espaço social de trocas simbólicas entre pessoas dos mais diversos
locais do planeta, modificando antigos valores e costumes, isto é, a cultura,
que resulta da capacidade de os seres humanos se comunicarem entre si por meio
de símbolos. Na rede virtual é possível uma relação de convivência de pessoas,
produzindo identidades expressas nas tribos eletrônicas, temos, portanto um
novo referencial do espaço vivido enquanto produto das relações humanas
mediatizadas pela revolução da telemática. A metodologia usada são leituras
para fundamentação teórica; entrevistas formais através de formulários a serem
preenchidos pelos usuários nas diferentes zonas da cidade de Natal, além de
visitas aos ambientes onde eles mais freqüentam para poder ter acesso ao
ciberespaço, como por exemplo, as Lan Houses, em expansão constante na cidade
de Natal.
31: BREVE ANÁLISE DO
JORNALISMO CULTURAL EM NATAL, DOS ANOS 80 À ATUALIDADE
Jóis Alberto da Silva
O objetivo do trabalho
é realizar uma breve análise do jornalismo cultural natalense contemporâneo, e
suas relações com as ciências sociais, filosofia (a Escola de Frankfurt),
literatura e artes, tendo por base a experiência desenvolvida pelo autor,
jornalista Jóis Alberto, como criador do caderno “DN CULTURA”, no Diário de
Natal/O POTI, em 1988. Caderno este transformado em “O POTI REVISTA”, em 1989,
e que posteriormente passou por outras transformações, dando origem ao atual
caderno “MUITO”, de jornalismo cultural diário dos citados jornais. O presente
trabalho recupera parte do texto originalmente desenvolvido por nós em
monografia apresentada ao Curso de Comunicação Social – Jornalismo da UFRN,
1990.1, como requisito para obtenção do título de Bacharel. A arte e a cultura
em Natal acompanharam, e em alguns momentos anteciparam, os rumos atuais do
desenvolvimento econômico e social da cidade. Natal hoje não só consome, como
também produz cultura de massa, ou indústria cultural, em escala crescente. O
presente trabalho também se relaciona com a monografia acerca do ensaio A Obra de Arte na Época de Sua
Reprodutibilidade Técnica, de Walter Benjamin, que estamos desenvolvendo,
no ano letivo de 2005, como requisito para obtenção do título de Especialista,
no Programa de Pós Graduação em Filosofia da UFRN, área Metafísica. O célebre
ensaio de Benjamim tem como foco a questão da aura da obra de arte, ao se
comparar as criações artísticas antes e depois do advento de modernas técnicas
de reprodução e difusão cultural, como a fotografia e o cinema. Enfim, a partir
do estudo da criação da editoria de cultura do DIÁRIO DE NATAL/O POTI, o
trabalho apresenta um estudo do jornalismo cultural; da democratização
cultural, as concepções ideológicas dos meios de comunicação de massa, as novas
tecnologias de comunicação e as repercussões culturais, sociais, econômicas, e
políticas na sociedade natalense.
32: A GENTE SOMOS
INÚTEIS? TEMATIZAÇÕES, REPRESENTAÇÕES E IDENTIDADES NO ROCK NACIONAL DOS ANOS
80
Lázaro José de
Medeiros Cunha
O presente trabalho,
ainda em fase de elaboração, está sendo construído atualmente na disciplina
Pesquisa histórica I, do curso de História da UFRN, que tem como meta a feitura
do projeto de pesquisa que servirá de base para a monografia final do curso.
Com o provável título: “A gente somos inúteis? Tematizações, Representações e
Identidades no Rock nacional dos anos 80”, o projeto tem como principal
objetivo refletir sobre que posicionamentos existiam nas músicas e nos artistas
envolvidos com o Rock nacional nos anos 80, em relação aos problemas que o país
enfrentava, identificando que imagens ou representações do Brasil eram construídas.
Vinculados a esse objetivo geral, mais três objetivos específicos foram
traçados; o primeiro, pretende identificar sobre o que as músicas do período
falavam, e que temáticas eram mais recorrentes nas canções da época; o segundo,
analisar como esses artistas se relacionavam com a industrial cultural, e como
essa relação se refletia nas letras das músicas; e o terceiro e último,
discutir sobre as conexões existentes entre o Rock nacional dos anos 80 e o
processo de fragmentação da identidade nacional. A minha forte vinculação
pessoal com o tema, à ausência de trabalhos de historiadores nessa área e a sua
relevância social, me estimularam na escolha, que conta com o embasamento
teórico / metodológico, de autores como Renato Ortiz, Nèstor Garcia Canclini,
Homi K. Bhabha, Peter Burke, Michel Certeau, Stuart Hall e Fredric Jameson, nas
questões e/ou conceitos relativos a temas essenciais a meu trabalho, como a
hibridação cultural, globalização, identidades, meios de comunicação de massa,
indústria cultural e pós-modernidade; e que se vinculam de forma significativa
com a proposta do GT de discutir sobre política, sociedade e cultura, com seus
eixos, sociedade e práticas culturais ou mídia e cultura.
33: O EPISÓDIO DE
ULISSES E AS SEREIAS COMO METÁFORA PARA A SOCIOLOGIA.
Flaubert Mesquita de
Oliveira
A escola de Frankfurt
faz uso do mito de Ulisses escrita por Homero para mostrar de que forma o
movimento do esclarecimento ainda guarda marcas fortes com os mitos. Elster,
afinado com a teoria da escolha racional, procura mostrar que os procedimentos
adotados pelo personagem da epopéia grega podem servir de alegoria para aqueles
sociólogos que buscam as bases racionais do ator social. A astúcia de Ulisses
se deve a mobilização dos recursos disponíveis para orientar sua ação e evitar
o pior. Sabemos que o texto de Homero comportar vários níveis de interpretação,
o que vai da literatura propriamente dita, a psicanálise, a filosofia e também
as ciências sociais. Sua polissemia permite que os interpretes utilizem a figura
mítica do herói, Ulisses, no seu episódio com as sereias para mostrar como o
artifício utilizado por ele para se safar do canto mortal delas revela que o
entendimento de “razão” comporta níveis diferenciados de interpretação. O
potencial do texto também foi usado pelos filósofos frankfurtianos ilustram a
dialética da razão esclarecida com oriunda do pensamento ocidental. Para a
intenção do texto é analisar essas duas formas de problemas esse empreendimento
de Ulisses na teoria crítica realizada por Theodor Adorno e Max Horkheimer e o
sociólogo Jon Elster.
GT-33: METRÓPOLE, CIDADE, POLÍTICA URBANA
Coordenadoras:
Maria do Livramento Miranda Clementino
E-mail: clement@ufrnet.br
Departamento de Ciências Sociais
Rita de Cássia da Conceição Gomes
E-mail: ricassia@ufrnet.br
Departamento de Geografia
Local: Setor de Aula II, sala A1
Focaliza as cidades e as questões urbanas decorrentes
das novas formas de desenvolvimento dos processos de globalização, de
reestruturação dourbano edos novos modos de vida e cultura urbana. Focalizará,
principalmente, a questão metropolitana onde os efeitos mais dramáticos da
crise social brasileira estão localizados. O GT irá se dedicar à análise da
política urbana e da dinâmica metropolitana; da expansão metropolitana e sua
relação com o meio ambiente; do transporte; do saneamento; da habitação; do
planejamento territorial urbano. Do mesmo modo, dará atenção à questões
relacionadas a política urbana, governo urbano, relações inter-governamentais
entre municípios, governança metropolitana, cultura política, atores sociais no
cenário urbano atuando em conselhos, parcerias da sociedade civil organizada
com o poder público. Dará atenção, ainda, às mudanças
no perfil sócio-profissional e na segmentação e hierarquização dos espaços
intra-metropolitanos . Tratará das tendências da estrutura sócio-espacial e das
desigualdades que são acentuadas pelos processos excludentes; e, das novas
tendências da dinâmica da produção do espaço urbano construído e seus efeitos
sobre as desigualdades sociais nas cidades: mercado imobiliário, loteamentos,
equipamentos, etc. Impactos desses processos nos deslocamentos espaciais de
população, na constituição de novas territorialidades, novos sujeitos e novas
identidades nas cidades.
Primeiro dia
01. Um sistema de informações geográficas para
a Região Metropolitana de Natal
Profa. Dra. Cilene Gomes - UFRN/DARQ
Em vista dos objetivos de modelar a realidade da
região metropolitana de Natal, na organização de um Sistema de Informações
Geográficas e, assim, constituir um suporte ao permanente processo de
reconstrução do conhecimento e à formulação de políticas ou planejamentos de
caráter territorial, alguns direcionamentos metodológicos devem ser
considerados. O primeiro deles se define pela busca constante de uma
equiparação coerente entre os nossos pressupostos teóricos e de método e a
organização das informações para a composição do SIG. Uma outra diretriz, a
respeito do universo de informações a ser explorado, orienta-se pelo intuito de
caracterizar a realidade estudada focalizando as estruturas da natureza que
constituem a sua geografia física; a história de sua ocupação e do espaço
construído que dela resulta; e a sociedade em suas instâncias econômica,
política e cultural. Com base nesta compreensão global, será preciso o
encaminhamento de uma releitura do espaço urbano-regional, de modo a destacar
os principais problemas comuns e específicos aos municípios e, sobretudo, suas
potencialidades ou recursos estratégicos e as situações representativas de um
novo desenho social emergente. Nessa perspectiva de investigações, a questão
central que se entreabre ao avanço do conhecimento e ao domínio público é a da
remodelação da sociedade e do território, das mudanças de ordem estrutural e
emergencial que o país tanto necessita. Re-traduzida aos termos de uma política
de desenvolvimento social e urbano de caráter regional ou local, o
equacionamento desta questão deveria enraizar-se, portanto, nos desígnios de um
projeto de nação, onde os desafios da retificação de nossa história e do
resgate de nossa cultura possam ser enfrentados graças a uma consciência cada
vez maior das forças locais de organização ou mobilização da sociedade, à
construção dos alicerces para uma cidadania mais autêntica e plenamente
exercida, aos desenvolvimentos científicos e tecnológicos mais apropriados etc.
02. O uso do SIG-Spring na construção da base
cartográfica da Região Metropolitana de Natal
Franklin Roberto da Costa
Projeto CNPq/PRONEX/FAPERN- O Mapa Social da RMNatal
A Região Metropolitana de Natal é hoje uma realidade
no cenário político administrativo do nosso Estado. Problemas relacionados à
saúde, educação, moradia, entre outros, não podem ser discutidos isoladamente.
Pensando nisso, o presente trabalho vem construir a base cartográfica da Região
Metropolitana de Natal. Foram utilizados dados do IBGE com todos os setores
censitários urbanos e rurais dos municípios percententes a Região Metropolitana
supracitada. Os setores censitários do IBGE foram utilizados como base para a
construção das Áreas de Expansão Demográfica – AEDS, alvo principal do Projeto
“O Mapa Social da Região Metropolitana de Natal”, cujo objetivo principal é
realizar uma análise sócio-espacial da Região Metropolitana de Natal a partir
de dados secundários, obtidos via órgãos públicos e privados, nas esferas
local, estadual e federal. A ferramenta utilizada para a construção da base
cartográfica da Região Metropolitana está sendo Sistema de Informações
Geográficas – SIG – SPRING/INPE 4.1. Foram realizadas importações dos dados
advindos do arquivo .shp* dos setores censitários urbanos e rurais, onde
posteriormente foram convertidos para o arquivo .ascIIspring*. A partir de
então foram criados polígonos que serviram como base para a inserção de um
banco de dados referentes a questões sócio-econômicas e ambientais, e, por
conseguinte, geraram-se vários mapas temáticos. Somado a isso, foram inseridos
dados vetoriais e raster, para a visualização do meio físico da Região. Deste
produto final, serão realizada análises sobre os principais problemas de
caráter sócio-econômico e ambiental para a Região Metropolitana de Natal.
03. Vulnerabilidade Social na Região
Metropolitana de Natal
Algéria Varela da Silva
Bolsista PIBIC/ Projeto CNPq/PRONEX/FAPERN- O Mapa
Social da RMNatal
A globalização interliga o mundo numa grande rede de
informações e intensifica as desigualdades sociais. A cada momento a pirâmide
social torna-se uma “ampulheta”, ricos no alto, médios comprimidos e pobres
numa grande camada de sustentação, na base da sociedade.De um lado um mundo
criado para uma parte abastada financeiramente, provida de bens e de outra um
mundo real recheado de inúmeros problemas e contrastes. Com a urbanização um
novo paradigma é criado dentro das cidades, ao mesmo tempo em que a cidade é
aproximada espacialmente, cria-se uma exclusão desses espaços. Como proposta de
trabalho faremos a observação de indicadores de vulnerabilidade social na
Região Metropolitana de Natal. A ocupação do espaço urbano será analisada por
requisitos de educação, renda e trabalho.Essas três variáveis identificam ou
não se há qualidade de vida da população.Os dados serão analisados segundo as
AEDS - Área de Expansão Demográfica do Censo 2000 e do PNUD - Atlas do
Desenvolvimento Social e Humano. Ao recortarmos a população entre 18 e 24 anos
da Região Metropolitana de Natal, população esta em idade economicamente ativa
e ao observamos os indicadores de educação, desta referida população constatamos
um baixo nível de escolaridade e conseqüentemente a dificuldade de acesso ao
mercado de trabalho formal em função de uma educação precária.
04. Análise do perfil urbano no estudo do
processo de urbanização e regionalização do Estado do Rio Grande do Norte para
o embasamento da organização de um sistema de informação geográfica.
Ana Mônica de Brito Costa/UFRN/Mestranda em
Geociência/Bolsista INPE
Cilene Gomes- UFRN/DARQ/Bolsista DCR/CNPq/FAPERN
O perfil das cidades segundo as classes do tamanho
populacional constitui uma representação inicial da evolução do sistema urbano
ao longo do período que se estende de 1940 ao ano 2000 e deverá se prestar a
uma descrição geral dos contornos do processo de urbanização e regionalização
do Estado do Rio Grande do Norte. A partir daí, um processo de indagação e
análise deverá se estabelecer no sentido de entendermos melhor as tendências da
aglomeração populacional relacionadas às distintas regiões do Estado e os
significados do tamanho das cidades, no quadro de uma compreensão progressiva
dos conteúdos e dinâmicas mais recentes da urbanização, em razão dos impactos
da modernização sobre a organização do território nas diferentes regiões e
cidades. Nesse sentido, a orientação do estudo desdobra-se para desvendarmos a realidade
do espaço urbano e regional em sua unidade e diversidade, o que subentende
inserirmos esta mesma realidade em uma lógica comum à formação sócio-espacial
da região nordeste e, mesmo, do país e, simultaneamente, em uma lógica de
demandas e respostas que se diferenciam no contexto das relações entre as
cidades e seus arredores. Com este estudo, destacamos não apenas o objetivo de
reconstrução teórica e empírica do conhecimento, a partir de uma averiguação
dos nexos sócio-econômicos e geográficos que estão por detrás da informação
estatística e seu mapeamento, mas também a perspectiva de embasarmos a
construção de um SIG, no sentido de atribuir a este instrumento de aproximação
do mundo real o seu devido lugar enquanto elemento potencialmente integrador e
gerador de diferentes espécies de informação geográfica e, portanto, ferramenta
imprescindível para a formulação eficaz de políticas públicas e processos de
planejamento de caráter urbano e territorial, bem como para os distintos
contextos de cooperação e produção social.
05. Estudo dos processos sócio-ambientais
relacionados a expansão urbana, destacando as situações de degradação na região
do Rio Doce Natal
Maria da Conceição Oliveira Américo
UFRN/Mestranda do PRODEMA
A preocupação com o meio ambiente tornou-se notável
nos últimos tempos. Esta temática representa um desafio, considerando as
proporções que os impactos ambientais já tomaram no decorrer da história da
humanidade, especialmente a partir da sociedade moderna com o advento da
Revolução Industrial. Um dos agravantes desses impactos é o crescimento
desordenado nas zonas urbanas, o qual não é acompanhado pelo poder público no
que se refere à manutenção da infra-estrutura básica que propicie o bem-estar
da população, no que tange aos itens educação, saúde, transporte, saneamento
básico e lazer. Na zona norte da cidade de Natal/RN, especificamente na região
que margeia o Rio Doce, limite entre os Municípios de Natal e Extremoz,
identificou-se através de levantamento documental preliminar, altos índices de
doenças, podendo ser citadas esquistossomose, dengue, hepatites, câncer
estomacal e intestinal. Os bairros de Lagoa Azul e Pajussara concentram cerca
de 12% da população do Município. As condições de saneamento básico
(esgotamento sanitário, coleta de lixo e abastecimento de água) são precárias,
destacando-se que os bairros adjacentes ao Rio Doce apresentam um percentual de
esgotamento sanitário em torno de 1%. Assim sendo, o presente estudo tem por
objetivos: Geral – identificar/conhecer os processos sócio-ambientais
relacionados à expansão urbana, destacando as situações de degradação ambiental
naquela região; Específicos – observar/analisar a percepção do público alvo em
relação ao ambiente que ocupa; traçar perfil sócio-econômico dos agentes antrópicos
residentes na região do Rio Doce, concomitante ao levantamento das condições de
saneamento básico da população local. Para tanto, será utilizado o método
qualitativo de investigação através de entrevistas e formulários aplicados à
população e às lideranças comunitárias, além de levantamentos bibliográfico e
documental. Espera-se com este estudo fornecer elementos que contribuam, tanto
para o despertar da consciência ambiental da população envolvida, quanto para
subsidiar os gestores públicos na definição das políticas a serem implementadas
nesta região do Natal.
06. OS Desafios da Governabilidade
Sócio-espacial e AmbientaL na Região Metropolitana de NATAL
Profa. Ms.Maria Célia Fernandes- Universidade
Potiguar-UNP
O presente trabalho tem a pretensão de promover uma
discussão sobre a intergovernabilidade entre municípios que formam uma região
metropolitana, dentro de uma emergente configuração espacial. Para tanto, esse
texto constitui uma proposta de pesquisa que objetiva desvelar o modelo de
governabilidade entre os municípios que compõe a região metropolitana de Natal,
quanto à problemática sócio-espacial e ambiental. De modo geral, observa-se que
o uso e a ocupação do território em regiões metropolitanas, tem exigido a
adoção de um novo paradigma de governabilidade, que contemple à gestão da
sociedade e do espaço. O planejamento alternativo e/ou participativo tem sido
utilizado como um instrumento que poderá trazer desenvolvimento e
sustentabilidade ao ambiente natural e construído/vivido. Nessa linha de
pensamento, as novas práticas de planejamento têm considerado a espacialidade
regional e sua inter-relação com o global e o local. Assim, os instrumentos de
gestão como Planos de Desenvolvimento e de Zoneamento de Áreas, Planos
Diretores e Projetos de Intervenção Urbanísticos, tem assumido a função de
disciplinar e ordenar o consumo do espaço nas esferas sócio-cultural, política
e ambiental. Em uma aproximação preliminar com o objeto de investigação,
através da utilização de uma abordagem empírica sobre os veículos de gestão, e
o seu diálogo com as teorias relativas a economia regional numa perspectiva
interdisciplinar, visualisa-se, a título de hipótese, a existência de uma
desarticulação político-administrativa entre as instituições de planejamento municipal.
Além disso, a falta de estratégias que iniba a pressão dos agentes consumidores
de espaço e recursos naturais, criando as condições para a deterioração da
qualidade de vida nas áreas urbanas e/ou legalmente protegidas, o que imprime a
necessidade de se delinear e avaliar o planejamento adotado entre os municípios
da grande Natal e indicar os seus impactos do ponto de visto ambiental e
sócio-espacial.
Segundo dia
07. Política Habitacional no Governo Lula:
financiamento e promoção e produção cooperada de moradia
Profa. Ms. Maria Cristina de Moraes - UFRN/DARQ
A produção cooperada de habitação surge,
institucionalmente no Brasil a partir de 1964, com a política habitacional
implementada pelo Banco Nacional da Habitação (BNH). A extinção, em 1986, deste
Banco, acarretou a redução drástica do financiamento estatal para a moradia com
impacto para as cooperativas habitacionais, que deixam, em 1993, de fazer parte
do corpo de agentes financeiros do Sistema Financeiro da Habitação (SFH). No
governo Lula da Silva, o Ministério das Cidades coloca que o fortalecimento e
reestruturação das cooperativas e associações habitacionais se constituem um
dos pontos centrais para a construção de um novo Sistema Nacional de Habitação.
Em abril de 2004 é criado o Programa de Crédito Solidário (PCS), que tem como
objetivo atender às necessidades habitacionais da população de baixa renda,
organizada sob forma cooperativa ou associativa. As Regiões Metropolitanas,
detentoras dos maiores percentuais do déficit habitacional brasileiro que
ultrapassa sete milhões de unidades, são prioridade e os recursos para
financiar o programa são do Fundo de Desenvolvimento Social (FDS), sendo
previsto, ainda, àqueles oriundos da participação de estados, Distrito Federal
e municípios. O objetivo é avaliar a capacidade e condições do PCS para a
produção cooperada de moradia de interesse social no contexto da política
habitacional do Ministério das Cidades. Este trabalho representa o passo
inicial da pesquisa “A produção cooperada de moradia e a política habitacional
do Governo Lula: Programa de Crédito Solidário (PCS)” que acompanha a
implantação deste programa no Rio Grande do Norte, com ênfase na Região
Metropolitana de Natal (RMN). É fundamental avaliar os resultados do PCS face
às indagações, dúvidas e questionamentos existentes, principalmente em relação
a: critérios de escolha das propostas; escala de produção; distribuição
geográfica; capacidade das entidades implantarem o programa; limites do
financiamento; (e capacidade das famílias assumirem o pagamento).
08. O Estatuto da Cidade como marco regulatório
da organização do Espaço urbano
Ana Lúcia de Souza Siqueira - UFRN/Mestranda Ciências
Sociais
O Estatuto da Cidade é uma Lei Federal que
regulamenta o capítulo sobre política urbana aprovado pela Constituição Federal
de 1988, nos seus artigos 182 e 183. Essa nova lei vai dar suporte jurídico às
estratégias e aos processos de planejamento urbano, e principalmente à ação dos
governos municipais que estão empenhados no enfrentamento das graves questões
urbanas, sociais e ambientais. Os problemas decorrentes do crescimento urbano
sempre foram relegados. A precariedade institucional tem impedido que seja
feita uma divisão territorial de maneira regular e eficiente, assim como a
política de controle do crescimento urbano sempre esteve baseada na adoção de
território, mais para incentivar o capital, e menos para beneficiar a
população. Até pouco tempo, não havia uma legislação que regulasse o assunto,
nem tampouco que controlasse o uso do solo. O texto insculpido no Estatuto da
Cidade traz a intenção de efetivação da cidade democrática de direito. Neste
sentido, a Lei estabelece como princípio de gestão democrática, programas e
projetos de desenvolvimento urbano, para a consecução cotidiana das conquistas
sinalizadas pelo novo marco regulatório. Tal gestão deverá ser viabilizada por
meio da participação da população e de associações representativas dos vários
segmentos da comunidade na formulação, execução e acompanhamento de planos. Faz-se mister tais considerações, para que se possa compreender que as
normas do Estatuto da Cidade devem-se impor aos interesses privados, pois são
de obrigatório cumprimento e acatamento por seus destinatários que, no caso,
são todos os indivíduos, todas as esferas de governo (União, Estados e
Municípios) e seus respectivos Poderes, incluindo-se, aí, o Judiciário que não
mais poderá omitir-se na aplicação da legislação urbanística. Portanto,
o Estatuto da Cidade constitui-se um importante suporte jurídico que busca
alternativas para a solução dos graves problemas urbanos sociais e ambientais
que atingem enormes parcelas da população brasileira. Necessário se faz, porém,
que suas diretrizes-princípios, sejam efetivamente aplicadas.
09. Reivindicações pela posse da terra: a importância
do “papel passado”
Gleiciane Maria de Oliveira Fernandes - UFC/Graduanda
em Ciências Sociais
Esta proposta de pesquisa tem como objetivo entender
o movimento que busca a regularização fundiária empreendido pelos moradores do
bairro Parque Presidente Vargas em Fortaleza e os sentidos, significados e
valores dados ao título de propriedade pelos referidos moradores. Volto o meu
olhar para as “novas” formas reivindicativas presentes nos movimentos sociais
em prol da habitação na cidade de Fortaleza. Tendo como base teórica os autores
que buscam entender a problemática da moradia urbana questiono: por que as
reivindicações relacionadas à questão habitacional, apresentam diferenças entre
o direito à posse e o direito à propriedade? Qual a função desempenhada pelas
associações de moradores do bairro no movimento? Quem são os atores que
protagonizam e dão sentidos e significados à “luta” pela regularização da
terra? A estratégia metodológica consistirá em entrevistas com moradores,
entidades públicas e privadas que participaram e/ou participam desta
reivindicação, levantamento de dados nas associações de moradores do referido
bairro, pesquisa bibliográfica e de dados históricos da cidade de Fortaleza. Os
dados até agora obtidos revelam que: 1- a posse da terra funciona como garantia
de herança; 2- O “papel passado” é visto como forma de valorização das
negociações de compra e venda de imóveis no bairro Parque Presidente Vargas.
10. “Viver entre muros”: o privado como
produtor de novas relações sociais
Marina Rebeca de Oliveira Saraiva - UFC/Graduanda em
Ciências Sociais
“Viver entre muros”: o privado como produtor de novas
relações sociais A presente proposta de pesquisa busca entender como se
constituem os laços sociais em condomínios urbanos, na cidade de Fortaleza,
tendo como fenômeno de estudo essa nova forma de moradia: os chamados
“condomínios fechados”. Lanço meu olhar sobre as “novas” formas de
sociabilidade mais voltadas para o espaço privado que são típicas de um padrão
mais recente de estruturação urbana. Tomarei como foco de investigação empírica
o Alphaville, condomínio de casas de “luxo” localizado na área metropolitana de
Fortaleza. Sob a luz teórica de DaMatta que diz que os espaços são invenções
sociais (DaMatta,1997) questiono: quais seriam os valores ou até mesmo, a
“regra social” partilhada por esses indivíduos, que fundam essa “nova
configuração” sócio-espacial da cidade? Como a modernidade, pensada do ponto de
vista das interações sociais e transformações nos estilos de vida de grupos sociais,
influencia nesse processo de “encantamento” por uma nova concepção de moradia,
que tem como fundamento a “vida entre muros”? Pretendo, por meio desse estudo,
compreender como a configuração espaço PRIVADO x espaço PÚBLICO traz consigo
novas redes de relações sociais urbanas, e também um novo cenário para a
cidade. A busca pelo espaço privado produz também um novo padrão de uso do
espaço público da cidade e de seus equipamentos coletivos. A estratégia
metodológica da pesquisa consistirá em entrevistas com moradores e com
construtores do condomínio, incluindo conversas informais a partir de visitas
ao condomínio, além de levantamento bibliográfico e de dados históricos da
cidade de Fortaleza.
11. Refletindo sobre o mundo Pós-Moderno:
alguns conceitos e considerações
Adriana Carla de Azevedo Borba - UFRN/Mestranda
PPGAU/Bolsista CAPES
Vivemos atualmente num mundo em constante e acelerada
transformação; num esforço para compreender estas transformações e qual tem
sido seu rebatimento no espaço humano geográfico, foi produzido este artigo
(baseado em pesquisa bibliográfica) no qual foi pontuada uma série de
temáticas, abordadas especialmente por geógrafos ou estudiosos da geografia.
Este artigo se propõe a trazer à tona o entendimento de geógrafos acerca do atual
debate sobre espaço e território, e identificar como estes elementos vêm se
articulando nos estudos científicos visando à compreensão da realidade
globalizante e fragmentada que vivenciamos atualmente. Foram levantadas
questões relativas aos debates conceituais de espaço e território; um breve
histórico do processo de transformação do termo “espaço” assim como os diversos
enfoques do estudo geográfico desde seu surgimento oficial como área de
conhecimento passível de estudo científico até os dias de hoje; algumas das
transformações atuais mais identificadas no material bibliográfico pesquisado
(globalização x fragmentação; interferências no cotidiano; as redes; os novos
papéis do Estado) e algumas considerações. Observa-se os processos de
Globalização e Fragmentação do território e suas conseqüências, as
interferências no cotidiano das pessoas, os novos papéis do Estado, dentre
outras questões significativas. Alguns destes problemas, que estiveram
presentes em outros períodos históricos, não só não foram sanados como foram
acentuados e dispersos por todo o mundo; as questões de cunho econômico foram
expandidas e se encontram entrelaçadas (assim como as questões ambientais,
políticas, sociais) exigindo dos governantes a adoção de agendas comuns para
solucionar problemas globais. Neste sentido, as revisões de conceito se propõem
a construir as novas realidades que vão surgindo, possibilitando também o
diálogo e discussão entre os diversos campos disciplinares, cada um com sua
contribuição e sua visão do problema, num esforço por apreender os fenômenos
sociais e espaciais.
12. A galera da Pump, uma tribo urbana
Gilson José Rodrigues Júnior/ UFRN/Graduando em
Ciências Sociais
O presente trabalho tem como principal objetivo dar
continuidade a pesquisa realizada no primeiro semestre de 2003, durante
disciplina ministrada pela professora Lisabeti Coradini (Introdução a teoria
antropológica), quando divididos em grupos, os alunos deveriam escolher um
determinado grupo social (comunidade) para a realização de uma pesquisa de
campo, na qual seriam colocados em prática o conhecimento teórico,
introdutório, adquirido durante as aulas em sala de aula. Tal pesquisa nos
permitiu perceber, através da observação participativa, que os fatos do
cotidiano (como jovens dançando e/ou reunidos ao redor de uma maquina de dança
num Shoping), geralmente ignorados pelo senso comum, podem ter muitos aspectos
antropológicos e sociológicos. Como exemplo disto pode-se citar que este grupo,
“A galera da Pump”, possui uma linguagem própria (gírias específicas), gostos
afins, intercâmbios interestaduais com outros “pumpeiros”, festas, fórum na
internet, se comunicam cotidianamente por meio desta. Também classificam
aqueles que fazem parte da tribo, baseada na experiência e desenvoltura na máquina.
Chegamos a conclusão de que eles formam uma verdadeira tribo urbana. Os
próprios pumpeiros concordaram com isso, quando levados a tal reflexão. Uma das
principais observações que pudemos realizar durante a pesquisa é que apesar de
todos os integrantes desse grupo gostarem de jogar/dançar, a máquina é muitas
vezes o motivo aparente da reunião, pois o objetivo principal é o
“estar-junto”, pois muitos vão ao encontro, ficam conversando, mas não
jogam/dançam, estão ali para interagirem uns com os outros,utilizar a máquina
torna-se muitas um motivo secundário. A imagem, na contemporaneidade,
apresenta-se não como um instrumento auxiliar na pesquisa de campo, mas como
uma nova linguagem antropológica, baseada nas imagens, formando através destas
um texto imagético, que deve formar um sistema lógico e ordenado, permitindo ao
observador apreender a intenção do pesquisador ao retratar determinados
momentos. Baseado nisto, foram, neste trabalho, selecionadas 15 fotos, entre as
cinqüenta batidas, que tem como principal objetivo mostrar a ação dos
“pumpeiros” durante o jogo/dança, momentos de interação e a atitude de outras
pessoas que param no local para observar. Obviamente não existe, aqui, a
pretensão de apresentar uma pesquisa aprofundada, mas uma visão panorâmica,
devido a pequena quantidade de fotos e o pouco tempo em campo.
GT-34: CIDADE E QUALIDADE DE VIDA
Coordenador:
Ademir Araújo da Costa
E-mail: Ademir@ufrnet.br
Departamento de Geografia
A urbanização que vem ocorrendo no mundo, nas últimas
décadas, associada ao desenvolvimento do capitalismo, tem-se caracterizado pelo
rápido crescimento dos grandes centros e pelo surgimento de problemas
sócio-espaciais dos mais diversos no seu interior, tais como: saúde, educação, infra-estrutura,
transporte, habitação, ambiente, etc.,favorecendo com isto o comprometimento da
qualidade de vida. Esse crescimento acelerado das cidades e as transformações
que as mesmas vêm passando originam uma nova forma de ação social, na qual o
ordenamento urbano é considerado como um exercício de controle desses espaços.
Entretanto, o poder público, como agente regulador e minimizador desses
problemas, não tem dado, muitas vezes, a devida atenção no sentido de dotar
esses centros de melhor infra-estrutura, equipamentos e serviços adequados,
proporcionando assim melhores condições de vida a população residente. O GT ora
proposto visa discutir questões, tanto de natureza teórica quanto empírica,
relativa aos problemas urbanos dos mais diversos. Serão consideradas propostas
de trabalho sobre os diversos aspectos relativos ao crescimento das cidades,
principalmente as que abordarem questões atinentes a:
1. Os problemas
do crescimento urbano;
2. Desigualdade,
exclusão e segregação sócio-espacial;
3. Qualidade
vida urbana;
4. Políticas
públicas e planejamento urbano;
5. Mercado
imobiliário;
6. (des)organização
espacial das cidades;
7. Infra-estrutura
urbana.
Primeiro dia
01: QUALIDADE DE VIDA X PROBLEMAS AMBIENTAIS
URBANOS:O CASO DE NATAL
Ana Carolina da Silva
PET/DGE/UFRN
A qualidade de vida e os problemas ambientais urbanos
estão correlacionados, porque a urbanização é um fato que traz consigo
problemas que tem afetado a vida da população na cidade. Hoje já se sabe que
qualquer alteração no ambiente, reflete numa cadeia de conseqüências. Essas
alterações influenciam na qualidade do meio urbano e conseqüentemente na
qualidade de vida das pessoas. Nesse sentido a pesquisa em desenvolvimento tem
como objetivo analisar a qualidade de vida da população natalense e a
influência dos problemas ambientais urbanos que vem crescendo de forma
acelerada e comprometendo a qualidade de vida da sociedade. Para realizar essa
análise se faz necessário uma pesquisa documental, através de levantamento
bibliográfico, a leitura de jornais, pertinente ao tema e, posteriormente, a
aplicação de questionários que avaliem em que nível os problemas ambientais
urbanos de Natal afetam a qualidade de vida da população. Essa pesquisa é de
grande importância, uma vez que trata de problemas que vem agredindo não
somente o meio natural, como a qualidade de vida da sociedade natalense.
02: PAÇOS CULTURAIS DA CIDADE DO SOL: RELAÇÕES
URBANISMO-LAZER
Juliana Dantas Rocha
Maísa Carvalho de Souza
Comunicação Social/Jornalismo/UFRN
O estudo que segue objetiva apontar espaços culturais
de lazer urbanos da esfera pública e privada da Cidade do Natal, localizada no
Estado do Rio Grande do Norte, conhecida turisticamente por Cidade do Sol. Para
tanto, busca-se entender o papel da urbanização no mundo moderno e a ocorrência
de uma procura por qualidade de vida. Nesse meio, enfocando as relações da
modernidade, de mercado capitalista, bem como a importância de áreas livres,
utiliza-se de uma metodologia de característica exploratória-explicativa,
resultando numa fundamentação teórica composta pelos respectivos tópicos:
Lazer: um direito; Urbanização: um fato; Cidade: turbilhão de complexidades;
Natal: Cidade do Sol; Paços Culturais e Qualidade de Vida. A pesquisa vem a
suscitar, no universo contemporâneo, uma necessidade de se aproveitar de forma
multifacetada e eficaz os espaços destinados ao prazer, produzindo sujeitos
críticos, concebedores do elemento lazer enquanto expoente ímpar à qualidade de
vida. Assim, o lazer desponta reclamando uma prática atrelada à atuação
profissional responsável, livre iniciativa e gratuidade, expoente de espaços
compreendidos como ambientes de relações humanas, nos quais se resguardam
riquezas inestimáveis à história de um povo, pois que remetem formação de
sistemas e modo de viver em sociedade.
03: O LIXO: UMA PROBLEMATICA URBANA AMBIENTAL
DE NATAL
Diego Bezerra Cavalcante
Manassés Silva de Moura
DGE/UFRN
A exemplo das grandes metrópoles e centros regionais,
Natal sofre com graves problemas urbanos ambientais, fruto de uma expansão
urbana rápida que teve seu ápice na década de 40, com o engajamento do Brasil
na segunda guerra mundial, tendo Natal a função de base aérea americana,
abrigando um grande contingente de soldados. Diante desta situação houve a
expansão de bairros (Petrópolis e Tirol) para comportar tal crescimento
populacional, a dinamização da economia natalense e como resultado um maior
consumismo. A partir deste momento a cidade de Natal e sua região metropolitana
vêm crescendo cada vez mais juntamente com a sua população, tendo esta um
aumento considerável, levando em conta o crescimento vegetativo da mesma, a
imigração de estrangeiros e a migração de pessoas de outros estados do Brasil
que optam por morar em Natal e o ciclo turístico que faz com que esta cidade abarque
um grande numero de pessoas na alta estação. Atrelado a este crescimento
populacional, está o aumento desenfreado dos problemas ambientais, sendo os
principais: desmatamento; degradação de áreas verdes e o aumento da
concentração asfaltica e de concreto, culminando com o surgimento de micro
climas; poluição atmosférica; poluição sonora e visual; poluição de mananciais
e lençóis freáticos e o aumento da produção de lixo. Este último desperta
relativa preocupação por estar interligado com a poluição dos mananciais e
lençóis freáticos e pelo seu destino final. O nosso trabalho se propõe a trazer
esta problemática a tona, no que concerne a seu destino final (lixão de Cidade
Nova e aterro sanitário de Ceará-Mirim), as mazelas sociais (com relação as
pessoas que trabalham ou trabalharam no antigo lixão) e apresentação de
possíveis soluções.
04: MEIO AMBIENTE, INTERESSE SOCIAL E
PATRIMÔNIO HISTÓRICO NUMA FRAÇÃO URBANA EM NATAL/ RN
Adriana Carla de Azevedo Borba
PPGAU/UFRN
A pesquisa estuda uma fração do bairro de Cidade Alta
(dentro de área de Preservação Histórica, Proteção Ambiental e Interesse
Social), analisando-a sob o ponto de vista ambiental, confrontando parâmetros
legislativos e a realidade local. Verificou-se se os parâmetros permitiam
análise ambiental e se estavam sendo atendidos. Os parâmetros utilizados foram
o Plano Diretor de Natal, O Código do Meio Ambiente e a Organização Mundial de
Saúde. Na questão de proteção ambiental e de operação urbana, faltam
legislações específicas. O bairro deve seguir as prescrições: área mínima do
lote (125m²); área mínima frente do lote (6m); recuos (frontal: sem; lateral:
1,5m e fundo: 3,0m), gabarito máximo 2 pavimentos; taxa de ocupação máxima
(70%), taxa de impermeabilização máxima (80%). Na fração urbana, temos área
total de 27.724.9m², com 15.576,55m² área construída (56,18%) e 12.148,35 m²
área livre (43,82%). Os lotes têm em média 74,88m²; a maioria possui só recuos
de fundo, e as casas são geminadas; toda a fração possui no máximo 2
pavimentos. Não é permitido o lançamento de esgoto “in natura”; contudo a rede
de esgoto não atende a demanda; e muitas edificações não possuem instalações
sanitárias. É proibida a incineração e a disposição final de lixo a céu aberto,
e seu lançamento em água de superfície ou subterrânea, etc; na prática, o lixo
tem outros destinos. A OMS estabelece 16m² de área verde por habitante. Na
fração estima-se 16,21m² de área verde por pessoa. Um dos principais problemas
identificados para a realização de um diagnóstico preciso é a ausência de
legislações específicas. Há de se registrar o problema do saneamento básico
(69%) no bairro da Cidade Alta, numa área próxima ao rio, mangue, mar, onde
fossas e outros sistemas de descarte de lixo comprometem o subsolo, danificando
fundações do sítio histórico, acelerando a contaminação do lençol freático.
05: O PROCESSO DE SEGREGAÇÃO SOCIOESPACIAL E
QUALIDADE DE VIDA: UM OLHAR SOBRE AS FAVELAS DE NATAL-RN.
Fábio Daniel Pereira Marinho
CNPq/DGE/UFRN
O Processo de industrialização brasileiro, além de provocar
um expressivo crescimento populacional ocasionado pelas migrações campo-cidade,
provoca também importantes mudanças estruturais nos centros urbanos. Tais
mudanças têm contribuído para o desenvolvimento das comunicações e dos
transportes, fato que tem favorecido o fortalecimento da articulação entre as
diversas partes da cidade. Entretanto, essas mudanças não tiveram um alcance
esperado uma vez que se observa problemas de infra-estrutura no interior das
médias e grandes cidades do país. Associado a isso, se percebe uma elevada
especulação imobiliária, tornando o solo urbano uma mercadoria valiosa, fato
que vem resultar na restrição do acesso da classe trabalhadora as áreas dotadas
de equipamentos urbanos. Impedidos de possuir uma moradia digna, a população de
baixa renda tem como saída à moradia em vilas ou favelas desprovidas quase ou
totalmente de infra-estrutura básica. Em Natal a realidade não é diferente.
Assim, a expansão urbana que se verificou no pós Segunda Guerra e vem se
consolidando até o presente, criou espaços vazios para a especulação
imobiliária e a instalação de equipamentos urbanos que beneficiaram apenas uma
certa parcela da população. O resultado foi o surgimento e a expansão do número
de loteamentos clandestinos e de favelas no interior da cidade. Nesse sentido,
por volta de 1975, Natal apresentava cerca de 30 favelas e atualmente, de
acordo com dados da prefeitura, chega a 70, com uma população de
aproximadamente 65.122 pessoas. Para tanto, foi realizado um levantamento
bibliográfico em órgãos oficiais e uma pesquisa de campo com aplicação de
questionários, apresentando como resultado uma releitura do surgimento deste
grave problema habitacional na cidade, além da amostra de dados sobre a
situação sócio-econômica de seus moradores. revelando um espaço urbano que se
tornou através dos anos um palco segregado onde diversos atores sociais
procuram delimitar seus espaços.
06: (RE) ESTRUTURAÇÃO ESPACIAL DO PASSO DA
PÁTRIA: “DE UM ESPAÇO SEGREGADO A UM ESPAÇO URBANIZADO”
João Henrique Gomes da Silva
PET/DGE/UFRN
O Trabalho de pesquisa intitulado: Reestruturação
espacial do Passo da Pátria – Natal/RN: “de um espaço segregado a um espaço
urbanizado”, que encontra-se em andamento, tem como objetivo principal analisar
as modificações que a favela Passo da Pátria – Natal/RN vem passando, a partir
da implementação, através do poder público de um projeto dito de urbanização,
portanto transformando-a “de um espaço segregado para um espaço urbanizado”. Os
problemas socioespaciais de Natal são produtos do acelerado crescimento urbano
que a cidade vem sofrendo nos últimos anos fruto de um sistema econômico que
cada vez mais impõe suas normas sobre o espaço urbano, gerando espaços ditos
urbanizados e segregados. Essa pesquisa pretende verificar que transformações
são essas, se realmente a população está sendo atendida e se essas novas
estruturas estão contribuindo para que a favela se torne urbanizada. Dessa
forma o espaço urbano se torna cada vez mais objeto de contradição,
conseqüência de uma sociedade desigual, no qual nem todos têm direito a um
pedaço de terra na cidade.
07: A GEO-HISTÓRIA DO BAIRRO: O CASO DO ALECRIM
NA CIDADE DE NATAL-RN
Josué Alencar Becerra
PPGe/UFRN
Neste trabalho, pretendemos analisar o presente
através do processo histórico vivenciado pelo bairro do Alecrim, tomando por
mérito a sua forma e conteúdo socioespaciais. Seu objetivo é, especificamente,
demonstrar a importância do bairro, localizado em uma área tradicionalmente
popular de Natal, dentro do contexto de sua evolução urbana, identificando sua
dinâmica socioespacial juntamente com as funções exercidas ao longo da sua
história. A investigação teórica e empírica de sua estratificação na atualidade
tentará explicar o processo de (re)produção socioespacial, tendo por base a recuperação
de alguns processos geo-históricos. Torna-se necessário passearmos em diversas
literaturas que tratem da definição do que seria um bairro, afim também de
obtermos um embasamento teórico suficiente para o estudo que desenvolvemos em
nosso objeto. Alguns elementos constitutivos do bairro Alecrim impulsionaram a
dinâmica do mesmo no decorrer da sua existência como, por exemplo, a
concentração de grandes feiras populares e a instalação da Base Naval de Natal.
Algumas características peculiares ao Alecrim colocam-no com um espaço
diferente dos demais bairros da capital potiguar. A predominância de algumas
características residenciais como a incidência de vilas e a concentração de um
grande e confuso comércio popular distribuído pelas suas ruas, o colocam como
um “hiato” na cidade, cujas características fazem dele um espaço
geograficamente e economicamente importante para a configuração atual da cidade
de Natal. Entendemos que um trabalho que vise analisar o processo de evolução
de qualquer cidade, bairro ou mesmo rua, a partir de sua organização atual é,
por definição, um estudo dinâmico de estrutura urbana, devendo-se atentar para
que o mesmo não se volte para o empirismo de uma mera descrição geográfica,
algo que não pretendemos realizar nesta pesquisa. Esta
discussão está sendo desenvolvida no Programa de Pós-Graduação e Pesquisa em
Geografia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
08: IMPACTOS AMBIENTAIS PROVOCADOS PELO
CEMITÉRIO DO ALECRIM - NATAL/RN.
Iron de Medeiros Bezerra
PET/DGE/UFRN
A pesquisa em desenvolvimento, impactos ambientais
provocados pelo cemitério do Alecrim, Natal/RN, estuda os impactos aos recursos
naturais, e a qualidade de vida da população urbana. Partindo do contexto, que
os cemitérios podem ser uma fonte geradora de impactos ambientais. Podendo
haver a contaminação tanto de águas subterrâneas como de águas superficiais, e
também dos solos. Esta contaminação é ocasionada pela infiltração das águas
pluviais, como um agente de transporte, que em contato com os líquidos da decomposição
dos cadáveres, contaminam os aqüíferos. O cemitério do Alecrim, um dos 8
cemitérios públicos da cidade do Natal, está localizado no Bairro do Alecrim,
um dos bairros mais antigos da cidade, com uma população, segundo o IBGE
(2000), de 32.568 habitantes e uma densidade demográfica de 104,58 habitantes
por quilômetro quadrado. A seguinte pesquisa tem como problema verificar como
esse cemitério afeta o nível de qualidade de vida da população urbana,
estudando a estrutura do cemitério e os impactos ambientais por este provocado.
Para isto será feito uma análise das formas de sepultamento e um diagnóstico
dos impactos ambientais e suas conseqüências na qualidade de vida de população
do bairro, como também da cidade do Natal. Para isso realizar-se-á uma pesquisa
documental, através de levantamento bibliográfico e de leitura de dissertações,
teses, livros, periódicos, jornais e outros, para a compreensão do tema. Será
utilizado entrevistas com os moradores residentes próximos a área de estudo,
com intuito de apreender, através de suas falas, como este afeta a qualidade de
vida da população.
09: INTERVENÇÃO URBANA EM ÁREAS DEGRADADAS
OCUPADAS: LIMITES E POSSIBILIDADES
Carolina Cavalcante
Dulce
Bentes
PPGAU/UFRN
O crescente processo de urbanização de nossas cidades
aliado aos elevados preços praticados no mercado de terras e imobiliário
favoreceu a ocupação, geralmente por parte da população de menor renda, de
áreas ambientalmente frágeis e/ou de proteção ambiental, como dunas, mangues e
leitos de rios, degradando-as. Nesse contexto é que se insere a Comunidade Novo
Horizonte, antiga Favela do Japão, localizada no bairro Quintas (Natal-RN). A
Comunidade ocupa a área correspondente ao vale do Riacho das Quintas e é
considerada Especial de Interesse Social (AEIS) segundo o Plano Diretor de
Natal. Atualmente o Riacho encontra-se canalizado, recebendo esgoto proveniente
de fábricas e hospitais, sendo a água que por ele corre extremamente poluída,
afetando diretamente a saúde da população ribeirinha. Este quadro somado à
presença de residências bem próximas às margens do curso d’água (algumas distam
apenas 3 metros) constitui-se, em linhas gerais, nos principais limites
colocados na elaboração de uma proposta de intervenção urbanística para área. O
trabalho visa, desta maneira, apresentar a Análise Espacial (de morfologia
urbana e parcelamento do solo), o Levantamento de Usos do local pela população,
o estudo da relação entre a comunidade e seu entorno e as Consultas Públicas
como procedimentos metodológicos bem sucedidos na elaboração deste tipo de
proposta, aja visto que o projeto de intervenção a que nos referimos foi
contratado pela Companhia de Águas e Esgotos do Estado do Rio Grande do Norte
(CAERN), que pleiteia sua implantação junto ao Instituto de Desenvolvimento
Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (IDEMA).
10: A ATUAÇÃO POLÍTICA NOS EQUIPAMENTOS E
ESPAÇOS PÚBLICOS DE LAZER: O BAIRRO DE LAGOA NOVA EM QUESTÃO
Gabriela Dalila Bezerra Raulino
DECOM/UFRN
Sara Rebeca Cruz
CEFET-RN
Avaliar a situação do lazer dentro das demais
responsabilidades das políticas públicas sociais foi um dos principais
objetivos do presente trabalho. Para tanto, foram analisados, em de estudo de
caso, os equipamentos e espaços públicos de lazer do bairro de Lagoa Nova, Natal
–RN, considerando aspectos como caracterização, condições e modo de utilização
dos mesmos. A pesquisa, de caráter exploratório e descritivo foi executada
através de consultas bibliográficas, registros fotográficos e aplicação de
entrevistas semi-estruturadas com cerca de 10 atores representantes do bairro.
Os resultados, em dados gerais, mostram que os equipamentos e espaços se
encontram, em sua maioria, em estado “ruim” e “mediano”, e apenas dois em
estado “ótimo”. O que mais chama a atenção é a ausência do poder público nesses
ambientes para implementação de políticas de animação cultural ou conservação.
Dessa forma, há uma tendência à progressiva deteriorização e desvalorização da
“função” e da importância que os equipamentos e espaços públicos de lazer devem
exercer perante um grupo, um conjunto, um bairro, uma cidade, uma sociedade em
geral. Esse é um quadro que deveria ser resolvido, considerando que o lazer
gratuito, “livre” e junto à natureza, quando bem orientado, poderia
proporcionar significativas melhorias na qualidade de vida e tempo livre da
população, principalmente nas áreas mais residenciais por favorecer à maior
interação social. Para isso fazem-se necessárias ações que revitalizem os
espaços e equipamentos públicos de lazer do bairro de Lagoa Nova, incluindo
ainda políticas de animação cultural e, principalmente, o convite à população
para que possa participar desde a elaboração ate a execução e/ou manutenção do
projeto. Planos talvez a longo prazo, mas possíveis de realização.
11: INFLUÊNCIA DA AÇÃO ANTRÓPICA NO PERFIL
PAISAGÍSTICO DO BAIRRO DE FELIPE CAMARÃO – NATAL / RN.
Sandra Maria de Lima Bezerril
PRODEMA/UFRN
Profª Dra. Maria Iracema Bezerra Loiola
CB/UFRN
Profª Dra. Maria do Socorro Costa Martim
DGE/UFRN
A rápida urbanização por qual passou o Brasil, nos
últimos 50 anos, trouxe uma série de problemas relacionados principalmente com
a provisão de habitações para as classes de renda baixa, assim como a qualidade
dos espaços urbanos dessas habitações. Seguindo o modelo de urbanização periférica
predominante no país, a cidade do Natal também apresenta áreas de expansão onde
os processos de segregação social e parcelamento do solo contribuiu
substancialmente para a formação de espaços de pobreza que são denunciados
principalmente pelo número de loteamentos irregulares ou clandestinos. Situado
na zona oeste da cidade, o bairro de Felipe Camarão encontra-se dividido em
dois territórios: Camarão I que ainda abriga remanescentes da antiga comunidade
peixe boi e o Camarão II que é formado pelos conjuntos habitacionais Promorar
Vida Nova e Jardim América. São áreas periféricas que quando loteadas
ofereceram terras mais baratas que foram ocupadas ao longo dos anos de forma
desordenada, ocasionando uma série de alterações no ambiente local traduzidos
principalmente pela falta de estrutura física e pela pressão sobre os recursos
naturais. Entre as inúmeras alterações observadas “in loco”, a análise da
cobertura vegetal sugere modos variados de interferência antrópica responsáveis
por uma cadeia de impactos significativos nas dunas, no mangue e na área
habitada. A dinâmica ocupacional consolidada como conseqüência de todos os
fatores supracitados é um forte indicador da superexploração detectada nas
áreas verdes. Os adensamentos de moradias figuram como elementos da paisagem,
reduzindo o domínio das zonas de proteção ambiental e transformando-as em
pressionados remanescentes que para preocupação das entidades relacionadas à
preservação dos recursos ambientais não são percebidas pela comunidade como bens
coletivos. Deve-se ressaltar que a implantação de estratégias para
transformação do espaço implica na socialização de uma ética, até então,
despercebida pela maioria das pessoas.
12: CRESCIMENTO DESORDENADO DA ZONA NORTE DE
NATAL
Laélio Jorge
da Costa Ferreira de Melo
DGE/UFRN
Maria Lúcia da
Costa
DGE/UFRN
A zona norte é a maior e a mais populosa das quatro
regiões administrativas que formam a capital potiguar. Se fosse desmembrada,
desbancaria o município de Mossoró do título de segunda maior cidade do estado,
devido ao enorme contingente populacional que apresenta. Atualmente, o número
de habitantes da área é estimado em 244.743 habitantes, distribuídos pelos sete
bairros que a compõe: Lagoa Azul, Pajuçara, Potengi, Nossa Senhora da
Apresentação, Redinha, Igapó e Salinas. O território, situado na margem
esquerda do Rio Potengi, equivale a 1/3 da área total do município, concentra
40 % da população total e abriga 33,59 % dos domicílios da cidade. No espaço
compreendido entre 1980 e 2000, a população da zona norte cresceu 500 %, ou
seja, foi multiplicada por cinco durante o período. Localizam-se nessa zona, os
três bairros mais populosos da cidade: Nossa Senhora da Apresentação, Potengi e
Lagoa Azul, sendo este último também, o mais extenso, com uma superfície de
1300 hectares. Os problemas que essa explosão demográfica trouxe para a região
são enormes. A infra-estrutura na grande maioria das localidades é nitidamente
deficitária, os problemas multiplicam-se pelos bairros, sobretudo naqueles onde
o processo predatório de ocupação, ainda é bastante acentuado e as ações
empreendidas pelo poder público estão muito aquém das reais necessidades da
população. Nenhuma outra região da cidade apresenta uma quantidade tão
significativa de loteamentos clandestinos. Estes são compostos por migrantes
oriundos de outras zonas periféricas da cidade e do interior do estado. Surgem
repentinos, ocupando áreas verdes ou de dunas, em locais de difícil acesso,
totalmente desprovidos de infra-estrutura. A ocupação desses espaços e a
conseqüente transformação dos mesmos em ambientes subnormais, são fruto de uma
ocupação que acontece de forma não-planejada e predatória em decorrência da
ineficácia das políticas públicas habitacionais.
Segundo dia
13: O BNH NA ENCRUZILHADA:SOBRE O PAPEL NÃO
REALIZADO DA POLÍTICA HABITACIONAL BRASILEIRA.
Rosaltiva Pereira Dantas
CNPq/DGE/UFRN
As políticas públicas habitacionais, em princípio,
teriam o papel de diminuir o impacto das desigualdades urbanas sobre a vida da
população, por meio de programas e controle de especulação imobiliária, da
melhoria da infra-estrutura e dos serviços urbanos e da provisão de habitações.
A literatura nos mostra que a política habitacional brasileira nunca
desempenhou seu papel adequadamente. Durante o período do BNH (Banco Nacional
da Habitação), de 1964 a 1986, quando mais de 5 milhões de habitações foram
produzidas, muito embora no seu formato original objetivasse apoiar o
atendimento às famílias com renda mensal até 3 salários mínimos, devido aos
vários desvios de seu objetivo original ao longo dos anos, essa política não
obteve o êxito esperado. Segundo Azevedo e Andrade (1982), nos seus primeiros
17 anos de atuação, apenas 35% das unidades financiadas destinaram-se às
famílias com rendimento mensal abaixo de cinco salários mínimos, que era a
faixa de abrangência legal das COHAB’s. Este trabalho tem o objetivo de
analisar a forma de atuação do BNH, com o intuito de explicar os motivos que o
levaram a se desviar de seu formato original.
14: A MORADIA COMO UM FENÔMENO DA EXCLUSÃO
SOCIAL
Geovane de Souza Almeida
CNPq/DGE/UFRN
Quando pensamos em exclusão social e suas
manifestações concretas, inevitavelmente nos remetemos à questão da segregação
espacial, em particular no campo da moradia. A moradia serve indubitavelmente como
figura emblemática e ferramenta de identificação das diferentes classes sociais
que nelas vivem. O acesso à moradia reflete a estrutura econômica e social,
constituindo-se assim, em uma forma fenomenológica da exclusão social. Para um
cidadão ter acesso à moradia, com um mínimo necessário de qualidade, tem,
muitas vezes, de enfrentar barreiras tanto econômicas quanto políticas e
sociais que dificultam ou até mesmo impendem esse acesso. O preço e a
valorização da terra e do imóvel, frutos inclusive da especulação e da ação do
Estado, são fatores determinantes da exclusão social, principalmente no que
tange a moradia. O trabalho tem por objetivo compreender melhor os fatos que
potencializam a exclusão social em função da aquisição da moradia, buscando detectar
no processo de segregação e exclusão habitacional fortes traços da produção,
transformação e valorização do espaço urbano.
15: O ESTATUTO DA CIDADE E CONTRADIÇÕES NO
ESPAÇO URBANO
Autores:
Carlos Henrique de Araújo
DGE/UFRN
Carlos Eduardo de Araújo
DCS/UFRN
Procurando demonstrar os entraves da aplicabilidade
de leis públicas, mais precisamente do Estatuto da Cidade, sobre a realidade
espacial urbana brasileira, este Grupo de trabalho enfatizará o processo de
urbanização que vem ocorrendo de forma desordenada impulsionada pelo
desenvolvimento do capital e a especulação imobiliária acelerada, assim como,
os mais diversos meios de segregação espacial na sociedade urbana no tocante à
qualidade de vida, condições de moradia e de infra-estrutura oferecidas à
população. O Estatuto da Cidade, que entrou em vigor em 2001, propunha através
de leis constitucionais regulamentar a política urbana, delegando aos
municípios e seus Planos Diretores as condições de cumprimento da função
administrativa e social da propriedade e da própria cidade. No entanto, com a
produção e reprodução de aglomerações urbanas proporcionadas pela mundialização
da economia brasileira atual, estas transformaram-se em pólos de atração de
enormes investimentos e, ao mesmo tempo, fez surgir pólos de multiplicação de
pobreza e de graves problemas sociais. Com isso, tornando, de certa forma,
inviável a concretização e aplicação do referido Estatuto e a solução destes
problemas urbanos.
16: CONFLITOS SÓCIO-AMBIENTAIS
Luana Cruz
CNPq/DGE/UFRN
A expansão urbana, não só da cidade de Natal, mais em
quase todo o Brasil, se dá cada vez mais de forma acelerada e desordenada,
agravando a degradação do meio ambiente, a exclusão social e, conseqüentemente,
diminuindo a qualidade de vida nas cidades. O estilo de desenvolvimento do
sistema capitalista faz com que se estabeleça uma relação de exploração do
homem pelo homem e da natureza pelo homem. O acelerado crescimento urbano do
município de Natal é regido pelos interesses imobiliários privados e não pelos interesses
coletivos, marcando historicamente o processo de ocupação do uso do solo em
nossa cidade através da especulação imobiliária. Todavia, o Plano Diretor do
município de Natal, em vigor desde 1994, adota dentre os princípios norteadores
a democratização do acesso à terra e a preservação do patrimônio ambiental como
pontos determinantes. Entretanto, nessas últimas gestões, a prática urbanística
esteve longe das diretrizes do plano. A ineficiência dos dispositivos de
controle do uso e ocupação do solo e a prática de exclusão do mercado de terras
urbanas, contribuem ainda mais para os problemas sócio-ambientais. O Parque das
Dunas, caracterizado pelo Plano Diretor de Natal como patrimônio comum de todos
os riograndenses do norte, se apresenta como palco de conflitos
sócio-ambientais decorrentes de processos de ocupação do solo do tipo favelas e
loteamentos irregulares. Na área do Parque das Dunas que faz divisa com o
bairro de Mãe Luíza existe um conflito histórico quanto à ocupação do solo.
Muitas casas estão em situação irregular, pois foram construídas dentro da área
do parque.Vale salientar que o Plano Diretor da cidade considera o bairro de
Mãe Luíza como Área Especial de Interesse Social (AEIS), que são terrenos
públicos ou privados ocupados por favelas, vilas ou loteamentos irregulares,
onde há o interesse público em se promover a urbanização e regularização
jurídica com normas próprias de uso e ocupação do solo. Está caracterizado o
conflito: de um lado o Parque das Dunas, reserva da biosfera da Mata Atlântica
brasileira e patrimônio ambiental, e do outro a comunidade de Mãe Luíza, Área
Especial de Interesse Social.
17: SQUAT: “UMA CASA OCUPADA, UMA CASA
ENCANTADA”
(a ocupação de casas abandonadas e transformadas em
centros culturais)
Renato Maia
DCS/UFRN
O presente trabalho aborda a polêmica questão das
casas abandonadas que são invadidas e transformadas em centros de cultura
alternativa, os chamados squats. Para isso é focalizada a
problemática da moradia e da especulação imobiliária nos centros urbanos,
enfatizando a falta de planejamento, a expansão capitalista do mercado
imobiliário e a conseqüente exclusão/segregação social. Contrariando essa
lógica de desintegração social surge esse movimento de ocupação urbana. Dentro
desse contexto há uma diferenciação do já tradicional movimento dos sem teto,
pois, ao invés de priorizar a moradia, tráz uma proposta de transformar os
espaços abandonados e “mortos” em casas de cultura, onde a produção realizada
tenciona a ser não elitista, anti-capitalista, libertária, descentralizada e
culturalmente educativa. Nos Squats são realizados diversos tipos
de trabalhos e eventos culturais, tais como: oficinas com temáticas amplas,
capacitação profissional/artística de pessoas carentes da comunidade,
conscientização ambiental, realização de shows, palestras, debates, exibição de
filmes e diversas outras atividades de caráter educativo e de utilidade
pública. É exposto também o surgimento do movimento squat, desde as suas
dificuldades iniciais até a intensificação e a transformação desses espaços em
organizados centros culturais. Ao Pesquisar a atualidade da cena Squatter
constata-se que esse movimento tem sido um referencial para toda uma comunidade
de jovens e também para alguns setores de movimentos sociais, principalmente na
Europa. Pode-se tomar como exemplo a Espanha, onde existem diversos segmentos
sociais envolvidos como ongs, sindicatos, grupos artísticos e até bandas
alternativas compondo temas que enaltecem e incentivam as ocupações. A partir
de um confrontamento com a realidade do Brasil –ainda que a legislação não seja
tão complacente com a invasão de prédios abandonados- foram verificados alguns
registros de ocupações, que ainda resistem como centros de referência cultural
em algumas capitais do país situando-se, principalmente, nas regiões sudeste e
sul. Os squats representam mais do
que uma simples ação de atentado à propriedade privada. Como dizem os próprios squatters
“os centros sociais ocupados,
significam uma alternativa de vida e de produção fora dos tentáculos do
capitalismo”. Num contexto de crescimento desordenado das grandes cidades e
da falta de condições dignas de moradia, a presente pesquisa emerge como uma
busca de respostas para a questão que vem se evidenciando como um dos grandes
problemas da sociedade moderna.
18: AS CONSEQUÊNCIAS DO PROCESSO DE URBANIZAÇÃO
DE BAYEUX –PB
Luís Gustavo de Lima Sales
MCS/UFRN
Ricélia Maria Marinho da Silva
PPGe/UFRN
Este trabalho tem como objeto de estudo a
transformação da natureza e suas conseqüências sociais em um espaço cada vez
mais artificial, fruto da própria história de uma ruptura progressiva que
envolve o homem e seu ambiente. Os problemas causados por essa transformação
chegaram a tal ponto que fizeram com que essa relação entre o homem e a
natureza chamasse a atenção para o uso sustentável dos recursos naturais e para
o estabelecimento de formas não destrutivas ao meio ambiente. O estudo empírico
teve como referência dez aglomerados urbanos, localizados na área de mangue do
município de Bayeux –PB, que surgiram através do processo de urbanização,
vivenciado a partir dos anos 70 pela “Grande João Pessoa” que, nos países do
mundo capitalista subdesenvolvido, como o Brasil, traz no seu bojo uma série de
complicadores sociais e ambientais. O crescimento de assentamentos subnormais,
carentes de infra-estrutura básica; a redução dos ecossistemas pela expansão do
tecido urbano e a subseqüente intensificação do êxodo rural; os desmatamentos
e; a poluição dos mananciais são apenas alguns desses complicadores. Sendo assim,
o objetivo do trabalho foi estudar a relação
sociedade-natureza, particularizando as comunidades que vivem na área de mangue
de Bayeux-PB.
19: LEGISLAÇÃO X REALIDADE UM ESTUDO DE CASO DA
ZONA DE GRANDES EQUIPAMENTOS DA CIDADE DE JOÃO PESSOA
Mariana Fialho Bonates
PPGAU/UFRN
Uma das conseqüências da especulação imobiliária nas
cidades brasileiras foi o deslocamento dos seus moradores dos centros urbanos,
resultando no abandono da função habitacional, assim como a degradação desses
espaços. A cidade de João Pessoa-PB não se diferenciou do panorama nacional,
embora uma pesquisa realizada em 2002, sobre a qualidade de vida no centro
urbano desse município, constatou que o percentual de satisfação declarada é
igual a 91% para a alta renda e 100% para os setores de baixa renda. Nesta área
central, mais especificamente no bairro das Trincheiras, percebe-se uma
transformação no uso do solo na área denominada de Zona de Grandes Equipamentos
(ZGE) através do estabelecimento, pelo próprio poder público, de habitações
multifamiliares destinadas as populações de baixa renda, que contraditoriamente
“desrespeita” o Código de Urbanismo de João Pessoa (1976). Diante do exposto, o
principal objetivo dessa pesquisa consistiu em compreender e identificar essas
transformações e seus fatores causais, contribuindo para a discussão das normas
urbanísticas. A realização deste trabalho foi baseada em uma pesquisa
documental, que utilizou o Código de Urbanismo do município e seu respectivo
Mapa de Zoneamento, integrada com uma pesquisa de campo, que compreendeu um
levantamento fotográfico e observações in
loco. Tal procedimento resultou na caracterização da ZGE e, sobretudo, do
vazio urbano inserido nessa localidade. Assim, evidenciaram-se dois aspectos
essenciais relacionados com a transformação da área estudada e a consolidação
de seu caráter residencial: a nova consciência de habitar os centros urbanos e
as qualidades do seu entorno, como a acessibilidade e infra-estrutura,
favorecendo a habitabilidade daquele espaço urbano. Além disso, a pesquisa
contribuiu em denunciar a utilização inadequada do vazio urbano, que não cumpre
sua função social, apesar de estar situado em uma região privilegiada,
contrariando o que rege o Estatuto da Cidade.
20: A PAISAGEM URBANA NA ÁREA CENTRAL DE
MOSSORÓ – RN: MUDANÇAS E PERMANÊNCIAS
Jamilson Azevedo Soares
DGE/UFRN
A centralidade exercida por uma cidade no contexto
regional em que se situa, torna-se um aspecto fundamental para o seu
crescimento a afirmação do seu papel como núcleo urbano multifuncional.
Consoante com essa realidade, algumas cidades de porte médio da rede urbana
brasileira, vêm passando por processos de mudanças em seu espaço interno, nos
últimos tempos, noatadamente, como reflexo do desenvolvimento de suas economias
e da conseqüente atração de investimentos, recursos e população. Este trabalho
objetiva analisar a dinâmica espacial interna da cidade de Mossoró (RN), a
partir de uma leitura atual da paisagem de sua área central, considerando que
esse espaço da cidade concentra a maior parte dos elementos modernos – produtos
e serviços – introduzidos em seu tecido urbano e que aí passaram a coexistir,
contraditoriamente, com algumas das persistentes rugosidades denunciadoras do
atraso e da exclusão urbana; elementos não contemplados com os benefícios da
economia local em processo de modernização. A pesquisa foi realizada através de
observação da área objeto de estudo e de informações obtidas por meio de
leituras específicas e de entrevistas com pessoas que moram ou trabalham nesse
espaço. Assim, infere-se que a cidade de Mossoró impulsionada por setores da
economia moderna e por algumas realizações do setor público, abriga um conjunto
de atividades terciárias que busca a sintonia com a complexa modernidade
imposta pela economia globalizada, tendo sua área central como lócus
privilegiado de mudanças, mas também de algumas permanências que revelam essa
paisagem como expressão da dinâmica espacial, marcada, sobretudo, pela
existência do moderno e do arcaico.
21: DINÂMICA SOCIOESPACIAL DA FEIRA LIVRE DE
MACAÍBA/RN
Geovany Pachelly
Galdino Dantas
PPGe/UFRN
O presente trabalho objetiva estudar a dinâmica
sócio-espacial da feira livre de Macaíba (pertencente a Região Metropolitana de
Natal) destacando a importância desta atividade comercial para a dinâmica da
cidade e para os diferentes agentes nela inseridos. Realizada semanalmente,
sempre aos sábados, a feira de Macaíba localiza-se nas principais avenidas da
área central da cidade coexistindo com os principais estabelecimentos
comerciais, permitindo, assim, uma maior integração entre os diferentes
segmentos do setor de comércio varejista da cidade. Através de visitas e
observações sistemáticas, constatamos as diferentes formas de uso deste espaço,
sua importância como centro de abastecimento para a população não só da cidade
e da zona rural de Macaíba, mas também, de municípios vizinhos, e como
principal fonte de renda para as centenas de feirantes que semanalmente se
dirigem à cidade para comercializarem seus produtos. Constatamos, também, que a
modernização do setor de comércio e de serviços da cidade tem rebatido na
dinâmica da feira, gerando alguns conflitos entre os feirantes e determinados
segmentos do comércio local, principalmente os supermercados, na medida em que
estes se aproveitam do grande fluxo de pessoas gerado pela feira para
realizarem melhores vendas, “tirando”, assim, a grande maioria dos compradores
da feira.
22: PERFIL SÓCIO-OCUPACIONAL DA REGIÃO
METROPOLITANA DE NATAL
Thiago Tito de Araújo
DGE/UFRN
Maria do Livramento Miranda Clementino
DCS/UFRN
Flávio Henrique Miranda de Araújo Freire
DEST/UFRN
Na década de 70, o elevado crescimento da economia
brasileira, espacialmente concentrado, fez “explodir” as metrópoles nacionais e
ensejou a metropolização de outros importantes centros urbanos. Segundo KNOX e
AGNEW (1994), a área metropolitana corresponde à mancha de ocupação contínua ou
descontínua diretamente polarizada por uma metrópole, onde se realizam as
maiores intensidades de fluxos e as maiores densidades de população e atividades.
O presente trabalho é desenvolvido no âmbito do projeto de pesquisa, “O Mapa
Social da Região Metropolitana de Natal: Desigualdade Social e Governança
Urbana, apoiado pela UFRN/FAPERN/CNPq – Pronex, que se justifica pela
necessidade de um conhecimento científico mais amplo dos impactos da
reestruturação produtiva no contexto da globalização, sobre médias cidades
brasileiras. Estudos realizados sobre o tema, indicam que o processo de
mudanças associado à globalização da economia e à reestruturação produtiva
tende a agudizar diferenciações e desigualdades sociais nas cidades. Desta
forma, este trabalho tem como objetivo estudar a configuração sócio-ocupacional
da RM de Natal e analisar as diferenças sócio-demográficas a partir das
tipologias sócio-ocupacionais. Utilizando os dados censitários de 2000
referentes à ocupação, instrução e renda, foram criadas nove tipologias
sócio-ocupacionais, através de análises de correspondência e cluster, tendo
como base territorial as áreas de expansão demográfica. O espaço metropolitano,
desta forma, foi classificado em áreas caracterizadas por: elite dirigente;
ocupações técnicas administrativas; ocupações manufatureiras e artísticas;
ocupações de escritórios; ocupações rurais; prestação de serviços sociais,
segurança pública e comerciários; trabalhadores domésticos; trabalhadores da
Indústria tradicional e prestadores de serviços; e trabalhadores de atividades
inerentes a Indústria moderna e serviços auxiliares.
23: QUALIDADE DE VIDA E INDICADORES DE
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NA RMNATAL
Zoraide Souza Pessoa
DEST/UFRN e UERN
Este trabalho, parte do pressuposto que a RMNATAL
(Região Metropolitana de Natal) criada em 1997, composta por oito municípios
apresenta diferentes estruturas de população embutidos em territórios com
níveis de desenvolvimento distintos. Polarizada pelo município do Natal (RN),
principal aglomeração urbana do estado, a RMNatal se diferencia do modelo
clássico de metrópole instituídas nos anos 70 no Brasil, mas como estas
apresenta territórios marcados por desigualdades sociais que vem configurando
espaços cada vez mais distintos de morar, trabalhar e estudar, interferindo
assim na dinâmica populacional e no meio ambiente do território metropolitano.
Nesse sentido, o objetivo do trabalho será observar como se configura
espacialmente o território, o meio ambiente e a população da RMNatal a partir
da análise de Indicadores de Desenvolvimento Sustentável. Uma vez que a
dinâmica metropolitana vem interferindo diretamente na constituição de novas
territorialidades marcadas pelas segmentação, segregação e diferenciação social
comprometendo a qualidade de vida da sua população.
24: A “METRÓPOLE” INDÓCIL: DINÂMICAS DE
CRESCIMENTO NA REGIÃO METROPOLITANA DE NATAL
Alexsandro Ferreira Cardoso da Silva
GEPUG/UFRN
Angela Lúcia de Araújo Ferreira
PPGAU/UFRN
A urbanização no Brasil, nas últimas décadas, tem
consolidado redes urbanas que se manifestam não somente pelo aumento do número
de Regiões Metropolitanas como também pelas novas formas de espacialização do
processo. Tais processos, portanto, não podem ser entendidos desvinculados das
dinâmicas não apenas econômicas, mas também sócio-espaciais. Estas dinâmicas
metropolitanas estão diretamente relacionadas com a produção e reprodução do
espaço urbano, atrelado a um ambiente competitivo e marcado pelo afastamento da
regulação do Estado. A atividade turística que se impôs ao Nordeste brasileiro
como um “campo de atração” acabou por direcionar essa produção seja nos
aspectos da formalidade ou informalidade espacial, seja no (re)direcionamento
de políticas públicas. Nesse sentido, alguns questionamentos se impõem: Qual o
impacto desse crescimento metropolitano na estrutura social das cidades? Quais
estruturas físicas e sociais são conformadas? Como se dá relação centro-periferia
nesta última década? Que estruturas econômicas dão suporte a este processo nas
cidades nordestinas? Este trabalho pretende discutir tais questões, observando
e analisando a formação e configuração da Região Metropolitana de Natal,
composta hoje por 08 municípios. Serão objeto de análise as desigualdades
sócio-espaciais sobre os ângulos da organização interna, dinâmica
metropolitana, diferenciações espaciais e segregação sócio-espacial. O
aprofundamento deste estudo se justifica visto que aborda aspectos relevantes
que podem subsidiar o monitoramento das políticas públicas de âmbito regional.
GT-35: ABORDAGEM COLABORATIVA NAS CIÊNCIAS HUMANAS
Coordenadora:
Liomar Costa de Queiroz
E-mail: liomar_costa@hotmail.com
Departamento de Letras
Local: Setor de Aula II, sala A5
Aborda a distinção da pesquisa que envolve o
cotidiano da escola e de outras instituições, considerando a qualificação de
pessoal e visando a maior competência em suas ações e intervenções. O objetivo
é discutir e analisar trabalhos que investigam as práticas sociais que se
efetivam nas instituições educacionais ou não, numa abordagem colaborativa.
Primeiro dia
01. PESQUISAR EM COLABORAÇÃO: POR QUE? PARA
QUE?
Profª Drª Maria Salonilde Ferreira
Departamento de Educação/UFRN
O nosso interesse pela pesquisa colaborativa surgiu
em 1998 quando iniciamos um estudo acerca da formação e desenvolvimento de
conceitos numa escola da rede estadual de ensino com a qual o Departamento de
Educação (DEPED) da UFRN mantém uma parceria desde 1987. O projeto, no qual se
engajaram, além de professores do DEPED, professores de outros Departamentos,
alunos da graduação, da pós-graduação, professores, equipe técnica e alunos da
escola, objetivava elaborar e executar um currículo centrado na elaboração
conceptual. Na busca de abordagens adequadas ao referencial
teórico-metodológico adotado, nos deparamos com a investigação colaborativa.
Esta numa concepção mais abrangente se desenvolve em torno da idéia de pesquisar
“com”, em vez de pesquisar “sobre”, o que implica na proposição de modificar as
relações entre pesquisador e sujeitos pesquisados, particularmente, quando se
trata de investigar a prática pedagógica. Assim, o professor deixa de ser
objeto de investigação e sua prática algo a ser avaliado, para tornar-se
partícipe com quem se passa a analisar reflexivamente a ação pedagógica, sendo
sua participação considerada uma contribuição essencial tanto ao
desenvolvimento de conhecimentos ligados à prática, como à própria prática.
Isso fez com que se evidenciassem dois ângulos a partir dos quais se justifica
a pertinência dessa modalidade de pesquisa em educação. Por um lado, propiciar
o desenvolvimento profissional à medida que encoraja o professor a refletir de
forma colaborativa num processo de reflexão-ação-relfexão; por outro lado,
possibilitar a construção de saberes tornando-se, ao mesmo tempo, uma atividade
de produção de conhecimento e de formação profissional.
02. CÍRCULOS REFLEXIVOS DE ESTUDO: uma
construção colaborativa.
Ms Jacy Cavalcanti das Neves
Departamento de Educação/UFRN
O trabalho aqui apresentado analisa a prática de
sessões de estudo aqui denominada “Ciclos Reflexivos de Estudo”, enquanto
estratégia de fundamentação teórico-metodológica. Nesse caso específico, dos
professores que se constituem colaboradores do projeto de pesquisa “Conhecendo
e Construindo a Prática Pedagógica”, que se insere na base de pesquisa
Currículos, Saberes e Práticas Educacionais do Núcleo de Estudos e Pesquisa em
Ensino e Formação Docente do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFRN. O
Projeto tem como orientação teórico-metodológica os fundamentos do materialismo
histórico-dialético, enquanto método lógico de análise dos fenômenos. Como
abordagem de pesquisa, optamos pela investigação colaborativa por considerá-la
mais apropriada à consecução dos objetivos que nos propomos atingir, em
particular, a apreensão do significado científico dos conceitos que compõem os
conhecimentos curriculares; compreender os processo psíquicos implicados na
elaboração e internalização de conceitos; ter domínio de procedimentos
pedagógicos que favoreçam sua elaboração e internalização mediando-as, de forma
consciente e planejada, assim como dos processos psíquicos e habilidades
intelectuais e sócio-afetivas com vistas à formação de atitudes inerentes ao
exercício da cidadania. Assim, o projeto de pesquisa se desenvolve sob um duplo
caráter: investigação da mediação pedagógica e a construção do conhecimento. Os
Ciclos analisam, nessa etapa do trabalho, os atributos essenciais dos conceitos
que compõem a teoria, segundo a qual uma investigação pode ser considerada
colaborativa, a partir do desenvolvimento do conceito de investigação
colaborativa, colaboração e reflexibilidade.
03. OFICINAS PEDAGÓGICAS NA PESQUISA
COLABORATIVA
Profª Drª Liomar Costa de Queiroz
Departamento de Letras/UFRN
A Pesquisa Colaborativa tem como uma de suas
estratégias metodológicas as Oficinas Pedagógicas que significam “Fabricar
conhecimentos a partir de situações vivenciadas pelos participantes
individualmente. Produzir coletivamente conhecimentos que possibilitem
aprofundar a reflexão sobre a educação, a escola e a prática que nela se
efetiva.” (FERREIRA, 2001, p. 9). Essas Oficinas têm como objetivo refletir, de
maneira teórico-prática, a produção de conhecimentos. No contexto da nossa Base
de Pesquisa: Currículos, Saberes e Práticas Educacionais e do nosso Projeto de
Pesquisa: A formação lingüística das professoras do Ciclo Básico do Ensino
Fundamental, desenvolveremos a Oficina Seqüências Textuais: narrativas e
descritivas, por intermédio da associação da prática de produção e compreensão
de textos nessas seqüências, no intuito de subsidiar o relato de experiências
nas outras Oficinas do nosso grupo de pesquisa. A clientela será formada por
professores de 1º a 4º níveis da Rede Pública Estadual e/ou Municipal, com
sessões reflexivas no Campus Universitário/UFRN/Natal para que possamos reunir
os professores de mais de um estabelecimento. Como Situação Motivadora, teremos
a narrativa de um fato qualquer, a critério de cada professor e,
posteriormente, um diagnóstico escrito sobre dados de identificação sobre as
suas práticas pedagógicas e conceitos de textos, entre eles os de narração e
descrição. Já a Situação de Sistematização corresponderá à leitura e discussão
de textos teóricos que darão embasamento quanto ao tema proposto. A Situação
Avaliativa constará da análise, pelos próprios professores e pela professora,
da produção textual realizada, após nova aplicação do diagnóstico inicial para
posterior análise comparativa.
04. O ATO DE CONTAR HISTÓRIAS – POR QUE O ALUNO
SE DISPERSA QUANDO SEU OUVINTE É O PAPEL?
Leonardo Mendes Álvares
Bolsista de Iniciação científica/PIBIC/CNPq
Orientadora: Profª Drª Liomar da Costa Queiroz
Departamento de Letras/UFRN
Este estudo inscreve-se numa pesquisa mais ampla – A
formação lingüística dos professores do ciclo básico do ensino fundamental
– que objetiva estudar a produção escrita das seqüências textuais descritiva e
narrativa; identificar as relações entre o domínio, pelos professores, de
conceitos e caracterização adequados quanto às referidas seqüências textuais e
a produção textual dos alunos, e; desenvolver, juntamente com os professores,
estratégias pedagógicas que possibilitem a elaboração mais efetiva dessas
seqüências, como também analisar a interferência da atenção na produção desses
textos e a postura dos professores no processo dialógico da sala de aula. O
interesse centra-se nos problemas do ensino-aprendizagem dessas seqüências nos
ciclos iniciais do ensino fundamental e na relação deles com os componentes
psíquicos imbricados no ato de aprender, principalmente a atenção. Enfoque
escolhido pelo fato de serem esses os textos mais usados nesse nível de
escolaridade e pela observação das dificuldades apresentadas pelos professores
no ensino sistemático da produção textual. O suporte teórico do trabalho
privilegia a Lingüística textual e a abordagem sócio-histórica, dos
estudos relativos à aprendizagem, para desenvolver o psico-social do indivíduo.
A abordagem metodológica segue a orientação da base de pesquisa em seu
conjunto. Uma pesquisa colaborativa em que são utilizados processos interativos
de reflexão e colaboração, o que caracteriza o estudo como processo
colaborativo de ação/reflexão/ação, no qual as ações individuais e grupais se
intercambiam num movimento contínuo de construção/desconstrução/reconstrução de
saberes, de habilidades e práticas, envolvendo professores e alunos, implicando
observações em sala de aula, durante as quais serão feitos registros em fitas
de áudio e de vídeo, anotações num caderno de campo, além de narrativas
orais e escritas. A análise se efetivará via sessões de reflexão, que se
orientarão por categorias elaboradas, a partir das necessidades apontadas pelos
integrantes do trabalho, bem como pelo referencial teórico-metodológico que
sustenta a investigação.
05. CONSTRUINDO EM GRUPO: A busca de teorização
das práticas pedagógicas
Maria de Lourdes Gabriel Ferreira Soares
E.E. Berilo
Wanderley- Natal/RN
Este trabalho surgiu da
descoberta dos saberes e não saberes dos processos ensino-aprendizagem dos
professores. A questão geral desta
pesquisa é a formação do professor, como profissional consciente do seu papel
de mediador e autônomo de suas práticas pedagógicas em suas intervenções de
forma significativas no processo de ensino-aprendizagem para a construção de
conceitos escolares, atitudes, procedimentos e valores na criança dos anos
iniciais. A formação de conceitos escolares é dificultada, na maioria das
vezes, porque professores(as) desconhecem como se dá o processo de apropriação
de conceitos na mente da criança e que um dos meios de tal apropriação é o
desenvolvimento dos procedimentos do pensamento lógico para desenvolver as
funções mentais para que possam ampliar os processos psíquicos da volição, da
análise, da abstração e da generalização. Os partícipes desta
pesquisa são cinco professores de uma escola pública estadual do Ensino Fundamental,
especificamente, o primeiro e segundo ciclo do município de Natal. O referencial teórico é o
sócio-histórico, em especial as pesquisas de Vygotsky e continuadores. A
metodologia está respaldada nas pesquisas de Arnal et al. com a investigação
colaborativa. Sendo assim, esta pesquisa tem como concretude o
planejamento, a elaboração do plano, tendo como norteador a proposta curricular
da escola, as experiências, os registros dos resultados desenvolvidos em sala
de aula, as análises da prática pedagógica e as análises realizadas pelos
integrantes da Base de Pesquisa Currículos, Saberes e Práticas Educacionais do
Departamento de Educação/UFRN.
Segundo dia
06. O ENSINO DA GEOGRAFIA E A INVESTIGAÇÃO
COLABORATIVA
Prof. Dr. Francisco Cláudio Soares Júnior
Departamento de Educação/UFRN
A pesquisa tem como objeto de estudo a formação
continuada do professor da rede pública que exerce ofício docente nas séries
iniciais da escola fundamental. Objetivamos refletir sobre a conexão entre
Geografia escolar, Currículo e Memória, no contexto das experiências de
formação como subjacentes às orientações teórico-metodológicas que o professor
produz no lugar sala de aula e fora dela. Utilizamo-nos da investigação
qualitativa do tipo colaborativa através da investigação autobiográfica como
técnica de abordagem que favorece o redimensionamento da trajetória de vida
escolar, profissional e pessoal do professor, possibilitando-o articular sua
história passada com sua história presente, ao produzir descrições e reflexões
sobre suas memórias. Assim, o presente estudo permite o estabelecimento de
novas leituras acerca dos horizontes de ensino e de aprender os conhecimentos
geográficos e a construção de práticas curriculares progressistas, à luz da
concepção sócio-histórica e da concepção crítico-reflexiva da Geografia.
07. A PESQUISA COLABORATIVA: instituindo
espaços colaborativos na ressignificação do conceito de território com os
professores do ensino fundamental.
Francisco Vitorino de Andrade Júnior
Mestrando do PPGED/UFRN
Apoio CAPES
Prof. Dr. Francisco Cláudio Soares Júnior
Departamento de Educação/UFRN
Este trabalho objetivou apreender o grau de
conceitualização dos professores acerca do conceito de território e intervir
com situações de reflexões críticas para acompanhar e analisar o processo de
elaboração do conceito de território dos professores das 3ª e 4ª séries do
ensino fundamental. Para tanto, propusemos uma intervenção com os professores
no intuito de possibilitar a ressignificação dos seus conhecimentos e
construção do referido conceito na área da Geografia. A pesquisa foi realizada
em uma escola pública municipal de Ceará Mirim/RN, com a colaboração de seis
(6) professores, os quais lecionavam nas 3ª e 4ª séries do ensino fundamental.
Os aportes teórico-metodológicos que norteiam este trabalho de pesquisa são os
estudos de Vigotski sobre o processo de formação e desenvolvimento de
conceitos, a metodologia qualitativa do tipo colaborativa e a concepção crítica
da Geografia. As análises dos “extrait” dos conhecimentos prévios dos
professores evidenciaram que se encontravam em grau de conceitualização dos
pseudoconceitos atrelados a dimensões do campo perceptível e norteados pelas
concepções tradicional, humanística e cultural da Geografia (positivismo e
fenomenologia) restringindo o significado de território ao Estado-Nação ou ao
lugar de moradia dos homens. Isso explicitou a necessidade de desencadear um
processo de intervenção através de situações sociais e deliberadas de
aprendizagem que se constituiu através das sessões reflexivas realizadas com os
professores-colaboradores. Diante da nossa intervenção no processo de
elaboração conceptual, que se efetivou através das sessões reflexivas, ficou
evidente, a cada momento, que os significados de território dos professores
adquiriram graus mais elevados de generalidades. Assim, eles passaram a
elaborar abstrações por meio de análises e sínteses que permitiram identificar
aspectos (conceitos-atributo – relações sociais, relações de poder e
delimitação física) essenciais a apreensão do conceito em foco.
08.
A INVESTIGAÇÃO COLABORATIVA E O USO DO VÍDEO TAPE
Olivette Rufino Birges Prado Aguiar
Doutoranda do PPGED/UFRN
Apoio CAPES
Profª Drª Maria Salonilde Ferreira
Departamento de Educação/UFRN
A investigação colaborativa que orienta o presente
estudo tem como finalidade mais importante a criação de situações propiciadoras
de reflexão sistemática sobre a prática pedagógica desenvolvida por um grupo de
professoras da Educação Infantil do município de Ipiranga-PI, no sentido de
ressignificá-la. O grupo formado por treze professoras, dentre as quais me
incluo, partiu do entendimento de que refletir em colaboração é um meio
privilegiado de aprendizagem, na medida em que utilizamos a crítica para
orientar as ações, de forma que estas se convertam em práxis consciente,
transformada e ressignificada subjetivamente, a partir de situações objetivas.
Para isso, nos respaldamos nos pressupostos teórico-metodológicos da abordagem
sócio-histórica e nos argumentos de Magalhães (2002) e Altet (2001), que nos
esclarecem, por meio de suas pesquisas, que a utilização do vídeo tape nos
processos formativos possibilita analisar com maior profundidade as próprias
práticas, na medida em que fornece uma maior quantidade de informações sobre as
ações desenvolvidas. Nessa perspectiva, a gravação do ato de ensinar, em situações
de "aula propriamente dita" ou parte dela, nos processos de
investigação educativa, tem constituído, principalmente nas últimas décadas uma
ferramenta bastante importante. Estamos compreendendo como Ibiapina (2004), que
a maneira como o professor desenvolve a ação educativa, devidamente registrada,
pode constituir, uma ferramenta possibilitadora de questionamentos e
esclarecimentos, na medida em que sugere e contrapõe o professor face-a- face
com a maneira pela qual ele desenvolve seu ofício.
09. A
OBSERVAÇÃO COLABORATIVA NA PESQUISA
Neide Cavalcante
Guedes
Doutoranda do
PPGED/UFRN
Apoio CAPES
Profª Drª Márcia
Maria Gurgel Ribeiro
Departamento de
Educação/UFRN
O presente recorte é
parte da tese de doutorado, em andamento, intitulada "O Saber e o Fazer do
professor formador com base na reflexão de sua prática cotidiana". Nele
busca-se reconstruir a atividade docente na Universidade, enquanto prática
formativa, com vistas a torná-la mais eficiente. O estudo está fundamentado nos
pressupostos teórico-metodológicos da teoria sócio-histórica e da pesquisa-ação
por considerar-se ser esta a maneira mais adequada para analisar a prática
cotidiana dos professore. O grupo participante é composto de seis professores
formadores do Curso de Pedagogia da Universidade Federal do Piauí. A relevância
conferida ao estudo está em oferecer elementos para se refletir criticamente
com os participantes, tendo como suporte a observação de suas práticas
cotidianas, além da possibilidade que estes terão, a partir das discussões, de
redimensionar essas mesmas práticas. A observação participante neste estudo,
torna-se um procedimento eficaz na condução da pesquisa devido a oportunidade
de descrever o contexto observado no qual o observador procura interpretar os
resultados com ajuda do observado, que é solicitado a retomar os momentos
vividos pelo observador, tendo a oportunidade de manifestar-se por meio da
reflexão longe do contexto observado. De acordo com Paiva (2002), este modelo
de observação se constitui em um ciclo composto de três fases: pré-intervenção,
intervenção e pós-intervenção. O estudo aponta para a possibilidade de
confrontar, de forma sistemática e organizada, o saber prático dos professores
amparado no saber teórico por eles construído ao longo do processo de formação.
10. A ABORDAGEM COLABORATIVA E O PROCESSO DE
(RE)CONSTRUÇÃO IMAGÉTICA DA CRIANÇA
Evanir de Oliveira Pinheiro
Mestranda do PPGED/UFRN
Orientadora Profª. Drª Márcia Maria Gurgel Ribeiro
Departamento de
Educação/UFRN
Co-orientador: Profº Drº Jefferson Fernandes Alves
Departamento de
Educação/UFRN
Este trabalho enfoca a adoção metodológica da
pesquisa colaborativa como norteadora da investigação de mestrado (PPGED/UFRN)
“A dimensão social do desenho: um estudo das interações no processo de
construção imagética da criança no Ensino Fundamental”, realizada em uma turma
de crianças de 8 a 9 anos da Escola Municipal Emília Ramos (Natal/RN). A
proposta de estudar as interações no processo de produção do desenho das
crianças, dentro de um contexto real de ensino-aprendizagem, direcionou a
pesquisa a partir dos pressupostos da investigação colaborativa, permitindo um
processo de construção conjunto e democrático, e do diálogo com os
interlocutores, considerando-os partícipes da pesquisa em questão. A metodologia
colaborativa por configurar-se em um espaço compartilhado, entra em consonância
com os postulados da teoria sócio-histórica, uma vez que as interações
colaborativas possibilitam uma construção reflexiva e conjunta do conhecimento.
Um dos procedimentos utilizados para a efetivação dessa reflexividade foi a
sessão reflexiva em que as atividades de aprendizagem, gravadas em áudio e em
vídeo, mediavam as sessões reflexivas envolvendo as professoras e as crianças,
convertendo-se, simultaneamente, em uma instância metodológica da pesquisa e um
contexto pedagógico da prática docente. Nesse sentido, realçaremos esse caráter
dúplice da sessão reflexiva no processo de (re)significação do desenho escolar
das crianças.
GT-36:
MÍDIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE
Coordenadores:
Maria das Graças
Pinto Coelho
Departamento de
Comunicação
E-mail: gpcoelho@ufrnet.br
Kênia Beatriz
Ferreira Maia
Departamento de
Comunicação
E-mail: keniamaia@cchla.ufrn.br
Local: Setor de Aula
V, sala G1
Trabalhos em que se articulam
análises de processos e produtos culturais e midiáticos. Mídia, formas
simbólicas, produção de sentido e relações de poder e vínculos sociais nas
sociedades contemporâneas. Escolas teóricas, tendências, aparatos conceituais e
elementos epistemológicos da Comunicação Social. Formação da cultura
tecnológica e representações sociais no campo midiático.
01: Comunicação, Novas
Tecnologias e Televisão
Daniela Costa Ribeiro
Atualmente, as formas
de comunicação de massa estão baseadas principalmente em tecnologias digitais.
Isso se deve as facilidades de operação e uso desse padrão de processamento de
informação, bem como a redução dos custos das tecnologias digitais ao longo das
últimas décadas. Com o aumento dos usuários da Internet, bem como a melhoria da
qualidade da sua infra-estrutura de comunicação, novas aplicações foram
possibilitadas nessa rede. Verifica-se assim que a infra-estrutura Internet
encontra-se em um novo estágio de desenvolvimento, onde a integração de mídias
de voz, vídeo e dados fundamenta novos serviços de comunicação aos seus
usuários. Dessa forma, comunicações interativas e em tempo real implicam em
novos padrões de comunicação de massa, alterando a forma como as informações
são obtidas e processadas pela sociedade. A exemplo da obra de F. CAPRA,
estudos anteriores já abordaram o impacto dessas novas tecnologias à partir da
análise dos aspectos econômicos, políticos, sócio-culturais e ecológicos,
levantada Porém, encontramos um número reduzido de estudos que tratam
especificamente dos impactos causados por essas novas tecnologias de
comunicação interativa no modo de se fazer televisão atualmente. Em emissoras
de televisão tradicionais, soluções interativas e sob demanda podem ser
utilizadas, fornecendo serviços inovadores a esse setor de comunicação. É
exatamente sobre esse aspecto que este artigo argumenta. As novas tecnologias
de comunicação multimídia não só agregam serviços inovadores ao modo de ser
fazer televisão atualmente, como também fortalecem pequenas emissoras de TV,
com a redução de custos de operação e a possibilidade de fornecimento de novos
serviços aos seus usuários. O artigo está organizado em quatro seções que
contém a explanação teórica sobre o assunto e descreve as perspectivas do
emprego do novo paradigma de comunicação abordado na televisão. Por fim, são
apresentadas as conclusões deste artigo.
02: Reflexões sobre os
estudos de recepção: a relação da mídia dentro da sociedade contemporânea
Denise Cortez da
Silva Accioly
Trata-se de uma
reflexão sobre os estudos os estudos de recepção, tendo como foco os produtos
midiáticos inseridos na sociedade atual. O estudo da recepção busca construir
uma análise integral do consumo entendido como o conjunto dos processos sociais
de apropriação dos produtos, inclusive os simbólicos. O espaço para reflexão
sobre o consumo desloca-se para a área das práticas cotidianas. Daí decorre uma
nova concepção de leitura que oferece um espaço de negociação de sentidos entre
o emissor e o receptor. A recepção é um conceito fundamental na obra de
Martín-Barbero. Com ele inaugura-se uma linha teórica que vai constituir a mais
original contribuição latino-americana para o estudo da comunicação. O receptor
não é um sujeito passivo que recebe as informações de maneira estática, mas é
um sujeito dinâmico, questionador e criativo, cuja iniciativa está marcada pela
complexidade da vida cotidiana, que vai proporcionar-lhe a produção de sentidos
na relação com os meios. Enquanto as teorias críticas destacam o caráter
despolitizado e sem significação da vida cotidiana, por não estar inscrito
diretamente na estrutura de produção, Martín-Barbero enfatiza a importância da
vida cotidiana como possibilidade de uma nova leitura dos meios.
03: Ler televisão em
Sergipe: um estudo das contribuições do curso TV na escola e os desafios de
hoje na fundamentação das formas de uso e
leitura da televisão
Florisvaldo Silva Rocha
Poder fazer uma leitura
crítica da televisão, conhecendo as suas estratégias de ação e (re)produção é
urgente no mundo de hoje. Nesse sentido, várias iniciativas vem sendo
operacionalizadas no Brasil, dentre elas o Curso TV na Escola e os Desafios de
Hoje, que surge em outubro de 2000 na tentativa de cumprir a tarefa,
específica, de capacitar os profissionais de educação das instituições públicas
de ensino do Brasil, a uma leitura crítica da televisão e, conseqüentemente,
contribuir para a formação de consciência crítica da sociedade sobre as novas
tecnologias e sua relação com a educação. Passados quase 5 (cinco) anos de sua
implantação, esta pesquisa, com base na abordagem qualitativa, através de
entrevistas semi-estruturadas, tem como objetivo geral, conhecer e analisar as
contribuições deste curso, na fundamentação das atuais formas de uso e de
leitura da televisão dos professores do ensino fundamental e médio das escolas
públicas do estado de Sergipe, onde ele foi desenvolvido até o ano de 2004 e
envolveu, nas 4 (quatro) edições, um total de 1099 (mil e noventa e nove)
cursistas. Apoio financeiro CAPES.
04: Redes de Educação
Ambiental: Uma proposta pedagógica para um mundo entrelaçado
Néri Andréia
Olabarriaga Carvalho
As Redes de Educação
Ambiental - EA, especialmente as eletrônicas, apesar de ainda virgens em nossa cultura,
têm se multiplicado e causado impactos significativos na mobilização e na
difusão de informações. Quando se fala em Rede, se pode ter um amplo conjunto
de símbolos, imagens e conceitos em uma enorme teia que perpassa os movimentos
sociais, pautados em princípios que contribuem para a emergência do indivíduo cidadão. Elas cristalizam
narrativas da nação, origens e tradições, com o objetivo de trazer reflexões
que levem o indivíduo, singular ou coletivo, ao enriquecimento cultural, à
qualidade de vida e à preocupação com o equilíbrio ambiental. Educam para a
diversidade, para a sustentabilidade e lançam sobre o indivíduo uma visão de
mundo melhor. Com este pano de fundo, o presente
trabalho tem como núcleo central investigar as narrativas que sustentam,
estruturam e conectam o diálogo dos grupos pertencentes à Rede de EA e com a
Rede (Internet), sob a mediação organizacional das Redes de EA. Abordaremos as
relações sociais e individuais durante encontros presenciais e virtuais,
objetivando verificar a dimensão pedagógica dessas Redes. A estratégia
metodológica adotada reflete e recorta o objeto em: 1) REARN- Rede de EA do Rio
Grande do Norte, por estar em fase de implementação; 2) REA/PB – Rede de EA da
Paraíba, por obter resultados e experiências significativa; 3) REBEA – Rede
Brasileira de EA, por ser a mais antiga em formação. Como referencial
teórico-metodológico, de forma a validar os referidos dados e consolidar o
estudo, utilizaremos inicialmente a análise documental das principais fontes
que norteiam o interesse das problemáticas ambientais, a pesquisa é
exploratória e se apóia na Teoria da Comunicação e das Representações Sociais e
em uma releitura de Paulo Freire.
05: Mídia-Alerta: Um
monitoramento da mídia impressa local quanto à cobertura diária em Educação e
Saúde
Márcia Cristina
Ferreira de Azevedo Silva
O trabalho em questão é
resultado dos estudos realizados dentro da linha de pesquisa Processos Socioculturais e de Significação,
do projeto Mídia-Alerta, desenvolvido
na base de pesquisa Grupos de Estudo de
Mídia, do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte. O objetivo de sua elaboração é a demonstração da apuração
jornalística impressa local realizada sobre os temas relacionados às políticas
públicas na área de Educação. A pesquisa tem como foco o monitoramento dos
processos que compõem a notícia, desde a escolha dos assuntos abordados,
passando pela eleição das fontes existentes na construção do discurso, as
características de edição, bem como o desdobramento dos fatos ao longo dos
periódicos. Todo esse processo se justifica à medida que o jornalismo,
considerado uma prática de interesse e importância social, deve atender às
necessidades e expectativas da sociedade, que tem como direito a informação de
qualidade. O material que serve como suporte de análise vem sendo extraído
diariamente dos periódicos Diário de
Natal e Tribuna do Norte, de
setembro de 2004 a junho de 2005, através de clipping. Análises de caráter quantitativo são executadas,
levando-se em consideração o espaço concedido pelos meios impressos à área da
Educação. Esse material dará respaldo à análise qualitativa, no qual se inclui
a análise de discurso. Linha editorial, posicionamento dos meios em questão
mediante os fatos abordados, encadeamento dos fatos ao decorrer do texto, vozes
do discurso e desdobramento dos acontecimentos expostos são os elementos que
norteiam essa fase do trabalho. A partir dos dados obtidos, que serão
trabalhados por meio de investigação e embasamento teórico, será possível
estabelecer a relação entre a ação da mídia impressa local e a importância
destinada por ela ao tema tratado neste trabalho.
06: Representações
sociais na Televisão Ponta Negra: Uma amostra do jornalismo tendencioso.
Vinícius Felipe da
Silva
No jornalismo, mesmo quando
se espera alcançar a objetividade, estamos vinculados a experiências pessoais e
assim não podemos ser totalmente imparciais. Porém, uma premissa do jornalismo
é exatamente essa pretensa objetividade. Mas o que deve ser feito para evitar
que os profissionais, que deveriam fiscalizar os erros recorrentes da
sociedade, se deixem levar pelo interesse político dos donos das concessões de
TV? Longe de ser uma solução concreta para esta pergunta, espera-se desenvolver
com este trabalho uma análise crítica sobre o conteúdo jornalístico da
Televisão Ponta Negra. Acredita-se que a partir do momento que a sociedade
reflete a respeito dos bens simbólicos que consume, uma mudança em sua relação
com os meios eletrônicos se aproxima. A intenção é levantar como é feito o
discurso a favor da Vice-prefeita de Natal, a jornalista Micarla de Sousa,
presidente do sistema Ponta Negra de Comunicação, nos telejornais Patrulha
Policial, 60 Minutos e Jornal do dia (1ª edição). O olhar semiótico sobre as
imagens das reportagens, bem como sobre as expressões lingüísticas e visuais
dos repórteres e apresentadores dos principais jornais da emissora, foi levado,
em consideração. Particularmente as Representações Sociais da Psicologia Social
foram as mais notáveis formas de posicionamento político-partidário adotados
pela TV Ponta Negra. Por meio dessas, foi possível perceber como os aliados de
Micarla eram apresentados de modo a convencer os eleitores que eles são os
heróis contra os maus políticos. Enquanto a oposição era caracterizada como
confusa, ou mesmo desorientada. Provavelmente esse painel foi construído uma
vez que o governo estadual é aliado político da jornalista e o maior anunciante
da emissora. No trabalho se explica conceitos de comunicação, jornalismo e
representações sociais, antes de serem revelados a forma e os resultados da
pesquisa.
07: Imagem das pessoas e
divulgação de informações falsas no jornalismo local
Lady Dayana Silva de
Oliveira
A cobertura da imprensa
em todas as notícias, sejam as que tratem de fatos cotidianos ou que tomam
grandes proporções e envolvem personalidades, pressupõe a apuração detalhada
das informações. Essa é uma etapa necessária e muito importante do trabalho
jornalístico que evita o desencadeamento de escândalos que comprometam a imagem
das pessoas envolvidas. O trabalho proposto pretende produzir um estudo do caso
ocorrido em 2004 sobre algumas conseqüências da divulgação de informações
incorretas ou falsas no jornalismo local a partir da análise do jornal impresso
Jornal de Natal, sobre os fatores
contribuem para essa falha e como contribuem, e propor uma reflexão sobre o uso
da ética no jornalismo. Alguns exemplos nacionais, como o caso da Escola Base
que arruinou a vida dos seus proprietários ou, mais recentemente, a polêmica
que envolveu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, causada por uma matéria
publicada em 2004 no jornal The New York
Times, sobre a relação do presidente com a bebida alcoólica, são resultados
de uma prática jornalística que deixa de lado a pesquisa e a apuração, por
interesse ou mesmo falta de organização.
08: LINGUAGEM MÍDIÁTICA
E EDUCAÇÃO INFANTIL: ACENANDO POSSIBILIDADES
Sandro da Silva
Cordeiro
Maria das Graças
Pinto Coelho
Nas últimas décadas
tornou-se evidente no âmbito da Educação Infantil a necessidade do contato
infantil com as várias linguagens desenvolvidas pela espécie humana, com vistas
a propiciar um desenvolvimento integral desses indivíduos. Essa medida serviria
para compreender com maior acuidade a realidade circundante e ampliar o leque
de conhecimentos e experiências infantis, conforme as novas demandas impostas
pelo mundo contemporâneo.Tais linguagens são evidenciadas a partir de diversas
modalidades que não estão limitadas apenas as tradicionais fala e escrita.
Gestos, pinturas, músicas, desenhos, mídias são apenas alguns exemplos de
portadores de linguagens utilizados com diversas finalidades. Dentre as
demonstrações levantadas convém destacar as mídias e, em especial, a
televisual, pois agregam em sua constituição diversos elementos que estabelecem
a comunicação. O contato e a compreensão dessas várias expressões da
comunicação humana permitirá a criança ampliar suas formas de atuação em seu
contexto sócio-cultural, com possibilidades de transformação desse lócus, mediante a edificação de
significados para suas experiências. Dentro desta ampla discussão, podemos
levar em consideração o fato deste contato com o conteúdo televisivo ocorrer
desde cedo. Segundo estudos realizados por Pfromm Netto (1998), as crianças têm
interesse pela televisão a partir dos seis meses de vida, passando a assistir
com maior regularidade a programação por volta dos dois ou três anos de idade.
Considerando a urgência no desenvolvimento dessas habilidades pela criança,
contemplaremos neste trabalho a linguagem televisual e suas infinitas
possibilidades de acesso à informação com perspectivas para a construção do
conhecimento em solo educativo, vislumbrando a proposição de um trabalho
pedagógico no interior da Educação Infantil. Situaremos esta perspectiva de
intervenção nos meandros da cidadania cultural, instância capaz de fornecer as
respostas para uma educação que entenda as necessidades do sujeito em sua
totalidade, primando pelo contato consciente com os agentes promotores de
cultura.
09. Sujeitos Ocultos: O
(não)aparecimento do prefeito Carlos Eduardo Alves e colaboradores no
noticiário do jornal Tribuna do Norte sobre
o acidente na Escola Municipal Marise Paiva
Enoleide Farias
O grau de
noticiabilidade de um fato pode ser a garantia de sua divulgação na mídia, ou,
senão, uma manipulação dos fatos objetivando influenciar a audiência. O papel
da mídia em influenciar pessoas sobre aquilo que pensam e conversam é apontado
por teóricos da comunicação e, cientes dessa possibilidade é que, os editores
decidem suas pautas diárias, nessa ou naquela intenção. O trabalho analisa a
cobertura do jornal Tribuna do Norte acerca do acidente da Escola Municipal
Marise Paiva, um dos mais graves (talvez o mais grave) ocorridos em Natal e
noticiados na mídia em 2004. Com base nos pressupostos teóricos de Henn e
Traquina, e na análise de textos, fotos e ilustrações, através de um recorte
temporal da cobertura no período imediatamente posterior ao acidente, o
trabalho aponta uma ocultação dos sujeitos da matéria no que diz respeito às
imagens publicadas no jornal.
10. Cinematografando o
consumo: quando o público de videolocadoras de Natal – RN cria suas próprias
narrativas dos filmes que assistem
Jochen Mass Xavier
Gomes
Nossa pesquisa visa
compreender as percepções do público de cinema no universo das locadoras de
filmes na cidade de Natal-RN, através das narrativas elaboradas sobre os filmes
que assistem. Nesse sentido, buscamos apreender como o público cria, classifica
e interpreta as suas próprias narrativas a partir dos filmes mais alugados no
período entre 2003 a 2004. Na pesquisa de campo observou-se que o público que
freqüenta as locadoras dá sentidos diversos as suas escolhas fílmicas quando
narram seus significados sobre os filmes. Orientando-se na perspectiva teórica
de Anthony Giddens, Pierre Bourdieu, Garcia Canclini e outros, enfatizamos a
necessidade de tomar os consumidores de filmes como atores cognoscitivos e
criativos, pois eles não são meros receptáculos, mas sujeitos imaginantes e
reflexivos, quando solicitados a falar sobre os filmes. Todavia, a partir dos
filmes eles criam outras histórias, não no sentido de uma nova criação, mas
contam de uma outra maneira, de uma forma instigante, perceptiva, reflexiva,
emotiva e explicativa. Por essa forma, podemos também, pensar os filmes como
aportes para compreender nosso mundo real.
GT-37:
O FAZER TEATRAL : PEDAGOGIAS E PRÁTICAS
Coordenadores:
José Sávio Oliveira
de Araújo
E-mail: gtteatro@digizap.com.br
Departamento de
Artes
Sônia Maria de
Oliveira Othon
Departamento de
Artes
Local: Teatro do
Departamento de Artes/UFRN
Em seu terceiro ano consecutivo, este GT pretende dar
continuidade ao debate acerca de produções e sistematizações do fazer teatral
enquanto prática educativa. É também um espaço de divulgação e discussão de
experiências em teatro, realizadas por alunos do curso de licenciatura em
Educação Artística do DEART/UFRN, trabalhos de pesquisa desenvolvidos na
Especialização em Ensino de Teatro DEART/UFRN, bem como de outros trabalhos e
experiências fora do nosso âmbito acadêmico, mas que compõem um panorama de
nossa produção na área.
Serão consideradas propostas de trabalhos que discutam:
1. Sistematizações de práticas teatrais e suas
referências teóricos metodológicas
2. Pedagogias do fazer teatral
3. Aspetos históricos do fazer teatral no RN
4. Experiências de ensino de teatro na educação
formal (na escola em geral e em espaços alternativos para formação teatral)
5. Outros temas correlatos.
Somente na terça-feira,
05/07
01. O lugar do teatro na
sociedade contemporânea: entre o riso e o risco (?)
Carlos Henrique
Lisboa Fontes
Aluno de mestrado do
Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais/UFRN.
Orientadora: Profa.
Dra. Maria da Conceição de Almeida (DEPED/UFRN)
A
dissertação intitulada: “O lugar do
teatro na sociedade contemporânea: entre o riso e o risco (?)” tem por objetivo
investigar o papel e o lugar do teatro na sociedade contemporânea
ocidentalizada do ponto de vista do ator que pensa, cria e difunde os seus
espetáculos, ou seja, o que nós definimos como atores-artistas. A pesquisa está
sendo feita através de interlocução com autores de várias áreas do conhecimento
como Edgar Morin, Henri Bérgson, Denis Guénoun, Werner Heisenberg,
Levy-Strauss, Maria da Conceição Almeida, Verena Albertti, entre outros, e
usará como método/metodologia de trabalho a montagem de um espetáculo de
teatro, que será condutor e conduzido da investigação acerca do lugar do
teatro. Partindo de uma arqueologia do riso e da expressão teatral temos por
hipótese o lugar do riso e do risco como criador de um novo paradigma da
relação ator – espectador. Uma vez que o riso seja o “não-lugar” que provoca
uma pausa na prosa do cotidiano, surge a hipótese: será que os atores-artistas
devem fazer uso do cômico como um abre-alas para comunicação de sua arte? O
lugar do teatro é o lugar do Riso? Do Risco? Entre os dois? Fazendo esse
recorte do teatro cômico, supomos a comédia como o lugar que agrega e a
tragédia o lugar que separa os que assistem dos que representam. Suposição
aberta a refutação e caminho que pode ganhar outras direções a partir do nosso
método como estratégia: A Ciência como Montagem e a montagem como ciência.
Método esse que será (re)construído durante todo o processo de ensaios,
elaboração e reflexão da peça e do texto científico.
02. Artes da história: leituras e
apropriações no teatro em sala de aula
Ana Paula de Araújo
Ribeiro - CERES
Ana Nery Silva de
Oliveira - CERES
Ms. Joel Carlos de
Souza Andrade - Orientador
A relação entre
história e artes cênicas tem sido retomada como um dos importantes espaços para
reflexão do conhecimento histórico no âmbito da multifacetada História
Cultural. Partindo desta idéia, desenvolvemos junto à disciplina Cultura
Brasileira, numa atividade articulada com o projeto de monitoria “O Saber
Histórico: ciência e/ou arte?, um trabalho de analise e adaptação da peça o
Auto da Compadecida do escritor Ariano Suassuna no sentido de articular as
temáticas enfocadas sobre culturas populares na disciplina e os personagens da
obra. A tentativa de se fazer a peça e as leituras que estão sendo realizadas
não nos induz a uma reprodução, mas a uma produção e compreensão da vastidão de
momentos históricos num mesmo terreno que de local e popular atinge o universal
e o erudito e nos possibilita novos recortes, novas leituras e diferentes
abordagens sociais, históricas e culturais em novas praticas na relação entre
docentes e discentes. Por isso, ao historiador atento, trabalhar com o teatro
pode ser bastante inspirador aguçando nos alunos o interesse pela leitura e
pela compreensão das diferentes experiências de mundo.
03. A CONSTRUÇÃO DO
ESPETÁCULO COM TEXTOS NÃO DRAMÁTICOS: Caminhos para uma pedagogia teatral
Prof. Ms. Jonas de
Lima Sales
Centro de Educação
Integrada - CEI
A seguinte exposição
traça as características da metodologia desenvolvida nos trabalhos realizados
no grupo de teatro do CEI – Centro de Educação Integrada – com textos não
dramáticos em seus recitais poéticos que vem sendo trabalhados ao longo das
atividades pedagógicas da instituição. Desta forma, busca-se com estas
práticas, construir um fazer teatral na escola de modo que venha favorecer o
desenvolvimento artístico e intelectual dos proponentes envolvidos nestas
atividades. No processo, os espetáculos foram construídos de maneira em que os
poemas (textos não dramáticos) viessem a se tornar viáveis para a produção
teatral. Estar-se-á destacando os trabalhos desenvolvidos a partir dos poemas
de Ariano Suassuna, João Cabral de Melo Neto e Jessier Quirino, autores
contemplados para estudos pela instituição, que resultou em três espetáculos
que correspondem respectivamente; "Ariano em sonetos” , “Da água ao pó” e
“ lembranças do Interior”.
04. ENCENAÇÕES TEATRAIS
EM NATAL (1914)
Profa. Ms. Sônia
Maria de Oliveira Othon
DEART-CCHLA-UFRN
Este trabalho tem por
objeto encenações teatrais (quinze ao todo) apresentadas em Natal, capital do
Rio Grande do Norte, durante o ano de 1914, por artistas locais e companhias
nacionais e estrangeiras. Utiliza-se a noção de pedagogia do teatro como
entendida por Othon (2003) para interpretar o papel instrutivo, formativo e
recreativo da arte teatral. Para proceder à interpretação foram pesquisados as
companhias, os elencos, repertórios e a crítica teatral no jornal A República.
Assim, a pedagogia do teatro, expressa na dramaturgia e nos espetáculos, atuou
para instruir o natalense acerca de temas políticos, econômicos e sociais sobre
os quais a escola regular ordinariamente silenciava.
05. Ato inerente ao
processo de ensino-aprendizagem na construção do saber teatro.
Prof. Ms. Ricardo
Canella - DEART-CCHLA-UFRN
Um dos campos de
pesquisa sobre o teatro que vem se redimensionado cada vez mais é o que diz
respeito ao seu processo de ensino-aprendizagem. Muitas têm sido as abordagens
pedagógicas que procuram permitir ao professor/facilitador ensinar e fazer
manifestar no outro, aluno/aprendiz o entendimento e a compreensão do fazer
teatral. Pensamos que, para se estar empreendendo um verdadeiro ato cognitivo é
preciso cultivar, na prática educativa, a postura do pesquisador, enfim,
empreender a pesquisa, entendendo esta como uma forma de se estar a todo
instante produzindo conhecimento crítico, ou seja, permitindo ao aluno, ao ser
conduzido aos caminhos do conhecer verdadeiramente algo, se emancipar, sendo
esta portanto uma ação primordial na formação educacional de uma pessoa. Nesse
contexto a pesquisa é um caminho que deve ser percorrido no ato de
despertar no educando uma verdadeira aprendizagem sobre as especificidades da
área do conhecimento teatral. A investigação como parte da formação, pode
introduzir uma maior adequação entre a teoria e a prática possibilitando o
fazer criativo e consciente. Percebemos que facilita levar o aluno a entender
as partes constitutivas dessa arte pelo caminho da pesquisa, parte essencial no
processo da criação artística e que na maioria das vezes está sendo esquecido e
deixado de lado no procedimento da construção desse conhecimento.
06. Teatralizando a
Vigilância
Profa. Vanuza Souza
Silva
CERES-UFRN/DHG
Esse texto trata da
experiência do fazer teatral realizado com os apenados da Penitenciária
Estadual do Seridó-Caicó/RN a partir da qual foi possível fazer dos dramas e
tramas desses sujeitos o personagem central do próprio espetáculo no evento Natal dos Apenados, o qual era aberto
para os próprios presidiários e familiares. O espetáculo foi importante também
para os que assistiam por que viam contadas naquele espetáculo suas histórias,
histórias de crimes os mais diversos e de mortes. O dia do espetáculo lembrou a
teoria aristotélica da catarse, a qual
discute que o teatro é feito para expurgar feridas. A peça foi sendo elaborada
a partir do primeiro encontro que tivemos e com base em um fato que marcou e/ou
marcava a vida dos presidiários que participavam da peça., dentre eles, dois
homens e três mulheres e uma agente policial. A peça intitulada Historias de vida contou um fato de cada
preso, como exemplo, saudade da mãe, as crises de depressão nas celas, a
vontade de matar o companheiro da cadeia e tantas outras. O maior espetáculo
não foi a peça em si, mas os olhares de admiração dos presos que assistiam ao
teatro, a sociabilidade que fora causada e a satisfação dos próprios presos,
personagens que naquele momento pareciam acreditar que fora dos muros a vida
poderia ser outra, convidando a todos que lhe assistiam a enxergá-los de forma
sensivelmente humana. O teatro naquele momento conseguiu mostrar em minutos que
a vida entre quatro paredes, vigiada e punida é um caminho árduo a se seguir,
como o é o caminho do crime, e que tal punição não é necessariamente a
construção de sujeitos mais conscientes, a não ser que práticas como a arte e a
educação sejam partes desse processo de fazer ver que as “falhas” cometidas
podem ser aliviadas, modificadas. O teatro foi um desses momentos.
07. A CENA ENSINA: uma
proposta pedagógica para formação de professores de teatro
Prof. Dr. José Sávio
Oliveira de Araújo
DEART-CCHLA-UFRN
A finalidade última
deste trabalho é apresentar alternativas para novos processos de formação de
professores de teatro, discutindo diferentes aspectos que possibilitem uma
capacitação profissional desta natureza e abordando a compreensão do campo
artístico de forma indissociável do campo pedagógico. Partindo do pressuposto
que ensinar e aprender são atos de construção de conhecimentos, essa proposta
pedagógica tem como objetivo o desenvolvimento de práticas teatrais educativas
nas quais a produção de representações teatrais sejam atos pedagógicos
sistematizados. Enquanto prática cultural espetacular organizada, o teatro é
abordado como um sistema de representação, cujos elementos são construções de
diferentes atos de conhecimento, gerando diversos campos de atuação teatral,
articulados de modo policêntrico através do conceito de encenação e
problematizados segundo questões de natureza textual, corporal e espacial. Os
referenciais teóricos e metodológicos desta tese situam-se no pensamento do
educador Paulo Freire acerca da organização dialógica de processos de ensino,
na produção do GEPEM – Grupo de Estudos de Práticas Educativas em Movimento
(PPGEd/UFRN) e em diferentes contribuições na área da Pedagogia Teatral,
particularmente aquelas que privilegiam uma compreensão do fenômeno teatral
como uma prática coletiva e em processo, dialogando com diferentes formas
teatrais presentes tanto nas contribuições já incorporadas às tradições do
teatro ocidental, como também, com sínteses e reflexões produzidas por
pesquisadores e pensadores contemporâneos do teatro. A proposta pedagógica aqui
apresentada consiste de três eixos básicos: a) concepção de área; b)
organização curricular; c) produção de materiais para alunos e professores.
___________________________________________________________
GT-38: ESPAÇO, POLÍTICA PÚBLICA E DESENVOLVIMENTO
Coordenador:
Aldo Aloísio Dantas da Silva
E-mail: aldodantas@ufrnet.br
Departamento de Geografia
João Bosco Araújo da Costa
E-mail: joaobac@uol.com.br
Departamento de Serviço Social
Local: Consecão
Numa perspectiva
multidisciplinar articulara a reflexão sobre a produção dos espaços com a
discussão dos novos papeis desempenhados pelo poder público local, tanto em
relação às possibilidades de novos padrões de relacionamentos entre o poder
público e os atores/agentes sociais e políticos, públicos e privados localmente
ancorados, como em relação à condição de protagonista do desenvolvimento
sustentável local, através da implementação de políticas publicas, construção
de governança e mobilização de capital social.
Somente
quarta-feira 06/07
01.
ANÁLISE
SOBRE OS CONSELHOS DE POLITICAS PUBLICAS NA PERSPECTIVA DA IMPLANTAÇÃO DA
GESTAO CONSTITUCIONAL PARTICIPATIVA.
Diego Vale de Medeiros (autor)
Aluno do Curso de Bacharelado em Direito.
Departamento de Direito da UFRN.
Os novos paradigmas norteadores do exercício
político-constitucional do Estado democrático de direito obedecem a uma visão
incontestável de gestão participativa, democrática e transparente. A luta pela
cidadania está intimamente associada à construção de novas formas de regulação
democrática de nossa sociedade. Bem verdade se faz destacar sobre as diversas
lutas e conquistas, que esparsas ou sistemáticas, contribuíram para a
compreensão irrefutável de que a gestão administrativa deve permear e
satisfazer as demandas da sociedade, em prol da tão ensejada justiça social. Em
face aos novos paradigmas expostos, far-se-á necessário elencar como
prioridades do governo e da sociedade civil ações que incluam, nos programas de
políticas públicas, o compromisso constitucional com a participação cidadã sob
no âmago do empoderamento da gestão democrática. Fixando-se em eixos
estruturantes, ações que garantam a partilha efetiva de poder entre o Estado e
a Sociedade, direcionadas à promoção da justiça social, combate à desigualdade
e promoção da eqüidade, promovendo a negociação entre os setores sociais e a
efetiva construção do interesse público. É preciso constatar que existe uma
rica e diversificada experiência de participação, que indubitavelmente se
demonstram na possível efetivação constitucional que busca o real exercício da
cidadania, mas imersa em enorme bolha de alienação e indiferença da população
em geral. Sendo fundamental o desenvolvimento de programas e ações voltados
para confrontar os limites e bloqueios da nossa dinâmica democrática.
Buscando-se contextualizar na seara local, tal projeto também se propõe a
contemplar uma abordagem no que toca a implantação das alusivas instancias de
participação social, ressaltando-se a conjuntura atual, os avanços e desafios
em face a necessidade da mudança de paradigma da gestão publica descentralizada
e participativa.
02. ESPAÇOS
PÚBLICOS DE LAZER NO BAIRRO DE NOSSA SENHORA DE NAZARÉ
Gustavo André Pereira de Brito (autor) – CEFET/RN
Veruska de Araújo Vasconcelos Granja (autora) –
CEFET/RN
Discutir os espaços públicos de lazer é um dos pontos
relevantes na análise da importância que o poder público emprega ou não na
melhoria da qualidade de vida da população em geral. Nesta perspectiva,
identificou-se a necessidade de se fazer um levantamento dos espaços públicos
de lazer do bairro Nossa Senhora de Nazaré – Natal/RN, analisando assim a
importância que esses espaços têm para a comunidade local, já que propiciam não
só o sentimento lúdico, como também desenvolvimento pessoal. Para realizar esta
pesquisa aplicou-se questionário a uma parcela pequena da comunidade local com
o intuito de verificar qual a importância dada ao lazer, além de questionar
sobre o conhecimento das possibilidades e a utilização dos espaços públicos de
lazer do bairro. Constatou-se que é quase inexistente política pública de lazer
no Bairro de Nazaré e em decorrência disso os moradores, em sua maioria, saem
do bairro para usufruírem o seu tempo livre. Desta Forma a população se
encontra carente de políticas de lazer que promovam democraticamente o acesso
ao lazer se utilizando dos espaços de lazer que existem na comunidade e que se
encontram em mal estado de conservação, mas que podem mudar a partir de uma
visão crítica e de uma mudança de postura da população.
03. JUVENTUDE E VOLUNTARIADO: UM ESTUDO DA
PARTICIPAÇÃO DE JOVENS EM AÇÕES VOLUNTÁRIAS
Ana Paula Lima do Nascimento (autora)
Aluna do Curso de Serviço Social-UFRN
Orientador: Prof. Dr. João Bosco Araújo da Costa
A representação da noção de juventude, a partir da
participação dos jovens nos movimentos estudantis, revolucionários e de
contestação político-cultural, permitiu se criar no imaginário social uma
“essência” da condição jovem, como fase de rebeldia e das contestações.
Discute-se contemporaneamente essa representação do jovem rebelde, devido a
multiplicidade de situações e perfis da juventude que revelam formas próprias
de sociabilidade e especificidades de cada categoria juvenil. A pesquisa
“Juventude e voluntariado: um estudo da participação dos jovens do ensino médio
no município de Natal em ações voluntárias” objetiva investigar a participação
dos jovens do ensino médio do município de Natal/RN em programas de
voluntariado. Especificamente procura identificar as formas de participação em
ações de voluntariado dos alunos do ensino médio no município de Natal/RN;
verificar a motivação dos jovens em participar de ações de voluntariado;
investigar quais as instituições e programas de voluntariado que estes jovens
participam. Os procedimentos metodológicos consistirão de: revisão da
Literatura sobre Participação Política, Juventude, Voluntariado e Terceiro
Setor; Pesquisa documental em instituições públicas e Ong’s sobre projetos
ligados a estimular a participação da juventude no voluntariado e aplicação de
questionário com os jovens do ensino médio em Natal.
04. UMA DISCUSSÃO SOBRE O MODELO POTIGUAR DE
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO EXPRESSO NAS POLÍTICAS DE TURISMO
Maria Aparecida Pontes da Fonseca (autora)
Professora do Departamento de Geografia –UFRN
A proposta desta comunicação é abordar a relevância
das políticas públicas para que os destinos turísticos sejam competitivos na
Nova Era do Turismo. Analisaremos como as políticas públicas de turismo foram
fundamentais para o surgimento e expansão do turismo potiguar, bem como suas
repercussões espaciais. O objetivo consiste em identificar como o
desenvolvimento turístico vem produzindo um novo tipo de organização e
interação espacial no litoral oriental potiguar. A metodologia de investigação
consistiu em: realização de entrevistas com representantes do poder público
local e estadual, levantamento de dados em instituições públicas, análise de
documentos pertinentes ao objeto de estudo. Santos (1996) aborda a
racionalidade existente no espaço, manifestada nos objetos e nas ações. Para
ele, existe uma racionalidade nas formas espaciais, que é a materialidade de
uma ordem abstrata e racional. A racionalidade mencionada por este autor pode
ser visualizada no espaço turístico potiguar. Procurando criar um entorno mais
satisfatório e que pudesse imprimir maior competitividade ao produto turístico
potiguar, o poder público estadual elege o município de Natal para centralizar
e comandar a atividade turística estadual. Devido às condições mais
satisfatórias em termos de infra-estrutura e serviços urbanos, Natal
apresentava também um ambiente mais adequado para a expansão inicial da atividade
turística, o que ocorreu com a implantação do PD/VC em meados dos anos oitenta.
A implantação do PRODETUR/RN, dez anos depois, vem reforçar a centralidade já
exercida por Natal, na medida em que os locais prioritários dos investimentos
são efetuados nesse município. Portanto, as políticas públicas de turismo
implementadas no estado potiguar reforçam a hegemonia de Natal no espaço
turístico estadual. Na organização do espaço turístico, Natal exerce uma
preponderância sobre os demais municípios, pois se constitui no principal
produto turístico, enquanto os outros municípios constituem subprodutos de
Natal. Dada a centralidade de Natal, os demais espaços turísticos encontram
dificuldades em constituírem seus próprios espaços produtivos para atividade turística.
05. DESENVOVIMENTO E MOVIMENTOS SOCIAIS NA
AMAZÔNIA
José
Reinaldo a. Picanço (autor)
Aluno
do Doutorado em Ciências Sociais da UFRN
O modelo de integração da Amazônia à economia
brasileira, promoveu profundas modificações na estrutura produtiva regional,
com grande repercussão sobre a população nativa. Partindo do pressuposto de
tratar-se de um “espaço vazio”, rico em recursos naturais a serem explorados, o
Estado brasileiro desencadeou uma série de iniciativas no sentido de garantir
sua ocupação. Para tanto, investiu, principalmente, na abertura de vias de
acesso e na atração de investimentos produtivos a base de pesados instrumentos
de incentivos fiscais. Como impactos desse modelo, destacam-se os danos
ambientais e os conflitos criados com diversos grupos sociais locais, que se
viram expropriados e expulsos de suas terras, levando grande número de famílias
a viver nas cidades. Por outro lado, no decorrer desse processo, ocorreu uma
forte politização dos movimentos sociais que transformaram os problemas em
bandeiras de luta, principalmente a luta pela terra. Como resultado da reação
dos chamados “povos da floresta”, foram criadas várias áreas de reservas,
destinadas ao usufruto de diferentes grupos, com destaque para as Reservas
Extrativistas conquistadas pelos seringueiros e castanheiros.
06. A GOVERNANÇA NA RENOVAÇÃO DE CIDADES PORTUÁRIAS
Jennifer dos Santos Borges (autora)
Aluna do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento
Urbano da Universidade Federal de Pernambuco
Este trabalho reúne considerações preliminares de uma
pesquisa centrada na caracterização dos arranjos de governança que permeiam
processos de requalificação de áreas portuárias. Partindo da concepção de cidade
portuária, que se define pela integração entre porto e cidade como estratégia
de inserção destes no processo de globalização, destacamos entre as
experiências que consolidam essa proposta os projetos pautados no modelo de
planejamento urbano estratégico. Sabemos que esse modelo caracteriza-se
fundamentalmente pela mudança no perfil de articulação entre os agentes
públicos e privados e a população envolvida. Nesse sentido, a análise do
conceito de governança parece ser relevante ao permitir a interpretação dos
condicionantes sociais, políticos e administrativos inerentes a realidades
específicas em que se desenvolvem processos semelhantes. No caso das renovações
portuárias, a estrutura de governança tem definido diferenças marcantes entre
as experiências implementadas. Da condução do processo pelo setor privado nos
Estados Unidos, em Boston e Baltimore, à personificação da iniciativa em torno
da autoridade municipal, em Barcelona, cada “nova cidade portuária” definiu sua
forma de implementar os respectivos planos estratégicos. Na América Latina,
onde as condições de governança adquirem conotação peculiar frente aos
problemas políticos característicos, o modelo é incorporado de forma adaptada
guardando determinadas particularidades. No Brasil, essa discussão envolve, por
exemplo, as articulações que se formaram em torno dos projetos de revitalização
das áreas portuárias de Belém e do Rio de Janeiro. E em Natal, especificamente,
apesar de haver projetos que já apontam para uma possível integração da área
portuária com a cidade, percebe-se que a falta de articulação entre os agentes
envolvidos tem atrasado a condução de um processo nesse sentido e, entre as
hipóteses que explicariam essa falta de articulação, discuti-se a da ausência
de um interesse estratégico sobre essa fração da cidade em relação a outras.
07. JUVENTUDE E POLÍTICAS PÚBLICAS: UMA ANÁLISE DA PERCEPÇÃO DOS
JOVENS ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO, SOBRE AS POLÍTICAS PÚBLICAS IMPLEMENTADAS NO
MUNICÍPIO DE NATAL
Jussara Keilla B. do Nascimento (autora)
Aluna do Departamento de serviço Social -UFRN
Orientador: Prof. Dr. João Bosco Araújo da Costa do
Departamento de serviço Social –UFRN
O termo juventude, em linhas gerais, compreende o
período de vida entre 15 e 24 anos. Estudos sobre o tema explicitam a
diversidade de características que podem perpassá-lo. Um período de busca e
definição da identidade, que pode contemplar a inserção do indivíduo na esfera
pública. Em um resgate sobre as primeiras políticas públicas para a juventude,
aponta que estas se deram entre as décadas de 70 e 80, com um caráter
funcionalista que visava a adequação do jovem à sociedade. A partir do aumento
e evolução das políticas públicas para juventude pela participação desta em
movimentos que demandavam e reivindicavam tais melhorias, identifica na
atualidade, um leque de projetos e programas direcionados a esse público, a
serem implementados nas três esferas do governo – União, Estados e Municípios.
Utiliza como metodologia a pesquisa documental e a pesquisa quantitativa,
através de questionários a serem aplicados aos jovens de escolas privadas,
municipais, estaduais e federal do município de Natal. Além da apreensão e
percepção dos jovens matriculados no ensino médio da cidade de Natal acerca dos
diversos programas e projetos para a juventude, objetiva também: 1) Identificar
os programas e projetos que são oferecidos para a juventude na cidade de Natal;
2) Verificar o grau de conhecimento dos jovens acerca dos programas e projetos
para a juventude disponíveis no município; 3) Analisar o nível de confiança
desse segmento jovem nos programas e projetos para a juventude, no sentido de
identificar também possíveis transformações e efetivações em suas vidas e 4) No
caso dos jovens que participam de algum programa ou projeto para a juventude em
Natal, apreender a avaliação que fazem destas políticas públicas. Podendo desta
forma, traçar um mapa sobre o conhecimento e participação dos jovens quanto às
políticas para a juventude oferecidas no município de Natal.
08. BOSQUE DAS MANGUEIRAS: UMA PARCERIA ENTRE O PÚBLICO E O PRIVADO
Driele Cendon Trindade (autora) – CEFET-RN
Sormânia Pereira Trindade (autora) – CEFET-RN
Orientador: Prof. Marcus Vinícius de Faria Oliveira
Este estudo foi realizado no ano de 2004, a partir de
uma análise sobre as políticas públicas de lazer nos bairros do município de
Natal e relata uma parceria entre a Prefeitura do Município e a Universidade
Potiguar (UnP) no espaço do Bosque das Mangueiras, localizado na região
administrativa oeste do município, no bairro de Lagoa Nova. A metodologia
utilizada para a realização da pesquisa foi baseada na observação direta,
colhendo informações no próprio local e participando de algumas atividades; e
através de leituras de documentos (contrato) desta parceria entre o público e
privado. Esta pesquisa mostra como tem sido importante este espaço na vida dos
indivíduos da comunidade que participam das atividades oferecidas no local, que
em seu programa desenvolve práticas de yoga e de ginástica, comprovando com
isso que o bem estar físico e psicológico promove a melhoria da qualidade de
vida e a interação entre os indivíduos da comunidade. As práticas realizadas
são adaptadas tanto aos espaços quanto a idade daqueles que as praticam. É
muito importante para os atores sociais, que lhes seja disponibilizado o lazer
como atividade que lhes dê prazer, tendo em vista que o mesmo está vinculado
aos valores ligados ao descanso, ao divertimento e ao desenvolvimento, sendo
por este motivo deixado de lado pelas camadas economicamente menos favorecidas;
assim, transformar o esporte e lazer em política pública de estado capaz de
promover o desenvolvimento humano e social é uma solução, para em termos de
políticas públicas aumentar a demanda de atividades que atendam a todos os
gostos da população, e, com a participação da sociedade deve-se consolidar uma
política nacional de esporte e lazer, promovendo o ordenamento institucional do
setor, melhoria de sua gestão e garantindo acesso a todos os brasileiros a
atividades esportivas e de lazer.
Minicursos e Oficinas
Minicursos e
Oficinas: quinta-feira, 07 de
julho, de 14h às 18h, nos auditórios do CCHLA e nas salas do Setor de Aulas II.
. Os Minicursos (de
natureza teórica) e as Oficinas (de natureza prática) terão a duração de
aproximadamente 4h/a.
. Poderão se inscrever
nos Minicursos/Oficinas
todos os interessados. As inscrições são gratuitas e poderão ser feitas na sala
119, do CCHLA, durante o período de 11 de maio a 24 de junho. É necessário
fornecer as seguintes informações: nome completo, e-mail e/ou telefone
para contato, Departamento e/ou instituição de origem. O aluno poderá se
inscrever em apenas UM minicurso ou oficina.
MC-01: HISTÓRIA ORAL
Professora:
Maria da Conceição
Fraga
Departamento de
História
Nº de vagas: 20
Local: Setor II, sala
A1
O curso tem como objetivo
informar aos alunos a importância da História Oral na Histografia
contemporânea. Trata do surgimento da História Oral; situa a História Oral no
Brasil e apresenta caminhos teórico-metodológicos para o uso da História Oral.
MC-02: DON QUIJOTE BAJO EL
SIGNO DEL BARROCO: CUATROCIENTOS AÑOS DE CABALLERÍA
Professor:
Francisco Ivan da
Silva
Departamento de
Letras
Número de Vagas: 30
Local: Setor II, sala
A2
Al presentar al público/estudiante universitario este curso sobre Don
Quijote, queremos dejar presente en la Universidad Federal do Rio G. do Norte
el IV Centenario del más ilustre escritor castellano conmemorado en el mundo en
este año, 2005. Pero debo aclarar que el tan justificado curso me ha objetivado
a llevar a término una empresa tan
arriesgada como el tener delante de los ojos la antiquísima tradición
quijotesca de los libros de caballerías. Es lógico, pues, no se me oculta que
lo vasto de la materia tratada sobre semejante obra reclama en realidad toda
una vida consagrada a su estudio y exige en el que aspire a su comprensión una
lucidez de entendimiento nada común, además, cualidades de las que
evidentemente carezco. El mundo todo celebra los hechos de tan ilustre
caballero. Por tanto, el recuerdo de esto libro, en este momento de la XIII
Semana de Humanidades sólo sirve para acrecentar entre los que se cuentan
verdaderos lectores de obras maestras. Este curso es fruto de una vasta lectura
que hicimos a lo largo de los anos y cuyo objetivo es ampliar el horizonte de
pesquisas en el campo de la literatura hispanoamericana junto al departamento
de letras. En una palabra, este curso objetiva, aspira a ser un análisis, es
decir, un examen crítico aplicado a la novela de Cervantes tiendo como punto de
mira el estudiante de literatura y cultura hispánica. Creo sinceramente que el
lector del Quijote, interesado en este curso, antes de ingresar en esta
caballería, sabrá la orientación del pensamiento teórico que ha presidido y
guiado nuestras clases de literatura Ibero-Americana e cultura
hispanoamericana. ¿Cómo leer Don Quijote, hoy, cómo oír lo que nos dice, cómo
seguir el camino del caballero andante? Para lograr este resultado he
sistematizado en el campo de los estudios de esa Obra algunos puntos que
considero importantes para su Historia y conocimiento del moderno lector.
MC-03: WILLIAM SHAKESPEARE:
VIDA E OBRA
Professora:
Clotilde Santa Cruz Tavares
Departamento de Artes
Número de vagas: 160
Local: Auditório da BCZM
O objetivo é fornecer ao público em geral informações básicas sobre a
biografia e a obra de William Shakespeare (1564-1616), poeta e dramaturgo
inglês, considerado um dos maiores autores teatrais de todos os tempos e o
maior poeta da língua inglesa. Os temas abordados serão: A Inglaterra no século
XVI; O teatro elisabetano: como era?; Shakespeare em Londres, e o Teatro Globo;
Tragédias, comédias e sonetos; O que W. Shakespeare significa no plano da
Literatura.
MC-04: PLANEJAMENTO URBANO:
O USO DO SOLO URBANO E SEU PLANEJAMENTO
Professora:
Beatriz Maria Soares
Pontes
Departamento de Geografia
Número de Vagas: 30
Local: Setor II, sala B4
O nosso propósito será de
veicular de maneira objetiva e didática, a complexa questão do uso do solo urbano
e as alternativas para o seu planejamento privilegiando, sobretudo, o enfoque
geográfico. Os itens a serem abordados serão os seguintes: instrumentos de
operacionalização das diretrizes; o Plano de Uso de Solo; conceitos e
definições; etapas básicas de trabalho; levantamento da informação; política de
ocupação do solo; elaboração do plano de Uso do Solo; aprovação e divulgação;
instrumentação Legal; o Plano de Zoneamento; os textos legais; lei Municipal de
Zoneamento; lei Municipal de Parcelamento do Solo; implantação do Plano;
acompanhamento e atualização.
MC-05: “POESIA
FILOSÓFICO-MÍSTICO DO ISLÔ
Professor:
Edrisi Fernandes
Departamento de
Filosofia
Número de Vagas: 15
Local: Setor II, Sala
A5
A partir da leitura de
poemas filosóficos-místicos representativos da corrente sufi do Islã,
notadamente de autores como Rumi, Shabistari, Khayyam e Jami, o ministrante
apresenta alguns aspectos do simbolismo sufi, especialmente aquele relativo ao
“vinho” e a “embriagues e ao amante” e a “amada”, mostrando sua vinculação com
o pensamento da Escola Filosófica de Muhy’iddin ibn Arabi, “o maior dos
mestres” do sufismo.
MC-06: “POSSIBILIDADES DA
RECEPÇÃO CINEMATOGRÁFICA”
Professora:
Josimey Costa da
Silva
Departamento de
Comunicação Social
Número de Vagas: 50
Local: Setor II, sala
C4
A recepção cinematográfica
é parte da significação do filme. A presença corporal e coletiva potencializa a
participação afetiva e a criação de vínculos sociais. A recepção crítica requer
conhecimento das especificidades do cinema e reflexão sobre os processos da
comunicação social. Objetiva possibilitar o desenvolvimento de uma capacidade
crítica em relação ao cinema com a explicitação das estruturas de produção e
distribuição cinematográfica e da participação do espectador no processo de significação
/ recepção fílmica.
MC-07: HISTÓRIA VISUAL:
ALGUMAS REFLEXÕES INICIAIS
Professora:
Flávia de Sá Pedreira
Departamento de
História
Número de Vagas: 35
Local: Consequinho
O reconhecimento das
fontes visuais como documentos históricos privilegiados, a partir dos anos
1960, merece uma atenção especial por parte dos historiadores da atualidade. O
presente Mini-curso terá por objetivo introduzir a discussão (até agora
inexistente no curso de História desta Universidade) sobre os pressupostos
teórico-metodológicos da História Visual, e as suas diversas possibilidades de
aplicação em sala de aula.
MC-08: PESQUISA E FORMAÇÃO
DO PROFESSOR
Coordenador:
Maria do Socorro
Oliveira
Departamento de
Letras
Local: Setor II, sala
B1
Dentro de um quadro de
discussão que prevê a figura do professor como um pesquisador, este minicurso
objetiva discutir a função da pesquisa na graduação e fornecer instrumentos
metodológicos para que o futuro professor possa não só refletir sobre a sua
própria prática, mas também traduzir essa ação reflexiva em conhecimento.
MC-09: CLARICE LISPECTOR
CRONISTA
Professora:
Mona Lisa Bezerra
Teixeira
Departamento de
Letras
Número de vagas: 40
Local: Setor II, sala
B2
As crônicas de Clarice
Lispector constituem parte significativa de sua produção literária, revelando
uma observação sensível e atenta à condição humana e à sua relação com o mundo,
tão forte quanto em seus contos e romances. Discutir aspectos presentes nas
suas crônicas como a presença da infância, a violência nas relações sociais, o
medo do desconhecido, a reflexão constante sobre o ato de escrever, entre
outras temáticas recorrentes em sua narrativa de um modo geral, é a intenção do
minicurso.
MC-10: A POESIA E A POÉTICA
DE ARISTÓTELES
Professor:
Glenn W. Erickson
Departamento de
Filosofia
Número de Vagas: 25
Local: Setor II, sala
D5
O objetivo desse minicurso
é discustir a natureza da poesia sob a ótica na metafísica clássica grega, com
referência especial à Poética de Aristóteles. O participante deve estar
familiarizado com A poética de Aristóteles.
MC-11: "LITERATURA
FOLCLÓRICA"
Coordenadora:
Paula Pires Ferreira
Departamento de
Letras
Número de vagas: 30
Local: Setor II, sala
D4
Alguns manifestações
simples e espontâneas de perceber o mundo encontram-se fixadas na memória coletiva.
Presentes no cotidiano, fazem parte dos meios utilizados para expressar a
realidade de um universo próprio, tendo por base e modo de expansão o senso
comum. Tratam, em geral, de problemas universais nos quais qualquer ser humano
pode se reconhecer. No entanto, algumas dessas formas populares de expressão,
mesmo sem ter qualquer compromisso com a literatura em sua origem, despertam,
de algum modo, o sentimento anacrônico de uma certa identificação quanto a
raízes e origens, mas também certa discriminação social e intelectual por parte
das esferas detentoras de informação e ou educação formal. Este curso se propõe
a fazer um estudo básico e introdutório de algumas das chamadas formas simples
de expressão popular: trava-línguas, adivinhas, provérbios, romance, poesia
tradicional, entre outros.
MC-12: ANTROPOLOGIA DA
SAÚDE
Professora:
Liliane Cunha de
Souza
Departamento de
Antropologia
Local: Setor II, sala
D1
O presente minicurso tem
como objetivo promover um diálogo relativizador entre as Ciências da Saúde e a
Antropologia, a partir da compreensão dos processos de saúde, doença e cura não
apenas como resultado de eventos biológicos, mas também enraizados em fatores
sociais, culturais e psicológicos. Esse minicurso pretende fornecer uma
introdução a fundamentos teórico-metodológicos presentes na Antropologia da
Saúde que possibilitem a compreensão do processo saúde/doença como uma
construção cultural e a biomedicina como um sistema médico entre outros.
MC-13: CIÊNCIA E
COMPLEXIDADE
Professora:
Maria da Conceição
Almeida
Pós-Graduação em
Ciências Sociais
Número de Vagas: 20
Local: Setor II, sala
D3
A partir de meados do
século passado, a idéia de complexidade aporta no seio da Ciência Moderna
(nascida no séc. XVII) e começa a produzir uma nova organização do conhecimento.
Oriundo de diversas áreas da ciência (física, teoria da informação, etc), o
conceito de complexidade sugere uma compreensão multidimensional dos fenômenos,
contempla a incerteza e promove o intercâmbio entre domínios distintos das
especialidades. Ilya Prigogine, Henri Atlan, Werner Heisenberg, entre outros,
são alguns dos cientistas que figuram entre os construtores desse novo patamar
da ciência. Do ponto de vista do Método, coube a Edgar Morin construir e propor
princípios gerais capazes de articular saberes e disciplinas com vistas a fazer
com que a ciência retome o seu papel de compreender o mundo. O minicurso tem
por objetivo sintetizar o panorama das ciências da complexidade expondo um
conjunto de argumentos e conceitos concernentes a essa nova organização do
conhecimento científico.
MC-14: DA RETÓRICA À TEORIA
DA ARGUMENTAÇÃO
Professor:
Alzir Oliveira
Departamento de
Letras
Número de Vagas: 40
Local: Setor II, sala
G4
A retórica se liga
estreitamente à instituição da polis grega, desenvolvendo-se plenamente com a
consolidação da democracia ateniense. Essencialmente, recorre à palavra para
obter a adesão de um auditório através da argumentação. Floresceu na Grécia e
em Roma, mas com o fim da Antiguidade, seja pela ênfase em seu aspecto formal,
seja pela influência do racionalismo dos tempos modernos, perdeu prestígio ao
ponto de tornar-se sinônimo de discurso empolado, vazio. No século XX, os
estudos de filosofia da linguagem redescobrem a retórica, encarando-a na
perspectiva de uma teoria da argumentação. De Platão a Perelman é o caminho que
pretendemos sucintamente percorrer, com o intuito de apontar a importância da
visão da natureza argumentativa da língua para os diferentes ramos das Ciências
Humanas.
MC-15: RENASCIMENTO: a
viagem da alma através do ar
Professor:
José Ramos Coelho
Departamento de
Filosofia.
Número de Vagas: 15
Local: Setor II, sala
E3
Viver é um processo
contínuo de expansão e recolhimento, crises e superações, condicionamentos e
liberdade, limites e ultrapassagens. Viajando através destes extremos, é
importante não se perder de vista o próprio eixo, o contato norteador com a
essência, a fim de que o percurso, em todas as suas etapas, seja enriquecedor.
O objetivo deste mini-curso vivencial é experienciar o viver como um rito de
passagem, preparando-nos para atravessar o portal de nossos sonhos.
MC-16: ARQUEOLOGIA,
HISTÓRIA E CULTURA MATERIAL
Professor:
Roberto Airon Silva
Departamento de
História
Total de vagas: 25
Local: Setor II, sala
G2
No âmbito dos novos
desafios na formação profissional em História e de outras áreas correlatas das
ciências humanas e sociais, têm destaque hoje o interesse no conhecimento da
cultura material, item relacionado à caracterização das sociedades do passado.
Em especial, sua importância está na dimensão complexa do entendimento das
raízes históricas específicas do Rio Grande do Norte. Pensando em divulgar um
trabalho feito de maneira responsável e de forma sistemática, este minicurso
visa apresentar uma visão rápida mas aprofundada das possibilidades e das
responsabilidades de tal conhecimento nas mãos dos futuros profissionais dessas
áreas correlatas à História. Além disso, valorizar também o trabalho científico
e profissional na área de conhecimento da Arqueologia no Brasil.
MC-17: "LITORAL VERSUS
SERTÃO: PARA UM DIÁLOGO ENTRE AS FRONTEIRAS DA HISTÓRIA E DA ANTROPOLOGIA"
Professor:
Luiz Antonio de
Oliveira
Departamento de
Antropologia
Muirakytan K. de
Macedo
Departamento de
História / CERES
Local: Setor II, sala
D2
Estudados por vezes como
espaços separados, o sertão e o litoral do que hoje se configura como Nordeste
brasileiro, apresentam diferenças culturais que se constituíram ao longo de
processo histórico de sua ocupação. Este mini-curso propõe, a partir de
exemplos de pesquisas históricas e antropológicas, desenvolvidas no RN,
problematizar outras formas de apreensão do sertão-mar. Antropólogos e
historiadores têm, portanto, refletido conjuntamente sobre o assunto,
evidenciando as dificuldades de se pensar as especificidades histórico-culturais
de tais áreas geográficas. Associa-se a isto a emergência de várias
temporalidades permeando a nossa percepção cotidiana de um mundo globalizado no
qual (re)surgem velhas e novas identidades e são ressiginificadas relações de
territorialidade.
MC-18: UTILIZAÇÃO DE FEIÇÕES GEOLÓGICAS/GEOMORFOLÓFICAS COMO ATRATIVO TURÍSTICO
Professora:
Zuleide Maria
Carvalho Lima
Departamento de
Geografia
Marcos Antonio L. do
Nascimento
Terra & Mar
Soluções – Empresa de Consultoria
Local: Auditório da
Geografia
O Rio Grande do Norte (RN)
possui uma grande diversidade de feições geológicas/geomorfológicas, seja no
interior como no litoral, apresentando exemplos dos mais didáticos e completos,
indo desde rochas do complexo cristalino (embasamento de idade pré-cambriana,
com 570 a 3500 milhões de anos) até às coberturas de dunas (de idade mais
recente, com < 1,7 milhões de anos). Muitos desses exemplos constituem
potenciais sítios/monumentos, que vêm atualmente despertando também interesse
histórico e cultural em visitas espontâneas ou guiadas por operadores de
turismo. Dentre diversos exemplos de atrativo geológico/geomorfológico
encontrado no RN podemos destacar as falésias litorâneas da Formação Barreiras,
as dunas, praias e beach-rocks expostos em praias como Tabatinga, Tibau do Sul,
Pipa, Galinhos, Ponta do Mel; as serras, picos e afloramentos, no interior do
Estado, como destaque para as serras de Martins, Portalegre, Santana e
Feiticeiro, o Pico Vulcânico do Cabugi (Pedro Avelino/Angicos), o Lajedo de
Soledade (Apodi). Têm-se ainda as cavernas do Roncador (Felipe Guerra) e a Casa
de Pedra (Martins), e as diversas morfologias esculpidas em rochas granitóides
em Acari e Monte das Gameleiras, juntamente com a existência das rochas mais
antigas da América do Sul (Bom Jesus/Serra Caiada) com idade de 3,45 bilhões de
anos. Isto acima mencionado é apenas um pouco do que o RN possui de atrativo
geológico/geomorfológico, todavia, para a utilização das feições anteriormente
citadas faz-se necessário realizar diagnósticos das áreas com potencial
turístico visando a compreensão do ambiente, bem como propor o uso sustentável
para região.
MC-19: ANÁLISE COMPARATIVA
OMBUDSMAN DE IMPRENSA: A FUNÇÃO NOS JORNAIS FOLHA DE S. PAULO E LE MONDE
Professora:
Kênia Beatriz
Ferreira Maia
Departamento de
Comunicação
Número de vagas: 40
Local: Setor II, sala
G5
Por meio de análise
comparativa do ombudsman da Folha de S. Paulo e do médiateur do Le Monde, será
avaliada a temática e as práticas profissionais discutidas e os espaços
ocupados pelos leitores nas suas colunas. O curso discutirá também as
circunstâncias de introdução da função, a definição e as atribuições do cargo
que incidem sobre o conteúdo das colunas e participam da formação dos modelos
de ombudsman da imprensa. Para tanto, foram examinados os textos sobre a morte
da princesa Diana em 1997, e a Copa do Mundo de Futebol em 1998. Conclui-se que
o ombudsman da Folha de S. Paulo se apresenta mais como uma instância de
crítica do noticiário, enquanto o médiateur do Le Monde se constitui prioritariamente
como um mecanismo de relação entre os leitores e o jornal. O curso ainda vai
examinar a função de ombudsman de imprensa à luz da sociologia das profissões e
a analisar a ouvidoria de imprensa como um agrupamento profissional em
formação, que, para se afirmar, precisa desenvolver um importante trabalho de
convicção sobre o interesse do agrupamento, no qual a enumeração e a
caracterização de dispositivos de autonomia do ombudsman fundam a representação
paradigmática do ombudsman. A retórica de legitimação e de justificação da
função de ombudsman de imprensa se centra no modelo paradigmático, na
representação ideal, e na divergência entre o discurso voltado para o público
interno e o discurso voltado para o público externo.
MC-20: FITOGEOGRAFIA BRASILEIRA
Professor:
Luiz Antonio Cestaro
Departamento de
Geografia
Número de vagas: 30
Local: Setor II, sala
C3
O curso envolverá um breve
histórico da análise da vegetação do Brasil e seus principais investigadores.
Será apresentado o Sistema Fitogeográfico Brasileiro aceito atualmente, com
breves descrições dos principais tipos de vegetação e sua dinâmica desde a
última era glacial.
MC-21: OS PRINCÍPIOS DA
ECONOMIA SOLIDÁRIA
Professores:
Eleonora Bezerra de
Melo Tinoco Beaugrand
Departamento de
Ciências Sociais - CCHLA
Rizoneide Souza
Amorim
Base de Pesquisa
UNITRABALHO/UFRN
Número de Vagas: 30
Local: Setor II, sala
G6
O mini-curso discutirá o
significado da Economia Solidária e Desenvolvimento Sustentável no contexto
atual objetivando divulgar a temática no meio acadêmico. A metodologia
utilizada será através de aula expositiva e trabalhos em grupo.
OF-01: SENSIBILIZAÇÃO DOS SENTIDOS
Autores:
Norma Takeuti
Membro da Base de pesquisa: POIESIS – Estudos de
Cultura e Subjetividade- (De Fil)
Everaldo Tôrres Barbosa
Membro da base de pesquisa: POIESIS- Estudos de
Cultura e Subjetividade-doutorando do programa de Pós-graduação em Ciências
Sociais/CCHLA/UFRN
Número de Vagas 30
Local: Setor II, sala E6
Considerando que os sentidos são os elementos primevos de relacionamentos
do bebê com o mundo externo, e que as dobras desses elementos circunscreverão a
identificação relacional deste indivíduo, nosso propósito nesta oficina é
focalizar uma sensibilização dos sentidos, para que, cada indivíduo envolvido
na oficina, possa dimensionar nos dias de hoje, qual o sentido e atenção de
presença que cada um possui/tem. Por outro lado, vivemos momentos na
pós-modernidade onde a imagem que se tem de si é de um outro, portanto,
introjeto a imagem que o outro tem de mim. Vivendo ao mesmo tempo, num tempo
onde os espetáculos substituem os acontecimentos, isto quer dizer que, vivendo
num eterno presente da imagem introjetada e, vivenciando a imagem que o outro
tem de mim, mergulhamos num abismo do distanciamento dos sentidos íntimos,
portanto, do sujeito em si. Neste sentido vivenciar os sentidos, buscando
resgatar o sentimento do toque, a emoção da fala, as sensações do degustamento,
os enebriamentos do olfato, e o tempo da escuta, iremos promover um banquete,
donde todos serão sujeitos ativos de si mesmo, focalizando o resgate do
sentido, do significado e do significante dos sentidos como elementos
constitutivos da consciência ( primeiro nível da escala evolutiva).
OF-02: SER LOCAL E
UNIVERSAL: UMA VIVÊNCIA COM AS DANÇAS CIRCULARES E POPULARES
Professoras:
Teodora de Araújo
Alves
Telma Romão de
Albuquerque
Departamento de Artes
Número de vagas: 20
Local: Departamento
de Artes, sala 18
Ter consciência de seus
saberes, valorizá-los e considerá-los pode ser um dos significativos passos em
direção a uma sociedade que respeite a diversidade, as semelhanças, a
identidade e o diálogo entre suas várias culturas e seus vários grupos étnicos.
A cultura é como uma grande rede que identifica e orienta os indivíduos dentro
de um grupo. Constituindo essa rede, esses mesmos indivíduos são capazes de
puxar outros fios de outras redes culturais, adaptando-os a sua própria
tessitura. Desse modo, culturanão é apenas local, mas ao mesmo tempo universal;
identidade cultural não é apenas individual, mas carrega em si elementos de
coletividade (Alves, 2003). Na relação corpo-cultura, consideramos que o corpo
traz em si as marcas de sua cultura e portanto, a dança pode ser uma expressão
desses registros. É nesse contexto, que a oficina “Ser local e universal: uma
vivência com as danças circulares e populares” tem o propósito de evidenciar e
vivenciartais questões. As danças circulares ou sagradas são danças
tradicionais/populares de diferentes nações que visam celebrar a comunhão entre
os povos e entre os seus saberes étnico-culturais.
OF-03: O LIVRO DIDÁTICO E O
ENSINO DA GEOGRAFIA FÍSICA NAS ESCOLAS DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
Professora:
Tásia Hortêncio de
Lima Medeiros
Departamento de
Geografia-UFRN
Número de
participantes: 30 vagas
Local: Setor II, sala
E1
O ensino da Geografia
Física apresentados nos materiais didáticos destinados aos níveis fundamental e
médio não atinge o objetivo, uma vez que o professor não se sente capaz de
produzir conhecimentos por isso mesmo não consegue transmitir os conteúdos. O
resultado é a impossibilidade de ocorrer o processo ensino-aprendizagem do qual
professor e aluno deveriam ser sujeitos em busca do saber. Entende-seque, a
problemática não se restringe somente ao conteúdo relacionado à geografia
física, mas passa pelo ensino como um todo, refletindo no material didático, na
metodologia, nos conceitos, etc, fazendo do sumário, do livro didático, muitas
vezes imposto pela escola, um programa rígido a ser seguido. Avaliando os
livros didáticos, constata-seque os conteúdos da geografia física ocorrem
independentes, abrangendo temas como Estrutura da Terra, Minerais e Rochas,
Deriva Continental/Tectônica de Placas, Dinâmica Externa e Recursos
Energéticos. As figuras, quase sempre, trazem informações que não correspondem
ao enunciado. O livro didático, ao invés de auxiliar na construção do
conhecimento, destrói conceitos, definições e estabelecem modelos equivocados,
inexistentes ou inadequados. Assim, entende-se que, é necessário cautela na
escolha e como trabalhar o livro didático.
OF-04: PLANO DIRETOR
PARTICIPATIVO: Estratégias de Ação Articulada entre os Municípios da Região
Metropolitana de Natal
Professoras:
Livramento Clementino
Departamento de
Ciências Sociais
Dulce Bentes
Programa de
Pós-graduação em Arquitetura/UFRN
Local: Consecão
De acordo com o Estatuto
da Cidade (Lei 10.257/01), 1.740 municípios brasileiros se incluem entre
aqueles que têm obrigatoriedade quanto à elaboração de Planos Diretores até
2006, com destaque para os municípios integrantes das Regiões Metropolitanas.No
Rio Grande do Norte, dos oito municípios que formam a Região Metropolitana de
Natal, cinco devem desenvolver o processo de revisão / elaboração dos Planos
Diretores e três apontam para a elaboração de tal instrumento.Uma das questões
centrais colocadas no âmbito dessa demanda por Planos Diretores é o caráter
participativo de sua elaboração. Esta é uma preocupação que perpassa os mais
diferentes segmentos sociais e que tem merecido ações específicas do Ministério
das Cidades. Uma delas é a Campanha NacionalPlanos Diretores Participativos -
Cidade de Todos, visando mobilizar e envolver a sociedade no processo de gestão
da cidade. No âmbito da referida campanha, e a exemplo dos demais estados
brasileiros, encontra-se em processo deformação no Rio Grande do Norte o Núcleo
Estadual do RN - Planos Diretores Participativos, do qual a Universidade
Federal do Rio Grande do Norte é instituição integrante.Um dos objetivos deste
Núcleo é desenvolver atividades de formação, treinamento e capacitação dos segmentos
sociais identificados com o processo de revisão / elaboração dos Planos
Diretores. Nessa perspectiva, propomos a Oficina PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO:
Estratégias de Ação Articulada entre os Municípios da Região Metropolitana de
Natal, com o objetivo de construir estratégias de ação conjunta com as
representações dos municípios que integram a Região Metropolitana de Natal
(RMN), visando o acompanhamento do processo de revisão /elaboração dos Planos
Diretores, na ótica da gestão participativa. O público alvo desta Oficina compreende os seguintes segmentos sociais
prioritários: gestores, participantes de entidades acadêmicas, profissionais e
de pesquisa, igrejas, movimentos populares, sindicatos e ONGs.
OF-05: APRESENTAÇÃO DE
TEXTOS JORNALÍSTICOS NO RÁDIO E NA TV.
Professor:
Adriano Charles da
Silva Cruz
Departamento de
Comunicação Social
Número de Vagas:15 no
máximo
Local: Auditório de
Comunicação Social
A oficina pretende
oferecer as principais técnicas de locução e leitura dos textos notíciosos.
Para tanto, serão utilizados exercícios de respiração, dicção e articulação de
vogais e consoantes, além da gravação e analise dos textos trabalhados. Ainda
serão enfocados os aspectos corporais e faciais envolvidos na locução. A
oficina é destinada preferencialmente aos alunos do curso de comunicação
social.
OF-06: A REPRESENTAÇÃO
TRIDIMENSIONAL ANALÓGICA DO RELEVO – TÉCNICAS DE ELABORAÇÃO
Professor:
Edilson Alves de
Carvalho
Departamento de
Geografia
Número de Vagas: 20
Local: Setor II, sala
E4
A representação do relevo
terrestre constitui uma das mais importantes funções da Cartografia
Sistemática, pelo significado que esse componente essencial da paisagem tem no
que se refere à compreensão dos diferentes processos a eles relacionados. No
ensino da Geografia essas representações exercem um papel significativo, em
virtude da semelhança conseguida, o que possibilita estudos e análises
referentes à geomorfologia, hidrografia, uso e ocupação do espaço, dentre
outros. As técnicas de elaboração de bloco-diagramas ou maquetes serão
discutidas e aplicadas de forma prática junto aos alunos, com a intenção
especial de melhorarmos o nível de compreensão dos processos de elaboração das
curvas de nível e dos mecanismos da passagem das isípsas desenhadas em uma
representação plana, para o formato tri-dimensional. O público alvo será
preferencialmente constituído por alunos de graduação e pós-graduação em
geografia, que se interessem pelo uso dessa técnica de representação espacial.
OF-07: CARTA DE DECLIVIDADE
PELO MÉTODO ANALÓGICO
Professora:
Maria Francisca de
Jesus Lírio Ramalho
Departamento de
Geografia
Número de Vagas: 10
Local: Laboratório de
Geografia Física, sala 516
Permite sintetizar a
representação espacial para se compreender mais amplamente características do
relevo, que se individualizam, conforme a natureza climática e litológica, além
de representar elementos fundamentais para avaliar às condições de riscos
ambientais. O objetivo é orientar a percepção das declividades do terreno em
escala reduzida e mostrar a importância de sua utilização para análise
ambiental. Em termos de criatividade se destaca como um trabalho que pode
mostrar e comparar aspectos do relevo em um contexto espacial e em três
dimensões, onde a representação imaginária está implícita.
OF-08: PAPEL RECICLADO
Professora:
Maria do Socorro de
Oliveira Evangelista
Departamento de Artes
Local: Oficina de
artes plásticas do DEARTE
A oficina se propõe em
fazer o exercício prático, utilizando sobras de papel para transformar em papel
novo. Este trabalho esta direcionado a toda clientela estudantil e em geral
interessada na confecção artesanal. É uma proposta de Educação Ambiental e
Desenvolvimento Criativo. Reaproveitar o lixo que não é lixo para a produção de
papel reciclado.
OF-09: ENSEIGNEMENT-APPRENTISSAGE D'UNE LANGUE ÉTRANGÈRE: CADRES
THÉORIQUESET ACTIVITÉS PRATIQUES
Professoras:
Selma Alas Martins
Renata Archanjo
Departamento de
Letras
Número de vagas: 25
Local: Setor IV, sala
H5
Se por um lado, a formação
didática nos permite adquirir certos princípios teóricos, por outro os
professores têm que aplicá-los e avalar seus resultados em sua prática docente.
Com base nesta afirmação procuraremos trabalhar alguns conceitos sobre
"papel do aprendiz", "papel do professor" e "autonomia
na aprendizagem" com o objetivo de fazer uma reflexão sobre os caminhos a
serem percorridos com vistas a melhoria do ensino- aprendizagem de língua
estrangeira- foco na língua francesa. Além das reflexões teóricas proporemos
técnicas metodológicas a fim de que os futuros professores possam vivenciar a
prática docente, assim como exercitar sua produção oral e escrita em língua
francesa.
Estatísticas da XIII Semana de
Humanidades
Este ano, a XIII Semana de
Humanidades contou com a participação de aproximadamente 2400 pessoas em seus
diversos eventos (incluindo mostras, exposições fotográficas, colóquios, mesas
redondas, concursos de painéis etc). Confira alguns números do evento.
Grupos de Trabalhos – GT
Exposição
de Painéis
Eventos na XIII Semana de Humanidades